terça-feira, dezembro 28, 2004

Já sabemos

a razão da febre. Infecção urinária. Meu príncipe malandro, a pregar sustos destes à família. O António resolveu passar a noite de Natal no Hospital, porque um bébé de 28 dias supostamente não tem febre, e já decidiu que é lá que vai passar o fim de ano. 12 dias no SPA Dona Estefânia a um preço muito camarada. Que luxo.
Este ano vai ser como os vizinhos de Espanha, abrimos as prendas com a chegada dos Reis. Até lá ficas internado, a antibiótico directamente naquele piercing em forma de tubinho que te puseram na cabeça. Para companhia à noite alternamos mãe e pai. Boa? Esta também foi a razão de não ter enviado nem respondido a sms's de Natal nem ter agradecido prendas nenhumas. Ainda não as abri.

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Antes das festas ....

1. No Sábado à noite, já em modo de preparação da quadra, tive um jantar de amigos. Os três Marias na casa da sogra (que ainda hoje se arrepende de ter aceite tal fardo) e umas horas muito bem passadas. Muito por culpa de um mini blogovívio que se formou numa das pontas da mesa. Estava lá a Carlota e a Teresa. E até estavam alguns leitores habituais e outros que finalmente quebraram o anonimato. Enfim, o evento cultural de referência do ano de 2004. A Carlota é uma habitué no meu dia a dia, a Teresa conheci-a nesse mesmo dia. É engraçado conhecer alguém de quem já se sabe uma boa parte. Sobretudo é engraçado sentir cumplicidade com alguém que nunca se viu antes. Encantado obviamente.
2. Ainda me faltam algumas compras e os centros comerciais estão cheios de gente. Estava aqui a pensar oferecer blogs este natal. Criava as contas no blogger e oferecia um cartãozinho com o username e a password. Punha logo uns links aqui na caixa e estavam as prendas resolvidas.
3. Há uns tempos atrás escrevi sobre um encosto de polaridade invertida no meu carro que ficou sem bateria. Comecei a desconfiar que, desde então, algo tinha ficado danificado. Não é normal o rádio deixar de tocar quando se abre a janela eléctrica ou quando se faz pisca. Nem faz muito sentido aquele acender da luz da bateria quando o carro está em andamento. Pois. Parece que o circuito de carga da bateria está avariado e hoje estou para aqui abandonado há espera de uma boleia. Se não chegar a tempo para a noite de Natal, Feliz Natal para a rainha e príncipes, guardem um bocadinho de perú para mim. Eu até tinha insultado aqui num post, o rapaz que tinha trocado os cabos da bateria e provocado as faiscas e tudo o resto e depois, face à possibilidade de poder magoar alguém que no fundo só quis ajudar, acabei por apagar as ofensas. Mas isto agora foi demais. Palhaço ignorante, merecias era ser chicoteado com os cabos que fizeste derreter e levar com a porcaria do alternador no meio dos cornos. Burro. Para além disso desejo-te um Santo Natal.
4. Pronto, e parece que mais não vou escrever durante uns dias, e desejo a todos um Feliz Natal

segunda-feira, dezembro 20, 2004

O post ...

... anterior bem podia tratar-se de um história para um dos meus cartões de boas festas. Há oito anos anos que deixei de os enviar. Fazia-o todos os anos, sempre à última da hora. Comprava postais com uns desenhos mais ou menos engraçados, escrevia uma história para cada desenho e enviava-os aos amigos.
Foi assim durante uns tempos e o feed back era sempre um alento para os fazer no ano seguinte.
Naquele ano foi mesmo em cima da hora. Dia 22 à tarde. A estação dos Correios era no mesmo edifício em que trabalhava e fechava às 17:30. Se a coisa desse para o torto, podia atravessar a rua e entregá-los até às 18:30 numa outra estação de horários mais generosos.
Lá escrevi as histórias, imprimi-as, colei-as nos postais, assinei-as com alguns escritos orientados aos destinatários, escrevi os envelopes, fechei-os e corri até lá abaixo para comprar os selos e enviá-los. Passavam dois minutos da hora e a senhora, invadida pelo espírito de Natal recusou-se a abrir a porta. Ainda a estou a ver de olhar frio e calculista, do lado de lá da porta de vidro, perante a minha figura, de joelhos a implorar-lhe que me aceitasse os cartões. Não o fez, a porca.
Lá resolvi atravessar a rua enquanto praguejava com a gorda dos correios. Na realidade não era uma rua, era uma avenida, e estava em obras, por causa de um túnel, e ainda não tinha alcatrão e chovia como nos filmes. Um mar de lama, uma ilha de cimento a meio e a parte final em gravilha. Era esse o desafio. No mar de lama fui um autêntico marinheiro e cheguei rapidamente a bom porto. A ilha de cimento. Reparo que o piso em gravilha está mais abaixo do que pensava e havia algo lhe parecia dar vida. Era a chuva, só podia ser. Preciso de saltar para a gravilha, que apesar do temporal tem um ar sólido. Saltei. E em vez de truf fez ploff.
Pois de sólido é que nada tinha. Era pastosa, quase liquída, a gravilha, mal iluminada, disfarçava uma piscina de lama na qual mergulhei até quase à cintura. Pés, pernas, mãos e braços. Os postais? Onde é que estão os postais? Que se lixem os postais. Estou com lama até à ponta dos cabelos. Como é que vou trabalhar naquela figura? Lá regresso eu com um rasto de lama atrás de mim. Entrei às escondidas no imenso átrio central. Corria de uma coluna, para a próxima evitando que alguém me visse me visse. Cada vez que dava um passo, saía dos meus sapatos um esguicho de lama. Consigo chegar a uma casa de banho. Lá me tentei recompor. Tirei a maior parte da lama dos sapatos, do corpo e das calças. Apanho o elevador já quase a chorar de desespero, a sangrar do joelho, com as calças rotas. Vou escondido até ao balcão perto da área onde a Ana trabalhava. Chamei-a baixinho, com a discrição que a situação exigia
"Pssst Ana ajuda-me aqui se faz favor, nem sabes o que me aconteceu."
Uma gargalhada sonora que se ouviu em todo o edifício. "Aiiiiiii que horror. O que te aconteceu. Estás tão giro. R, C, MC já viram o André?" Só não me apeteceu enfiar num buraco, porque de buracos já tinha a minha dose. Que engraçado que o André estava. O V., colega da Ana, foi o único que na realidade me ajudou. Apareceu com umas calças de fazenda e disse-me, "Troque lá de calças que até lhe faz mal andar assim. Não, não faz diferença nenhuma. Oh homem elas estão aqui para uma emergência, e se isto não é uma emergência, não sei o que será". Fui até à casa de banho, com as calças de fazenda do V. A questão é que o V mede uns bons 15 cm a menos do que eu e é bastante mais magro (o que obviamente não quer dizer que eu seja gordo, o V é muito magro). Quando me vi ao espelho dentro das bermudas por apertar é que me vieram as lágrimas aos olhos. Optei pelas calças rotas, sujas e encharcadas e devolvi as bermudas ao V. Nunca mais escrevi postais de Natal e os últimos estão depositados sob o alcatrão da João XXI.
Quando, daqui a uns milhares de anos, forem descobertos, pode ser que este documento possa dar-lhes o contexto histórico que merecem.

sexta-feira, dezembro 17, 2004

Natal

- Larga o espelho velho demente. Não vês um palmo à frente do nariz, e estás aí feito parvo há duas horas em frente do espelho. Não percebes o quanto és ridículo?
- Os meus óculos ? Quem é que me roubou os óculos.
- Até a memória já perdeste. Puseste os óculos no copo, ao lado da dentadura. Estás gordo, mal te consegues mexer, não te lembras de nada e continuas a vestir-te dessa forma ridícula. O vermelho está demodé e não te favorece. Essa barba é um covil de parasitas. Até o Sadam quando foi capturado estava com melhor aspecto que tu. Já não tens cabeça para isto, não percebo como ainda te dão a tarefa do Natal. Desde Julho que me perguntas se este é que é o mês de entregar as prendas à criançada.
- Cala-te cabra.
- Sou uma rena, estupor. Alguma vez viste um trenó a ser puxado por cabras?
- És mesmo mesquinha. Podes ficar descansada que este ano, nem trenó nem renas. Vou de mota. Sabes rena querida? As motas quase não falam, e nunca, mas nunca insultam o seu dono. Ao contrário de certos animais chifrudos que são aparentados de toda a comunidade gay - os chamados veadinhos. Por acaso o Bamby, esse maricas assanhado não será teu priminho, não?
- Não te admito que insultes o Bamby. Ele é muito macho. Vive com o coelho mas é muito macho.
- Pois pois. E diz-me lá, também acreditas no Pai Natal? Olha. Passa-me aí o capacete que tenho umas prendas para entregar ?
- Quais são as palavras mágicas ?
- Se faz favor.
- Vês como ainda sabes ser educado. Vais mesmo de mota? Olha que as crianças vão estranhar apareceres lá de mota, podem achar que és um Pai Natal falso.
- Podem achar o que quiserem, se não quiserem as prendas fico eu com elas. De trenó não vou. É que o trenó tem tido muitos problemas no motor. Já te disse que prefiro a mota.
- Toma lá a merda do capacete. Ingrato, espero que te espetes na primeira curva. Ordinário. Nem penses que fico aqui à tua espera. Vou ter com o Bamby e com o Tambor. Ao menos tratam-me com alguma dignidade.
- Vai filha. Vai lá ter com as meninas, aproveita e leva as tuas coisas. Agora tenho que ir. Se no regresso te encontrar por aqui envio-te numa madeirinha para ornamentares a parede de algum clube de caça. Assim a ver-se só o pescocinho, essa carinha de parva e os cornitos a apontar para o céu. Feliz Natal sim?
- Porco.
- Cabra.
- Sou uma Rena merda.
- Vai-te lixar.

terça-feira, dezembro 14, 2004

Hoje ...

.. fui dar sangue. Já não dava há quase três anos. Fico sempre à espera que venham ter comigo, nunca parte de mim a iniciativa de me deslocar a um sítio para dar sangue. Faz parte desta vertente perigosamente preguiçosa que me caracteriza.
Ainda por cima dar sangue é, de uma forma genérica, agradável. Excepto naquela parte em que nos picam o dedo para ver se estamos anémicos. Tá certo que tem a aquela coisa das agulhas, mas verdade verdadinha, somos muito bem tratados. Tão sempre a perguntar se nos estamos a sentir bem, oferecm-nos imensos sumos, leites, bolos, cafés e chocolates, tratam-nos bastante melhor do que a generalidade dos outros sítios.
Os senhores das finanças a quem nós entregamos as declarações do IRS são muito mais antipáticos, e ainda porr cima pagar os impostos custa bastante mais que dar sangue.

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Est' agora ....

Parece que o chão estremeceu, assim ao de leve. As coisas abanaram e fizeram algum barulho. A porta, os biombos e as cadeiras. Ou os meus tremeliques pioraram e muito, ou a terra tremeu.

terça-feira, dezembro 07, 2004

Como ...

... andar de bicicleta é que não é. Há coisas que se esquecem e a memória é, concerteza (se esta palavra ainda não existe, com certeza que já devia existir) , selectiva. Obviamente que quando se tira uma fralda, a primeira coisa a fazer é colocar outra, mesmo antes de começar com as operações de limpeza para não correr o risco de sujar tudo à volta, num raio de 2 metros e meio. Aprendi-o com o JM, confirmei com o MM e continuo a asneirar com o AM. Que estupidez. Que merda.

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Recém Nascido

Ao contrário do recém nascido do Santana Lopes, o António Maria vem com garantia para além de uma legislatura completa. Nestas coisas há detalhes que não se devem descurar.

António Maria

terça-feira, novembro 30, 2004

Prematuro

O nosso primeiro comparou este governo a um recém nascido prematuro, entregue à difícil luta pela vida, com o auxílio de uma incubadora. Disse ainda que os próprios familiares vão até à dita incubadora e em vez de lhe darem protecção e carinho, prespegam uns safanões à incubadora e mandam uns estalos ao bébé.
Este tipo de problemas com os recém nascidos, por vezes graves como é o caso desta criança, é detectável durante as primeiras semanas de vida. Esta criança não é desejada, não tem condições para sobreviver com a mínima qualidade de vida e vai sempre ser vítima de maus tratos por parte dos seus. Se sobreviver aos maus tratos vai ter saúde débil e se sobreviver aos problemas de saúde vai sempre ser uma criança com problemas gravíssimos. Para quem insiste em não referendar uma alteração à lei do aborto, esta é uma daquelas crianças que, na opinião dos médicos, dos pais e do país poderia não ter nascido, tamanha a precaridade económica, social e de saúde em que agoniza.

segunda-feira, novembro 29, 2004

Fim de dia

Já dormem. Amanhã chegam reforços.
Um está debilitado e o outro é reforço, mas de trabalhos. Ah e de amores também.
Eu ia já deitar-me, mas o melhor é ir preparar as coisas para amanhã de manhã.

