quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Aula do Sirenes

Às vezes isto também pode ser um baby blog ou lá como é que isso se chama.
A escola do mais novo promove, todos os anos, o dia em que os pais visitam as salas de aula dos respectivos filhos. Há 10 anos que participo nestes eventos e anos houve em que fui a três aulas, o que, maledicência à parte, roçava os limites da seca descomunal. Este ano foi só o mais novo pelo que o programa foi encarado como light.
Esta aulas são normalmente preparadas com algum cuidado pelas professoras (o que não evita alguns deslizes sobretudos nas matemáticas, ou pelo menos é nesta área que eu dou mais pela gafe), e são férteis em baba paternal e maternal. A de ontem contou com a presença do pai da Ana, que é figura televisiva de relevo e transborda simpatia o que animou ainda mais as mães, divididas entre as proezas dos filhos e o charme do rapaz giro e simpático.
A professora fazia perguntas aos alunos que na excitação da presença dos pais se atropelavam em braços no ar e em respostas dadas antes da autorização da professora. Até que chegou a vez da pergunta para o sirenes:
Professora - António. Então sete vezes quatro serão quantos ?
(eu para o António em surdina que ele é meu filho e tem que fazer boa figura) - vinte e oito
António para a Professora baixinho - vinte e oito
O João para a Professora mais alto - são vinte e oito
A professora não ligando ao contributo do João - Então António sete vezes quatro ?
António - Já disse
A professora para o António - Sim o João já disse, mas não quer dizer que esteja bem e portanto o António vai dizer quanto é sete vezes quatro.
António para a professora - eu disse mas não foi por o João já ter dito, foi o meu pai quem me disse baixinho. VINTE E OITO
Eu - não sei onde este miúdo anda a aprender a mentir. Em casa não é de certeza. Parece parvo. Agora o pai vai sair que tem que ir trabalhar. Bom dia a todos.

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Feira da Ladra

... na passada Terça Feira. O objectivo era comprar Vinis para a parede da zona audio e vídeo lá da casa.
A animação foi muito para além disso. Porque eles nunca lá tinham ido, porque o do meio saiu de lá com a certeza de voltar para vender a casa se for caso disso e o recheio se preciso for, porque o mais novo encontrou brinquedos giros de há 30 anos atrás, porque o mais velho teve que ser afastado à força, de uma banca carregadinha de revistas e de filmes com muitas imagens de gosto duvidoso e de poucos diálogos. Além de artigos em segunda mão, também se estendiam na estrada e nos passeios, memórias das idas à feira para ganhar uns trocos. Foi com dinheiro dos meus dias de feirante, que fui tantas vezes acampar e que consegui comprar o bilhete para ver ver o Benfica perder por 4 a 1 com o Liverpool. Se o resultado financeiro sabia bem, a jornada de feirante regateador sabia ainda melhor.
Como há anos atrás regressámos a casa com a sensação de dever cumprido. E olha que a parede não ficou nada mal

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

A gente não semos a Grécia

Sempre assim foi, desde pequeno. Cada tentativa que fazia de me comparar com quem quer que fosse para justificar comportamento ou desempenho, morria à nascença com uma frase tipo "As comparações não servem de argumento" ou "Acontece que o x não é nosso filho" se a comparação fosse do tipo "Mas o x pode fazer isto". Aprendi e pratico regularmente. Evito sempre na vida pessoal ou profissional, fazer comparações. As variáveis são tantas que as comparações com uma variável, só dão argumentos a quem as ouve e nunca a quem as faz. Se algum dos meus selvas se tenta fazê-las para justificar uma acção, uma nota na escola ou para enquadrar um pedido sobre o qual tenho dúvidas, já sabe que o mais certo é a nega.
Nos últimos tempos, a comparação pela negativa tem aparecido entre os nossos governantes e a vítima é sempre a mesma: a Grécia. Cavaco, Passos, Portas e seus discípulos têm insistido na lógica do “Nós não somos a Grécia”. A propósito disso, um grupo de personalidades lançou um manifesto contra a tendência cada vez mais recorrente em Portugal de fugir às críticas com a frase «nós não somos a Grécia».
Eu também sou contra esta argumentação. Primeiro por uma questão linguística, depois por uma questão desportiva e por fim por uma questão cultural.
Do ponto de vista linguístico, e aproximando-me da linguagem popular, é mais que sabido que a frase “Nós não somos a Grécia” não tem qualquer efeito sobre a opinião pública. A não ser a exclamação: “Que vergonha!!! Este primeiro ministro não sabe falar. Parece que não foi à escola. Coitado, vive em Massamá, já se vê. Então, está-se mesmo a ver que o que ele quer dizer é ‘ A gente não semos a Grécia’ . E é este ingnorante nosso Primeiro Ministro”
Desportivamente “Nós não somos a Grécia”, corresponde a mexer numa ferida ainda não cicatrizada. A do Euro2004. Pois não somos, não. Se fossemos, tínhamos ganho o caneco. Não tínhamos passado por aquela vergonha na Catedral. Estádio cheio, ruas inundadas de gentes que aguardavam explodir o golo do Rui, do Luís ou do Cristiano. Ao invés, implodiram de desilusão para casa. Não sermos a Grécia, relembra-nos o fracasso e isso é desnecessário nos tempos que correm.
Finalmente, “Nós não somos a Grécia” é culturalmente uma verdade La Paliciana. Os Gregos têm muito mais orgulho do Sócrates deles, que nós do nosso. E com toda a razão.

