... que os últimos dias do ano para fechar casos mal resolvidos.
A mesa da televisão estava desde 2006 assente em cima de revistas. A televisão é pesada, o IKEA não é famoso pela qualidade das madeiras. Conclusão: as rodas da mesa tinham afundado dentro da tábua de algo que parece ser pouco mais que cartão prensado folheado a faia.
Eu, que tenho tanta queda para a bricolage, como para o macramé, resolvi pôr mãos à obra e tratei de voltar a colocar a mesa em cima de rodas. Ainda pendurei uma prateleira que insistia em inclinar qual torre de Pizza. Na onda da bricolage, a Ana pintou um quadrado da parede do escritório dos Marias com uma tinta magnética. A ideia é pendurar na parede mariquices com uns imans sem precisar de quadro. Os pincéis foram lavados no lava loiças.
De volta para a minha zona de conforto, fui fazer o almoço. A bolonhesa estava com o molho demasiado espesso, pelo que aquele copo que estava no lava-loiças, era o recipiente ideal para despejar água no cozinhado. Parece-me ter visto alguma tinta magnética entrar para dentro do tacho. Não tenho a certeza. Se alguém encontrar uma família inteira agarrada ao frigorífico pelo estômago ou pelos intestinos, a explicação está dada.
Para terminar, algo que nunca falei. Por vergonha. Tem a ver com esta faceta de conseguir estar meia hora a babar-me em frente a um recepiente cheio de água e de algas. Fica aqui a imagem do aquário que montei este ano
Bom ano para todos.
segunda-feira, dezembro 31, 2007
quarta-feira, dezembro 26, 2007
70 anos
Como é costume acontecer por esta altura, o meu pai fez anos, é uma mania que ele tem desde criança esta história de fazer anos mesmo coladinho ao Natal. Acontece que desta vez, por se tratar de um daqueles números redondos, múltiplos de dez, teve direito a uma imensa festa de amigos e famílias. Reencontrar pessoas que já não se vê há tantos anos, primos que mal nos lembramos, histórias das nossas vidas. Também teve direito a discursos, de sobrinhos, filhos e netos e como sempre, quando se discursa, falta-nos a serenidade e o tempo que nos oferece a escrita, e quando discursei falei sobre um rascunho de um post que haveria de colocar aqui:
Gosto Tanto de Cinema
Gosto do cinema pronto a consumir, como gosto dos outros cinemas, de outros lados, de outros autores, de outros sotaques de outras cores e luzes.
O meu pai tem responsabilidade nisto. Acho que foi no cinema Europa, ali mesmo ao lado de casa, no intervalo do filme. “André tenta perceber o que nos mostra o filme para lá do que o filme nos mostra.”
Aquilo soou-me a conversa da treta. “Lá vem este gajo com merdas estranhas. O que é que ele quer dizer com isto ? O que é isto de ver para lá do filme ?”
Ao longo dos anos, e de quando em vez, a frase vinha-me à cabeça enquanto assistia a um filme e casava com o que eu pensava enquanto via o filme. Para lá do filme.
Um dia levou-me a ver as filmagens de anúncios. Um anúncio de Sugus no Portugal dos pequeninos. Dois dias de 40 graus a filmar miúdos armados em gente grande, com a banda a passar. Sempre a mesma música, “SUGUS de fruta tanto sabor”. O que eu porém cantarolava durante esses dias, era sempre Chico. Para mim, aquele anúncio merecia a Banda do Chico:
“A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor”
Acabei por trabalhar durante alguns verões numa produtora de filmes publicitários. Definitivamente eu gostava daquilo. Dos reflectores, dos carris, das claquetes, das luzes, da fita, das pessoas, das girafas, das gruas, dos mini brut, das pancadas das pessoas. Aqueles gajos dos 35 mm têm muitas pancas, mas têm muita piada. São chatos, minuciosos, geniais, divertidos, mal criados, cuidadosos e sobretudo loucos. Quase todos sem excepção, cultivam uma saudável dose de loucura. Se assim não é, era assim que os via dos meus treze anos.
Para além do cinema, do Chico, do Jazz, foi sobretudo ver o filme para lá do filme que o meu pai me ensinou. Tentar chegar além do óbvio. Acho que foi isso que ele quis dizer. Parabéns Manecas.
Gosto Tanto de Cinema
Gosto do cinema pronto a consumir, como gosto dos outros cinemas, de outros lados, de outros autores, de outros sotaques de outras cores e luzes.
O meu pai tem responsabilidade nisto. Acho que foi no cinema Europa, ali mesmo ao lado de casa, no intervalo do filme. “André tenta perceber o que nos mostra o filme para lá do que o filme nos mostra.”
Aquilo soou-me a conversa da treta. “Lá vem este gajo com merdas estranhas. O que é que ele quer dizer com isto ? O que é isto de ver para lá do filme ?”
Ao longo dos anos, e de quando em vez, a frase vinha-me à cabeça enquanto assistia a um filme e casava com o que eu pensava enquanto via o filme. Para lá do filme.
Um dia levou-me a ver as filmagens de anúncios. Um anúncio de Sugus no Portugal dos pequeninos. Dois dias de 40 graus a filmar miúdos armados em gente grande, com a banda a passar. Sempre a mesma música, “SUGUS de fruta tanto sabor”. O que eu porém cantarolava durante esses dias, era sempre Chico. Para mim, aquele anúncio merecia a Banda do Chico:
“A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor”
Acabei por trabalhar durante alguns verões numa produtora de filmes publicitários. Definitivamente eu gostava daquilo. Dos reflectores, dos carris, das claquetes, das luzes, da fita, das pessoas, das girafas, das gruas, dos mini brut, das pancadas das pessoas. Aqueles gajos dos 35 mm têm muitas pancas, mas têm muita piada. São chatos, minuciosos, geniais, divertidos, mal criados, cuidadosos e sobretudo loucos. Quase todos sem excepção, cultivam uma saudável dose de loucura. Se assim não é, era assim que os via dos meus treze anos.
Para além do cinema, do Chico, do Jazz, foi sobretudo ver o filme para lá do filme que o meu pai me ensinou. Tentar chegar além do óbvio. Acho que foi isso que ele quis dizer. Parabéns Manecas.
domingo, dezembro 16, 2007
Monstros e Companhia
Abro a cortina do banho e o mais novo está mesmo ali especado. Reparo que não me olha para a cara, antes para a pila. Ainda pensei perguntar-lhe para onde é que estava a olhar, mas mantive-me calado, na vã esperança que desse meia volta e fosse à sua vida.
- O pai também tem pila.
- Pois é. E o João e o Manel também. Cá em casa só a mãe é que não tem pilinha.
- É grande
(Mau mau, isto vai acabar mal. O miudo tem três anos acabadinhos de fazer, além das cá de casa, não há-de ter visto muito mais pilas, é normal que a ache grande.)
- Parece um monstro
(O quêêêêêêêêêêê ???? Um monstro ???? Mas o quê ??? E o que é que a mãe está ali a rir-se que nem uma perdida? Que estupidez. Este miúdo deve ter uma deficiência cognitiva qualquer)
A conversa ficou por ali mesmo, saí a correr da casa de banho.
Depois de uma investigaçãozinha descobri que ele só conhece meia dúzia de monstros. Afinal a qual deles é que ele se estaria a referir ?
- O pai também tem pila.
- Pois é. E o João e o Manel também. Cá em casa só a mãe é que não tem pilinha.
- É grande
(Mau mau, isto vai acabar mal. O miudo tem três anos acabadinhos de fazer, além das cá de casa, não há-de ter visto muito mais pilas, é normal que a ache grande.)
- Parece um monstro
(O quêêêêêêêêêêê ???? Um monstro ???? Mas o quê ??? E o que é que a mãe está ali a rir-se que nem uma perdida? Que estupidez. Este miúdo deve ter uma deficiência cognitiva qualquer)
A conversa ficou por ali mesmo, saí a correr da casa de banho.
Depois de uma investigaçãozinha descobri que ele só conhece meia dúzia de monstros. Afinal a qual deles é que ele se estaria a referir ?
quarta-feira, dezembro 12, 2007
Fora de tempo
Não era de se deter frente ao espelho para lhe observar os sinais. Perdeu facilmente conta às rugas, aos cabelos brancos, e às manchas na pele. Nunca foi seu propósito, sempre o viu como um companheiro. É que a boa companhia deixa sempre marcas. Mais do que as marcas, era a perca ocasional de mais um gesto que incomodava. Ainda há dias foi a abotoar os cordões dos sapatos, teve que se sentar para o fazer. Riu-se como se lhe desculpasse o dano “O preço da sabedoria. Só com o passar tempo se consegue o saber, e o passar do tempo leva tanto tempo a passar. “
A cumplicidade conquistada ao sentido dos ponteiros do relógio assegurava-lhe a imensa serenidade. Tomava-lhe o gosto a cada volta de cada um dos ponteiros, e em cada volta, o tempo das coisas a que se entregava a gosto. Como num trapézio sem rede balouçava nos afectos, no amor, nas coisas simples, e em cada triplo salto mortal agarrava com firmeza, o balanço da próxima barra, sabendo-a com a exactidão dos impossíveis. Tic Tac Tic Tac. Era sempre assim que se entregava ao tempo, em voos de tempos certos, nas certezas de páginas bem vividas. Como os trapezistas, via lá em baixo na pista, os malabaristas a contas com as laranjas no ar, de ritmos alucinantes, dos tempos perdidos, de tempos em falta, de tempos desperdiçados e inexistentes. Sorriu ao vê-los desbaratando contra o tempo. “Contra o tempo não se luta, é sempre a favor. É o que nos permite voar no trapézio, é o que nos confere os super poderes”. Quase garanto que ainda lhe dava o privilégio de um sorriso feliz de criança num rosto amadurecido.
A cumplicidade conquistada ao sentido dos ponteiros do relógio assegurava-lhe a imensa serenidade. Tomava-lhe o gosto a cada volta de cada um dos ponteiros, e em cada volta, o tempo das coisas a que se entregava a gosto. Como num trapézio sem rede balouçava nos afectos, no amor, nas coisas simples, e em cada triplo salto mortal agarrava com firmeza, o balanço da próxima barra, sabendo-a com a exactidão dos impossíveis. Tic Tac Tic Tac. Era sempre assim que se entregava ao tempo, em voos de tempos certos, nas certezas de páginas bem vividas. Como os trapezistas, via lá em baixo na pista, os malabaristas a contas com as laranjas no ar, de ritmos alucinantes, dos tempos perdidos, de tempos em falta, de tempos desperdiçados e inexistentes. Sorriu ao vê-los desbaratando contra o tempo. “Contra o tempo não se luta, é sempre a favor. É o que nos permite voar no trapézio, é o que nos confere os super poderes”. Quase garanto que ainda lhe dava o privilégio de um sorriso feliz de criança num rosto amadurecido.
quinta-feira, dezembro 06, 2007
Literatura
José Veiga vai lançar um livro com o título "Como tornar o Benfica Campeão".
A CaixadeCostura está em condições de avançar que este livro faz parte de uma colecção de duas dezenas de títulos, de onde se destacam os seguintes:
"Como tornar José Castelo Branco num Zézé Camarinha"
"Como tornar um político num engenheiro" (aqui o maricas cortou-se nos nomes)
"Como tornar a OTA num aeroporto"
"Como tornar a TVI numa estação de televisão de qualidade"
"Como tornar uma profissional da vida nocturna numa escritora de sucesso" (com prefácio de um presidente de um clube do norte)
"Como tornar a Madeira num país independente" (Co-autoria de João ALberto)
"Como tornar um corrupto num Presidente de Câmara" (antes de sair já esgotaram as 3 primeiras edições)
Aguardamos anciosos o lançamento destes títulos.