100Tempo

É que nem devia estar aqui a escrever, estou mais morto que vivo, que isto de ser mãe é mais difícil do que à partida parece. Pois ... apesar das ajudas todas (prémio coragem para a Rita que além dos três filhos ainda deu jantar aos meus mais velhos, prémio antecipação para Ana que deixou as roupas separadinhas por dias com instruções e horário de actividades)... deitá-los, fazer vapores, remédios, acordar a meio da noite com a tosse, mais vapores, mais leites, e vesti-los e penteá-los e convençê-los a colaborarem minimamente e prepará-los.... pois estou para aqui mais morto que vivo... estava doido para chegar aqui ao descanso do trabalho ... Não entendo como é que existem mães que mantêm um blog com regularidade. Devem ser malucas. Ai socorro. Acudam-me !!!
O António e a mãe estão bons e eu fico por aqui que tenho que trabalhar e pronto zzz ...zzzzzzzzzzzzzzzz.... zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

sexta-feira, novembro 26, 2004

Antonio maria

Espalhem a notícia do mistério da delícia desse ventre...
3k 48cm 15:25 ... Lindo´(post via telemovel)

quinta-feira, novembro 25, 2004

Querido António

Conforme combinado amanhã o médico vai fazer uma saída na barriga da mãe e tu, se fizeres o favor, vens calmamente cá para fora. Se os senhores do hospital deixarem, o pai está logo ali ao pé, viras na primeira à esquerda logo a seguir à rotunda (a barriga da mãe). Isto se o anestesista não for um brutamontes como aconteceu com o Manel, e não resolver ser ele a ocupar a cabeceira, e pôr o pai mesmo em frente à rotunda a ver tudo em detalhe. Não te preocupes que o Sporting não joga amanhã. Joga hoje e se Deus quiser há-de ganhar por muitos ( o que um pai diz por amor aos filhos) que é a maneira mais rápida de pôr o Dr. bem disposto.
Os teus irmãos já têm as espadas e os escudos, mas acho que lhes falta as capas, as luvas e os capacetes de cavaleiros. Era simpático da tua parte trazeres isso contigo para ofereceres aos manos Marias. Não te tomo mais tempo para não te atrasar os preparativos. Vem com cuidadinho se faz favor, e põe bastantes agasalhos na mochila. Tem estado um frio horrível.
Beijinhos Pai

quarta-feira, novembro 24, 2004

Carlota

Hoje a Carlota faz anos. Não são poucos mas também não se pode dizer que são muitos. São assim-assim. Coisa estranha nesta mulher. Normalmente para a Carlota as coisas ou são assim sim ou são assim não, não há lugar para coisas assim-assim. É uma das duas pessoas com quem eu não compro nenhuma guerra (a outra é a Ana porque prezo muito a harmonia familiar, no caso da Carlota o apreço vai para o equilíbrio emotivo-socio-profissional).
Quando a conheci, há seis anos, disse-me "Bom Dia" o que demonstra a sua boa educação. A seguir lembro-me dela a refilar com o trânsito que apanhou numa terrinha chamada Tornada quando regressava da Nazaré. Tive um azar bestial porque a miúda nem costuma refilar, mas naquele dia, uma vez sem exemplo, lá refilou.
Ser amigo da Carlota é como fazer desportos radicais, é uma situação de risco elevado, de constante sobressalto porque nunca se sabe, adrenalina nos limites, mas obviamente dá muito gozo e é claro uma tremenda honra. Em Abril vou receber a medalha "Seis Anos de Amizade da Carlota sem um Único Arranhão" (se ela não ler este post). Parabéns miúda. Adoro-te.

terça-feira, novembro 23, 2004

Quarto Crescente

Já nem me lembro das palavras certas. Sei que passei por ela e notei-lhe tamanha dor num sussurro. Tenho uma sensação de a já ter visto sofrer assim. Dessa vez estava de cócoras como que a proteger-se de uma réplica de um qualquer safanão da vida. Limpava as lágrimas às mangas de um casaco comprido demais e nem sei se levantava os olhos. Não parei muito tempo a observá-la. Agora está de pé, de peito feito a desafiar o mundo todo sozinha, está para nascer o que a derruba. Ergue-se quase de raiva, nota-se o corpo bonito a reunir os pedaços de alma. Faz-te à vida mas nunca esqueças a poesia. O que a não mata torna-a mais forte, o que a não destrói que a faça (ainda) mais bonita.

Quem ????

Três principios na eleição do novo secretário geral:
- imagem mediática forte
- larga experiência na mobilização de (das) massas
- base de apoio interna inquestionável
eu acrescentaria
- capacidade para acertar o relógio do PCP dos actuais 30 anos de atraso


E saiiem-se com esta.

segunda-feira, novembro 22, 2004

Olha olha ...

Descoberto na maçãzinha, este quizz




Que personagem do Seinfeld é você?
Trazido a você por Blog do Idiota



Agora já tenho uma teoria consistente para o facto do Manel ter caracóis. Só falta a parte de ele ser loiro.

Música no Pavilhão

Organizar um concerto da Maria Rita no Pavilhão Atlântico foi absurdo. Não fosse o génio, a noite estava perdida. É tão absurdo como um concerto de Jazz no estádio Alvalade, ou como ele disse, um concerto intimista numa garagem.
Para quem tira de letra ter que dar muito mais do que se pede aos outros, ganhar aquele concerto foi só natural. O que Maria Rita fez naquela noite foi brilhante, diga-se também que o fez para um público predisposto a deixar-se encantar. Isso não lhe retira o brilho, a entrega e a paixão. Esta mulher é grande, nota-se a pimentinha mas há muito que cortou o cordão umbilical.

sexta-feira, novembro 19, 2004

António

O gravidómetro lá de cima está sincronizado com a agenda do médico. Esperemos que o relógio interno do António também o esteja. Se não se antecipar, é no próximo dia 26, de hoje a oito. O quê ???? Jááááá´?????!!!!! Socorrrrroooooooooooooooo. Já só faltam sete dias.
Ai minha nossa senhora, que já estou com contrações de dois em dois minutos e com alguns dedos de dilatação.

Até mais logo, às 10



Menina da Lua

Leve na lembrança
A singela melodia que eu fiz
Pra ti, ó bem amada
Princesa, olhos d'água
Menina da lua
Quero te ver clara
Clareando a noite intensa deste amor
O céu é teu sorriso
No branco do teu rosto
A irradiar ternura
Quero que desprendas
De qualquer temor que sintas
Tens o teu escudo
O teu tear
Tens na mão, querida
A semente
De uma flor que inspira um beijo ardente
Um convite para amar

quinta-feira, novembro 18, 2004

Lápis

Azul. Pela primeira vez, a Caixa de Costura foi vítima do lápis azul dos tempos da outra senhora. A pressão para que retirasse algum conteúdo do post anterior vingou, e agora o resultado é um post castrado no seu conteúdo.
É a forma fácil de agir deste governo ggcompetente, gggleal e hgggonesto. É o constante recuso da força em vez dela, este governo usa inteligência. Este governo ggg presta e os seus métodos são gggg-democráticos. Viva a gevolução.

quarta-feira, novembro 17, 2004

Encosto

Eu - Desculpa lá, estou sem bateria no carro, emportas-te de pôr o teu carro ao pé do meu para lhe dar um encosto?
Ele - Tens cabos? É que eu não tenho.
Eu - Tenho.
(...)
Eu - Queres que eu ponha os cabos?
Ele - Não deixa tar que eu ponho.
Eu - Ora bem, vermelho aqui no vermelho, preto aqui no preto
(zzzzzzzz crzzzztz faíscas crzzzzt tchzzzz)
Eu - Mas que raio !!! Ena que os cabos estão quentes. Epá derreteram. Merda.
Ele - Olha, troquei as cores.
Eu - Pois. Mas agora os cabos estão derretidos e a corrente não passa.
Ele - Ah pois estão.
Eu .oO(gggggg gg gggg gg g ggg gg g gggggggg gg gggg gg ggg ggg ggg g ggggg ggggggg)
(...)
Outro Ele - Bem André, o melhor é irmos ao Oeiras comprar uns cabos que eu depois dou-te o encosto.
Eu para Outro Ele - Também acho. Levas-me?
Outro Ele - Claro.
Eu para Ele - Obrigado.
Ele - Sempre às ordens.
Eu .oO(gggggg gg ggggggg gggggggg gggggggg ggg ggg ggggggggg gg ggggggggg ggg ggggggg gggggg!!!)

Com os cabos novos lá consegui pôr o carro a funcionar.

terça-feira, novembro 16, 2004

No parapeito

Há uns dez anos atrás, pouco tempo depois de ter começado a namorar com a Ana, fui convidado para o baptizado da Inês, a primeira das crianças da nova geração da respectiva família. Foi um evento muito colado ao início do namoro o que o transformou na minha apresentação oficial à família da Ana.
Sempre que vejo o início do Shrek 2, lembro-me desse baptizado. Durante dias ouvi algumas recomendações no sentido de pontuar muito junto da mãe e da avó da Ana. Para aumentar o desconforto, a Ana foi a madrinha da Inês, o que a afastou durante toda a cerimónia e mesmo durante alguns instantes que a antecederam. Momentos de angústia portanto. A mãe da Ana, após a apresentação formal, sugeriu que eu a acompanhasse durante a cerimónia, sugestão que eu educadamente, e com um nó na garganta, aceitei. Enquanto a cerimónia não se iniciava, os brincalhões da família, iam passando por nós e dizendo as piadas do costume que me deixavam cada vez mais constrangido:
"Não comeces já a embirrar com o rapaz. Olha que ele não te fez mal nenhum e a tua filha já não vai para nova."
"Vê lá se desta vez não destróis o namoro à rapariga."



A cerimónia está prestes a começar, e lá me encaminho em direcção aos bancos da igreja, ao lado da minha (agora) sogra. Nisto, sinto-me a ser agarrado pelo braço e vejo uma catraia de nariz arrebitado que me diz "Anda priminho, vem para junto de nós" e que me leva para junto dos restantes primos. A minha salvadora era a Rita. Tinha dezassete anos (acho eu) a miúda espevitada, e nesse dia, foi a minha heroína.
Entrada directa para o meu top de afectos. Nunca mais de lá saiu.

