quinta-feira, novembro 12, 2015

Help On Line

Aníbal:
Para quem "nunca se engana, raramente tem dúvidas e não perde mais que 5 minutos por dia a ler jornais", está a parecer demoradito encontrar a solução. Como eu sou boa pessoa, resolvi dar algumas sugestões que eventualmente possam estar a escapar-te:
- partir o país em dois países com duas maiorias absolutas diferentes e logo se via se a Comporta do Ricardo Salgado ficava na Coelhoportazâmbia ou na Costosousamartinica
- nomear o José Sócrates para primeiro ministro, porque está habituado a ambientes diferentes e é um político que, sendo do PS, tem a mania de fazer coisas à moda do PSD
- dividir isto em semanas e fazer uma espécie de timesharing da governação - o Coelho governava nas semanas pares, o Costa nas ímpares e havia umas 10 semanas, ali por alturas de férias, para dividir entre o Portas, o Jerónimo e a Catarina.
- decidir isto através da marcação de grandes penalidades
- decidir por um governo 24x7 . Numa semana o PS assegurava a governação das 8 às 16 , PSD das 16 às 24 e os partidos mais pequenos faziam as noites. Depois, na semana seguinte, trocavam os turnos. O país está longe de estar bem, pelo que, um governo com os horários dos serviços de urgências, é o mínimo que se espera.
Isto foi só assim num repente, a pensar um bocadinho. Ora o meu amigo, tem tido tempo de sobra para pensar, razão mais que suficiente para fazer a sua escolha. Olha que se isto estivesse nas mãos do Marcelo Rebelo de Sousa, a coisa já estava mais que resolvida. O homem está acordado algumas 20 horas por dia. Vinteeeeee Aníbal, vinte. Ele, quando chegar aos dois anos de presidência, já leva mais horas de presidência acordado que tu.
Nem precisas agradecer, se não gostares de nenhuma destas alternativas avisa-me que eu tento arranjar mais soluções.

terça-feira, novembro 10, 2015

E morreram felizes ...

Este fim de semana fomos ao teatro. No pavilhão 30 do Júlio de Matos. Esse mesmo hospital de muros tão altos para evitar que os loucos entrem lá para dentro. O público obrigado ao silêncio e ao uso de máscara de cirurgia. Esse é o contrato. Não falar e usar a máscara e em troca a liberdade para passear pelas 27 salas onde a peça acontece, correr alucinado atrás dos personagens, escolher que personagens quer seguir, que cenas quer ver. Todas as salas vestidas a rigor num cenário hospitalar de 1949: instrumentos, mobiliário, salas, corredores, personagens, escadarias. Iluminação exemplar, encenação brilhante e boa coreografia. Teatro imersivo dizem, onde não há barreiras entre o espetador e os atores, e que falta fizeram algumas das vezes quando numa correria, numa cena violenta, ou no baile de abertura fazemos parte do próprio espetáculo. A simples história de amor de Pedro por Inês sabiamente enredada com a lobotomia de Egas Moniz é representada duas vezes para que possamos mudar de cenários, personagens, coreografias. A sensação com que fiquei é que ao fim de cinco idas ao teatro teria esgotado tudo o que há para ver naquela peça. O ambiente entranha-se facilmente no espetador e é fácil deixar-nos transportar. Saio divertido e com a sensação de tempo mais que bem empregue.

À saída foi inevitável pensar sobre que outros lugares que não um pavilhão hospitalar funcionariam como cenário para um outro argumento, uma outra tragédia uma outra história de amor. Seria estúpido não o dizer hoje, não o escrever aqui, seria estúpido no dia em que o governo de Passos caiu, não dizer que a assembleia era o outro cenário perfeito para uma outra história. Gritos, birras, poses, egos, semblantes alterados, coreografias, cenas violentas, escadarias, desesperos, choros, alianças, coligações, acordos, amores, disputas, ciúmes, pompas e circunstâncias, manifestações exteriores, manifestações no hemicírculo, assinaturas em salas parlamentares, Pedros, Paulos, Antónios, Catarinas, Jerónimos, Andrés.
Tantas peças podiam ser escritas para este cenário, até histórias de amor. O que hoje aconteceu, e acredito até que os fatos me desmintam, é uma história que pode dar muito certo se o amor ao país e às pessoas for maior que o amor aos umbigos e ao interesse de poucos. Este PS merece  o mérito de ter criado muitas ruturas com outras tantas tradições. A Assembleia é a casa mãe da democracia e nem vou pensar qual é a casa pai, e o que hoje assisti foi a democracia a funcionar. Vejamos quantos amores, quantos ódios e quantos orçamentos aguenta este enredo. Por mim continuo imerso nesta peça com a real esperança dos finais felizes. Já agora, quando falam de Passos perdidos, é disto que se viu hoje que falam não é ?



domingo, novembro 01, 2015

Porque sim

Porque hoje morreu um cineasta Português ... porque em jeito de coincidência hoje me lembro de quem me ensinou sobre Jazz, sobre cinema e sobre a doçura que podemos trazer à nossa vida . La Dolce Vita