A CaixadeCostura está em condições de avançar que este livro faz parte de uma colecção de duas dezenas de títulos, de onde se destacam os seguintes:
"Como tornar José Castelo Branco num Zézé Camarinha"
"Como tornar um político num engenheiro" (aqui o maricas cortou-se nos nomes)
"Como tornar a OTA num aeroporto"
"Como tornar a TVI numa estação de televisão de qualidade"
"Como tornar uma profissional da vida nocturna numa escritora de sucesso" (com prefácio de um presidente de um clube do norte)
"Como tornar a Madeira num país independente" (Co-autoria de João ALberto)
"Como tornar um corrupto num Presidente de Câmara" (antes de sair já esgotaram as 3 primeiras edições)
Aguardamos anciosos o lançamento destes títulos.
sexta-feira, novembro 30, 2007
Gosto
da forma pões a franja em cima do arranhão para o esconder de todos, e que a coles à testa com cuspo,
de descer contigo sentados no corrimão da escada,
de te ver contrariar as partidas dos teus irmãos, dos pontapés na bola, e dos festejos de todos os golos, gosto quando apoias a tua inexistente equipa Benficaaaasportinnnnn”
quando agradeces “Obrigadodenada”,
de te ver a transportar dezenas de bonecos e carrinhos no cós da camisola para que os outros Marias não te assaltem,
dos mergulhos que dás, e dos assaltos que fazes às goluseimas,
de te ver adormecer numa das camas dos mais velhos enquanto te contam histórias, de ver dançar as músicas que gostas e de te ouvir cantar o “feitiço” no salão do hotel das férias acompanhado pelo pianista piroso,
quando reclamas o jantar assim que sais do banho, e de te ver comer chamuças,
que comas as migalhas do chão da cozinha, e que esfregues os dvd’s e os jogos da playstation no soalho da sala e ainda do requinte de colocares a parte gravada virada para baixo,
que mordas os cães do avô, e que varras as peças do tabuleiro de xadrez,
dos teu beijos e dos mimos, da maneira como te destapas à noite e de dormires com um braço para cima como eu,
de te ver despejar a comida dos peixes no aquário
da te ouvir pedir desculpa e de te fazer cócegas
de te perseguir no corredor para conseguir por soro fisiológico nas narinas ranhosas
de te balouçar embrulhado no toalhão de banho
quando imitas tudo o que o Manel faz
de te ver crescer, mas devagar
de te ver quase queimar a franja quando sopras as velas, como fizeste na segunda feira
tanto de ti meu amor. Parabéns.
de descer contigo sentados no corrimão da escada,
de te ver contrariar as partidas dos teus irmãos, dos pontapés na bola, e dos festejos de todos os golos, gosto quando apoias a tua inexistente equipa Benficaaaasportinnnnn”
quando agradeces “Obrigadodenada”,
de te ver a transportar dezenas de bonecos e carrinhos no cós da camisola para que os outros Marias não te assaltem,
dos mergulhos que dás, e dos assaltos que fazes às goluseimas,
de te ver adormecer numa das camas dos mais velhos enquanto te contam histórias, de ver dançar as músicas que gostas e de te ouvir cantar o “feitiço” no salão do hotel das férias acompanhado pelo pianista piroso,
quando reclamas o jantar assim que sais do banho, e de te ver comer chamuças,
que comas as migalhas do chão da cozinha, e que esfregues os dvd’s e os jogos da playstation no soalho da sala e ainda do requinte de colocares a parte gravada virada para baixo,
que mordas os cães do avô, e que varras as peças do tabuleiro de xadrez,
dos teu beijos e dos mimos, da maneira como te destapas à noite e de dormires com um braço para cima como eu,
de te ver despejar a comida dos peixes no aquário
da te ouvir pedir desculpa e de te fazer cócegas
de te perseguir no corredor para conseguir por soro fisiológico nas narinas ranhosas
de te balouçar embrulhado no toalhão de banho
quando imitas tudo o que o Manel faz
de te ver crescer, mas devagar
de te ver quase queimar a franja quando sopras as velas, como fizeste na segunda feira
tanto de ti meu amor. Parabéns.
A linha editorial
deste blog foi alterada. Até nem gosto de pressões no sentido de a alterar, mas o desconforto do post para o António andava a criar um certo ruído aqui perto da zona da consciência. Emendo a mão, mas sem criar hábitos de o fazer a pedido.
quarta-feira, novembro 28, 2007
O que te deu agora António?
... que andas a fazer xixi pelas pernas abaixo às duas e três vezes por dia.
Tenho cá para mim, que andas a ver televisão em demasia, o National Geographic sobretudo. Percebo que os teus irmãos te roubam todas as prendas que tens recebido e que sintas necessidade de afirmar alguns direitos de usufruto sobre as mesmas. Se, como desconfio que seja, estás a tentar marcar território como fazem algumas espécies selvagens que tanto aprecias, não o estás a fazer da forma correcta. O soalho lá de casa não é um bom local para o fazer, já que é de fácil acesso para a esfregona, que acaba por anular o efeito da tua marcação. Da próxima vez que quiseres marcar território com alguma eficácia, faz o seguinte. Arruma todos os teus pertences dentro dos cestos de brinquedo. Usa os de verga e não os de plástico, sempre são mais difíceis de lavar e a verga absorve a urina. Pões os carrinhos, as peças de lego, os peluches, as cartas de jogar, os bonecos de wrestling e as canetas todas lá para dentro. Aproveita para colocar também algumas coisas, que não sendo tuas, gostarias que fossem. As consolas dos manos, a PSP do pai e os sapatos da mãe com os quais tanto gostas de brincar. Depois baixas as calças de pijama e fazes o teu xixizinho lá para dentro. Assegura-te que regas todo o teu espólio abundantemente. Aposto que daqui a um ano ainda todos nos lembramos que aqueles são os teus pertences.
Título acidental: Novidades, novidades só o Incontinente.
Tenho cá para mim, que andas a ver televisão em demasia, o National Geographic sobretudo. Percebo que os teus irmãos te roubam todas as prendas que tens recebido e que sintas necessidade de afirmar alguns direitos de usufruto sobre as mesmas. Se, como desconfio que seja, estás a tentar marcar território como fazem algumas espécies selvagens que tanto aprecias, não o estás a fazer da forma correcta. O soalho lá de casa não é um bom local para o fazer, já que é de fácil acesso para a esfregona, que acaba por anular o efeito da tua marcação. Da próxima vez que quiseres marcar território com alguma eficácia, faz o seguinte. Arruma todos os teus pertences dentro dos cestos de brinquedo. Usa os de verga e não os de plástico, sempre são mais difíceis de lavar e a verga absorve a urina. Pões os carrinhos, as peças de lego, os peluches, as cartas de jogar, os bonecos de wrestling e as canetas todas lá para dentro. Aproveita para colocar também algumas coisas, que não sendo tuas, gostarias que fossem. As consolas dos manos, a PSP do pai e os sapatos da mãe com os quais tanto gostas de brincar. Depois baixas as calças de pijama e fazes o teu xixizinho lá para dentro. Assegura-te que regas todo o teu espólio abundantemente. Aposto que daqui a um ano ainda todos nos lembramos que aqueles são os teus pertences.
Título acidental: Novidades, novidades só o Incontinente.
quinta-feira, novembro 22, 2007
Antecipação
Segundo o estudo da Nemertes Research, a capacidade da internet pode esgotar em 2010. Detalhes aqui.
Os responsáveis pelo estudo frisam que não há risco de a Internet deixar de funcionar, apenas pode vir a sofrer quebras ou lentidão nos acessos. Conhecida por ser pioneira na área das tecnologias de informação, a Netcabo, resolveu antecipar o futuro em quase três anos.
Os responsáveis pelo estudo frisam que não há risco de a Internet deixar de funcionar, apenas pode vir a sofrer quebras ou lentidão nos acessos. Conhecida por ser pioneira na área das tecnologias de informação, a Netcabo, resolveu antecipar o futuro em quase três anos.
A culpa não é nossa. É deles
Não é a primeira vez que a conversa surge como pano de fundo das horas de almoço. A culpa foi minha, quando relatei com indignação um comentário xenófobo sobre os ciganos. Atropelaram-me com histórias de ciganos. Nas bombas de gasolina, nos centros de saúde, nos cafés, nos hospitais, nas lojas, nos acampamentos, nas filas de espera, nas escolas e na rua. Ranhosos, violentos, desrespeitadores, malcriados, porcos e ameaçadores. Aparentemente, o único lugar em que se comportam de forma quase aceitável, é atrás duma banca numa feira. A ideia que fica é que a ciganagem anda para aí a fazer-se de vítima e nada faz para trilhar o caminho da sã e pacata convivência.
As histórias batem certo com o que conheço, a discriminação também, tendemos a perder os brandos costumes quando se trata da raça cigana, o argumento que se segue é qualquer coisa do estilo “Neste caso mais vale estar de brandos costumes ou ainda levamos uma facada”.
Começo a achar que se trata de um daqueles casos de saber quem nasceu primeiro. Se o ovo se a galinha. Verifico que se trata de uns ovos e de umas galinhas com alguns séculos de existência:
Reinado de D. João III
1526 (Alvará de 3 de Março) «que não entrem ciganos no reino e saiam os que nele estiverem»
1538 (Lei XXIV) «sejem presos e publicamente açoutados, com baraço e pregão» «[à 2ª vez] outra vez açoitada publicamente... e perderá todo o móvel que tiver»
1557 (Lei de 17 de Agosto) Acrescenta a pena das galés
Reinado de D. Sebastião
1573 (Alvará de 14 de Março) Novo prazo de 30 dias para que saiam; senão, açoites às mulheres, galés aos homens; declara caducas as licenças de permanência anteriormente concedidas
1574 (Despacho sobre requerimento) Comutação de 5 anos nas galés por cinco anos no Brasil (a pedido do próprio)
Reinado de D. Henrique
1579 (Alvará de 11 de Abril) Concede novas licenças aos que «vivem bem e que trabalham e não são prejudiciais»; os nómadas, que «saiam do Reino dentro de trinta dias» ou «açoitado publicamente e degredado para sempre para as galés»
Reinado de D. Filipe I
1592 (Lei de 28 de Agosto) Dentro de 4 meses, se andassem em ranchos ou quadrilhas: executar com pena de morte, «sem apelação nem agravo»
A história continua até aos dias de hoje. Podia até ser algo como “Que sejam presos, impedidos de frequentar locais públicos que não feiras, ou em alternativa que se tornem jogadores do Futebol Clube do Porto”
As histórias ilustram uma difícil convivência. Mas caramba, já aprendi a conviver com tantas coisas que colidem com a minha cadeia de valores. Prefiro sempre o princípio da Presunção de Inocência. Não gosto de preconceitos, embora conviva pacificamente com quem os tem.
segunda-feira, novembro 19, 2007
Pirilampos
Hoje é que foi um fartote. Não há nada que chegue a um dia de chuva depois de umas semanas de seca. O povo diz e é verdade, não há fome que não dê em fartura.
Isto é que foi dar uso aos coletinhos. Ali há semanas pendurados nas costas dos bancos do condutor e do pendura, prestes a perder a fluorescência. Já tão murchinhos, coitadinhos dos coletes. Aposto que alguns até estavam no porta luvas, ou esquecidos na bagageira, sujeitos a ganhar fungos, os coitadinhos. Eis que uns aguaceiros mais persistentes os fazem desabrochar. Raros os cruzamentos em que não apareceram dois ou três coletinhos florescentes, envergadinhos pelos seus donos, a darem luz como os pirilampos. A A5 parecia a via láctea, até brilhava em amarelo fluorescente.
Só há uma coisa que me deixa confuso. Aqui há uns anos, quando os automobilistas tinham um acidente, falavam entre eles. É certo que não brilhavam no escuro, mas falavam uns com os outros, para tratarem da declaração amigável, ou para se insultarem ou mesmo para chegarem a vias de facto. Atitudes sensatas e de estreita comunhão de um problema a resolver em conjunto. Hoje em dia, estão vestidos com os coletes brilhantes, mas falam ao telemóvel, e raramente passam cartão aos restantes acidentados. Será que estão a falar uns com os outros ?