Em Setembro do ano passado, a Ana passou-me um endereço http://noparapeito.blogspot.com. Fui espreitar o blog. Era da prima Rita e era um parapeito cheio de flores, de palavras penduradas, de ternuras, de angústias e de amores. Passar naquele parapeito e dar-lhe uma espreitadela de esguelha fez-se hábito suadável para mim. Já o disse aqui, que a par com o 100Nada, o Parapeito foi o empurrão para a Caixa de Costura. O blog já não existe, mas quando acabou, ficou a promessa de reaparecer. E é isso que vai acontecer hoje. O Parapeito vem encadernado, impresso, e de certeza carregadinho das emoções da miúda espevitada que me salvou naquele dia. Um para(lado esquerdo do)peito lindo é lançado hoje no Teatro Aberto pelas 18:30. A Caixa de Costura vai-se fazer representar pela Raínha e respectiva barriga. Gostava muito de estar por lá, mas prima é prima, e alguém naquela casa, tem que assegurar os banhos e jantares dos selvas Marias. A restante comunidade bloguistica que se faça representar que o Teatro, o Evento e a Janela do Parapeito, estão abertos para todos (menina Cat, faça o favor de divulgar - só peço directamente à Cat por ser a única com quem tenho confiança para o fazer).
Prima Ritinha vai correr tudo muito bem, e se precisares que alguém te salve, corre para a Ana que ela há-de saber como me chamar.


segunda-feira, novembro 15, 2004

Golegã


Descobri a minha alergia aos cavalos num fim de semana de turismo rural no Alentejo. Aquele passeio de charrete de uma hora, ia resultando em internamento hospitalar. Comecei por espirrar e acabei com os olhos tão inchados que quase não via, e com a garganta num estado tal que mal respirava.
Não contente com o sucedido, e levado pelo entusiasmo desmedido, aceitei que, no dia do meu casamento, o percurso entre a igreja e a quinta onde continuaram os festejos, fosse percorrido a cavalo. Cheguei à quinta já a lacrimejar e de lenço na mão. Ainda hoje há quem acredite que eu me comovi mais do que esperado e que os óculos escuros, o constante fungar e o lenço paneleiroso na mão eram sinais exteriores do minha lamechice galopante (só de escrever galopante já estou para aqui aos espirros).
Perante tais sinais de alergia equestre, existem todos os motivos para eu evitar uma ida à Golegã, mesmo que essa ida não coincida com a realização da grandiosa feira nacional do cavalo. Acontece que além dos animais, a feira tem numerosos artigos de grande qualidade, raríssimos e que são uma autêntica pechincha. Sapatos, casacos, chapéus, barbours, sapatinhos cosidos à mão para as criancinhas, são alguns dos argumentos que tornam indispensável uma visita à dita feira.
Durante uns anos ainda consegui contra argumentar, mas há guerras que não se compram nem com a própria vida, e houve um famigerado ano em que lá me puz a caminho até à Golegã. Como que por milagre, chovia como nos filmes, e estive umas boas horas rodeado por cavalos sem que o meu organismo desse sinal de intolerância. Aquilo atrai muita gente e ainda não percebi porquê, tem muito cavalo, muito cavaleiro e muita amazona, todos trajados a rigor, muito atrelado, muita tenda, muita comida, muita pintura e escultura alusiva ao tema "O cavalo", mas a bem da verdade, nada daquilo me parece muito atraente, para tanto desfile de vaidades que por lá passa. Ir à feira da Golegã é uma coisa chique.
Graças a São Pedro parou de chover e o cheiro e os pelos de cavalo começaram a pairar, o que me conferiu rapidamente as alterações mínimas que justificaram o abandono do local. Temo que, se a chuva não tivesse parado e perante a febre consumista que nos assaltava, a esta hora teria lá em casa um parzinho daqueles cavalos muito pirosos para segurar os livros nas estantes, mesmo a jeito para despachar nalguma venda de Natal.

domingo, novembro 14, 2004

Ecografias

Não tenho por hábito publicar fotografias da família, mas abro uma excepção para o futuro príncipe. Recorrendo a tecnologia de ponta (de feltro), o Dr João Maria e o seu assistente Dr Manel Maria, fizeram esta magnífica ecografia à barriga da mãe. Apesar de ainda não ter dado a volta, como comprova a imagem, o António parece estar muito feliz. Curiosamente, a tecnologia envolvida nesta ecografia tem a particularidade de mostrar o nome do bébé.

Ecografia António

sexta-feira, novembro 12, 2004

Acesso às Contas

O Estado vai poder consultar contas bancárias sem aviso prévio. Esta prática, defendida por Bagão, visa aumentar a eficácia na luta contra a fuga ao fisco e contra a fraude fiscal.
Acontece que Bagão Félix é um coração de manteiga, emociona-se facilmente e não resiste a situações de carência extrema. A minha esperança é que o senhor se comova quando consultar o saldo da maioria das contas dos particulares e que se irrite quando descobrir os verdadeiros lucros dos bancos e das empresas. E já agora, que lhe dê uma fúria por tamanha desigualdade social, e que seja tamanha a sede de justiça, que se ponha a redistribuir riqueza à esquerda e à direita qual Robin dos Bosques. Por ora Dr. Bagão, se quiser o meu NIB tenho todo o prazer em lho fornecer, e não se acanhe homem. Redistribua à vontadinha, como se fosse o Petit a distribuir jogo pelos companheiros do nosso Benfica.

quarta-feira, novembro 10, 2004

Arafat

No momento em que comecei a escrever este post Arafat está vivo.
"A morte do presidente da ANP será declarada oficialmente esta quarta-feira na Mukata" é o que vem escrito no diário digital e noutros tantos sítios. Por sinal, acho um bocadinho mau gosto andarem para aí a matarem, a homenagearem , a enterrarem a ressuscitarem o desgraçado que anda a braços com uma pequena discórdia com a vida.
Interrompo aqui a escrita deste post para informar que neste momento Arafat está morto.
Este homem só pode ser o profeta tantas vezes já morreu e outras tantas ressuscitou. João Soares põe os olhos neste exemplo, primeiro conquista a liderança e só depois é que brinca às escondidas com a vida. A estratégia contrária não resulta, conforme o teu próprio exemplo.
Interrompo novamente só para afirmar que Arafat se encontra vivo.
Tentar a liderança depois de sobreviver ao desastre aéreo. Resultado: uns míseros 4 ou 5 por cento no próprio partido e asseguro-te que não ias querer saber a percentagem nacional.
Quando este post acabou de ser escrito Arafat tinha falecido. Paz à sua alma.
Aguardo só uma confirmação. Ossana ossana, Arafat afinal está vivo.

segunda-feira, novembro 08, 2004

Para a próxima...

vens algaliado ou de fralda. Foi isto que eu lhe disse e que provocou uma reacção de espanto da senhora que nos cedia passagem pela segunda vez. Não é possível que o raio do miúdo queira ir três vezes à casa de banho durante um jogo de futebol. Mesmo a ameaça de violência física caso o Benfica marcasse durante a ida à dita cuja, não o demoveu. Ainda por cima um cabeça no ar. Dos quatro golos encarnados só consegiu ver um. Ou porque estava a olhar para o pacote de batatas fritas, ou para os écrans gigantes, ou à procura de uma moeda no bolso. E se viu esse golo foi porque lhe agarrei pelas orelhas e lhe disse "Olha agora João que pode ser golo".
Eu sei que ele não costuma ver muitos golos, e que às vezes até os vê marcados pelos adversários, mas ontem estava tudo de feição e o raio do miúdo podia estar mais atento. Afinal de contas já tem seis anos. Depois ainda há a história de estar constantemente a dar cacetadas com o pau da bandeira no senhor que estava à nossa frente. A bandeira é para agitar com cuidado, não é como as espadas das Tartarugas Ninja.

sexta-feira, novembro 05, 2004

Parabéns meu amor

"Já sou pai ...". Foi mais ou menos isto que disse à  tua avó Teresa quando
logo a seguir ao teu nascimento, cheguei junto de todos para lhes dar a
novidade. Entretanto passaram seis anos. Ainda não consigo explicar o
turbilhão de emoções quando te recebi no colo, algures entre o ser o mais
feliz dos homens, o amor incondicional e uma vontade estúpida de te contar a
toda a gente. O estupor da enfermeira nem me deixou segurar-te mais do que
uns três segundos, depois levou-te para a salinha quentinha e só no dia
seguinte, depois de ter feito um escândalo é que pude pegar-te outra vez. O
urso Puff que te ofereci ainda é maior do que tu e, à  velocidade a que
cresces, há-de continuar a ser nos próximos seis anos.
Continuo sem perceber porque é que quando chego a casa, gritas "Pai" e vens
a correr como um maluco a dar-me um abraçoo, mesmo quando está a dar o Noddy
ou as Tartarugas Ninja. É normalmente, o melhor pedacinho do meu dia, sem
contar quando vamos jogar futebol juntos para a Alameda, ou quando jogamos
na Play Station, ou quando fazemos o jantar (apesar de não achar graça que
tires as pedras de sal de cima dos bifes para as comeres). Parabéns meu
amor.
É verdade. Acho que há umas coisas em que eu sou um bocadinho mentiroso e
que preciso de te contar. Agora já sabes ler e pode ser que passes por aqui:
1. não é a mãe que manda pôr as luzes de Natal nem o Pai que as manda
acender;
2. o Manel quando nasceu não trazia uma bicicleta vermelha da barriga da
mãe, nem foi por causa da bicicleta que veio com um galo por cima do olho
(isso foi o médico que lhe fez por causa de um empate do Sporting)
3. quando fomos ver o Benfica - Leiria, a equipa de encarnado era o Leiria,
foi por isso que os senhores ao nosso lado estavam com um ar zangado quando
festejaste os golos.
4. o pai nunca guiou um fórmula um encarnado, igual aquele que aparece na
televisão. As corridas em que o pai entra são de uns carritos pequeninos
chamados Karts;
5. Aqueles casulos que estão à  porta do Carrefour de Oeiras, são para
massajar as pessoas, não são castigos e a senhora que lá estava dentro
provavelmente nem come de boca aberta;
6. não é verdade que os velhotes morrem porque não conseguem fugir a tempo
dos carros quando estão a atravessar a estrada;
7. aquela escova que a mãe comprou no Ikea é para lavar pratos, não é para
os dentes da mãe que são um bocadinho grandes;
8. mesmo que o teu quarto continuasse desarrumado, ia haver espaço para as
prendas de anos

quinta-feira, novembro 04, 2004

Curtas

Estou a dever uma actualização à coluna da direita. Enquanto ela não vem, fica aqui a referência a um blog que tenho visitado ultimamente e, ao que sei, a recíproca é verdadeira. O diário da Teresa.

A Caixa de Costura apareceu ligada pelos Marretas. Isto hoje tem sido um caos com tanta gente a entrar e a sair. Onde é que já se viu 17 visitas numa só hora? Tirem lá uma senha, e aguardem ordeiramente a vossa vez.

A propósito de Marretas, a Bananada de Goiaba tem um filme bem giro sobre o Manhamanha.

Soltas

... as frases que se seguem.
"As cedilhas são umas vírgulas malucas que se enfiam debaixo dos cês"
"Não existe uma segunda oportunidade para se causar uma primeira impressão"
"A América vai escolher entre um incoerente e um incompetente."
Acrescento eu: Para manter a coerência, optou pela incompetência.

terça-feira, novembro 02, 2004

As Flores

... oferecidas na quinta feira, deram direito a um retorno. Um tesouro. O Tesouro do Castelo sem Nome em DVD. 30 anos depois volto a ver "os Pequenos Vagabundos". Nem me importo muito de não sentir tanto entusiasmo na acção da série, este DVD é uma autêntica máquina do tempo que me transporta para a sala dos meus pais. Lembro-me de ter perguntado à minha mãe o que queria dizer "Arriscar" depois de visto a palavra num dos episódios. A Marie continua linda, a música ainda agita, e no fim ainda me apetece fazer parte dos "Galapiats". Claro que com esta idade, só conseguiria ser um dos maus que raptaram a menina e que roubaram o tesouro.
Agora só me falta uma série "Dois anos de férias", da qual me lembro da música, do barco e de um mau de barbas.

sexta-feira, outubro 29, 2004

Que fazer ...

... quando o jantar de despedida de um colega coincide com o dia em que fazes dez anos de namoro com a tua mulher? Foi esta a situação com que me deparei ontem.
Quarta Feira descobri a incómoda sobreposição de datas. Cheguei a casa e perguntei se podíamos adiar o jantar de Quinta para Sexta.
Ela "Mas temos algum jantar amanhã?"
Ele "Eu tenho dois. Um de despedida do Marco e outro contigo. Pode ficar para a Sexta?"
Ela "Mas porque é que temos um jantar?"
Foi a minha janela de oportunidade para marcar muitos pontos.
Ele "Fazemos dez anos de namoro."
Ela "Ai as hormonas que me atingiram o cérebro na zona datasqueasgajasnunmcaseesquecemequeosgajosraramenteselembram"
Ele (dramatizando) "Isto é inacreditável. Como é que te podes esquecer?"
Daí até à concessão para a troca dos jantares foi um pequeno passo.
Para que a coisa não desse para o torto tornava-se necessário assegurar alguns pontos durante o dia da efeméride. Fui eu que me lembrei de dar os parabéns pela manhã e fui a casa antes de ir para o jantar de despedida do colega. Disse-lhe que era para lhe dar algum apoio nos banhos, e nos jantares dos Marias, mas já sabia que ia levar umas flores. Meu dito meu feito.
Lá consegui chegar às 19:20 à florista. Chovia como nos filmes e a porta já estava fechada. A mulher demora tempo a abrir-me a porta, mas acaba por fazê-lo. Depois confessa que olhou bem para a minha cara e que tem medo, quando está sózinha na loja, de abrir a porta a qualquer um. Fiquei feliz de mesmo careca e a escorrer água, não ter cara de qualquer um. Comprei um arranjo campestre bem ao gosto da raínha e lá vou para casa. Não pára de chover e isso abona a meu favor. Tem mais impacto chegar a casa molhado com um ramo de flores na mão do que seco com um ramo de flores na mão. Mesmo à porta de casa, há um daqueles toldos de loja, que a chuva transforma num autêntico duche. Passo mesmo por baixo da água para ficar ensopado. Conquisto por fim aquele ar entre o romântico, o engraçado e o desgraçado. Toco à campaínha e lá me ponho de ramo estendido, a escorrer água com uma poça à minha volta e um sorriso aparvalhado
"Parabéns !!!"
Muitos pontos. Mesmo muitos pontos marcados.
Hoje vamos jantar para festejar o aniversário que eu jamais esqueceria.
A propósito disto não sei o que se passa hoje em dia com as mulheres, deixaram de ligar a estas lamechices das datas. São todas iguais, só pensam em sexo.

