sexta-feira, março 31, 2006

Ui

Recebi hoje um mail com o seguinte texto. Sendo cómico, é pouco, não o sendo é trágico.


“Não contém com a minha ausência.
 
Cumprimentos,”

segunda-feira, março 27, 2006

Fnacomania

  • Queria trocar este DVD.

  • Tem o talão de compra ?

  • Não.

  • Então não podemos trocar.

  • Porque ...

  • É uma norma da casa. Se quiser falar com a responsável posso chamá-la.

  • Então chame por favor que eu não estou a perceber.
(...)
  • Bom dia.

  • Bom dia. Tenho este DVD para trocar, selado e com o vosso código de barras e quero trocá-lo. Não tenho o talão de compra.

  • Lamento mas não podemos trocar. É uma norma.

  • Não percebo essa norma. Pode-me explicar?

  • Temos tido muitos problemas com artigos sem talão de compras.

  • Quer dar-me um exemplo de um problema que tenha com um artigo que não tenha talão de compra e que seja impossível ter se o artigo tiver o talão de compra.

  • Artigos roubados. As pessoas roubam artigos e depois vinham trocar por outros.

  • Mas nesse caso o prejuízo vem quando roubam o artigo. Não surge quando o vêm trocar. Nessa altura já o prejuízo está mais do que efectivado. Dê-me outro exemplo mas desta vez credível...

  • ... hum ... Ainda por cima este artigo foi comprado na nossa loja de Cascais. Sugiro-lhe que vá à loja de Cascais e solicite um consulta aos registos para validar  se corresponde mesmo a uma compra efectuada. Assim eles já podem trocá-lo.

  • Não pode fazer isso aqui. Consulta o computador.

  • Não tenho acesso aos registos de Cascais.

  • Mas tem mail e telefone e envia o código para Cascais e eles lá pesquisam e depois logo lhe dizem se corresponde ou não a uma compra.

  • Se o senhor tiver tempo isto pode demorar.

  • Eu tenho tempo. A compra foi no sábado passado, caso esta informação ajude. Mas já viu. A senhora tem custos para a empresa, as pessoas de Cascais também, o tempo que não estão a fazer coisas mais úteis para pesquisar se isto foi comprado ou não, tem custos associados. Essa norma de que fala pode custar mais caro à empresa que a ausência da mesma.

  • Eu estou a ser prestável ao senhor que é cliente.

  • E é isso mesmo que deve fazer. Eu faço o mesmo na empresa em que trabalho. No fundo são os clientes que asseguram o nosso salário. E um cliente insatisfeito pode ter mais custos que a troca de um artigo sem prova de compra.

  • Mas sabe que hoje em dia todos pedem a prova de compra. Ainda antes de ontem fui à Zara....

  • Mas eu não estou na Zara. Se eu quisesse comprar um DVD numa espécie de Zara tinha ido comprá-lo a um hipermercado. Eu estou na Max-Mara dos DVD’s. E aposto que na Max Mara não precisa do talão para trocar uma compra. (só não aposto um testículo porque sempre que faço estas apostas acabo por perder, dou graças a Deus nunca ninguém me ter cobrado as apostas feitas).
(... 10 minutos ...)
  • Pode-me informar com que meio de pagamento fez a compra?

  • MB. Acho que era do BES. Ou talvez da CGD.
(... 15 minutos ...)
  • Cascais encontrou um registo desse DVD comprado com um MB da CGD. Aqui está o seu vale para a troca. Só é válido hoje.

  • Muito obrigado pela atenção e pelo tempo despendido. Bom fim de semana.

  • Adeus. Bom fim de semana.

quarta-feira, março 22, 2006

Noves fora nada

Com uma cadência preocupante, os media lançam taxas de penetração de determinada realidade na população portuguesa. De dois em dois dias ficamos a saber que a diabetes afecta uma fatia da população, que outra percentagem tem acesso à Internet em banda larga, que outra percentagem prefere a TVI a qualquer outra das ofertas e que os restantes ou são homossexuais ou sofrem de disfunção eréctil ou que tendo uma mama maior que a outra, tendem a sofrer de cancro da mama.
Sou contra.
Definitivamente sou contra a publicação inconsciente destas extrapolações. Eu não quero pertencer a fatias e se pertencer não quero saber a que bolos elas pertencem.
Eu que tenho ADSL com 2 mega (aldrabadíssimos), que vejo a TVI e que tenho mamas do mesmo tamanho não quero saber mais nada.
Qual é a graça de saber que um quinto dos trabalhadores por conta de outrem têm contratos precários, que 62 % dos portugueses não receiam a gripe das aves, que a maioria dos portugueses nunca tomou genéricos, e é favorável à despenalização do aborto, que 85 % dos portugueses folheia jornais, que 57 % é favorável à energia nuclear, que 6 em cada 100 mil lusos se suicida, que metade dos portugueses não conseguem decorar os códigos do Multibanco e que metade receia erros médicos, que 14 % tomam drunfos para dormir, que um milhão são homossexuais e que um milhão e setecentos mil já enviou MMS’s, 30 % enviam formulários do IRS pela NET, outros 30 estão pessimistas e que outros 30 compram DVD’s. E quantos são assinantes da TV Cabo? E dos que são, quantos se suicidam depois de falar com o apoio ao cliente? E dos que não se suicidam, quantos decidem tomar uns drunfos para dormir? E esses drunfos são genéricos? E quantos portugueses com contrato precário, asseguram o suporte da TV cabo? E destes, quantos conseguem decorar um código de Multibanco?
Havia tanto para saber e o melhor é não começarmos a pensar nestes números que nos entram pela cabeça dentro.
Em Portugal só há um número que interessa. É o número seis milhões. É o número de benfiquistas e provavelmente o número de marquises que existe no país. Com os restantes números, por favor, não me chateiem.
Obrigado.