Obrigatório
Se o teu filho do meio se dirige ao mais novo usando uma expressão típica do teu chefe, é obrigatório parar, e aproveitar a pausa para redesenhar as fronteiras entre a vida profissional e a vida familiar.
"A vida é dura meu caro !" Ninguém com dois anos lida bem com esta argumentação. Mesmo aos quarenta ...
"A vida é dura meu caro !" Ninguém com dois anos lida bem com esta argumentação. Mesmo aos quarenta ...
quinta-feira, novembro 15, 2007
Deixo vinte paus na mesa vou apanhar boleia
Sempre gostei que se falasse das gentes da rádio como viajantes do éter. Ou simples assíduos frequentadores do éter. Gosto do conceito. Do que se propaga no nada. O que se propaga no inexistente.
“Éter é o nome da substância que os físicos acreditavam existir em todo o universo, mas sem massa, volume e indetectável, por não criar atrito. Os físicos do séc. XIX sabiam que a luz tinha natureza ondulatória, e imaginavam que deveria precisar de um meio para se propagar. Daí o Éter. Sabe-se hoje que essa substância não existe.”
Gosto de rádio. Ligo-o logo que acordo. Hoje trouxe-me, nos tropeções do trânsito e do tempo, a Esplanada do Trovante. 1984. Levei a minha namorada ao concerto no velho Coliseu. A Clara. O pai dela não achou grande graça ao programa, contámos com a mãe como aliada. O homem lá permitiu tamanho desvario. “Porreiro pá”. Até foi.
“Da esplanada em vão me projecto para lá de onde me sinto ...”
“Éter é o nome da substância que os físicos acreditavam existir em todo o universo, mas sem massa, volume e indetectável, por não criar atrito. Os físicos do séc. XIX sabiam que a luz tinha natureza ondulatória, e imaginavam que deveria precisar de um meio para se propagar. Daí o Éter. Sabe-se hoje que essa substância não existe.”
Gosto de rádio. Ligo-o logo que acordo. Hoje trouxe-me, nos tropeções do trânsito e do tempo, a Esplanada do Trovante. 1984. Levei a minha namorada ao concerto no velho Coliseu. A Clara. O pai dela não achou grande graça ao programa, contámos com a mãe como aliada. O homem lá permitiu tamanho desvario. “Porreiro pá”. Até foi.
“Da esplanada em vão me projecto para lá de onde me sinto ...”
segunda-feira, novembro 12, 2007
Estratégia
O João Maria recebeu um tabuleiro de Xadrez de um dos amigos. Amigo, o tanas. Estupor do fedelho, aposto que não é ele que vai jogar com o lunetas bochechudo.
Não sei definir os meus conhecimentos em xadrez. Talvez com um exemplo. Da última vez que joguei, estava a fazer cheque ao rei há quatro jogadas, e nem eu nem a minha adversária demos por isso. Também caramba, um homem não pode ser bom em tudo. Eu sou muito bom na cozinha, sofrível na cama e péssimo a jogar xadrez. (por razões óbvias, qualquer comentário a este post será imediatamente eliminado, sobretudo se for escrito por alguém que não tendo provado os meus cozinhados, já jogou xadrez comigo)
Não sei o que me preocupa mais. Se ter que jogar xadrez, se correr o risco do João descobrir que afinal, não sou um super herói. Este é um daqueles mitos, que eu pretendo manter até ele estar um bocadinho mais maduro. Aí pelos quarenta e cinco ou cinquenta. E este tabuleiro não vem nada a calhar.
Por mim o António vai confundir um peão com a chucha e num repente deixa de ser possível jogar. Mas como o Pai é um super herói, vamos buscar o cabo da vassoura, cortamos 24 rodelas com a faca eléctrica da cozinha, usamos os guaches para pintar 12 de branco e doze de preto e o pai vai inventar um jogo muito giro que se joga no mesmo tabuleiro.
Até já tenho um nome para o jogo. Gajas. Hummm. Gajas não que é feio. Vamos chamar-lhe Damas. Hem, quem é que tem boas ideias ? É o super pai.
sexta-feira, novembro 09, 2007
Mas onde raio ...
de sítio, é que ele largou a porcaria da Nintendo.
Desde Segunda Feira que deu pela falta da consola, que não tenho descanso. E com o feitiosinho que ele tem, muito estranho que ainda não tenha se tenha barricado na varanda, feito os irmãos reféns e exigir a consola de volta.
Já procurei em quase todo o lado, já encontrei uma série de coisas que achava que tinha perdido, mas que nesta altura já não me servem para nada, até o congelador já foi revistado, não fosse o caso do Super Mário estar com vontade de passar umas férias na neve. Nada. O estupor da maquineta teima em desaparecer. Também, da maneira como ele a trata não admira. Eu se fosse a consola dele, também dava à sola na primeira oportunidade.
O fim de semana está aí, e eu temo que, a manter-se esta situação, possamos ter alguns dissabores familiares. É que o rapaz enerva-se muito, e o atarax já está no fim do frasco. Resolvi apelar à ajuda divina e pesquisei orações para objectos perdidos. Mais uma vez é o desgraçado do António (o Santo pois então) a dar uma mãozinha (se ele descobre que o irmão do proprietário da consola se chama António, e que o proprietário o trata da maneira que trata, bem que podemos orar que a Nintendo nunca mais dá sinal de vida. António, não se deu o caso de deitares a consola do mano Manel para o lixo, não?)
Descobri então esta oração:
Oração a Santo António, para achar objectos perdidos
Eu vos saúdo, glorioso Santo António,
fiel protector dos que em vós esperam.
Já que recebestes de Deus o poder especial
de fazer achar os objectos perdidos,
socorrei-me neste momento,
a fim de que, mediante vosso auxílio,
eu encontre o objecto que procuro...
Alcançai-me, sobretudo, uma fé viva,
uma esperança firme, uma caridade ardente
e uma docilidade sempre pronta aos desejos de Deus.
Que eu não me detenha apenas nas coisas deste mundo.
Saiba valorizá-las e utilizá-las
como algo que nos foi emprestado
e lute sobretudo por aquelas coisas
que ladrão nenhum pode nos arrebatar
e nem iremos perder jamais.
Assim seja.
Esta oração é mesmo apressadinha. "Acudam-me acudam-me a encontrar o que procuro e tal. Ai se calhar é melhor ser um bocadinho mais subtil Ajuda-me lá a ter a sabedoria fé e caridade e já que estás a perder tempo comigo, aquela coisa que eu perdi, se a puseres à vista, é que me está mesmo a fazer falta. Obrigadinho Pá." ou "porreiro Pá" parafraseando o nosso Primeiro.
Hoje à noite vamos todos orar e a seguir viramos aquele quarto de brinquedos do avesso. Eu faço um interrogatório ao António, não vá o desaparecimento da dita, estar relacionado com as disputas constantes por tudo o que existe naquela abençoada casinha, com tiques de Lar.
Desde Segunda Feira que deu pela falta da consola, que não tenho descanso. E com o feitiosinho que ele tem, muito estranho que ainda não tenha se tenha barricado na varanda, feito os irmãos reféns e exigir a consola de volta.
Já procurei em quase todo o lado, já encontrei uma série de coisas que achava que tinha perdido, mas que nesta altura já não me servem para nada, até o congelador já foi revistado, não fosse o caso do Super Mário estar com vontade de passar umas férias na neve. Nada. O estupor da maquineta teima em desaparecer. Também, da maneira como ele a trata não admira. Eu se fosse a consola dele, também dava à sola na primeira oportunidade.
O fim de semana está aí, e eu temo que, a manter-se esta situação, possamos ter alguns dissabores familiares. É que o rapaz enerva-se muito, e o atarax já está no fim do frasco. Resolvi apelar à ajuda divina e pesquisei orações para objectos perdidos. Mais uma vez é o desgraçado do António (o Santo pois então) a dar uma mãozinha (se ele descobre que o irmão do proprietário da consola se chama António, e que o proprietário o trata da maneira que trata, bem que podemos orar que a Nintendo nunca mais dá sinal de vida. António, não se deu o caso de deitares a consola do mano Manel para o lixo, não?)
Descobri então esta oração:
Oração a Santo António, para achar objectos perdidos
Eu vos saúdo, glorioso Santo António,
fiel protector dos que em vós esperam.
Já que recebestes de Deus o poder especial
de fazer achar os objectos perdidos,
socorrei-me neste momento,
a fim de que, mediante vosso auxílio,
eu encontre o objecto que procuro...
Alcançai-me, sobretudo, uma fé viva,
uma esperança firme, uma caridade ardente
e uma docilidade sempre pronta aos desejos de Deus.
Que eu não me detenha apenas nas coisas deste mundo.
Saiba valorizá-las e utilizá-las
como algo que nos foi emprestado
e lute sobretudo por aquelas coisas
que ladrão nenhum pode nos arrebatar
e nem iremos perder jamais.
Assim seja.
Esta oração é mesmo apressadinha. "Acudam-me acudam-me a encontrar o que procuro e tal. Ai se calhar é melhor ser um bocadinho mais subtil Ajuda-me lá a ter a sabedoria fé e caridade e já que estás a perder tempo comigo, aquela coisa que eu perdi, se a puseres à vista, é que me está mesmo a fazer falta. Obrigadinho Pá." ou "porreiro Pá" parafraseando o nosso Primeiro.
Hoje à noite vamos todos orar e a seguir viramos aquele quarto de brinquedos do avesso. Eu faço um interrogatório ao António, não vá o desaparecimento da dita, estar relacionado com as disputas constantes por tudo o que existe naquela abençoada casinha, com tiques de Lar.
terça-feira, novembro 06, 2007
Liga dos Campeões
Camacho diz que o jogo de hoje em Glasgow é "para homens".
Já estou a imaginar o equipamento que os homens vão usar logo à noite.
Já estou a imaginar o equipamento que os homens vão usar logo à noite.
segunda-feira, novembro 05, 2007
O mais velho
Num exercício de auto avaliação, daqueles típicos de início de ano escolar, a professora perguntava porque é que, na tua opinião, as pessoas gostam de ti. A tua resposta explicava que tinha a ver com o facto de teres umas bochechas rechonchudas e queridas.
Hoje as tuas bochechas fazem nove anos, e antes de as vermos pela primeira vez, já havia quem gostasse rores de ti. Desde a ecografia em que se via um minusculo pixel a apagar e a acender e o médico ter explicado que se tratava do teu coração a bater, depois do outro médico ter dito que provavelmente eras um ovo branco (disse que não eras nada). Ainda na barriga da mãe, foste à Expo connosco e ficámos logo a gostar imenso de ti porque passámos à frente das pessoinhas todas em tudo o que era pavilhão. Depois das bochechas se terem dado a conhecer, foram classificadas como património mundial lá de casa, mas também ajuda seres querido, amigo, mimento, brincalhão, medricas, bébé, enjoadinho com os cheiros, refilão, bochecudo, e ingénuo. E teres uma pachorra interminável para os outros dois. E seres bochechudo.
Só para teres uma ideia, o Mário Soares tem umas bochechas muito melhores que as tuas, e mesmo assim, eu gosto muito mais de ti.
Hoje as tuas bochechas fazem nove anos, e antes de as vermos pela primeira vez, já havia quem gostasse rores de ti. Desde a ecografia em que se via um minusculo pixel a apagar e a acender e o médico ter explicado que se tratava do teu coração a bater, depois do outro médico ter dito que provavelmente eras um ovo branco (disse que não eras nada). Ainda na barriga da mãe, foste à Expo connosco e ficámos logo a gostar imenso de ti porque passámos à frente das pessoinhas todas em tudo o que era pavilhão. Depois das bochechas se terem dado a conhecer, foram classificadas como património mundial lá de casa, mas também ajuda seres querido, amigo, mimento, brincalhão, medricas, bébé, enjoadinho com os cheiros, refilão, bochecudo, e ingénuo. E teres uma pachorra interminável para os outros dois. E seres bochechudo.