quarta-feira, outubro 27, 2004

Ah pois ando ...

desaparecido. Os dias passam mais depressa do que eu quero e a minha lista de coisas "a fazer" parece não ter fim. Enquanto resolvo um assunto chegam cinco novos para resolver. Vai daí desleixo-me na Caixa, vítima preferencial da indigestão de tempo. Enquanto isso, as coisas acontecem à mesma, à velocidade de sempre e normalmente a roçar o surrealismo. A democracia, a liberdade de imprensa, o futebol, as eleições nos Estados Unidos, as eleições nas Autónomas. A propósito destes temas, a Antena 1, transmite às sextas feiras um debate com alguns comentadores. Bom, mesmo muito bom. A seguir às sete da noite na boleia para o fim de semana.
Um dos comentadores desse programa, é o Luis Osório, director da Capital, o único jornal português a declarar oficialmente o apoio ao candidato democrata para as eleições nos EU.
O Luís Osório é pai de um colega do João Maria, tem algumas semlhanças com o professor pardal, parece-me, contudo, que é mais brilhante que o próprio professor Pardal. Pouco conheço do seu trabalho, mas sempre fiquei preso ao que diz e ao que escreve. Fez um livro e um documentário sobre a relação dele com o Pai que é portador de HIV, esteve a fazer um documentário numa instituição de internamento psiquiátrico (não vi mas ouvi-o falar sobre esse trabalho), e talvez por sugestão, a Capital tem-me parecido um jornal mais sério. Vejo-o com alguma frequência, mas nunca lhe disse da admiração que lhe tenho. Fica aqui declarada.

sexta-feira, outubro 22, 2004

Fazes três ...

Há um ano atrás escrevi-te sobre os teus dois anos.

"És pequeno, estás tão grande, és meigo, és bruto, és ainda tão bebé, és loiro, és um querido, és maluco, és insuportável, és meu, és independente, és obediente, és lindo, és esperto, és a alegria da casa, és amado, és feio, és doce, és malcriado, és uma ternura, tens boas maneiras, tens normalmente ranho no nariz, tens mau feitio, tens caracóis, tens pinta, tens a mania de nos deixar embevecidos, tens carinha larocas, tens o condão de nos levar ao desespero, tens cócó (?), tens tanta piada, tens um feitio que não existe, tens charme, tens mais olhos que barriga, fazes caretas, fazes birras, fazes as nossas delícias, fazes de conta que não ouves, fazes chorar o João, fazes rir, fazes trinta por uma linha, fazes-nos felizes, fazes chichi na fralda, fazes-nos num oito, fazes tudo o que te dá na bolha, fazes anos, fazes dois. Parabéns meu amor."

Já não fazes chichi na fralda, fazes três anos e de resto é tudo igual. O teu mau feitio faz parte do teu charme e provavelmente a culpa é minha.
Durante a cesariana o médico resolveu perguntar pelo resultado do Sporting, e eu disse-lhe que tinha empatado. O homem desconcentrou-se e mandou-te com o forcéps no sobrolho. Continuo convencido que o mau feitio vem desse pequeno incidente, e se soubesse o resultado talvez tivesse mentido ao médico. És um selva lindo e bem educado, ontem estreaste o "Deixa-me em paz". Isso não se diz a ninguém senhor Manel, muito menos ao Pai. Agradeces tudo, mesmo quando, a dormir, recebes o biberon. Mas tens que portar só um bocadinho melhor. Não podes atirar os animais à cabeça do irmão, um dia ainda lhe fazes um lenho na testa, ou partes um vidro da porta. E a história de não fazeres cócó na sanita também não se pode eternizar. Onde é que já se viu, estar dois dias sem fazer cócó só porque não te pomos uma fralda ? E essa desculpa que dás "Não faxo cócó na xanita puque xou maluco", não passa disso mesmo, duma desculpa esfarrapada. És um príncipe de caracóis louros lindo. Parabéns meu amor.

quarta-feira, outubro 20, 2004

Celebridade

A Carlota simpaticamente e embebida de amizade profunda a uma das assistentes, foi assistir às gravações do “123”. Concurso já apresentado por Carlos Cruz e agora apresentado por Teresa Guilherme, essa sim com fama de ter alguma preferência por homens muito mais novos que ela.
Ora as gravações do 123 são algo tão chato que é difícil explicar. O programa é enorme e não é em directo, o que dá direito a repetições e ensaios e sei lá mais o quê. Assistir a uma gravação do 123 é pior que assistir à transmissão na íntegra de um jogo de xadrez. É muito chato, são muitas horas e o estômago normalmente encontra-se vazio. Com a agravante de aquilo se perpetuar à medida que se aproxima do fim. Se os primeiros cartões demoram minutos a ser rejeitados, os últimos demoram séculos. Posto isto cabe-me aqui elogiar a paciência da Carlota, e atenção que a paciência não é propriamente a primeira qualidade que vem à cabeça quando me lembro da Carlota.
Posto isto, e merecidamente, durante a emissão do programa, a Carlota lá apareceu durante alguns momentos na televisão. Não se trata de uma estreia, mas sim de uma confirmação, já que a nossa estrela televisiva já tinha sido difundida com algum ênfase por alturas do início do “levanta-te e ri”. Acontece que esta reaparição da Carlota em tão ilustre meio me recordou a minha brilhante carreira televisiva. Além das normais aparições em programas como o 123 de Carlos Cruz e n’ “O passeio dos Alegres” do grande Júlio Isidro, eu tive o privilégio de aparecer em dois “70x7” uma delas de costas em contraluz e outra de joelhos a fazer o presépio com o João Maria, que na altura tinha dois anos e chamou cão ao burro (já nessa idade o rapaz era um génio).
Para além destes momentos televisivos também fui estrela em dois anúncios e numa noite eleitoral.
Disney - O meu primeiro papel Principal.
Um anúncio para a Câmara Municipal de Lisboa, uma lição de civismo para que se usassem as papeleiras da cidade e não se atirasse lixo para o chão. Três estrelas e eu sou uma delas. Infelizmente estava dentro do fato do Pato Donald e ninguém nunca me reconheceu na rua. Além disso, tive que vestir collants cor de laranja, andar com uma espécie de barbatanas e tinha um rabo do tamanho do pavilhão atlântico que rodava 180 graus cada vez que eu avançava com uma das barbatanas para a frente com a intenção de andar. Desse “dar ao rabo” toda a equipa de filmagem se lembra e ainda hoje me falam disso, cada vez que encontro alguém do meio.
Ciclista – O meu Segundo papel Principal.
Um anúncio para a Rexona, na altura Rexina por causa dos abusos nas rimas. Eu era o ciclista.. Bem, na realidade o ciclista era o Joaquim Agostinho e eu, por questões de cachet, só ia fazer planos em que não fosse essencial ser ele a aparecer. No fundo ia ser o duplo do Joaquim Agostinho. Na realidade eu nem cheguei a aparecer. Era necessário filmarem uma bancada a acompanhar o movimento de um ciclista, com toda a gente a virar a cara ao mesmo tempo quando o ciclista passasse. Eu era o ciclista, mas só filmaram a bancada onde estava a assistência Talvez algum assistente tivesse óculos e reflectido nas lentes se consiga ver que sou eu.. Foi uma pena.
Legislativas – O meu momento de glória
Aquando da derrota eleitoral de umas legislativas, fui alegremente com a Ana apoiar a família próxima do candidato derrotado. Eis que chega a altura das declarações do candidato a primeiro ministro derrotado e a família, para prestar apoio, lá foi até à sala onde o evento acontecia. Havia na sala um cantinho discreto para o efeito e lá decidimos que era o melhor local para assistir ao evento. Na minha boa educação deixo toda a família passar à frente e sou o último a percorrer aquele difícil trilho entre pessoas, cabos e repórteres para alcançar o desejado local de discrição. A meio do trajecto, entra o candidato, grande frenesim, as pessoas à minha volta sentam-se todas, o trilho desaparece, todos os familiares já estão no cantinho escolhido. Olho para a frente, e vejo que o candidato vai começar a falar. Olho para trás e vejo as câmaras a começarem a acender a luz de indicação de estarem no ar. Não consigo avançar, não consigo recuar. Os pés estão presos a milhares de cabos de televisão. Não me consigo mexer. Estou à frente de todas as televisões. Estou em directo. Chegaram finalmente os meus segundos de glória:
“Saia da frente se faz favor”
“Sente-se que o homem vai falar”
“Sai daí palhaço”
“Baixa-te ó careca”
“Querem lá ver que temos outro emplastro ????”.
Ainda hoje me comovo cada vez que me lembro daquela noite.

Esta é, resumidamente, a minha longa e invejável carreira televisiva, não contando com as câmaras de segurança espalhadas um pouco por todo o lado e as das montras da Singer.

segunda-feira, outubro 18, 2004

Desvios

Cinza. È desta cor que traja o céu. Gosto da chuva de outono gosto de a ver ziguezaguear nos vidros. Sempre gostei. Aliás tenho um gosto parvo por exageros de chuva, de vento, de neve e de trovoadas. Não percebo, mas pelo-me por uma tempestade. Talvez porque em criança, estas coisas davam direito a umas baldas à escola. Lembro-me de um ventania, com caixotes de lixo a voar e árvores a cair, que deu direito a uma balda extra de dois dias à escola primária. As trovoadas na Beira Alta também quebravam os verões muito quentes e secos, ficávamos sem luz e havia uma agitação que me agradava. Um frenesim. um nervoso miudinho das velhas da aldeia e umas lembranças repentinas da Santa Bárbara, candeeiros a petróleo (Petromax. Seria Petromax o nome daquilo?) e muitas velas.
Vou tomar como certo que gosto destas coisas pela quebra da rotina. A alternativa é tratar-se de algum distúrbio do foro psiquiátrico . Não. É perfeitamente compreensível gostar de alguns exageros da natureza, mar a galgar a terra inclusive.

sexta-feira, outubro 15, 2004

Mensagem escrita

Recebi-a à pouco.
"Diz-me que não vais ao jogo no Domingo que eu compro-te muitos folhados". Os folhados da Aloma de Campo de Ourique são os melhores do mundo e a minha mãe sabe-o. Mandou-me a mensagem porque sabe que eu, caso tivesse intenção de ir ver o Benfica Porto, ia vacilar perante tal oferta. Já a salivar à conta dos folhados, lá a descansei sobre as minhas opções. Se houver jogo, vou vê-lo em casa.
A propósito desta confusão sobre o jogo, os adeptos, os bilhetes, as claques e a comparência do Porto, nem sei o que diga. Os que falta em civismo às claques, sobra em cretinice aos dirigentes. Cada dirigente merece as claques que o seu clube. A recíproca é verdadeira. A bem a bem, era obrigarem o Benfica-Porto e o Porto-Benfica a realizarem-se à porta fechada durante os próximos anos.

quinta-feira, outubro 14, 2004

Contas

Portugal Grécia 1 - 1
Portugal Rússia 2 - 0
Portugal Espanha 1 - 0
Portugal Inglaterra 2 - 2
Portugal Holanda 2 - 0
Portugal Grécia 0 - 1

Ora tudo somadinho dá 8 - 4. O resultado de ontem foi 7 - 1.
Quer dizer, ainda me dói pensar no dinheirinho que gastei no "follow my team", e os 27 000 que foram ontem a Alvalade pagaram úns vinte ou trinta euros para ver Portugal marcar menos um golo do que eu vi e sofrerem menos três. Ainda por cima saíram de lá de barriguinha cheia e todos felizes. Nada que se compare à azia com que saí da finale que ainda se faz sentir cada vez que penso no assunto.
Quero o meu dinheiro de volta. Sr Lopes se não se importa não se esqueça de me baixar o IRS se faz favor (se não se importa com se faz favor não me soa nada bem). Ó Lopes baixa a merda dos impostos, sua bicha ministrial.

