segunda-feira, abril 30, 2012

Estreia da bicicleta

O primeiro passeio foi por aqui 
Não tem grande graça mostrar num mapa a volta que se deu, mas queria perceber esta tecnologia por isso resolvi publicar o mapa. Andar de bicicleta fica entre cansativo, chato, divertido e relaxante. A melhor parte é cumprimentar quem se cruza connosco e assustar os peões da ciclovia. A segunda melhor parte é que o capacete esconde a careca, mas agrava a cara de parvo. A terceira melhor parte é perceber que Lisboa é mais pequena do que se imagina e que ir à Feira do Livro, ao estádio da Luz ou à Expo leva pouco mais que uma centena de calorias.

Faça-se luz

A coisa parecia ser simples. Trocar a lâmpada da escada. Tirar o olho-de-boi substituir a lâmpada e voltar a colocar o olho-de-boi. Bem sei que eu tenho o dom de arruinar as mais simples tarefas e transformar a troca de uma lâmpada numa chamada para o piquete da EDP, é um cenário viável quando a tarefa me cabe a mim. Foi neste contexto, que aceitei de bom grado a disponibilidade do meu amigo para executar a tarefa. Afinal de contas, ainda na sexta-feira e porque fui ao mercado das flores do MARL, enchi-lhe a casa de flores o que, segundo ele, elevou para patamares difíceis a fasquia das surpresas florais que ele faz à sua mulher. Estava portanto na hora de ele retribuir o mimo e elevar a fasquia da bricolage, envergonhando-me na substituição de uma lâmpada. E a verdade é que ficou lá perto. Mea culpa que comecei por lhe dar uma lâmpada de dimensões exageradas para o olho de boi, e claro está, quando colocou o olho de boi, estalou o vidro da dita e o baixo consumo transformou-se em consumo nenhum. Nada demais, uma lâmpada partida. Venha outra, agora de dimensões adequadas. Aquilo não é fácil. Envolve estar em cima do escadote, lâmpada numa mão, chave de parafusos na outra, tirar o olho de boi, ainda por cima com o acordo ortográfico ele não sabia se havia de colocar hífens no olho-de-boi, e irritou-se com aquilo de tal maneira que, com estrondo, partiu o olho de boi e por pouco, os cacos não foram parar ao patamar da escada onde está o aquário dos vizinhos com uns 5 discos que valem centenas de euros. Antes assim que ia ser difícil explicar ao vizinho, que aquele novo ornamento em vidro ficava a matar no aquário. Ora sem a questão do acordo ortográfico tudo ficou mais simples. Lá está mesmo por cima da minha porta, um casquilho com uma lâmpada sem essas mariquices de olho de boi. Não fosse a lâmpada ser de 25 w, que a outra mais poderosa partiu-se no processo de troca, e o meu patamar ficava com tanta luz que parecia o estádio da Luz. Lá está. Outra razão para o homem estar enervado, logo ontem o glorioso entregou o título ao rival nortenho (tomara que o sistema de rega e a iluminação dos aliados estejam afinados). Não me inquieto, a coisa está bonita sem olho de boi e a minha mulher está convencida que afinal eu tenho alguma perícia para a troca de lâmpadas.

terça-feira, abril 24, 2012

25 Abril Sempre

Se o festejo, se o lembro, se o celebro, se me vem à memória a anti-aérea que eu e a minha irmã montámos no quintal lá de casa para abater os aviões que levavam os fascistas para fora do país é porque me apetece. Ninguém tem nada com isso. Terá tido alguns excessos e pode-se-lhe apontar o dedo porque tanta liberdade permite que o Miguel Sousa Tavares tenha simultâneamente livros de culinária editados e crises de azia na televisão e que a Alexandra Lencastre e a Bárbara Guimarães estejam em directo ao mesmo tempo o que é um exagero de copas para Domingo à noite. Mesmo com estes exageros, o 25 de Abril será sempre uma lição de determinação e um motivo de orgulho.