Só para teres uma ideia, o Mário Soares tem umas bochechas muito melhores que as tuas, e mesmo assim, eu gosto muito mais de ti.
sexta-feira, novembro 02, 2007
O regresso da filha pródiga
Apesar da minha relação difícil com a gaja das pás rotativas, fui eu que a fui buscar ao bloco operatório. 60 euros de arranjo porque o motor de arrefecimento estava estragado. Ora porra, agora a menina tem motor de arrefecimento. É gaja, já se vê. Não tarda muito está com dores de cabeça.
O homem deu-me a menina dentro de um saco de plástico. Pouco digno para tamanha princesa
"Veja lá se o saco aguenta. Se por um azar eu a deixo cair ao chão, não me deixam entrar em casa e o fim de semana está à porta."
Lá dentro uma senhora explicava ao telefone, a lógica dos livros de receita e insistia na possibilidade de fazer leite de soja na Bimby. Se ao menos fizesse leite de vaca, sempre me poupava a subida ao terceiro andar carregadinho de dúzias de litros. Claro que não. Leite de vaca é para as vacas, e a menina que é fina, a fazer, faz leite de soja (coisa que eu duvido).
O hospital das bimby's tem muitas semelhanças com hospital das bonecas da Praça da Figueira, onde eu ia com a minha irmã e com a minha avó há 35 anos. Pelo menos as gajas são as mesmas, estão é um bocadinho mais gastas.
Vá lá ver se a menina volta sem problemas para a bancada da cozinha, é que a varinha mágica está com peneiras e não há quem a aguente.
O homem deu-me a menina dentro de um saco de plástico. Pouco digno para tamanha princesa
"Veja lá se o saco aguenta. Se por um azar eu a deixo cair ao chão, não me deixam entrar em casa e o fim de semana está à porta."
Lá dentro uma senhora explicava ao telefone, a lógica dos livros de receita e insistia na possibilidade de fazer leite de soja na Bimby. Se ao menos fizesse leite de vaca, sempre me poupava a subida ao terceiro andar carregadinho de dúzias de litros. Claro que não. Leite de vaca é para as vacas, e a menina que é fina, a fazer, faz leite de soja (coisa que eu duvido).
O hospital das bimby's tem muitas semelhanças com hospital das bonecas da Praça da Figueira, onde eu ia com a minha irmã e com a minha avó há 35 anos. Pelo menos as gajas são as mesmas, estão é um bocadinho mais gastas.
Vá lá ver se a menina volta sem problemas para a bancada da cozinha, é que a varinha mágica está com peneiras e não há quem a aguente.
terça-feira, outubro 30, 2007
Estado de Sítio
Está oficialmente declarado o recolher obrigatório lá em casa a partir das 20:30. Esta medida só será revogada quando a harmonia do lar for total e integralmente restabelecida. Até lá não será tolerada qualquer violação a esta imposição.
Além do desrespeito pelo novo horário de inverno, a autoridade parental tem vindo a ser ameaçada pelo excesso de prendas de aniversário nas zonas fronteiriças do quarto de brincar com o corredor. Esta situação é agravada pela infeliz coincidência da Bimby se encontrar em estado de coma.
Desde algum tempo que, quando ligada, a Bimby guinchava mais que um porco na matança, acabando por definhar no decorrer do fim de semana.
A ordem só será estabelecida quando a Bimby regressar, quando terminarem as movimentações lúdicas fora dos limites pré estabelecidos e quando o horário de inverno for respeitado.
Faça-se cumprir.
PS: Senão vai tudo ao estalo para a cama sem jantar e sem brincar.
Além do desrespeito pelo novo horário de inverno, a autoridade parental tem vindo a ser ameaçada pelo excesso de prendas de aniversário nas zonas fronteiriças do quarto de brincar com o corredor. Esta situação é agravada pela infeliz coincidência da Bimby se encontrar em estado de coma.
Desde algum tempo que, quando ligada, a Bimby guinchava mais que um porco na matança, acabando por definhar no decorrer do fim de semana.
A ordem só será estabelecida quando a Bimby regressar, quando terminarem as movimentações lúdicas fora dos limites pré estabelecidos e quando o horário de inverno for respeitado.
Faça-se cumprir.
PS: Senão vai tudo ao estalo para a cama sem jantar e sem brincar.
segunda-feira, outubro 29, 2007
Esclarecimentos
O significado de mudança da hora é precisamente esse "mudança de hora". Nesta altura do ano ganha-se, por definição, uma hora de sono. E sono é sono. Nada a ver com a ideia de se levantarem às seis da manhã para brincar com as pandeiretas e com os apitos.
A somar a este distúrbio matinal, a minha estreia numa aula de natação não ajudou. Domingo às 9 aproveitando o facto de os levar à natação, resolvi eu próprio fazer três quartos de hora de aula para adultos. Ia morrendo afogado umas 15 vezes. Quando saí, nem encontrava forças para lhes dar banho e para os vestir. Isto não seria grave, se a festa de anos do Manel, fosse noutro dia que não a tarde de ontem. Ou se fosse a fazer puzzles em vez de ser a jogar futebol num campo relvado. É impensável a velocidade a que crianças de seis anos conseguem correr. Findo o jogo, já mais morto que vivo, apagar velas e tomar conta de uns 30 selvagens.
Estou a precisar do início da semana para descansar do fim de semana. A coisa foi tão grave que adormeci a ver o jogo do glorioso. A verdade é que os moços também pareciam cansados, o que ajuda. Mas nunca tinha adormecido a ver um jogo do Benfica. Ao que parece resulta porque acabaram por ganhar. Da próxima já sei, tomo uns drunfos e quando acordar o Benfica já tem 8 pontos de vantagem sobre o Porto.
A somar a este distúrbio matinal, a minha estreia numa aula de natação não ajudou. Domingo às 9 aproveitando o facto de os levar à natação, resolvi eu próprio fazer três quartos de hora de aula para adultos. Ia morrendo afogado umas 15 vezes. Quando saí, nem encontrava forças para lhes dar banho e para os vestir. Isto não seria grave, se a festa de anos do Manel, fosse noutro dia que não a tarde de ontem. Ou se fosse a fazer puzzles em vez de ser a jogar futebol num campo relvado. É impensável a velocidade a que crianças de seis anos conseguem correr. Findo o jogo, já mais morto que vivo, apagar velas e tomar conta de uns 30 selvagens.
Estou a precisar do início da semana para descansar do fim de semana. A coisa foi tão grave que adormeci a ver o jogo do glorioso. A verdade é que os moços também pareciam cansados, o que ajuda. Mas nunca tinha adormecido a ver um jogo do Benfica. Ao que parece resulta porque acabaram por ganhar. Da próxima já sei, tomo uns drunfos e quando acordar o Benfica já tem 8 pontos de vantagem sobre o Porto.
quarta-feira, outubro 24, 2007
Sonoridades
Rendo-me à chuva, como um Verão se rende ao Inverno, rendo-me à ausência de luz no fim da tarde e já vou tarde. Entrego-me à música, aos compassos mudos, aos teus passos no contratempo, entrego-me a tempo. Rendo-me ao silêncio dos braços, ao palco vazio, à plateia rendida ao fim. Rendo-me à artista no camarim e ainda me agita o último bis, ainda se distilam emoções, rendo-me ao tema, a todas as variações. Ainda jazz, já não improviso, rendo-me ao riso, entrego-me a ti, entrego-me enquanto for preciso e nego-te o fim. Basto-me a mim.
terça-feira, outubro 23, 2007
Cálculo Proposicional
Facto 1 - A balança lá de casa está avariada
Facto 2 - Sem qualquer peso em cima a balança marca 80 quilos
Facto 3 - A Ana desmaiou hoje de manhã
Modus Ponens: (Facto 1 e Facto 2)=> (Leitura de 130 quilos) => Facto 3
Corolário 1: Mesmo depois de uma festa de anos, não é por subir de olhos fechados para cima da balança que ela adequa a leitura à nossa vontade.
Corolário 2: Cura-se anorexia. Resultados imediatos garantidos.
Corolário 3: O defeito dos instrumentos de precisão não traz só desvantagens, também traz muitas vantagens. Foi assim que Colombo, ao tentar descobrir o caminho para a India, acabou por descobrir a América.
Exercício 1: Enumere as vantagens da América ter sido descoberta.
Facto 2 - Sem qualquer peso em cima a balança marca 80 quilos
Facto 3 - A Ana desmaiou hoje de manhã
Modus Ponens: (Facto 1 e Facto 2)=> (Leitura de 130 quilos) => Facto 3
Corolário 1: Mesmo depois de uma festa de anos, não é por subir de olhos fechados para cima da balança que ela adequa a leitura à nossa vontade.
Corolário 2: Cura-se anorexia. Resultados imediatos garantidos.
Corolário 3: O defeito dos instrumentos de precisão não traz só desvantagens, também traz muitas vantagens. Foi assim que Colombo, ao tentar descobrir o caminho para a India, acabou por descobrir a América.
Exercício 1: Enumere as vantagens da América ter sido descoberta.
segunda-feira, outubro 22, 2007
Cara de anjo mau
O Manel Maria, o do meio, equidistante do João e do António, equidistante da filha da putice e da doçura. Descarado,de caracóis loiros, capaz de desarmar as amigas da mãe e do pai quando lhes chama "Querida tia do meu coração" sempre com intenção de pedir algo, faz hoje seis anos. Parabéns filho querido do meu coração.
PS:
1. eu sei que o João é maricas com os cheiros das guloseimas de morango, e que aquilo de vomitar só de cheirar é exagero, mas evita encher a boca de pastilhas de morango e ir mascar de boca aberta a 10 cms das narinas dele.
2. eu sei que o António já não é propriamente bébé mas evita ensinar-lhe truqes de wrestling e sempre que possas larga-lhe o pescoço. Olha que um dia ele cresce e a menos que bata com a cabeça nalgum sítio, o chatum vai ter memória.
PS:
1. eu sei que o João é maricas com os cheiros das guloseimas de morango, e que aquilo de vomitar só de cheirar é exagero, mas evita encher a boca de pastilhas de morango e ir mascar de boca aberta a 10 cms das narinas dele.
2. eu sei que o António já não é propriamente bébé mas evita ensinar-lhe truqes de wrestling e sempre que possas larga-lhe o pescoço. Olha que um dia ele cresce e a menos que bata com a cabeça nalgum sítio, o chatum vai ter memória.
domingo, outubro 21, 2007
Garçon
Lisboa, essa imensa aldeia, capaz de transformar a vida de cada cidadão numa experiência única. Além das hortas entre vias rápidas, e para lá das fronteiras dos bairros típicos, a vida de aldeia manifesta-se em cada lugar da velha cidade. A minha não é excepção. O arrumador de carros chama-se Jesus, o que dá jeito, porque encontrar um lugar para estacionar nas redondezas é um verdadeiro milagre. Além de jeito, dá umas aulas de catequese particularmente animadas, sobretudo enquanto a catequista não descobre que estão a falar de Jesuses diferentes:
- Como arruma carros e abusa um bocadinho da pinga? Jesus foi crucificado e resuscitou ao terceiro dia ...
- Ah pois resuscitou resuscitou, porque ainda hoje me deu os parabéns e na Sexta Feira o meu pai lhe deu uma moeda de um euro. Lá se ele foi essa coisa que se diz, não faço ideia.