terça-feira, outubro 12, 2004

Maioria Silenciadora

Pois claro que a melhor côr para um lápis é o azul. Fazendo-se valer desta máxima, o governo puxou uns cordelinhos e eis que o presidente da administração do grupo blogger me convidou para jantar e sugeriu que a Caixa de Costura se dedicasse apenas a temas como a Bimby, os Marias e as lamechices do costume. Sugeriu que me deixasse de críticas veladas ou explícitas à governação laranja, azul e amarela (nunca fomos governados por uma combinação de cores tão pirosa, quer dizer tão diversa, ou seja por tantas cores e das bonitas, quero dizer por uma combinação de cores tão perfeita).
Ontem o nosso primeiro veio anunciar boas novas ao país que tem sido massacrado nos últimos tempos, digo que tem passado por algumas aflições, melhor, que tem sido governado de forma consciente e realista, quer dizer, que tem vindo a ser governado de forma consistente, enfim que nunca foi tão bem governado em toda a sua história.
Ora o estupor do primeiro ministro, leia-se o desconcertante primeiro ministro, ou melhor, o brilhante primeiro ministro, veio dizer que o IRS vai baixar e as pensões vão subir. Anuncia isto ao povo antes de o fazer no parlamento e nada fala sobre o outro lado da moeda. E faz muito bem que o povo é que o elegeu e que se saiba, as moedas só têm um lado. E isso das taxas moderadoras nos hospitais, das contas poupança reforma não gozarem de benefícios fiscais, é tudo uma grande invenção desses mentirosos, ressabiados, bichas desses políticos do contra, da esquerda caviar, dos discípulos do professor Marcelo, quer dizer do assistente Marcelo, do licenciado Marcelo, enfim esse tal de Marcelo Castelo Branco que anda metido com a Cinha só para se vingar do nosso glorioso primeiro que andava com ela, mas ela trocou-o por um porco chamado pingo e agora reuniram-se todos numa cooperativa agrária e querem destruir o nosso sector primário e os latifúndios e ainda acabam por fazer a perigosa reforma agrária da "terra a quem a trabalha e os fascistas que comam palha".
Que país este.

quinta-feira, outubro 07, 2004

A Montanha a Maomé

ANTIPASTI
BRESAOLA(carne seca da "valtellina" temperada)
9,25 €
CAPONATA(legumes em agri doce(frio)
3,50 €
CAPRESE(mazzarella de bufala com tomate e manjerico)
7,00 €
CARPACCIO("filet mignon" crú temperado)
9,00 €
CARPACCIO DI SALMONE(salmão crú temperado)
9,00 €
MINESTRONE(sopa de legumes)
3,50 €

PRIMO PIATTO
FETTUCINE AI PORCINI(massa fresca com molho de "porcini")
9,00 €
LASAGNA
9,00 €
PENNE ALL ARRABIATTA(massa curta com tomate bacon e porcini "picante")
8,00 €
ROTOLO DI RICOTTA E SPINACI(torta de massa fresca com requeijão e espinafres)
8,00 €
SPAGHETTI AL POMODORO(spaghetti com molho de tomate e manjericão)
5,00 €
SPAGHETTI ALLA CARBONARA(esparguete com bacon,ovos e natas)
8,00 €
TAGLIOLINI AL GORGONZOLA(massa fresca com molho de gorgonzola)
9,00 €

PESCE
SPIGOLA IN GUAZZETTO(robalinho com tomate alho e salsa)
13,00 €

CARNE
CAPONETTI(couve lombarda recheada com carnes)
9,00 €
FEGATINI D'ANATRA AL MARSALA E POLENTA(figado de pato com marsala e polenta)
11,00 €
FILETO DI MANZO COM ZUCHINE E MOZZARELLA GRATINADO(bife do lombo com courgettes e mozzarella gratinado)
13,00 €
FILETTO AL GORGONZOLA(lombinhos de porco com queijo gorgonzola)
11,00 €
SALTIMBOCCA ALLA ROMANA(escalopes recheados com presunto e salvia)
10,00 €
STINCO AL FORNO(pernil no forno)
14,00 €

DOLCE
CROSTATA DE PRUGNE(tarte de ameixas)
3,00 €
PANNA COTTA(natas cozidas com mirtili)
3,50 €
TIRAMISU(doce tradicional com café e zabaione)
3,50 €
TORTA DI RICOTTA E NOCCIOLE(bolo de requeijão e avelãs)
3,00 €
TORTA GELADA
3,50 €



Este é o menú do Casanostra. Um dos melhores restaurantes de Lisboa. Além deste, outros menus de outros restaurantes disponíveis na página de "No Menu". Casa México, Solar dos Nunes, Vaskus entre outros.
A ideia é simples. Levar o restaurante a casa das pessoas em menos de uma hora e com uma taxa adicional de três euros sobre o preço.

Como será com o Vaskus? Será que servem a picanha volante do restaurante? De 5 em cinco minutos, o desgraçado do empregado entra-nos casa dentro com uma peça gigante de picanha e pergunta se queremos mais uma fatia? É que um terceiro andar sem elevador é um trabalho de Hércules.
E será que existe rodízio?

Entra o desgraçado com o espeto e pergunta "Coxa de frango e linguiça senhor ?"
"Obrigado, só a coxa de frango"
Dois minutos depois lá vem o triste com Cupim espetado
"Um pedacinho de cupim, senhor?"
"Sim obrigado"
Mais dois minutos, o homem com os bofes de fora
"Um pouco de maminha senhor?"
"Não maminha não, obrigado"
Finalmente o homem já a arrastar-se pelo chão
"Picanha senhor?"
"Sim, mas bem passada, essa está muito crua. E levante-se do chão homem, que me está a sujar o soalho"
Desta vez já é a picanha que arrasta o homem até ao terceiro andar
"A sua picanha bem passada"
"Ah muito obrigado. Sabe vou aceitar a maminha. Ainda estou aqui com um ratito"
"Sim senhor. Com certeza senhor."
Dois minutos depois
"Aqui tem a sua maminha senhor"
"Obrigado. E agora para acabar. Lembra-se daquela salsicha que voçê chamou de linguiça? Vou querer uma."
"Sim senhor. Volto já senhor"
O desfecho mais certo é o homem acabar por se suicidar com o espeto, no meio das escadas. Coitado.

quarta-feira, outubro 06, 2004

Carvalhaschxe

não se recandidata ao lugra de secretário geral do PCP. A agitação no exterior do PCP há-de, por muitas, diversas boas e más razões, sempre ser maior do que a agitação no interior do partido da foice e do martelo e da estrela.
Há quem assobie na rua, nos elevadores, na paragem de autocarro, ou mesmo na casa de banho. Carlos Carvalhas assobia nos ésses e nos cês. O que nunca o prejudicou muito. Quando da escolha da sua vida, Carvalhas escolheu o comunismo deixando de parte o socialismo. É que ser socialista tem mais ésses e cês que ser comunista, e foi a taxa de assobianço que lhe determinou a escolha. Vejam a diferença:
- Camaradaschxe. Viva o comité schxentral do partido comunischxta.
- Camaradaschxe. Vivam os eschxtadoschx schxeraischx do partido schxoschxialischxta.
Na minha modestíssima opinião nada vai mudar. O PCP é um partido ortodoxo, fechado, e muito pouco dado a desvios de rumo. É assim que existe e é assim que continuará. Pode-se achar bem, pode-se achar mal, mas não se espere que de repente haja desvios às principais linhas orientadoras. É como a hierarquia da igreja. O Papa pode mudar todos os anos, podemos ver sucessivamente fumo branco em São Pedro, que o Vaticano nunca oscilará muito. Por muito boas que sejam as intenções, por muito louváveis que sejam os valores das respectivas bases, o topo da pirâmide não se agita muito com as mudanças. Quando apanhada em contramão, a Igreja produz fenómenos como a teologia da libertação, enquanto que o partido comunista produz Zitas Seabras. Neste ponto a Igreja leva uma tremenda vantagem. Não se inquietem portanto, que para além do secretário geral, pouca coisa há-de mudar no partido comunista.

sexta-feira, outubro 01, 2004

O que é que se passa?

O blogger parece que mal funciona. Os transportes aumentam hoje mas não em número ou em género. Aumentam de preço. Ando a dar formação. Já me esquecia que gosto de dar aulas. É bom trabalhar com tanta gente. Isto dve ser um gene vindo directamente do lado da mãe. Acaba já hoje, é pena.

quarta-feira, setembro 29, 2004

Também tu Mafalda ?

Perfaz as 40 primaveras. Parabéns. Não conseguiu ser tradutora da ONU (como desejava), mas é professora em Portugal.

Mafalda ouve conferência de imprensa da Ministra da Educação


Mafalda consulta a lista de colocações

terça-feira, setembro 28, 2004

Listas

de colocação dos professores já estão disponíveis no site do ministério.
Tomara que desta vez esteja tudo no seu devido lugar, para bem de alunos, professores e pais.
De repente lembrei-me da sábia frase "Um jogo de cartas é como o sexo, ou se tem um bom parceiro, ou mais vale ter uma boa mão".
No caso das listas: melhor que pagar para ter um bom parceiro, é mesmo fazer tudo à mão.

Chagas

Já na sexta feira aquela ferida no nariz do João Maria estava com péssimo aspecto. Pelo fim de semana fora foi ganhando aspecto de herpes e passou para a outra narina, depois uma borbulha na bochecha esquerda, outra no queixo, outra na bochecha direita. Sábado pela manhã telefonei para o dói dói trim trim. Detesto fazê-lo. As chamadas prolongam-se por horas a fio e comigo, nunca aconteceu resolverem efectivamente o problema.
Uma vez tentaram, através do telefone, fazer o despiste da meningite e auscultar o João Maria, quando ele estava com dificuldade em respirar. O desgraçado deitado ao lado do telefone, aos berros, com o auscultador encostado ao peito. A senhora do lado de lá da linha a tentar ouvir sabe Deus o quê, nós sem saber se já podíamos acabar com aquilo porque o telefone estava a fazer de estetoscópio. Horas naquela cena para não se chegar a conclusão nenhuma e nos avisarem que o melhor era mantê-lo sob observação. Claro que ía-mos estar atentos o que é que havíamos de fazer ? Ir ao cinema não?
Posto isto, e desta vez, o conselho do dói dói trim trim foi que telefonássemos ao pediatra. Telefonei e acho que o obriguei a diagnosticar herpes. No dia seguinte estava caidinho na urgência do hospital porque aquilo cada vez menos se parecia com herpes. Resultado: uma bactéria na pele, actualmente a contas com um antibiótico manhoso. Parar imediatamente com a pomada do herpes.
Na segunda de manhã já o João estava a melhorar das borbulhas, aparece o Manel com os olhos ramelosos e vermelhos: conjuntivite. Trinta pessoas para o agarrar e uma a tentar por-lhe a pomada nos olhos. Poucos sobreviventes mas lá conseguimos aplicar-lhe a porcaria da pomada. Foram os dois para a escola naquele estado (nem te atrevas menina Lénia), porque pai e mãe tinham um dia para lá de complicado. Estranhamente na escola, quando a mãe os foi buscar, disseram que o Manel devia estar com conjuntivite. Como é que eles conseguiram advinhar????!!!
Hoje o Manel está com a avó Tété e o João foi com a bactéria para a escola.

sexta-feira, setembro 24, 2004

Aperitivos

Ontem, no aniversário de uma amiga, a acompanhar o Gin tónico. Em vez do croquetinho e do rissolinho e do pastelinho, pataniscas de gambas em formato miniatura. Deliciosas. Nunca mais vou almoçar e já para aqui ando a salivar. Que fome.

quinta-feira, setembro 23, 2004

Comentário ao post da Carlota

Feito aqui porque o haloscan é meio parvo e não deixa que um gajo se exceda no comentário do postquequercomentar.

Eu sou testemunha e posso garantir que se não fosse o Cal, o teu novo bólide estaria neste momento pronto para a sucata...

O carro estava estacionado no seu lugar e ao lado estava uma nave espacial cheia de invasores extraterrestres verdes. As criaturas gritavam em uníssono "Nós não somos de dizer mal dos árbitros depois do Sporting perder, mas não resistimos a uma viatura nova de uma lampiã". Rodearam o carro e introduziram-se na caixa de velocidades invertendo a mudança que estava engatada. O bólide lindo e muito recente arrancou a alguns cento e trezentos à hora em direcção aos outros carros estacionados.
O Cal, que é um rapaz cheio de sangue frio resolveu intervir:
- Calma criaturas extraterrestres esverdiadas que ainda há 93 pontos em disputa para este campeonato.
Ao que as figuras verdes responderam
- Calma o caralho (que hje em dia blog que não tenha caralho escrito não é blog não é nada). Então um lampião quer ao mesmo tempo ter um carro lindo e imaculado e seis pontos de avanço? Quanto aos pontos nada podemos fazer, mas o carro vai ficar com mais buracos que a nossa defesa.
O sábio e calmo Cal, resolveu accionar, pondo em risco a sua própria viatura, o SMCCVEDADVLEI (sistema-mishubish-contra-criaturas-verdes-enraivecidas-dispostas-a-destrui-viaturas-lindas-e-imaculadas). Com um toque subtil parou a marcha assassina da viatura linda e muito recente e afugentou os extraterrestres que fugiram na sua nave. Mal se nota o pequeno sinal deixado pela acção destemida do Cal na viatura linda e muito recente.
Viva o CAL o nosso herói.

