quarta-feira, outubro 06, 2004

Carvalhaschxe

não se recandidata ao lugra de secretário geral do PCP. A agitação no exterior do PCP há-de, por muitas, diversas boas e más razões, sempre ser maior do que a agitação no interior do partido da foice e do martelo e da estrela.
Há quem assobie na rua, nos elevadores, na paragem de autocarro, ou mesmo na casa de banho. Carlos Carvalhas assobia nos ésses e nos cês. O que nunca o prejudicou muito. Quando da escolha da sua vida, Carvalhas escolheu o comunismo deixando de parte o socialismo. É que ser socialista tem mais ésses e cês que ser comunista, e foi a taxa de assobianço que lhe determinou a escolha. Vejam a diferença:
- Camaradaschxe. Viva o comité schxentral do partido comunischxta.
- Camaradaschxe. Vivam os eschxtadoschx schxeraischx do partido schxoschxialischxta.
Na minha modestíssima opinião nada vai mudar. O PCP é um partido ortodoxo, fechado, e muito pouco dado a desvios de rumo. É assim que existe e é assim que continuará. Pode-se achar bem, pode-se achar mal, mas não se espere que de repente haja desvios às principais linhas orientadoras. É como a hierarquia da igreja. O Papa pode mudar todos os anos, podemos ver sucessivamente fumo branco em São Pedro, que o Vaticano nunca oscilará muito. Por muito boas que sejam as intenções, por muito louváveis que sejam os valores das respectivas bases, o topo da pirâmide não se agita muito com as mudanças. Quando apanhada em contramão, a Igreja produz fenómenos como a teologia da libertação, enquanto que o partido comunista produz Zitas Seabras. Neste ponto a Igreja leva uma tremenda vantagem. Não se inquietem portanto, que para além do secretário geral, pouca coisa há-de mudar no partido comunista.

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