Além do Jesus, existe uma senhora que é a porteira da maioria dos prédios, que sabe a vida da rua toda e consegue ter um olho apontado a Arroios e o outro à Alameda. Olha-me de lado (na realidade acho que olha a todos à conta dos olhos linearmente independentes) desde que me viu entrar na sex-shop com o António ao colo, tinha o petiz uns três meses. Foi para comprar tabaco, mas isso ela não sabe. Para todos os efeitos eu levei um quase recém nascido a uma sex shop e isso não é bom. Desde esse dia que sou apontado e comentado em sussurro sempre que saio à rua. Sobre tudo isto parece-me que já falei aqui no blog, acontece que o guarda nocturno acabou de aparecer na SIC a cantar na gala da família superstar. E foi cantar esta pérola que nunca tinha ouvido, para grande pena minha. Como é que um ser humano atinge um desconto de 40% nas armações da multiópticas sem conhecer este icon da música de expressão portuguesa?
Garçon
Garçom, aqui, nesta mesa de bar
Você já cansou de escutar
Centenas de casos de amor
Garçom, no bar todo mundo é igual
Meu caso é mais um, é banal
Mas preste atenção por favor
Saiba que o meu grande amor
Hoje vai se casar
E mandou uma carta pra me avisar
Deixou em pedaços o meu coração
E pra matar a tristeza só mesa de bar
Quero tomar todas, vou me embriagar
Se eu pegar no sono, me deite no chão
Garçom, eu sei, eu tô enchendo o saco
Mas todo bebum fica chato
Valente, e tem toda a razão
Garçom, mas eu só quero chorar
Eu vou minha conta pagar
Por isso eu lhe peço atenção
Saiba que o meu grande amor
Hoje vai se casar
E mandou uma carta pra me avisar
Deixou em pedaços o meu coração
E pra matar a tristeza só mesa de bar
Quero tomar todas, vou me embriagar
Se eu pegar no sono, me deite no chão
- Como arruma carros e abusa um bocadinho da pinga? Jesus foi crucificado e resuscitou ao terceiro dia ...
- Ah pois resuscitou resuscitou, porque ainda hoje me deu os parabéns e na Sexta Feira o meu pai lhe deu uma moeda de um euro. Lá se ele foi essa coisa que se diz, não faço ideia.
Além do Jesus, existe uma senhora que é a porteira da maioria dos prédios, que sabe a vida da rua toda e consegue ter um olho apontado a Arroios e o outro à Alameda. Olha-me de lado (na realidade acho que olha a todos à conta dos olhos linearmente independentes) desde que me viu entrar na sex-shop com o António ao colo, tinha o petiz uns três meses. Foi para comprar tabaco, mas isso ela não sabe. Para todos os efeitos eu levei um quase recém nascido a uma sex shop e isso não é bom. Desde esse dia que sou apontado e comentado em sussurro sempre que saio à rua. Sobre tudo isto parece-me que já falei aqui no blog, acontece que o guarda nocturno acabou de aparecer na SIC a cantar na gala da família superstar. E foi cantar esta pérola que nunca tinha ouvido, para grande pena minha. Como é que um ser humano atinge um desconto de 40% nas armações da multiópticas sem conhecer este icon da música de expressão portuguesa?
Garçon
Garçom, aqui, nesta mesa de bar
Você já cansou de escutar
Centenas de casos de amor
Garçom, no bar todo mundo é igual
Meu caso é mais um, é banal
Mas preste atenção por favor
Saiba que o meu grande amor
Hoje vai se casar
E mandou uma carta pra me avisar
Deixou em pedaços o meu coração
E pra matar a tristeza só mesa de bar
Quero tomar todas, vou me embriagar
Se eu pegar no sono, me deite no chão
Garçom, eu sei, eu tô enchendo o saco
Mas todo bebum fica chato
Valente, e tem toda a razão
Garçom, mas eu só quero chorar
Eu vou minha conta pagar
Por isso eu lhe peço atenção
Saiba que o meu grande amor
Hoje vai se casar
E mandou uma carta pra me avisar
Deixou em pedaços o meu coração
E pra matar a tristeza só mesa de bar
Quero tomar todas, vou me embriagar
Se eu pegar no sono, me deite no chão
sexta-feira, outubro 19, 2007
Memória
Da zona mais profunda da memória (perto da zona dos "Pequemos Vagabundos"), "Dois anos de férias". Naqueles dias, a emissão televisiva estava reduzida a dois canais a preto e branco, começava com a tele-escola, e acabava com o hino nacional.
A música existe aqui, e se no youtube pesquisarem em estrangeiro por "Deux ans de vacances" - que é como quem diz "Dois anões de vacanças" - encontram o genérico da série.
Aos leitores infantis (com menos de 35 anos) esqueçam este post e vão brincar aos papás e às mamãs.
quarta-feira, outubro 17, 2007
Ala direita
A ala direita deste blog foi renovada (à semelhança do que se passa com a política deste país). Agora, que já apareci pela segunda vez na "Única" deste Sábado (mais uma portanto que o coislog da gaja), não há inveja mesquinha que justifique a inexistência de um link para o Rei na Barriga. Além deste novo link, retirei links moribundos, actualizei outros, acrescentei aqui e ali, e vai daí que a coluna da direita está mais elegante.
Mas axandrai-vos garinas, aqui nos comentários da Caixa de Costura não serão toleradas encomendas, pedidos de esclarecimentos de dúvidas e coisas que tal sobre aquelas coisas que são disponibilizadas no site do Rei na Barriga.
Tenho dito.
Portantos.
Mas axandrai-vos garinas, aqui nos comentários da Caixa de Costura não serão toleradas encomendas, pedidos de esclarecimentos de dúvidas e coisas que tal sobre aquelas coisas que são disponibilizadas no site do Rei na Barriga.
Tenho dito.
Portantos.
terça-feira, outubro 16, 2007
Graxa e Dedução
Mãe - hoje arranjei-me tão à pressa que nem tenho coragem de me olhar ao espelho.
João M - estás linda mãe
Mamel M - mãe, vais a algum casamento ?
António M - e eu também póxo i ?
O António, além de ter aquela particularidade um bocado irritante de nunca se calar, o que o torna bastante chato, tem outra coisa que o coloca na fronteira do desespero paternal. Tem a mania que é esperto:
- António, como se chama o teu irmão das bochechas e caixa de óculos ?
- João Maiia Fajão
- E outro ? O maluquinho dos caracóis ?
- Meneli Maiia Fajão
- E o alucinadinho dos bonecos de wrestling ?
- António Maiia Fajão
- E o pai alto, bonito e extremamente inteligente ?
- Pai Maiia Fajão
- E um chapadão? Marias são vocês, o pai não usa nomes larilas. Camandro.
João M - estás linda mãe
Mamel M - mãe, vais a algum casamento ?
António M - e eu também póxo i ?
O António, além de ter aquela particularidade um bocado irritante de nunca se calar, o que o torna bastante chato, tem outra coisa que o coloca na fronteira do desespero paternal. Tem a mania que é esperto:
- António, como se chama o teu irmão das bochechas e caixa de óculos ?
- João Maiia Fajão
- E outro ? O maluquinho dos caracóis ?
- Meneli Maiia Fajão
- E o alucinadinho dos bonecos de wrestling ?
- António Maiia Fajão
- E o pai alto, bonito e extremamente inteligente ?
- Pai Maiia Fajão
- E um chapadão? Marias são vocês, o pai não usa nomes larilas. Camandro.
sexta-feira, outubro 12, 2007
A pequena Maddie
Depois do que ouvi hoje sobre o facto da Maddie não ser filha do Gerry mas sim de um doador de esperma, resolvi revelar tudo o que sei sobre este caso. Assim como assim, o que eu vou aqui contar, há-de acabar por ser revelado por este marco do jornalismo ibérico, que um dia já teve, pasme-se, dois computadores apreendidos pela polícia judiciária. Nesses tempos, a polícia chegou a ponderar, a apreensão de três máquinas de café e das máquinas que têm aqueles garrafões de água invertidos, por forma a verificar se existiam substâncias ilícitas maliciosamente distribuídas aos elementos da redacção do jornal, tal não é o rácio de asneirada por edição que ali podemos encontrar.
A pequena Maddie, embora aparente ter três anos, é na realidade uma irlandesa anã, tia-avó da Kate. Acontece que era a Maddie quem assegurava, além das tarefas caseiras e de babysitting, a droga para o casal e para os gémeos dormirem sossegados. A droga, que era obtida por intermédio de um suposto contacto em Marrocos, tinha vindo a piorar de qualidade desde o Natal de 2006. O casal McCann já tinha ameaçado a pobre senhora de expulsão do agregado, mas sempre adiou esta decisão, muito graças às panquecas e o syrup que a irlandesa assegurava todo o santo pequeno almoço. Ora naquela fatídica manhã, verificando que não havia syrup suficiente para a família McCann, a irlandesa de baixa estatura resolveu acrescentar um resto de Atarax no frasco do xarope. Quando, ao pequeno almoço, Maddie é confrontada com a alteração de sabor do syrup, acaba por confessar o seu acto. É na sequência desta confissão que Kate resolve expulsar a tia avó anã lá de casa. No meio da discussão, já sob o efeito do Atarax, o casal e os gémeos adormecem e só voltam a acordar a meio da tarde. Nesta altura, a velha ainda se encontrava no apartamento da praia da Luz embora tivesse consciência que o seu fim estava próximo. Para evitar problemas e discussões resolveu esconder-se na Bimby (foi num fórum de pessoas pequenas que um tinha lido um artigo sobre o tema “Bimby – um carrossel por descobrir” assinado por um tal de Marques Mendes). Kate acorda cheia de fome, procura a tia-avó, e como não a descobre resolve fazer um leite creme em 17 segundos na Bimby. É nesta altura que a senhora é atingida pela pá da máquina assassina, soltando um grito de horror. Ao ouvir o grito, Kate, que nutre uma afeição ímpar pela Bimby resolve ligar para a linha de apoio da Bimby. É nesta altura que Kate se apercebe do que acabara de fazer e confronta o fabricante sobre o perigo que a máquina pode representar para irlandesas anãs, porquinhos da índia e para ex-líderes partidários. As conversações entre o fabricante e a jovem Kate não são complicadas. A Kate promete simular o desaparecimento da Maddie em troca de uma mala de transporte da Bimby e o livro de receitas orientais.
Este, meus caros, é o princípio trágico da história que tem inundado os media nos últimos seis meses.
A pequena Maddie, embora aparente ter três anos, é na realidade uma irlandesa anã, tia-avó da Kate. Acontece que era a Maddie quem assegurava, além das tarefas caseiras e de babysitting, a droga para o casal e para os gémeos dormirem sossegados. A droga, que era obtida por intermédio de um suposto contacto em Marrocos, tinha vindo a piorar de qualidade desde o Natal de 2006. O casal McCann já tinha ameaçado a pobre senhora de expulsão do agregado, mas sempre adiou esta decisão, muito graças às panquecas e o syrup que a irlandesa assegurava todo o santo pequeno almoço. Ora naquela fatídica manhã, verificando que não havia syrup suficiente para a família McCann, a irlandesa de baixa estatura resolveu acrescentar um resto de Atarax no frasco do xarope. Quando, ao pequeno almoço, Maddie é confrontada com a alteração de sabor do syrup, acaba por confessar o seu acto. É na sequência desta confissão que Kate resolve expulsar a tia avó anã lá de casa. No meio da discussão, já sob o efeito do Atarax, o casal e os gémeos adormecem e só voltam a acordar a meio da tarde. Nesta altura, a velha ainda se encontrava no apartamento da praia da Luz embora tivesse consciência que o seu fim estava próximo. Para evitar problemas e discussões resolveu esconder-se na Bimby (foi num fórum de pessoas pequenas que um tinha lido um artigo sobre o tema “Bimby – um carrossel por descobrir” assinado por um tal de Marques Mendes). Kate acorda cheia de fome, procura a tia-avó, e como não a descobre resolve fazer um leite creme em 17 segundos na Bimby. É nesta altura que a senhora é atingida pela pá da máquina assassina, soltando um grito de horror. Ao ouvir o grito, Kate, que nutre uma afeição ímpar pela Bimby resolve ligar para a linha de apoio da Bimby. É nesta altura que Kate se apercebe do que acabara de fazer e confronta o fabricante sobre o perigo que a máquina pode representar para irlandesas anãs, porquinhos da índia e para ex-líderes partidários. As conversações entre o fabricante e a jovem Kate não são complicadas. A Kate promete simular o desaparecimento da Maddie em troca de uma mala de transporte da Bimby e o livro de receitas orientais.