Apatia

Deixei-me ficar. A horas em que todos dormem em casa, deixei que a televisão me atravessasse a alma. A história dos reféns da escola na Rússia contada por quem lá esteve. Imagens e testemunhos de quem teve bilhete de ida e volta ao inferno. Tentei-me várias vezes a virar costas ao que me violava o conforto. Nem sei porque fiquei, se para me obrigar a saber, se por curiosidade, se pela segurança de olhar tudo aquilo à distância segura da ficção de um filme.
Não tenho estômago para tudo isto, não percebo a dimensão da crueldade, engulo em seco e pouco mais. Ficam-me presos os olhos da menina que para escapar teve que se libertar da mulher que morreu agarrada a ela a pedir ajuda. Da mãe que ao segundo dia, deixa o filho para salvar a bebé.
Não cheguei a ver até ao fim. Levantei-me e apaguei a TV. Passei pelo quarto dos Marias e fui dar-lhes um beijo. Demorei a adormecer.

quarta-feira, setembro 22, 2004

Oiço ...

... a Terceira Margem do Rio. Caetano o que havia de ser.

Terceira Margem do Rio
(Caetano Veloso)

Oco de pau que diz:
Eu sou madeira, beira
Boa, dá vau, tristriz
Risca certeira
Meio a meio o rio ri
Silencioso sério
Nosso pai não diz, diz:
Risca terceira

Água da palavra
Água calada pura
Água da palavra
Água de rosa dura
Proa da palavra
Duro silêncio, nosso pai

Margem da palavra
Entre as escuras duas
Margens da palavra
Clareira, luz madura
Rosa da palavra
Puro silêncio, nosso pai

Meio a meio o rio ri
Por entre as árvores da vida
O rio riu, ri
Por sob a risca da canoa
O rio viu, vi
O que niguém jamais olvida
Ouvi ouvi ouvi
A voz das águas

Asa da palavra
Asa parada agora
Casa da palavra
Onde o silêncio mora
Brasa da palavra
A hora clara, nosso pai

Hora da palavra
Quando não se diz nada
Fora da palavra
Quando mais dentro aflora
Tora da palavra
Rio, pau enorme, nosso pai

Curioso o nome da canção (acho que também é o nome de um livro do Caetano) e o jogo de palavras. Um dia quando fôr grande e tiver um blog chamo-lhe assim: A Terceira Margem do Rio.

TPC

"a" minúsculo "A" maiúsculo "e" minúsculo "E" maiúsculo "i" minúsculo "I" maiúsculo "o" minúsculo "O" maiúsculo "u" minúsculo "U" maiúsculo.
Olho para o papel ...
a A e E i I o O u U
- Pai já só me faltam três linhas. Os mais fáceis são o i e o ó minúsculos. Faço-os num instante.
Os primeiros trabalhos de casa. Nem de propósito, no dia em que montámos o espaço para que pudesse fazê-los sem ser massacrado pelo irmão. Módulo de gavetas, mesinha, prateleiras, candeeiro, e barra com vasos para as canetas.
- Pai., Ajude aqui o Manel. Está com uma cadeira no meio do corredor e quer ir para o meu escritório.
- Manel, este sítio é para o João trabalhar. Não é para o Manel.
- Ele só quer ver não faz mal.
- Eu fico a vê o Uoão a tabalhá.
- Então vá. O Manel fica aqui sossegadinho a ver o João trabalhar. Tá bem?
-Tá.
Cinco minutos depois.
- Paiiii. Eu queu uma mesa pa tabalhá no meu quato.

terça-feira, setembro 21, 2004

Agora a sério ...

... e sobre as listas de colocação dos professores. Algumas considerações que me parecem importantes.

O Ministério contratou uma empresa para que procedesse ao desenvolvimento de uma aplicação para o efeito. Este tipo de contratos define normalmente um conjunto de obrigações e de responsabilidades da empresa contratada e da contratante. Se é obrigação da empresa contratada desenvolver uma aplicação com qualidade em determinado espaço de tempo, também é obrigação da empresa contratada garantir atempadamente as regras de negócio´e as decisões necessárias para o fazer.

O contrato entre as partes traça um percurso comum entre até que se atinjam os objectivos finais. Infelizmente é vulgar que este percurso esteja cheio de tropeções imputáveis quer a uma quer a outra parte, e que os prazos derrapem para lá do desejável A primeira pergunta a fazer é sobre a dimensão da folga entre a data planeada e a data prevista para a divulgação do resultado das colocações. Se fôr inferior ao tempo estimado para o projecto, a asneira começou aí.
Antes de ser posta em produção, uma aplicação complexa, deve passar por um apertado controlo de qualidade, testada em três ou quatro ambientes cada vez mais próximos da realidade e não deve avançar de amnbiente enquanto não passar no anterior. O ambiente de pré produção, que antecipa a sua colocação em real é praticamente igual a este e os dados devem ser uma cópia dos reais. Aí devem ser verificados os resultados da aplicação para que possa entrar em real. Esta validação costuma ser feita pela empresa que contrata, eventualmente com a participação da contratada.
Parece-me que, a existir, este último passo está a ser dado em falso. Cada uma destas fases de testes pode levar uma ou mais semanas e raramente se conseguem diminuir aumentando o número de pessoas que nela intervêm. Têm que ser pessoas que conheçam as regras de trás para a frente e que consigam detectar as chamadas "não conformidades".

Receio ainda que a pressão do início do ano lectivo tenha levado a situações como o recurso a pensos rápidos e o atalhar caminho pelas fases de validação final. Assim que alguém detecta um erro, apressa-se a comunicá-lo e arranja-se uma solução que o resolve localmente sem que se descubra que essa solução cria, só por si, outros tantos que não existiam. Quer isto dizer que quando se altera uma aplicação é necessário saber a verdadeira dimensão da alteração e não verificar apenas se resolveu a razão pela qual ela existiu.

Com a visibilidade que foi dada aos erros existentes, não me parece que num prazo de dias se consigam eliminá-los de forma segura. São normalmente precisas semanas para o fazer.

Pelo que ouvi, a ministra estava convencida que a resolução dos problemas estava por horas, o que é quase impossível dadas as dimensões dos problemas. Acho que além dos alunos, dos pais e dos professores, a ministra vai ser vítima de acreditar no que lhe dizem e de herdar uma situação que na altura em tomou posse já seria mais que certa. Tomara que, entretanto, alguém com bom senso lhe explique a realidade.
(Ao que este blog chegou, a defender uma ministra da coligação.)

Feitiço do Tempo

O Benfica ganhou, o Porto empatou, o Sporting perdeu, a lista de colocação de professores tem erros e a correcta vai sair nos próximos dias. Será que estamos sempre a viver a mesma semana como no filme ?

segunda-feira, setembro 20, 2004

Ai

Torcicolo outra vez. Não percebo isto. Passo a vida com torcicolos. Todo o santo mês lá passo eu meia dúzia de dias com esta postura idiota. Como quem anda com todo o corpo atrás do movimento da cabeça. Pareço um robot careca.
Isto de ser meia dúzia de dias todos os meses soa a período menstrual, mas juro pelas alminhas que nunca passei por tal coisa.
Além de ter uma postura ridícula, estacionar neste estado é muito arriscado. E caro. Como não viro o pescoço, vou por intuição, e se há coisa que não tenho é intuição para estacionar. Essa tal intuição só dá sinais de vida depois do veículo atrás o fazer e portanto não serve para absolutamente coisa nenhuma. Ai que dor.

TOP

Após 12 semanas no primeiro lugar na tabela dos filmes mais vistos, a liderança de Shrek vê-se ameaçada pela ascensão meteórica de Kenai e Koda. O pior de tudo, é que os adultos lá de casa insistem em chamar o filme de Karai e Konan.

sexta-feira, setembro 17, 2004

quinta-feira, setembro 16, 2004

Supermercado

Acho que não há nada em casa. O leite hoje de manhã teve que ser racionado. Os príncipes beberam um bocadinho menos para que eu pudesse ter direito ao meu copo de meio litro.
Nunca percebi a história de tirar da boca para alimentar os filhos. Além de ser um bocado nojento, não faz o menor sentido. Qualquer que seja a quantidade, quando chegam a meio dizem que já não querem mais.
Portanto 6 litros de leite, arroz, esparguete, margarina e se calhar uns bifes para o jantar. Ou qualquer outra coisa rápida porque há futebol duranmte umas 7 horas seguidas.

Se o campeonato ...

estivesse acabado...
O Benfica ficava com o 2º lugar o que não me estranha
O Vitória de Setúbal era Campeão Nacional
O Sporting ficava em nono lugar
O Porto ficava em 12º a um golo de descer de divisão.

1º V. Setúbal
2º Benfica
3º Boavista
4º Belenenses
5º V. Guimarães
6º U. Leiria
7º Marítimo
8º Nacional
9º Sporting
10º Sp. Braga
11º Rio Ave
12º FC Porto
13º Académica
14º Estoril
15º Moreirense
16º Beira Mar
17º Gil Vicente
18º Penafiel

Parece que quem andou a fazer esta tabela do campeonato, foram os mesmos especialistas das listas dos professores.

Listas

A Caixa de Costura andava desconfiada que isto dos professores não estarem colocados era uma mentira dos sindicatos, dos alunos e dos professores para, mais uma vez, ganharem rios de dinheiro sem nada fazer.
Para não lançar falsas suspeita foi à procura de provas e encontrou as famosas listas de colocações que todos dizem estarem erradas. Aqui vai um excerto da lista que demonstra exactamente o contrário:
--- Professor ------------ Colocação
Durão Barroso - Escola C + S de Bruxelas Norte
Santana Lopes - Underground School of Amoreiras
Bagão Félix - Escola Juvenil de Futebol do Sport Lisboa e Benfica
Paulo Portas - Navio Escola Defesa da Vida
Maria do Carmo Seabra - Instituto Superior da Geração de Números Aleatórios e Elaboração de Listas de Colocação

quarta-feira, setembro 15, 2004

Monpracem

Veio-me à memória o tigre da Malásia... o grande Sandokan.


Porque é que me lembrei disto? Terá sido do caril de galinha?

Coca Cola Light

... sem cafeína. Oferecidas durante a hora de almoço, por um grupo de rapazes e raparigas com umas vestes também light e com um ar sem cafeína. Compreende-se. São pagos por e para terem esse aspecto.

Fim

Para os interessados, o Serviço Militar Obrigatório acaba no Domingo.
E agora como vamos chamar os jovens até aos três ramos das forças armadas?

Pronto pronto. Eu sei que há muita leitora deste blog interessada no voluntariado.

terça-feira, setembro 14, 2004

Toranja

Passo Nº 2 da metodologia Toranja para fazer uma canção à la Jorge Palma.
Pega-se no resultado do passo anterior e acrescentam-se advérbios, mudam-se algumas frases para a passiva passiva e popula-se o texto com muitos adjectivos mesmo que não seja necessários. A rima ainda não é importante.

Tínhamos:

Ligo outra vez a televisão
no canal do teu sorriso
no programa de sexta à noite
faço-te lider da audiência
dos meus sonhos
traz-me o comando à distância do teu peito
quero fazer zapping até me tornar
o teu homem mais que perfeito


Transformamos em:

Deixei-me levar pela inexistência
de algo verdadeiramente interessante
para o meu entretenimento
O conforto do sofá
pareceu-me ser o local
apropriado ao abrigo
da minha inércia
E a televisão ali em frente
não me dava motivos válidos para a desligar
O acaso e a fortuna
fizeram-me encontrar o canal do teu sorriso
Talvez fosse esse mesmo o meu destino,
colocar-te mesmo no topo
na tabela dos meus sonhos
de unma sexta feira já noite
Se não te causar algum tipo de transtorno
Alcança-me aí o comando à distância do teu peito
É que surgiu-me esta ideia
De fazer zapping até te tornares
Naquela miúda a quem
inevitavelmente pareço
o homem mais que perfeito

segunda-feira, setembro 13, 2004

1º Aniversário

A Caixa de Costura faz hoje um ano. Por pouco não me lembrava. Aqui está o primeiro post.
Depois desse 414 vieram, e 13472 visitas. O melhor disto é o hábito de ler, escrever, pensar e criar vizinhanças com quem gostamos.

