Já nem me lembro das palavras certas. Sei que passei por ela e notei-lhe tamanha dor num sussurro. Tenho uma sensação de a já ter visto sofrer assim. Dessa vez estava de cócoras como que a proteger-se de uma réplica de um qualquer safanão da vida. Limpava as lágrimas às mangas de um casaco comprido demais e nem sei se levantava os olhos. Não parei muito tempo a observá-la. Agora está de pé, de peito feito a desafiar o mundo todo sozinha, está para nascer o que a derruba. Ergue-se quase de raiva, nota-se o corpo bonito a reunir os pedaços de alma. Faz-te à vida mas nunca esqueças a poesia. O que a não mata torna-a mais forte, o que a não destrói que a faça (ainda) mais bonita.
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