Este, meus caros, é o princípio trágico da história que tem inundado os media nos últimos seis meses.
quinta-feira, outubro 04, 2007
Higiene Intima
Quando se trata da higiene das vergonhas, um gajo não tem muito para pensar. Ou usa sabão e pedra pomes, ou, no caso dos meninos s mais sensíveis, sabonetinho com cheiro. No limite da metrosexualidade recorre-se ao gel de banho (esfoliante obviamente para deixar tudo aquilo num lustre).
Ontem, quando me dirigia a casa, recebi um telefonema da minha mulher a solicitar a aquisição de jantar e de pensos higiénicos. Havendo cerveja no frigorífico, e sendo dia de jogo do glorioso, era necessário assegurar umas fatias de presunto, um queijo da serra e uns tremoços. Tudo muito simples de escolher, em 5 minutos o jantar estava tratado.
Faltava portanto a questão dos pensos. A insistência telefónica sobre o facto da embalagem dizer Normal decorre de dois fracassos nas últimas duas vezes que me prestei a executar esta tarefa. Ao que parece, não tinha acertado no objectivo do penso e isso teria trazido alguns constrangimentos menstruais à miúda. Lá fui até à prateleira dos ditos. Deparo-me com cinco prateleiras. A primeira dificuldade com que me deparei foi a diversidade das marcas, e reparem que não estou a falar de uma simples escolha entre Sagres e Super Bock, estou a falar de pelo menos uma dezena de marcas. Segunda questão: tipo de cueca. Aqui a coisa complica-se. Há para cueca tanga, para fio dental, para cueca normal, para cinta e para o raio que os parta. Depois ainda há a intensidade, que ao que parece se mede entre uma e cinco gotas (como as estrelas das críticas dos filmes) . Ainda há os dias. O início do ciclo o meio do ciclo, o fim do ciclo e os restantes dias do contra ciclo. A forma. A forma é muito importante. Há em forma de triângulo, em forma de rectângulo e em forma de cápsula. Ainda podem vir com ou sem asas. E com uma ou mais faixas aderentes. A somar a tudo isto ainda há umas variantes que têm a ver com a absorção, com os efeitos anti-transpiração e anti-odores. Quedei-me uns bons dez minutos perante o leque de opções, e cheguei a considerar pedir ajuda a uma mulher que parecia entender do assunto.
Por fim, rendi-me. Tirei uma embalagem à sorte e desabafei “Fónix. Não hão-de as gajas ser complicadas.”
Ontem, quando me dirigia a casa, recebi um telefonema da minha mulher a solicitar a aquisição de jantar e de pensos higiénicos. Havendo cerveja no frigorífico, e sendo dia de jogo do glorioso, era necessário assegurar umas fatias de presunto, um queijo da serra e uns tremoços. Tudo muito simples de escolher, em 5 minutos o jantar estava tratado.
Faltava portanto a questão dos pensos. A insistência telefónica sobre o facto da embalagem dizer Normal decorre de dois fracassos nas últimas duas vezes que me prestei a executar esta tarefa. Ao que parece, não tinha acertado no objectivo do penso e isso teria trazido alguns constrangimentos menstruais à miúda. Lá fui até à prateleira dos ditos. Deparo-me com cinco prateleiras. A primeira dificuldade com que me deparei foi a diversidade das marcas, e reparem que não estou a falar de uma simples escolha entre Sagres e Super Bock, estou a falar de pelo menos uma dezena de marcas. Segunda questão: tipo de cueca. Aqui a coisa complica-se. Há para cueca tanga, para fio dental, para cueca normal, para cinta e para o raio que os parta. Depois ainda há a intensidade, que ao que parece se mede entre uma e cinco gotas (como as estrelas das críticas dos filmes) . Ainda há os dias. O início do ciclo o meio do ciclo, o fim do ciclo e os restantes dias do contra ciclo. A forma. A forma é muito importante. Há em forma de triângulo, em forma de rectângulo e em forma de cápsula. Ainda podem vir com ou sem asas. E com uma ou mais faixas aderentes. A somar a tudo isto ainda há umas variantes que têm a ver com a absorção, com os efeitos anti-transpiração e anti-odores. Quedei-me uns bons dez minutos perante o leque de opções, e cheguei a considerar pedir ajuda a uma mulher que parecia entender do assunto.
Por fim, rendi-me. Tirei uma embalagem à sorte e desabafei “Fónix. Não hão-de as gajas ser complicadas.”
quarta-feira, outubro 03, 2007
Também ...
catanos. Há certas promessas que só servem para ser quebradas. Um gajo quer dar alento à sua equipa e pensa assim "Só volto a escrever quando o Benfica ganhar."
Ora foda-se, aqueles coxos sul americanos, com muito respeito que eu nutro por muitos sul americanos, nem devem saber ler a Bola quanto mais a Caixa de Costura. caguei nos paraplégicos.
Volto a escrever e prontos.
Panaleiros.
Ora foda-se, aqueles coxos sul americanos, com muito respeito que eu nutro por muitos sul americanos, nem devem saber ler a Bola quanto mais a Caixa de Costura. caguei nos paraplégicos.
Volto a escrever e prontos.
Panaleiros.
quinta-feira, setembro 27, 2007
quarta-feira, setembro 26, 2007
Virgílio e Valentina
Do que ele gostava era a luz a brindar as linhas metálicas até à longínqua curva. Deixava que o sol se aproximasse do horizonte, para que os brilhos se alaranjassem e os trilhos se tornassem oiro. O maior dos segredos da alquimia estava ali aos seus olhos mesmo antes do sol se pôr. A linha de combóio toda ela feita de oiro durante uns minutos. Não pensava em mais nada. Tinha-se habituado àquela vida, guarda cancela num dos tantos fins do mundo, onde tudo acontece à tabela. O combóio correio, o nascer do sol, e ao fim da manhã o regional. A tarde desfaz tudo o que a manhã constrói, e sempre pela mesma ordem excepto em Julho que o pôr do sol tarda. O combóio correio de regresso à capital de distrito, o sol a pôr-se e por fim o regional. A cada passagem do combóio, o mesmo ritual, o apito ao longe, as cancelas fechadas e a bandeira. Se à curva não se notasse pressa na locomotiva, ele adivinhava-lhe a maquinista. Era ela quem guiava o destino da fileira de carruagens, sorriso aberto e olhos pequenos. Jamais lhe dirigiu a palavra, antes o sorriso, sempre retribuído e o brilho nos olhos que só ela percebia na fracção de tempo que a tangente da locomotiva à cancela permitia. Pouca terra, pouco tempo, e o coração compassado com o combóio. Bate que bate, pouca terra pouca terra. Foi assim durante tanto tempo, sempre igual, sempre diferente a cada passagem, a cada sorriso. E quando a chuva lhe abençoava a passagem, escancarava o sorriso molhado.
Hoje, as ervas mal deixam perceber a linha, do casebre sobram as ruínas. O homem que até estudou na faculdade, tinha feito as contas e voltou a fazê-las. Inviabilidade financeira para aquele troço, podia ler-se no relatório de rigor inatacável. Não se referia ao guarda cancela, tampouco à maquinista. Era o número de passageiros e os poucos milhares de escudos dos bilhetes que lhe inferiram o parecer. Mesmo junto à linha, já caída, a placa com o aviso “Pare escute e olhe. Cuidado ao atravessar a linha. Um combóio pode esconder outro.” Um combóio pode esconder um grande amor.
Hoje, as ervas mal deixam perceber a linha, do casebre sobram as ruínas. O homem que até estudou na faculdade, tinha feito as contas e voltou a fazê-las. Inviabilidade financeira para aquele troço, podia ler-se no relatório de rigor inatacável. Não se referia ao guarda cancela, tampouco à maquinista. Era o número de passageiros e os poucos milhares de escudos dos bilhetes que lhe inferiram o parecer. Mesmo junto à linha, já caída, a placa com o aviso “Pare escute e olhe. Cuidado ao atravessar a linha. Um combóio pode esconder outro.” Um combóio pode esconder um grande amor.
segunda-feira, setembro 24, 2007
A Noite
É sabido que o grupo K muito tem feito pela noite lisboeta e algarvia, e pela promoção de grunhos a porteiros de bares e discotecas, dotando-os da capacidade de distinguir, quem deve entrar ou ser barrado à porta dos respectivos. O poder de análise e decisão destes rapazes continua a surpreender-me. Escolhem clientes com a mesma mestria que o PSD usa para escolher lideres. Acertam uma vez de 10 em 10 anos.
O Kais, a Kapital, a Kasa da Praia, o Kasablanca, o Klube, o Konvento, o Kremlim, o Kubo e os Skones são o paraíso destes grunhos de ego e musculos inflados.
Não me querendo alongar sobre o tema dos moços, gostava de partilhar a ideia que se me deparou para a abertura de um novo espaço em Lisboa ou na Linha: o Konas da Tia. O nome tem tudo para dar certo e pode ser uma tasca, uma casa de fados, um bar de alterne ou a um casino de jogo ilegal.
Além destesucesso garantido, estou também a pensar am abrir o Katanus, o Kamandrus, o Kabroes (bar de divorciados) e um bar de swing o "Kônjuges Kornudus".
O Kais, a Kapital, a Kasa da Praia, o Kasablanca, o Klube, o Konvento, o Kremlim, o Kubo e os Skones são o paraíso destes grunhos de ego e musculos inflados.
Não me querendo alongar sobre o tema dos moços, gostava de partilhar a ideia que se me deparou para a abertura de um novo espaço em Lisboa ou na Linha: o Konas da Tia. O nome tem tudo para dar certo e pode ser uma tasca, uma casa de fados, um bar de alterne ou a um casino de jogo ilegal.
Além destesucesso garantido, estou também a pensar am abrir o Katanus, o Kamandrus, o Kabroes (bar de divorciados) e um bar de swing o "Kônjuges Kornudus".
quinta-feira, setembro 20, 2007
Quem é quem
Passatempo.
Para a Ana, o André, o João, o Manel e o António, quem é que fez o quê?
Um de nós fez-se convidado(a) para tomar chá e bolachinhas com uma enfermeira.
Um de nós vê um lagarto da Imaginarium no chão e quando o vai arrumar descobre que é uma osga vivinha da silva (paz à sua alma, porque o animal teve um enfarte quando viu o tubo do aspirador a dirigir-se a ele).
Um de nós dorme agarrado a um homem bem constituído e musculado.
Um de nós anda feliz com um novo gadget que chegou lá a casa no final da tarde de ontem.
Um deles disse-me “Não sei porque te penteias. Não há nada para pentear.” e ficou com uma escova de cabelo entalada na garganta.
Para a Ana, o André, o João, o Manel e o António, quem é que fez o quê?
Um de nós fez-se convidado(a) para tomar chá e bolachinhas com uma enfermeira.
Um de nós vê um lagarto da Imaginarium no chão e quando o vai arrumar descobre que é uma osga vivinha da silva (paz à sua alma, porque o animal teve um enfarte quando viu o tubo do aspirador a dirigir-se a ele).
Um de nós dorme agarrado a um homem bem constituído e musculado.
Um de nós anda feliz com um novo gadget que chegou lá a casa no final da tarde de ontem.
Um deles disse-me “Não sei porque te penteias. Não há nada para pentear.” e ficou com uma escova de cabelo entalada na garganta.
quarta-feira, setembro 12, 2007
Sugestão
Para a equipa dos Lobos.