IRS

Em menos de uma semana dois reembolsos do IRS. O do ano passado, e o de 1999. Foi o primeiro ano em que o João Maria teve número de contribuinte. Para comemorar esse facto, entregámos a declaração em meu nome e no dele. Depois disso, foi preciso provar que o João era meu filho e que eu não vivia em união de facto com a criança e que não tinha segundas intenções quando entreguei a declaração. Após cinco anos, caso finalmente resolvido e reembolso efectuado.
Se estes reembolsos são descobertos lá em casa, ainda lhe dá nova travadinha e vou passar o resto da semana enfiado no Ikea. Deus me proteja e guarde. Antes o poço da morte que tal sorte.

domingo, setembro 12, 2004

Febre de Domingo de Manhã

Muito se fala das vontades súbitas das grávidas. Normalmente do foro gastronómico e completamente fora de horas. Ele é morangos fora de época, ele é gelado de algo impossível de confecionar, ele é scones com doce de frutos silvestres.
Ora cá em casa não há destas coisas. Os apetites têm normalmente a ver com um desejo incontrolável de ir ao Ikea comprar algo que possa dar um renovado arzinho de graça ao lar. Hoje foi um destes dias e vá que o Ikea mais próximo já não é em Madrid.
Já aqui mostrei alguns produtos da nova linha desta loja, o que constitui só por si um chamariz de multidões. Previa-se portanto uma enchente para estes dias. A agravante é que ontem foi feriado municipal na Ikealândia, tendo muita gente batido com o nariz na porta quando lá foi, não desistindo no entanto, de resolver o assunto durante o fim de semana. Como resultado hoje estavam lá cerca de 250 mil pessoas. O paraíso portanto.
Como queríamos (não sei porque uso a primeira pessoa do plural) trazer umas coisas enormes, o melhor era levar dois carros que sempre facilita o estacionamento. Estacionar foi um horror, entregar as crianças no depósito disponibilizado para o efeito ainda foi pior. Circular dentro da loja foi quase impossível, sobretudo porque muitas vezes, escolhía-mos atalhos que nos obrigavam a circular no sentido contrário ao da multidão. Por falar em multidão, tanto casal gay, sobretudo na zona dos acessórios da cozinha. Desisti logo de comprar uma faca profissional para cortar carne. Dava-me jeito agora que compro peças de carne, donde tento tirar bifes com uma faca de cortar presunto.
Tudo piorou quando chegámos às caixas. A primeira coisa que me veio à cabeça foi a de largar o carrinho e ir logo embora, de preferência esquecendo os miúdos no depósito que mais tarde ou mais cedo alguém os havia de levar a casa ou à esquadra mais próxima. Tanta gente, tanta gente, tanta gente. Lá me convenceram a não abandonar o carro e a tentar a sorte.
Filas de grávidas, essa grande invenção. Já pelas alturas da expo 98 achei a prioridade a grávidas uma dádiva dos céus. Acontece que a caixa para o efeito estava a uns duzentos metros e lá fui eu ver o que é que se passava. Saltei por cima de carros, desviei móveis de dúzias de quilos até chegar à fala com a senhora da caixa. Verifiquei que as grávidas tinham mesmo prioridade, e que existiam umas dez para ser atendidas misturadas numa fila de umas 40 pessoas. Uma por uma, incentivei-as a fazerem-se valer da sua abençoada condição para desespero das restantes pessoas. Fui buscar a minha grávida e mais dois carro de compras até às redondezas da última grávida. Se eu tinha achado difícil passar sem nada, com uma grávida e uns carros atolhados de tralha, a coisa tornou-se caótica. Cada metro ganho eram aos milhares de calorias perdidos. Fui até ao depósito infantil levantar os Marias e quando regresso à fila das grávidas, ainda se agitavam os ânimos de quem, de forma tardia, se ia apercebendo que estava numa fila em que pode ser ultrapassado por grávidas ou deficientes. Na realidade o escândalo que alguns provocavam era tão grande, que havia uma forte possibilidade de se tratarem de deficientes, o que lhes conferia o direito à prioridade.
Mais uma hora para levantar uma sapateira (e há tanta marisqueira por aí), chegar à conclusão que falta um metro à carrinha para carregar a sapateira, viajar pela cidade com o porta-bagagens semi fechado, subir três andares por quatro vezes, agarrado a toneladas e passar a tarde a fazer legos de peças com mais que dois metros. Há Domingos inesquecíveis, e este foi, com certeza, um deles.

sexta-feira, setembro 10, 2004

Boas Novas

Caetano e Maria Rita de volta.

Notícia encontrada aqui

Caetano Veloso (e a sua orquestra) e Maria Rita vão regressar ao nosso país nos meses de Outubro e Novembro, para efectuar espectáculos no Pavilhão Atlântico (Lisboa) e Coliseu do Porto, apurou o Diário Digital junto de fonte da organização dos eventos.

O compositor brasileira efectua um concerto único no Pavilhão Atlântico no dia 24 de Outubro, num espectáculo em que se apresenta como Caetano Veloso e a sua Orquestra, visando a promoção do disco «A Foreign Sound».
Por seu lado, Maria Rita vai fazer um pequeno périplo pelo País, num total de seis datas.

O primeiro concerto está agendado para o dia 19 de Novembro no Pavilhão Atlântico. Segue-se o Coliseu do Porto, a 21 de Novembro. Mais quatro datas e locais serão anunciados oportunamente, segundo adiantou a organização.

Os bilhetes estarão à venda a partir desta segunda-feira, 13 de Setembro, não tendo sido avançados valores para os mesmos



A propósito, sobre a Maria Rita, mais uma notícia recebida em forma de mail:


"Grammy Latino consagra Maria Rita com três prêmios

Cantora venceu categorias revelação, disco MPB e canção brasileira

A cantora Maria Rita saiu consagrada ontem à noite do Shrine Auditorium, em Los Angeles.

Concorrente em quatro categorias do Grammy Latino por seu álbum de estréia, a cantora abocanhou os prêmios de revelação do ano e de melhor disco de MPB. A cantora de 26 anos também recebeu um Grammy em nome de Milton Nascimento, autor de A Festa, na categoria melhor canção brasileira. A música foi gravada por Maria Rita no seu primeiro álbum, de 2002, que vendeu 750 mil cópias.

O grupo Skank e a filha de Elis Regina concorriam também na categoria gravação do ano. O prêmio foi para Alejandro Sanz, assim como o de melhor álbum do ano. Maria Rita compareceu à cerimônia com o filho Antônio, de dois meses, no colo. É a sua primeira aparição pública desde maio"


Que linda. Levou o filho à cerimónia de entrega de prémios. Quando a Caixa de Costura receber os prémios a que tem direito também levo os meus três Marias.

Cara de Anjo Mau

Sempre achei Jorge Palma do melhor que por cá se faz, ligeiramente perto da genialidade. A figura decadente, as canções desconcertantes, o piano magnífico, a viola quase tanto, a voz quase nada. Os concertos sempre foram únicos. Saía de lá com uma história para contar mais tarde, como os miúdos que hoje têm direito a uns brindes à saída de uma festa.
Uma vez encntrei-o na feira popular. Estava sentado numa esplanada com um copo de vinho, uns papéis de escritos, um copo de vinho e uma miúda gira. Achei graça. A feira popular era então tão decadente quanto ele. Ficava-lhe bem aquela esplanada. A feira popular acabou, ele nem por isso. Antes pelo contrário. Ainda bem.
Cada vez que ouço "A Carta" dos Toranja, dá-me vontade de lhes bater. O que é aquilo? Parece franchising de uma fórmula de sucesso. Que pobre. Que podre. Qualquer um consegue escrever a imitar Jorge Palma, mas adianta alguma coisa. Acrescenta algo ao que existe? Serve para quê? Vejamos:
Ligo outra vez a televisão
no canal do teu sorriso
no programa de sexta à noite
faço-te lider da audiência
dos meus sonhos
traz-me o comando à distância do teu peito
quero fazer zapping até me tornar
o teu homem mais que perfeito

Isto assim escrito às três pancadas, com um bocadinho de trabalho há-de ficar parecido com uma letra do Jorge Palma, mas não tem nada a ver, não serve para nada. É linearmente dependente de uma coisa que já existe. È fraco. Estéril. Não gosto.

quinta-feira, setembro 09, 2004

Ai os Homens !!!

Três Deusas na blogosfera, com uma sorte tremenda ao jogo, abriram este magnífico blog nitidamente de engate.

De que é que voçês, homens solteiros, estão à espera ?
Corram.

Trocas

O Blogger trocou-me as voltas. Publicou com quase um dia de atraso.
Hoje já sei a quantas ando, e apresso-me para apanhar a semana a tempo. Até logo.
Será que a loiça da máquina não é mesmo enviada para uma grande central de lavagem assim que fechamos a porta. Isso explica o desaparecimento do abre cápsulas moderno lá de casa, e a existência de louça que eu simplesmente sou incapaz de gostar. Tenho que pensar muito sobre este assunto.

quarta-feira, setembro 08, 2004

Que horas são?

Tenho a cabeça cheia de perguntas. Têm-se atravessado à minha frente nestes últimos dias e hoje que estou com sono até aos cabelos (quais ???), resolvi escrevê-las para não me esquecer de nenhuma:
- o que será um motivo interessante para adoptar uma criança Vietnamita ?
- o que é que na realidade se passa na máquina de lavar roupa quando fechamos a porta ?
- o que é que na realidade se passa no frigorífico quando fechamos a porta ? A luz apaga-se ? Se sim quem o faz e para quê ? E porque não de luz acesa ?
- o que distingue uma porta de um portal ?
- o que é que a FNAC do Cascais Shoping e o Hospital da Estefânia têm em comum?
- que dia é hoje ?
- quem viu a minha noite passada ? perdi-lhe o rasto
- que horas são ?
- hoje já é amanhã ?

segunda-feira, setembro 06, 2004

Titas-Shirt

Aqui está a minha blogoprenda tão apreciada. A foto e a titas-shirt.





Justiça seja feita ao braço de apoio do canto do sofá que foi mensageiro de tão boa nova, e ainda efectuou todo o trabalho de edição e pós produção fotográfica. Fê-lo por gosto obviamente, não fosse um braço de apoio ficar em braço partido.

Festejos II

O Canto do Sofá baldou-se, mas fez-se representar. E de que maneira.
Mandou um mensageiro com ofertas. Entre elas e devidamente embrulhada uma t-shirt da Caixa de Costura. Com uma imagem e o endereço escrito. Lindo. Promete-se, para breve, a publicação das respectivas imagens.
Canto do sofá ganha os seguintes prémios:
- prenda mais original
- convite mais rentável (não apareceu, não consumiu mas enviou prenda)

domingo, setembro 05, 2004

Festejos...

... ainda por conta do aniversário. Trazer os amigos à recente casa para que ela ganhe hábitos de receber bem.
Soube-me a tanto.

sexta-feira, setembro 03, 2004

Nó na garganta


Nem imagino o que é carregar a dor de perder um filho. Toda esta história me angustia, desperta uma espécie de raiva, revolta-me e envergonha-me a humanidade.
Não quero misturar estes posts com as palhaçadas de posts anteriores. Troco, pela primeira vez, a ordem dos posts aqui na caixa.

quarta-feira, setembro 01, 2004

Aborto

Continuamos a discutir o aborto sem dicutir o aborto. Desta vez a discussão é à volta do barco do aborto e de permitir ou não a sua entrada em águas territoriais portuguesas.
Sempre que o assunto vem à baila, a discussão gira à volta do acessório e quase nunca do essecial. Discute-se se existe ou não vida a partir da semana n de gravidez, se se é ou não um verdadeiro defensor da vida, se se despenaliza ou se se legaliza, se educamos ou não o suficiente para agir por prevenção em vez de solucionar.
Acredito:
- que uma mulher que decida interromper a gravidez, não o faz de ânimo leve.
- que se decide fazer, não é o facto de ser ilegal que a demove.
- que se tiver dinheiro para o realizar em condições, procura fazê-lo em países onde sejam oferecidas essas condições.
- que a despenalização/legalização não se traduz no aumento do recurso à prática do aborto.
- que a verdadeira discussão se trata de proporcionar ou não condições humanas e médicas para acompanhar quem decide abortar.
- que devia ter votado no último referendo sobre o assunto.
- que existem muitas mulheres que defendem a despenalização/legalização que são incapazes de abortar e que algumas já escolheram não o fazer
- que existem muitas mulheres que não defendem a despenalização/legalização que são capazes de abortar e que algumas já o fizeram
- que quem defende a despenalização e que quem não a defende está carregadinho de boas intenções
- que de boas intenções está o inferno cheio.