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Efeitos Colaterais

Ele anda apreensivo com a situação do seu clube. Meu rico loiro dos caracóis sportinguista. Que fado o teu.
No regresso de um treino de andebol estivemos a falar sobre a situação do seu clube. O resultado, em jeito indignado, foi este comentário que ele colocou no facebook, no mural do grupo "Quantos SPORTINGUISTAS Somos ?":
"Então no domingo não havia razões nenhumas para mandar o treinador fora e segunda já há?! O que é isto ?! São os homens que vão reclamar e protestar no aeroporto que mandam na direção ?! Isto é que é o Sporting ?! Isto é que é o Sporting ?! Assim vamos longe vamos... Continuem assim que é isso que devem fazer..."
Meu rico leãozinho. Até tenho vontade que o Sporting seja depressa campeão, só para te ver em festejos.
O Sporting não é o meu grande amor, mas tenho um grande amor pelos Sportinguistas lá de casa.

Que trapalhada

A mesma dor, o mesmo fim. A mesma doença que teimam dizê-la prolongada. Prolongada uma merda. Antes cruel, fria e despida de todos os escrúpulos. Injusta e desequilibrada como as forças numa alavanca.
E esse mesmo local, as mesmas lágrimas. Que trapalhada dizias tu. Que trapalhada amigo.
Havia de ser um acorde de Keith Jarrett em Colónia, ou uma canção do Fanhais, ou uma carta lida em voz alta. Ouviam-se mal as palavras ali atrás. Diziam da força com que te agarraste no convés do navio varrido pelas vagas imensas. Essa mesma força que te arrancaram à bruta e se fez estéril no brutal confronto. Havia de ser mais fácil. Que trapalhada.

sábado, fevereiro 04, 2012

Silicone no sítio certo

Para os que menos frequentam casas de banho masculinas, ou para os que, frequentando, se preocupam mais em olhar para o lado do que para baixo, informo aqui que, de há largos anos a esta parte, as redes de metal e as bolas de naftalina, têm vindo a ser substituídas por placas de silicone que libertam agradáveis odores e que são anti-bacterianas.
Fica a informação portanto.
O silicone, se colocado em sítio próprio, pode ser muito útil.
A propósito. Quantos buracos tem a maioria dos urinóis ?

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Passos Coelho às Compras

Li uma notícia que dava conta de uma ida às compras de Pedro Passos Coelho. A notícia relatava que as compras de Passos Coelho num hipermercado se traduziram num litro de leite, numa garrafa de Coca-cola, comida para o cão e sumos.
Então isto justifica uma ida ao hipermercado ? A sério. Imagine-se ele em família, na sua casa de Massamá e o sítio mais à mão para ir às compras é no Continente da Amadora. Mesmo com cartão do continente e com cupões de desconto, aquelas 4 coisas não justificam IC19 e cabos de Ávila. É a este homem que entregámos os destinos do nosso país? E além da distância, as grandes opções para o cabaz de compras são um desastre:
- comida para o cão - Pedro: faça como o Aníbal, dê-lhe restos que os cães são como os portugueses. Habituam-se a tudo e mesmo que os trate mal, continuam a adorá-lo.
- sumos. Sumos ??? Mas lá estamos em tempos de sumo ? Compre fruta nacional e esprema-a. Como faz com as reformas. Assim muito espremidinhas.
- 1 pacote de Leite. Sinceramente. Bem sei que o Aníbal gosta de ver as vacas a sorrir e que ultimamente o Pedro não gosta de ver o Aníbal a sorrir. Mas as vacas não têm culpa. Compre seis litrinhos, que com um litro de leite não vai longe. Estamos a falar de leite, não é de gasóleo que custa o triplo, nem é de leite de chocolate com iva a nãoseiquantos.
- Coca Cola ? Com esta é que se arruinou. Num cabaz de 4 produtos, um é de uma empresa estrangeira ? Ainda por cima a água suja do imperialismo americano ? Mas onde é que o Pedro anda com a cabeça ? Então o Pedrinho de São Bento aposta nas exportações e o Pedrinho de Massamá quer é enviar dinheirinho da sua conta para o estrangeiro ? Francamente.
É a este génio, que vai de Massamá aos Cabos de Àvila, comprar quatro cenas que o destino do nosso país está entregue. Da próxima vez ao menos convide o Vitor Gaspar para o almoço que sempre pode pedir uma ou outra coisa de caminho e ele sempre lhe ensina uns conceitos básicos de economia doméstica.