Bem sei que a Nova Zelândia vai ser a modos que para o impossível, daí que na última meia hora de treino diário desta semana, aproveitavam para ensaiar os pauliteiros de miranda. Sempre ficava bonito. Quando os gorilas fizessem o Haka, os nossos Lobos dançavam os pauliteiros de miranda.
Bem sei que a Nova Zelândia vai ser a modos que para o impossível, daí que na última meia hora de treino diário desta semana, aproveitavam para ensaiar os pauliteiros de miranda. Sempre ficava bonito. Quando os gorilas fizessem o Haka, os nossos Lobos dançavam os pauliteiros de miranda.
terça-feira, setembro 11, 2007
Desce e Sobe
A inconsciência do ciclista existe no prazer das descidas. O prazer do vento e da velocidade, a inconsciência da queda, esquecem a previsível penosa subida do regresso. Também de que valeria a vertiginosa descida, ensombrada pela contrapartida? Cada qual a seu tempo. Primeiro deixem-nos ir à beira mar sem esforço, só mesmo o cuidado da velocidade a que se corta o vento, e os risos e as alegrias. Depois, para o regresso, olhar de frente a inclinação que nos contraria a vontade, pedalar de pé, gerir o esforço e a certeza que uma vez lá chegados, estamos em casa. Só mais um pequeno esforço. És o maior. Não há descida que dure sempre, nem subida que nunca acabe.
No Domingo, do alto da casa de São Martinho até às Dunas de Salir. Ir e voltar. Só os mais velhos. Uma e outra vez. Afinal as descidas fazem-nos rir e as subidas nunca nos fizeram chorar.
quinta-feira, setembro 06, 2007
Frase
ontem, no pessoal e transmissível, esta frase (ou algo que se assemelha a ela) deixou-me inquieto:
"Mal está o país onde há mais astrólogos que astrónomos"
"Mal está o país onde há mais astrólogos que astrónomos"
terça-feira, setembro 04, 2007
Pino Cambalhota
Fazia-lhes bem a ginástica, daí a visita ao ginásio para saber os preços e os horários.
Ir a um ginásio faz-me entrar nos sentidos contrários das sensações. Saudades, mas sobretudo vontade da ardósia nas mãos, da pirueta, do mortal empranchado, a certeza de gargalhar e depois. Bem, depois vem aquela sensação de que há movimentos presos que não valem o risco de os tentar. Foi numa aula de ginástica, depois de algo que ficou equidistante entre o mortal e o duplo mortal, que aprendi, que a seguir à falha, se repete o gesto, para que o medo não nos assalte. Aquele dia vem tantas vezes à memória, quando fico a meio de um salto. É também isso que lhes quero ensinar, a fazer flique-flaque quando é necessário, ou uma dupla pirueta. E depois nunca se sabe quando é que um pino faz a diferença.
Por mim eles vão. Deixa-me cá olhar para os eurários.
quinta-feira, agosto 30, 2007
Este...
blog torna-se hoje e oficialmente um blog de um quarentão. Desculpem a baba e os posts repetidos. Não tarda começo a falar sobre o despiste do cancro da próstata.
quarta-feira, agosto 29, 2007
Fim
Foi o corpo que o carregou até a casa. Na sua vontade, nunca ali estaria, antes noutro qualquer local onde pudesse expurgar a dor que sentia. A casa está cheia de armadilhas. Em cada canto, cada cadeira, cada lugar do sofá, cada quarto das crianças, cada moldura, a marca de uma presença que já não é. Aquele é o ponto de partida para reaprender tudo de novo, e no entanto, nada se conjuga com o início de algo. Tudo lhe surge abruptamente amputado de vida, sem remédio, sem sentido, sem vontade. Nem o tempo parece ter a força suficiente para alguma vez lhe acalmar a agonia.
Nunca acreditou no fim. Em cada passo, o chão a esvair-se sem o deixar respirar, de cada vez que se erguia, um outro rombo o deitava por terra. Caramba, um homem deve ter direito a um milagre por vida, e ele estava disposto a gastá-lo naquela altura.
Puta e cruel doença, deve ter-te dado um gozo brutal. O que é que gostaste mais, hem ? Foram as dores com que lhe minaste o corpo ? Foram as três miúdas sem mãe ? Foi a morfina ? A quimioterapia ? Qual foi o teu gozo, cabra de merda ? É o desespero que te alimenta não é ? É o desespero. Há-de chegar o teu dia.
Pedir ajuda é um sinal de inteligência, e ele, que é um homem genericamente inteligente pediu. Não sei o peso que carrega, nem lhe imagino a dimensão, mas eu seguro daquele lado, e outros há que também ajudam. Muitos ao que sei. De alguma forma o peso há-de aliviar, de alguma forma. E o tempo ...
Deixa lá a miúda mandar uns sms’s de desespero, tenho a certeza que ela acaba por as ler.
Nunca acreditou no fim. Em cada passo, o chão a esvair-se sem o deixar respirar, de cada vez que se erguia, um outro rombo o deitava por terra. Caramba, um homem deve ter direito a um milagre por vida, e ele estava disposto a gastá-lo naquela altura.
Puta e cruel doença, deve ter-te dado um gozo brutal. O que é que gostaste mais, hem ? Foram as dores com que lhe minaste o corpo ? Foram as três miúdas sem mãe ? Foi a morfina ? A quimioterapia ? Qual foi o teu gozo, cabra de merda ? É o desespero que te alimenta não é ? É o desespero. Há-de chegar o teu dia.
Pedir ajuda é um sinal de inteligência, e ele, que é um homem genericamente inteligente pediu. Não sei o peso que carrega, nem lhe imagino a dimensão, mas eu seguro daquele lado, e outros há que também ajudam. Muitos ao que sei. De alguma forma o peso há-de aliviar, de alguma forma. E o tempo ...
Deixa lá a miúda mandar uns sms’s de desespero, tenho a certeza que ela acaba por as ler.
sexta-feira, agosto 24, 2007
Hoje à noite
Mc Lento
Sábado à noite mesmo antes do regresso a Lisboa. Nós os cinco mais a Catarina e as filhas (primas dos Marias), companhia habitual de férias. Abençoadinhas que trazem, além da picanha para várias refeições, uma pachorra invulgar para os meus filhos.
Vamos ao Mc Donalds de Albufeira, disfarçar a pressa de uma refeição com comida de plástico.
A Ana fica com os menores na esplanada e eu a Catarina tratamos da aquisição. Filas até à porta. Estupor do Murphy tirou a noite para me chatear na escolha da fila. Meia hora de fila com os clientes a sairem atendidos a conta gotas. O empregado da caixa, não parecia estar a atender, antes contava moedas. Quem atendia era um outro que de quando em vez lá aparecia para fazer uma pergunta ao cliente e voltava a recolher à cozinha. Reparo que em dez minutos, só saiu um cliente com dois Sundaes de caramelo e que a próxima pessoa está longe de estar atendida. Peço licença e salto para dentro do balcão:
- Desculpe, pode-me explicar o que está a acontecer nesta fila? Como é que em dez minutos, com fila até à porta a única coisa que saiu foram dois Sundaes de caramelo.
- Eu não estou a atender. Estou aqui a ...
- Eu já percebi que não está a entender, chame a pessoa que está a atender se faz favor.
Chega uma miúda com uma farda diferenciadora.
- Boa noite.
- Boa noite, gostava que me explicasse o que se passa nesta fila. Estão 20 pessoas só nesta fila, e nos últimos dez minutos, o único pedido satisfeito, foram dois Sundaes de chocolate. Minto, de caramelo. Vocês têm níveis de serviço que são obrigados a cumprir e segundo sei (não sabia nada) é suposto que em média saia um cliente atendido em cada três minutos. Explique-me se faz favor o que é que se está aqui a passar.
- Está muita gente na loja, demora mais um bocadinho.
- Está muita gente na loja porque não estão a cumprir com o estipulado. Repare nas mesas que estão vazias, ou com pessoas a guardar mesa. Assim é fácil ter a loja cheia. Tenho cinco crianças lá fora, há mais de meia hora e ainda tenho cinco pessoas à minha frente. Faça o favor de fazer esta fila segundo o nível de serviço que são obrigados a cumprir.
- Diga-me o que quer, que eu atendo já o seu pedido.
(Aqui passei para os berros)
- Está a dizer que me passa à frente destas pessoas que estão há mais tempo à espera ? Não é isso que quero, quero é que cumpram o que está definido. Três minutos por pedido. Daqui um quarto de hora quero estar atendido na minha vez.
Num repente aquela caixa começou a atender como raras vezes vi, e em menos de 10 minutos já era o primeiro da fila. Ainda fui cumprimentado por alguns dos meus parceiros de fila : “Bem jogado”. A Ana apareceu no fim do diálogo, porque a Catarina lhe telefonou a denunciar-me:
- O teu marido, acabou de passar para o lado de dentro do balcão e está a fazer um escândalo.
(que exagero)
Alguém sabe se existe algum nível de serviço definido para o atendimento no Mc Donalds? De repente passei a achar interessante ter acesso a essa informação.
Vamos ao Mc Donalds de Albufeira, disfarçar a pressa de uma refeição com comida de plástico.
A Ana fica com os menores na esplanada e eu a Catarina tratamos da aquisição. Filas até à porta. Estupor do Murphy tirou a noite para me chatear na escolha da fila. Meia hora de fila com os clientes a sairem atendidos a conta gotas. O empregado da caixa, não parecia estar a atender, antes contava moedas. Quem atendia era um outro que de quando em vez lá aparecia para fazer uma pergunta ao cliente e voltava a recolher à cozinha. Reparo que em dez minutos, só saiu um cliente com dois Sundaes de caramelo e que a próxima pessoa está longe de estar atendida. Peço licença e salto para dentro do balcão:
- Desculpe, pode-me explicar o que está a acontecer nesta fila? Como é que em dez minutos, com fila até à porta a única coisa que saiu foram dois Sundaes de caramelo.
- Eu não estou a atender. Estou aqui a ...
- Eu já percebi que não está a entender, chame a pessoa que está a atender se faz favor.
Chega uma miúda com uma farda diferenciadora.
- Boa noite.
- Boa noite, gostava que me explicasse o que se passa nesta fila. Estão 20 pessoas só nesta fila, e nos últimos dez minutos, o único pedido satisfeito, foram dois Sundaes de chocolate. Minto, de caramelo. Vocês têm níveis de serviço que são obrigados a cumprir e segundo sei (não sabia nada) é suposto que em média saia um cliente atendido em cada três minutos. Explique-me se faz favor o que é que se está aqui a passar.
- Está muita gente na loja, demora mais um bocadinho.
- Está muita gente na loja porque não estão a cumprir com o estipulado. Repare nas mesas que estão vazias, ou com pessoas a guardar mesa. Assim é fácil ter a loja cheia. Tenho cinco crianças lá fora, há mais de meia hora e ainda tenho cinco pessoas à minha frente. Faça o favor de fazer esta fila segundo o nível de serviço que são obrigados a cumprir.
- Diga-me o que quer, que eu atendo já o seu pedido.
(Aqui passei para os berros)
- Está a dizer que me passa à frente destas pessoas que estão há mais tempo à espera ? Não é isso que quero, quero é que cumpram o que está definido. Três minutos por pedido. Daqui um quarto de hora quero estar atendido na minha vez.
Num repente aquela caixa começou a atender como raras vezes vi, e em menos de 10 minutos já era o primeiro da fila. Ainda fui cumprimentado por alguns dos meus parceiros de fila : “Bem jogado”. A Ana apareceu no fim do diálogo, porque a Catarina lhe telefonou a denunciar-me:
- O teu marido, acabou de passar para o lado de dentro do balcão e está a fazer um escândalo.