Swing

Grande entusiasmo lá por casa com esta nova onda do swing, troca de casais sem preocupações. É um balão de oxigenio em qualquer relação.
A minha parceira de hoje foi esta grande maluca.
.
A A. um destes dias, vai passar uma noite de luxo com este rapaz .
E eu "Tudo bem".

Para os mais distraídos ...

... o novo catálogo do IKEA acabou de sair.

terça-feira, agosto 31, 2004

1 et 1 font trois

Loja para barrigas crescentes.
Acho que este chapéu te ficava a matar.

Eu disse isto ???


Claro que no quarto deles, tenho uma cozinha de brincar com forno, fogão e microondas. Quem tem rapazes, não tem garantias da companhia dos filhos na terceira idade, a não ser que sejam gays ou padres. Acontece que na imaginarium, os confessionários estavam esgotados e os altares estavam pela hora da morte. Optei pelas cozinhas de brincar.

segunda-feira, agosto 30, 2004

37

"Foi num dia quente de Agosto que nasceu o nosso patinho feio. Vinha com as mãos muito abertas ..."
Este texto, ou um semelhante, está num album de fotografias e prosa que a minha mãe escreveu para o meu pai por ocasião do dia do pai. É um album de capa verde, cheio de amor e de fotografias a preto e branco (as primeiras a cores são dos meus cinco anos). Parabéns para eles e para mim.
O patinho feio era eu, e como qualquer patinho feio que se preze, transformou-se obviamente em cisne (dos modestos claro está).
Resta saber quantos anos de psicanálise, esta brincadeira de me chamarem patinho feio me vai custar. Inconsequentes.

sexta-feira, agosto 27, 2004

Quinta dos Famosos

... o programa veio à baila num destes almoços. Ao que parece, uma espécie de Big Brother em que os concorrentes, a viver numa quinta, produzem o seu próprio sustento. Finalmente a Reforma Agrária tão esquecida neste país. A terra a quem a trabalha, pois então.
Um das presenças dada como certa é a de José Castelo Branco (nem sei se hei-de pôr dois l's no Castelo - Castello). O meu cérebro inundou-se de perguntas parvas:
Vai como Arara? Pavão?
Alguém o patrocina? Quem? Gucci? Louis Vuitton? Chanel? Sacoor Brothers?
Vai como concorrente ou o rapaz é ordenhável?
Leva tudo no seu necessaire? Jóias e maquiagem?
Estou tão curioso. Que Deus me dê saúde e disponibilidade para não perder um minuto que seja deste novo marco histórico da Televisão portuguesa. Parabéns TVI.

quinta-feira, agosto 26, 2004


Será que o blogger permite a publicação de fotos? Vou tentar com algo deprimente Posted by Hello

Por mail ...

Francis Obikwelu dedicou a medalha de prata conquista da na final dos 100
metros aos deficientes de Portugal.
A equipa de Futebol Olimpica já agradeceu.

Quem me manda a mim ...

... meter-me nestas conversas.



- Oh pá. A filha da C. tem 4 anos e virou-me costas quando comecei a dizer-lhe "Olá. Estás boa? Quantos anos tens?". A C. é tão simpática como é que a filha é tão tímida. Será que assustei a miúda ?
Dissemos-lhe que não tinha nada a ver, que a miúda é mesmo tímida.
- Mas a mãe é tão simpática. Quando tiver uma filha há-de ser sempre extrovertida.
Dissemos-lhe que não é o tipo de coisa que se consiga determinar, que se pode educar mas que não se consegue transformar a personalidade.
- Não concordo nada com isso. Sei que estão todos contra mim, mas não subscrevo a vossa opinião. O comportamento deles consegue-se mudar, no outro dia até li que educando um miúdo num galinheiro passado pouco tempo ele está a cacarejar.
A minha pergunta é:
- Quanto tempo leva até ele pôr ovos?

quarta-feira, agosto 25, 2004

terça-feira, agosto 24, 2004

Gravidómetro

Acrescentei um medidor de tempo de gravidez. Para os mais distraídos (grupo em que me incluo) saberem a quantas andam no que diz respeito ao António Maria.
Olha António, ficas desde já a saber, que este Gravidómetro que aqui coloquei em cima, é das poucas coisas a que vais ter direito, que não passaram antes pelos teus irmãos. Aproveita e aprecia que a vida cá fora está cara, o petróleo continua a encarecer e a retoma lá em casa vai aparecer muito depois de ti.

Actualizações à Direita

... por tudo e mais alguma coisa, novos links aqui ao lado.
Desassossegada, Azenhas do Mar e Gato Fedorento são os destaques para as categorias de gajas, gajos e grupóides.

segunda-feira, agosto 23, 2004

Obras Originais para Venda

A caixa de costura oferece uma oportunidade única aos seus leitores. A aquisição destas obras originais de valor inestimável. Não perca esta oportunidade. Facilita-se o pagamento em 12, 24 ou 36 cheques pré datados.
O Grito

Madonna


Armando Gama. Gama?

Excerto de entrevista a Armando Gama
- Armando gostas da obra de Simon & Garfunkel?
- Não faço ideia. Não sei quem é o senhor.
- São dois senhores. O Paul e o Arth de Arthur.
- Se são gays não gosto da obra deles.
- Não são gays. São um duo. Como Valentina e Armando ou Miguel e André.
- A minha mulher não é para aqui chamada. A minha vida privada é isso mesmo. PRIVADA.
- Sim senhor. Mas então não conheces Simon & Garfunkel ?
- Pois não.
- Nem as músicas deles? Mrs Robinson não lhe diz nada?
- Nem me diz nem nunca me disse. Nunca falei com a senhora.
- É o nome de uma canção.
- Pois a mim parece-me o nome da mulher daquele senhor que naufragou. O Robinson Crusoe.
- Não, não é. E “Sounds of Silence” também nada te diz?
- Pois então, é estrangeiro. Mas eu sei estrangeiro e “Sound of Silence” quer dizer som do silêncio. Ora se é silêncio como é que pode dizer alguma coisa?
- Aqui quem faz as perguntas sou eu ó Armando.
- Desculpa pá. Não foi por mal.
- Bem. Mas vamos ao que interessa. Conheces a música “Still crazy after all of these years”?
- Nunca ouvi falar.
- Sabes que há quem diga que aquela sua canção “Linda linda esta balada que te dou” tem exactamente a mesma linha melódica que “Still crazy after all of these years” nalgumas partes. Nomeadamente nos refrões.
- Filhos da puta. Esse par de paneleiros. Querem lá ver que me roubaram a música ?
- Já disse que aqui quem faz perguntas sou eu.
- Peço desculpa. Exaltei-me.
- Que não volte a acontecer.
- Prometo.
- Mas a tua música apareceu depois da deles. Até ganhou um festival da canção.
- Eu sei pá. Até foi lá que conheci a Valentina.
- A tua mulher não é para aqui chamada.
- Tens razão. Desculpa mais uma vez. Desculpas?
- Não faças perguntas. És estúpido ou quê?
- Ou quê. Descontrolei-me.
- Mas então negas que tenhas plagiado a música de Simon & Garfunkle ?
- Eu plagiar música ... Mas tu estás a gozar comigo ? Então tu achas que eu seria capaz de plagiar o que quer que fosse ?
- Cala-te. Não faças perguntas, atrasado mental. Queres saber Armando? Toma lá a porcaria do microfone e faz tu a entrevista já que tens tanto jeito para perguntar.
- É pá, não fiques assim. Anda cá pá. Queres que te dê um beijinho ?

sexta-feira, agosto 20, 2004

Voltei de lá ...

Vale mais um mês aqui que o ano inteiro lá.
Ao menos a cidade é-nos devolvida em bom estado. Depois de onze meses em desalinho, Agosto revela uma Lisboa quase tranquila. Este ciclo faz de nós emigrantes em casa própria. Estar em Lisboa em Agosto é regressar à nossa aldeia que nos recebe com pompa e circunstância. Em Setembro, sem que nos façamos à estrada, viramos costas ao sossego e emigramos para a confusa metrópole. Ao menos a cidade devolvida em grande estilo. Em Agosto o calor e os incêndios, e o futebol que não começa, e a política que não exerce e tudo está de férias ou em preparativos para a rentrée. Este ano ainda temos umas cassetes roubadas, mas isso é coisa de novela, e uns jogos olímpicos, mas disso nem falo mais. As notícias nacionais e internacionais, dão-nos 5 a 10 minutos de telejornal e os restantes 50 são de "Correio da Manhã" ou de "24 horas".
Mais uma baliza que cai, o que me leva a pensar que após a polémica com o Vítor Baía e a defesa das redes Nacionais, talvez não fosse má ideia que Scolari convocasse todo o governo para guarda redes. Mais um acidente fatal na IP tal. Mais uma bandeira vermelha e mais um que se afoga. E um outro que se divorcia para continuar a receber a pensão. E ainda um que mata a mulher e que suicida (logo agora que era viúvo).
Se não há assunto, não há assunto. Aproveitem para transmitir televisão à hora de ver televisão.
Mais uma sugestão: se as balizas caem nas cabeças dos guarda-redes é sinal que ou as balizas são muito altas, ou os guarda-redes muito baixos. Ou então ambas. Mudem as balizas e os gurada-redes que em vez de traumatismos cranianos passavam a provocar fracturas nos pés.

quarta-feira, agosto 18, 2004

Olimpíadas - Olim piadas

A frustação de assistir à participação Lusa nas olimpíadas só é comparaável ao que os americanos sentem a assistir à sua intervenção no Iraque. Todos os dias são eliminados pelo menos meia dúzia deles. É verdade que não vamos a Atenas para salvar o mundo, mas, bem vistas as coisas, os Americanos também não foram para o Iraque salvar coisa nenhuma, nem mesmo a sua própria pele.
Mas afinal o que é que vamos lá fazer ? Vale a pena ir lá tanta gente mal preparada ? Temos infra-estruturas e condições que justifiquem uma delegação daquele tamanho ? Atingir os mínimos será condição suficiente para enviar um atleta ? Se o objectivo da participação dos atletas é melhorar as marcas nacionais, faz algum sentido envolvê-los numa competição desta dimensão ? Os para-olímpicos, que são competitivos nos Jogos, andam a mendigar verbas para conseguir participar, e gastam-se rios de dinheiro a mandar atletas que não têm condições para treinar quanto mais para competir ? Isto cabe na cabeça de alguém ?
Não defendo que só se deva participar para ganhar medalhas, mas há que ter algum bom senso quando se envia alguém a uns Jogos Olímpicos. Não vale a pena lá ir só para assistir à cerimónia de abertura e tirar umas fotos giras.
Vi, por exemplo, o ginasta Luso nas paralelas e sinceramente fiquei com pena do rapaz. Parecia que as paralelas o estavam a atrapalhar. Era como ver um pianista confuso com as teclas de um piano.
A mais, tudo isto significa, para os próprios atletas, uma imensa frustração, com a qual nem sequer estão preparados para lidar. Há atletas que regressam com a ideia de abandonarem a modalidade ou de pelo menos reverem as suas prioridades face aos estudos.
Não podemos participar numa competição como os Jogos Olímpicos numa lógica de resultados milagrosos, como o da medalha na prova de ciclismo em que quase ninguém acreditava. Não se conseguem milagres nestas coisas, e não é por enviar mais atletas que aumenta a probabilidade de acontecerem.
Criem-se primeiro, e de forma séria, as condições sérias para os atletas poderem participar nos Jogos e só depois pensemos em fazê-lo. Isto assim não é mais que deitar dinheiro fora e, pior que tudo, comprometer muito trabalho e sacrifícios destes desgraçados que nos representam.
Aqui estão alguns títulos de notícias relativos aos últimos dois dias de participação portuguesa:
- Portugal lidera na indisciplina
- Raquel Felgueiras falha apuramento e anuncia fim de carreira
- Marco Vasconcelos frustrado
- João Gomes falha objectivo
- Carlos Grave em mau plano
- Marco Vasconcelos eliminado