terça-feira, setembro 27, 2011

Ano Lectivo

Eu gosto muito do Outono porque as folhas das árvores ficam com cores laranjas e castanhas e depois caiem. O Outono traz-nos as primeiras chuvas, os cadernos da escola por estrear e as castanhas assadas.
Por outro lado o Outono traz-nos o traje académico e as praxes o que me chateia. Sendo eu de Lisboa e achando que a missão dos estudantes do segundo ano e seguintes é fazer com que a integração dos caloiros seja tranquila e divertida, tenho alguma dificuldade em reconhecer competência para garantir a integração de quem quer que seja onde quer que seja, a atrasados mentais trajados como estudantes de Coimbra e que provavelmente nem metade das cadeiras do primeiro ano tem concluídas. Porque escrever CALOIRO a marcador na testa de um recém chegado e fazê-lo fazer figura de parvo, para divertimento de outros tantos ditos veteranos não eleva o estatuto de qualquer um, mesmo que envergue um traje apinguinzado. Serão veteranos na frequência universitária e muito pouco mais que isso. São pagantes de propinas e frequentadores das salas de alunos. Estudantes serão poucos.
Quando atravesso a Alameda com os meus filhos e vejo os desgraçados caloiros às ordens parvas dos veteranos, explico sempre:
Os maus e que estão a fazer figuras de parvo são os de capa preta. Eles chegam a lavar os trajes alguma vez ?

segunda-feira, setembro 26, 2011

Estreia

E se ela gostar do colar que lhe fizeste ?
E se ela te aceita as flores e te agradece com um beijo?
A determinação ganha-te à vergonha e hoje para a escola, levas um sorriso, um nervoso miudinho, um colar feito por ti e um ramo de flores. Assim pequeno, que escolheste com a mãe, porque a "mãe é que é perita" nestas coisas.
Loiro dos caracóis mais lindo, se ela, que faz anos hoje, não ficar da cor de um tomate e não te agradecer com um beijinho tu não te rales muito. A natureza das mulheres é um mistério indecifrável e reagem de uma maneira nunca evidente.
As mulheres são como o teu Sporting, nunca vais saber se vão reagir bem, se vais ter uma enorme alegria ou se sais com a aquela sensação frustrante do "fica para a próxima". Mas tomam sempre conta do nosso coração.
Boa estreia.

sexta-feira, setembro 23, 2011

Não há mal que dure sempre ...

... nem bem que nunca acabe. Falar em bem.
A bem a bem era que o Outono além das castanhas, das folhas a cair das árvores e dos satélites a cair do espaço, nos presenteasse com o Jorge mais feliz que o Vitor.
Assim um 0 a algo maior que zero. Para variar. A noite acabava com este sisudo

e este a rir.


PS: Se por uma infelicidade o Benfica não ganhar, venho aqui e apago este post.

quinta-feira, setembro 22, 2011

Agressões

Contou-me aquilo com os olhos rasos de água. Voz trémula e as mãos sobre as minhas. "Ai André nem queira saber agora deu em bater-me ... depois nega tudo se a minha Anabela o confronta. Anda com um feitio ... e então se bebe. Depois destes anos todos. Eu nem sei como lidar com ele."
Logo ele. Aquele homem que eu tanto respeitei. Aquele casal que sempre admirei. Não há vez que lhes falte a visita, se calha estar lá. Logo aqueles dois. É da doença, é da bebida, é da idade ! Nem sabia o que lhe dizer. Prometi não tocar no assunto à frente dele. Gosto deles e fez-me tanta espécie depois de lhes saber tanto respeito e amor.
E depois saio da aldeia e não vejo doença, nem idade, nem bebida nem amor, nem amor próprio, nem respeito, nem vergonha. Quando a meio do percurso já se está assim, que raio de fim há que esperar?

quinta-feira, setembro 15, 2011

Sugestão

Aposto que o Passos Coelho ainda não se lembrou desta. Era se podia haver uma taxa para quem utilizasse a 4ª pessoa do singular. Que achas Pedro? Gostastes ? (Ui, 1 euro para o estado. Já estavas a ganhar. Vistes ? Ai, que já lá vão dois. Tramadinha esta taxa.)

Vista Cansada

Estas coisas da oftalmologia continuam a desagradar-me... e aparentemente a degradar-me. É a merda dos cartões matrizes segurança do homebanking. Aqueles algarismos são muito pequenos e depois de ter sido expulso do site porque falhei 2 vezes seguidas a porcaria do código de segurança, resolvi ir ver se era caso de ajustar as lunetas ou pedir ao banco um cartão com números mais óbvios.
O homem fez-me passar por umas três maquinetas, daquelas queixo_aqui_encoste_a_testa_e_olhe_para_a_luz e mostrou-me a minha vista de todas as formas e feitios. Nada mau, não fosse o discurso. "Tem astigmatismo, mais um coisótrofia qualquer e pela sua idade está a perder visão. A boa notícia é que este processo começa aos 40 mas aos 60 tende a diminuir drasticamente"
Aos quem ? Aos sessenta deixo de piorar da vista ? Mas que excelentes novas que o doutor me dá. Quando eu já não conseguir distinguir o tubo da algália com o do soro, o guardanapo da fralda e a arrastadeira da chaise longue, é que o processo tende a parar ? Tenha paciência homem !!!
E como se não bastasse, se vejo mal ao longe, de perto então é que não vejo nada e "essa diferença está mesmo a pedir uns óculos com lentes progressivas. É mais que normal na meia idade" Meióquantas ? Olha que estupor. Bem vistas as coisas (como se eu pudesse falar em bem vistas as coisas antes de mudar de lentes) até pode estar certo, mas fico doente com esta gente que a única vez na vida que compreende o conceito de fracção é para dizer meia idade.
Saído da consulta, vai que descubro que as actuais lunetas, não têm espaço para lentes progressivas. Tenho que comprar uma armação nova também. O homem que almoçou ao meu lado tinha umas armações jeitosas de massa com um raio de alguns 10 cm, estava capaz de lhe gamar os óculos mas ele nunca os tirou. Uma fortuna é o que me vai sair esta revisão. Ainda disse à mulher da loja "esqueça as lentes, mande vir o cão guia e a bengala e os óculos escuros sempre me sai mais em conta".
Há dias em que mais vale não ver um palmo è frente do nariz.

segunda-feira, setembro 05, 2011

Regresso

Politicamente e com o contributo do Gaspar, este ano pareceu-me perfeito para regressar, passadas mais que duas épocas, à Festa do Avante. Naqueles dias, ainda havia muro de Berlim e bloco de Leste e muitas representações da Hungria, Checoslováquia, Polónia, Jugoslávia e associações de amizade Portugal União Soviética. Hoje o mundo mudou, o Partido Comunista nem por isso, e a Festa mudou de cenário, ganhou algumas virtudes, perdeu outras e manteve alguns defeitos (a saber em infraestruturas e organização - filas sempre filas para tudo, casas de banho abaixo do limiar do aceitável, e espaços estreitos para passagem de tanta gente).
O meu regresso acompanhou o regresso do Trovante, e a noite de Sábado foi assim mesmo, memórias e saudade do futuro. A dar sabor a este regresso, comida saboreada, e canções dos Clã e de Sérgio Godinho. Muita gente feliz. Gente a rir. Umas porque sim outras porque ganzas. No fim muita animação e fogo de artifício.
Gostei deste regresso. Desta vez não espero tantos anos para regressar.