domingo, abril 22, 2012

Ciclovias de Lisboa

Não há ninguém tão precoce como o Sirenes. Aos 6 anos consegue largar as rodinhas da bicicleta e existe uma forte possibilidade de largar as braçadeiras aos 7. Por este andar é capaz de largar as fraldas aos 8, aprender a ler aos 9 e a usar os talheres antes dos 12. É um fenómeno, o mais novo dos Marias. À conta de uma ascensão meteórica na arte de bem pedalar, podemos estrear a cinco, uma passeata de bicicleta pelas ciclovias de Lisboa. Uns inacabáveis 11 quilómetros que nos levaram ao Campo Pequeno, Campo Grande, Rotunda do Relógio, Feira do Relógio (aqui temi que o itinerário fosse abruptamente interrompido pela superior interesse da estreia na visita à feira. Prevaleceu o bom senso e continuámos a pedalar), Lumiar, Estação do Oriente e Expo. Tanta caloria queimada justifica que o passeio na zona da Expo tivesse como único propósito a descoberta de um local adequado à gastronomia e assim foi. Passeámos numa zona que mais parecia a alameda dos rodízios, o que provocou algum frenesim na putalhada, mas lá nos detivemos numa pizzaria que os hidratos de carbono são essenciais a quem faz tanto exercício. O regresso, e porque com o estômago cheio não convém pedalar para prevenir indigestões, foi feito de metro. Não saiu barata a brincadeira (quase o preço do almoço) e colocar 5 bicicletas numa carruagem é um puzzle de dificuldade equivalente a um sudoku de três estrelas. Chegámos a casa mais mortos que vivos que as estações de metro têm elevadores, mas não operam muito que a manutenção está pela hora da morte e a receita dos bilhetes aparentemente não chega para estes luxos. Tamanho cansaço que o sofá nos adormeceu a quase todos e, para compensar o esforço. no final do jantar, a ingestão de açucares aconteceu com naturalidade (à conta de pastéis de Nata da Aloma que ganharam recentemente importante distinção). Concluindo, e entre os 5, a aventura ciclista conferiu-nos uns 10 quilos extra, e outros tantos euros a menos na aquisição dos títulos de transporte do Metropolitano de Lisboa. A ciclovia é nossa amiga, porque nos dá muito semáforo para atravessar, muita pizza, muitos lisboa vivas, muitas calorias e sobretudo muito divertimento.

quarta-feira, abril 11, 2012

Extinção da MAC

Antes deste Pedro, o último primeiro ministro social democrata também se chamava Pedro. Este é mais Coelho o anterior é mais Lopes. Acontece que a dada altura do seu mandato, Pedro Santana Lopes comparou o seu governo com um bebé numa incubadora, e dizia ele, quem passava pela incubadora, ao invés de cuidar do indefeso recém-nascido, aproveitava para espetar uns tabefes no prematuro. Chamemos-lhe a síndrome da incubadora.
Este Pedro ficou impressionado com a metáfora, e resolveu, à semelhança do pai da bela adormecida que mandou destruir todas as rocas de fuso, mandar extinguir com todos os locais onde haja incubadoras. E não há melhor local para começar do que a maior maternidade do país: a MAC. E para os mais distraídos, MAC não quer dizer Medida À Coelho nem Merda à Coelho, significa Maternidade Alfredo da Costa. E pasme-se, sendo a maior do país, é exemplo pela qualidade e eficácia do serviço que presta. Pode não ter tanto glamour como a Auto-Europa, mas é também um centro de excelência e tendo em conta o número de pessoas que emigra hoje em dia, deve ser dos mais importantes exportadores do país.
Francamente Pedro, que ideia mais parva esta de acabar com a MAC, nem o Bill Gates te compreende. E olha que não há ninguém que saiba mais sobre “vontade súbita de extinguir MAC’s” que o Bill Gates. Combinamos assim Pedro, tiras esta ideia da cabeça, mas em vez de a tirares através dos métodos tradicionais, o melhor é provocar um parto desta ideia. Assim daqueles tão rápidos que já nem dá para levares epidural. Quando estiveres com contracções de dois em dois minutos e alguns dez dedos de dilatação, vais descobrir que esta ideia afinal são gémeos: um grande equívoco e um tremendo disparate.

quarta-feira, abril 04, 2012

Quaresma

No final da quaresma é sempre a mesma história. A via sacra. O calvário.
Contando com as substituições, este Jesus teve uns 14 discípulos mas sem centrais de raiz.
Mas o que conta mesmo, é que este, depois de crucificado, tem até segunda feira para a ressurreição. Cinco dias. Cinco. Mais dois que o outro. Não há desculpas.