terça-feira, março 14, 2006

Regresso

Já aqui nestes alinhavos, falei da demora no teu regresso. Grande senhora, mas também grande cabra por nos fazer esperar tanto tempo. E essa história da maternidade não pega, que desde o último álbum eu também dei à luz dois filhos e ainda assim fartei-me de publicar. Atenuantes, lançaste duma só vez, dois álbuns. Gémeos portanto. Que isso não sirva de pretexto para uma espera futura de dez anos.
Obrigado pelo regresso senhora Marisa Monte.
Agora, que está aí o dia do pai, espero ouvi-los brevemente.

Para saber um pouco mais e até ouvir um pouco siga por aqui até ela, ao universo ao meu redor e ao infinito particular.

segunda-feira, março 13, 2006

Primária

Deixa-me doente, esta história dos testes de três em três semanas. Nem nos tempos de escola ficava tão preocupado com a matéria. Amanhã, teste de Português. Classificação morfológica das palavras ... os sinónimos e os antónimos .... os grupos das frases (nominal, verbal e móvel) .... os tempos verbais (presentes, futuros, pretéritos perfeitos e imperfeitos) os adjectivos equivalentes a interpretação de textos e a descrição de figuras. As sílabas e a acentuação das palavras, os nomes comuns, géneros e números. A pontuação e os tipos de texto. As frases exclamativas, interrogativas e imperativas. A prosa, a poesia.
De repente, peça incompleta do puzzle da memória(não sei os dois primeiros versos da segunda quadra), e aquele pequeno quadro azul com duas quadras, que esteve na minha secretária desde a primária até ao fim do curso:

Sentadinhos nas carteira
Fazem contas de somar
E a vida toda lá fora
A vida toda a chamar

...
...
Senhora olhe p’ra vida
Deixe as contas de somar

Lembrei-me .....

Sentadinhos nas carteira
Fazem contas de somar
E a vida toda lá fora
A vida toda a chamar

Há tanta flor a nascer
Tanto pássaro a cantar
Senhora olhe p’ra vida
Deixe as contas de somar

quarta-feira, março 08, 2006

Votos para hoje

... que esta história do dia Internacional da mulher deixe de fazer sentido e acabe de vez.

... que este home fique de trombas.



....que este homem fique feliz.

segunda-feira, março 06, 2006

Turva

Hoje acordei com o olho direito inflamado e inchado. Alguma impressão, mas a visão turva acaba por me eliminar focos desnecessários.
Só não entendo porque é que o remédio que a senhora da farmácia me vendeu, tem um folheto em letra minúscula.
Logo num remédio para pitosgas, não seria o caso de fornecer as instruções impressas em papel de cenário, ou de adicionar uma lupa ao medicamento ?

sexta-feira, março 03, 2006

Bush Mentiu

... por alturas da tragédia do Katrina.
So what ?
Porque é que isto é notícia? Nas escolas de jornalismo não se ensina que notícia é "o homem morder o cão", não "o cão morder o homem"?

quinta-feira, março 02, 2006

Ai ai ai

Estive prestes a ser a primeira vítima mortal da gripe das aves em Portugal.
Auto-estrada de Cascais a 120 naquela lata ranhosa, janela aberta. Algo de estranho passa em frente aos meus olhos a grande velocidade. Apercebi-me que se tratava de uma ameaçadora  pena de pombo. Na tentativa de a agarrar para a expulsar para fora do bólide ia-me espetando ferozmente no carro da frente. Lá travei a tempo e acabei por sair  ileso deste episódio. O triste desta história é que, a acontecer a tragédia, nunca seria reconhecido como a primeira vítima mortal lusa da pandemia. A eventual notoriedade pautar-se-ia pela diminuta presença de inteligência no meu cérebro.
Inquieta-me não ter voltado a ver a porcaria da pena e quase sou capaz de jurar que não chegou a sair do habitáculo. Já pensei procurá-la, desta vez munido de luvas e máscara, mas parece-me já ter atingido o plafond mensal de estupidez natural.

quarta-feira, março 01, 2006

Um metro e um

Os três dígitos de centímetros anunciados pelo pediatra, despertaram-lhe a vontade negada pelo rapaz do play-center, no Colombo. “Com menos de um metro não pode andar”
Assim que confirmou ultrapassada a barreira do metro anunciou-me eufórico “Pai, já posso ir à montanha russa”
A bem da verdade, aquilo mais parece um montinho russo, mas a sua meninice vê-a como a mais emocionante de todas. Lá fomos até à terra plástica das aventuras e no carro da frente, enfrentámos as subidas, as descidas e as curvas contrariadas. Nele, o sorriso da emoção e o orgulho dos obstáculos ultrapassados.
Assim saibamos nós enfrentar as descidas sem apoio e as curvas apertadas, que este ano nos tem trazido. Agarro-te bem para não termos medo.