(que exagero)
Alguém sabe se existe algum nível de serviço definido para o atendimento no Mc Donalds? De repente passei a achar interessante ter acesso a essa informação.
sexta-feira, agosto 17, 2007
Bloco de Notas
Nas férias, além de me transportar para outro local, transporto-me para outras rotinas. Pomposamente chamam-lhe “mudança de ares”. Servem para muscular os sentidos, habituá-los a novos estímulos ou rever velhos conhecidos. Reencontro outros sabores, odores, sons, texturas, luzes cores e formas. Às vezes apanham-me em falso, outras vezes coincidem com um padrão há tanto tempo gravado na memória. A memória olfactiva é a que mais me surpreende. Num café, lembrei-me de cada detalhe do cheiro da casa do Carlos, meu amigo durante a preparatória.
O próprio conhecimento muda de rotina. De ares portanto. Se hoje não sei quando é a “praia mar e a baixa mar”, há uns dias sabia. Era importante para os levar aos caranguejos com os novos camaroeiros. Se são camaroeiros, porque é que não os levava aos camarões ? Não sei a resposta para esta pergunta.
Viajei de combóio até ao Algarve. Passar a ponte, ter tempo para leituras e para as conversas dos outros. Não ia mal, de quando em vez, ir de transportes públicos trabalhar. Abre brechas para outros prazeres.
Fiz um escândalo no McDonalds, não me orgulho nem me arrependo, mas fui felicitado pelos meus momentâneos parceiros de fila. Hei-de escrever os detalhes.
Durante estes tempos, sempre a mesma aflição. Preciso de um bloco de notas para apontar isto. Uma frase, uma memória, uma luz, uma outra frase, um riso ou uma irritação. Nunca andei com um bloco de notas e senti-lhe sempre a falta. Resta-me guardar o que quero na cabeça, mas nesta idade, torna-se difícil.
A propósito de idade, e isto é um aviso que eu espero prematuro:
O primeiro anormal que se lembrar de, num transporte público, se levantar para me oferecer o lugar sentado, leva com a bengala nos cornos.
O próprio conhecimento muda de rotina. De ares portanto. Se hoje não sei quando é a “praia mar e a baixa mar”, há uns dias sabia. Era importante para os levar aos caranguejos com os novos camaroeiros. Se são camaroeiros, porque é que não os levava aos camarões ? Não sei a resposta para esta pergunta.
Viajei de combóio até ao Algarve. Passar a ponte, ter tempo para leituras e para as conversas dos outros. Não ia mal, de quando em vez, ir de transportes públicos trabalhar. Abre brechas para outros prazeres.
Fiz um escândalo no McDonalds, não me orgulho nem me arrependo, mas fui felicitado pelos meus momentâneos parceiros de fila. Hei-de escrever os detalhes.
Durante estes tempos, sempre a mesma aflição. Preciso de um bloco de notas para apontar isto. Uma frase, uma memória, uma luz, uma outra frase, um riso ou uma irritação. Nunca andei com um bloco de notas e senti-lhe sempre a falta. Resta-me guardar o que quero na cabeça, mas nesta idade, torna-se difícil.
A propósito de idade, e isto é um aviso que eu espero prematuro:
O primeiro anormal que se lembrar de, num transporte público, se levantar para me oferecer o lugar sentado, leva com a bengala nos cornos.
segunda-feira, julho 23, 2007
Inércia
É que anda confuso este verão. Diz que é do anti-ciclone. Talvez seja, tenho para mim que o tempo parou, contempla-se. Também as pessoas consomem os dias sem lhes tirar o proveito. Quantos dias se transformam em mais do que só dias ? O que mudaste no mundo hoje? Onde está a marca da tua mão ? Em que sonhos deixaste a tua voz ? Deixa-te ficar então, e nota os dias passar
Bibliografia:
Esplanada: “o tempo é quase nada", "o tempo é quase nada", "o tempo é quase nada”
Operário em Construção “e em cada coisa que via, misteriosamente havia, a marca da sua mão”
Bibliografia:
Esplanada: “o tempo é quase nada", "o tempo é quase nada", "o tempo é quase nada”
Operário em Construção “e em cada coisa que via, misteriosamente havia, a marca da sua mão”
sexta-feira, julho 20, 2007
Ideia peregrina
Está ali no forum da aquariofilia, um aquário que é uma verdadeira pechincha. Desconfio é que não exista lá em casa, espaço para outro aquário daquele tamanho.
Talvez se o pusesse no sítio do fogão, ou como centro de mesa, ou então, .... hum ... se a Bimby tivesse um destino trágico ... se de repente se evaporasse, ficava ali um espaço mesmo à medida.
É melhor não, o desespero seria tão grande, que a progenitora da Bimby seria recebida pelo Papa e pelo Dalai Lama, e a fotografia da Bimby apareceria na próxima edição das aventuras de Harry Potter.
Talvez se o pusesse no sítio do fogão, ou como centro de mesa, ou então, .... hum ... se a Bimby tivesse um destino trágico ... se de repente se evaporasse, ficava ali um espaço mesmo à medida.
É melhor não, o desespero seria tão grande, que a progenitora da Bimby seria recebida pelo Papa e pelo Dalai Lama, e a fotografia da Bimby apareceria na próxima edição das aventuras de Harry Potter.
quarta-feira, julho 11, 2007
Deasabafos do irmão do meio
Centena
de milhar. Hoje deve aparacer por cá o visitante 100 000. Espero que não seja uma pesquisa frustada no google sobre "breasts" ou "bimby".
terça-feira, julho 10, 2007
Quebrar
.. princípios é um mau princípio, pode e deve ser quebrado. O Manel juntou-se ao João nas lides de "ocupação de tempos livres em tempos de férias" (na realidade tem ido sózinho, porque o João adoeceu no Domingo à noite).
O princípio quebrado, é o sportinguismo, uma vez que a colónia de férias é a do Benfica (estou doido para lhe comprar uma camisolinha rosa, lantejolas na gola, um bocadinho cintada, ligeiramente evasé, com um bordadinho inglês no cós, e mangas em balão).
Não obstante, o Manel lá vai feliz para a colónia do Glorioso.
- Pai. Sexta Feira vamos visitar o estádio e ver a águia vitória.
- Tem cuidado Manelinho. Olha que aquela águi é muito esperta. Se os meninos são do Benfica ela deixa-os fazer festinhas, mas se ela descobre que são do Sporting, quando eles se aproximam, dá-lhes uma bicada e come-lhes a gelatina dos olhos. Sabes aquele menino que de vez em quando encontramos na rua e que é ceguinho ? Sabes de que clube ele é ?
- Do Sporting
- Pois. Não tinha nada que se aproximar da Vitória.
O princípio quebrado, é o sportinguismo, uma vez que a colónia de férias é a do Benfica (estou doido para lhe comprar uma camisolinha rosa, lantejolas na gola, um bocadinho cintada, ligeiramente evasé, com um bordadinho inglês no cós, e mangas em balão).
Não obstante, o Manel lá vai feliz para a colónia do Glorioso.
- Pai. Sexta Feira vamos visitar o estádio e ver a águia vitória.
- Tem cuidado Manelinho. Olha que aquela águi é muito esperta. Se os meninos são do Benfica ela deixa-os fazer festinhas, mas se ela descobre que são do Sporting, quando eles se aproximam, dá-lhes uma bicada e come-lhes a gelatina dos olhos. Sabes aquele menino que de vez em quando encontramos na rua e que é ceguinho ? Sabes de que clube ele é ?
- Do Sporting
- Pois. Não tinha nada que se aproximar da Vitória.
segunda-feira, julho 02, 2007
Banana
No dicionário:
s. f., Bot.,
fruto bacáceo, de polpa mole, doce e agradável, que provém da bananeira;
ficha eléctrica individual;
s. m., fig.,
indivíduo sem energia;
pateta;
adj. 2 gén.,
palerma;
molengão.
É ao substantivo masculino e ao adjectivo que me refiro. Pior que isso, refiro-o para me identificar e qualificar. Faço-o à conta desta tendência para não matar uma má ideia à nascença só porque sei que a sua concretização é num futuro que se advinha longínquo.
Maio de 2006: “Se as notas do final do ano forem boas, podes fazer uma pijama party cá em casa.”
Reflexão nesse mesmo momento: O mérito até à faculdade, é uma obrigação, não deve ser premiado. Antes o demérito deve ser diagnosticado e corrigido. De qualquer forma não lhe ficava mal brilhar um bocadinho. Ter um ou outro “muito bom” para quebrar a maré de “bons”. Mas de que prémio estamos a falar. Uma pijama party ? O que é isso ? Convida um ou outro fedelho para vir de pijama cá a casa ? Caguei. O que quer que seja pode ser que não aconteça e se acontecer hei-de-me safar.
Junho de 2006 O estupor do miúdo chega com a boa nova. Um “el tuti”. Cada nota, cada “Muito Bom”. Trabalha por objectivos ? Só se esforça com cenoura à frente ?
A inevitável pergunta “Pode ser para o próximo fim de semana ?”
A reposta alivia-me a tensão. “Não é assim João Maria. É preciso primeiro arranjar um bom fim de semana para o evento, de preferência sem festas de anos, convidar os amigos, arranjar sítio para os teus irmãos irem e pronto. Fazemos a Pijama Party”. Se eu não dissesse nada nesta altura, teria que me calar para sempre. Acabo com a pijama party agora ? Claro que não. Banana. Banana. Banana. “Isto só deve ser lá para o Outono. Pode ser que se esqueça, ou que tenha tão más notas na 3ª classe que viabilizem a anulação da promessa.”
(...) férias (...) início das aulas (...) aniversários deles (...) natal (...) aniversários dos outros (...) carnaval (...) aniversários dos outros (...) páscoa (...) fins de semana em São Martinho. A promessa era de quando em vez relembrada mas de forma pouco consistente, quase diluída. Foi então, que num repente, aproveitando o facto de eu estar entretido com o novo aquário de 120 litros:
- Dia 30 fazemos a Pijama Party do João.
Não se tratava de uma pergunta, nem requeria qualquer validação, apenas uma comunicação interna.
Como que por magia, já existia a lista de convidados, devidamente validada com o João e os convites já estavam na mão dos destinatários. Seis meninos com o João.
- Não sei se conseguimos colocação para o Manel e para o António.
Sortes distintas para estes dois. O Manel conseguiu colocação em casa de um amigo (o irmão dele era um dos convidados do João, troca por troca, justíssimo portanto e até benéfico, porque o Manel é uma doce peste e o irmão convidado é uma paz de alma), o António manteve-se lá em casa para garantir que os níveis de equilíbrio não desciam abaixo do caos permanente.
A pijama party começou às 2 da tarde de sábado, hora a que ninguém está de pijama, a menos que esteja doente ou de ressaca. Até às 8 da noite os meninos e a menina foram aparecendo. Afinal não eram seis com o João, eram seis sem o João, sete portanto. Oito com o António. Mais a Ana nove, que também, garantiu o nível adequado de caos institucionalizado, promovendo o seguinte conjunto de actividades:
“Jogo de futebol na Alameda – a inteligência emocional aos 8 anos. Como lidar com a derrota, o insulto ao árbitro - pai do jogador, a expulsão, a agressão, e o relvado cheio de cocó de cão”,
“Workshop de cozinha italiana – faz a tua própria piza e espalha mozzarela pela cozinha e se conseguires pelo resto da casa”,
“O duche em linha de montagem. 7 duches em 7 minutos”
“O banho de emersão com espuma - o privilégio das meninas convidadas”,
“Mascara-te às dez da noite – o pijama não está com nada e as máscaras estão num caixote na mais alta prateleira mais do armário. O escadote e as dores de costas.”
“Actividades lúdicas depois das 11”
"Realidade Virtual: transforme 3 camas em 8"
"Aritmética divina: a multiplicação das almofadas e as fronhas quânticas"
“Sessão Prática: Como adormecer 8 selvagens em menos de duas horas e sem ultrapassar as três palmadas”
“ Sessão Radical – só para profissionais – Estancar uma hemorragia nasal às 5 da manhã, e contrariar a lógica de grupo ‘Já não temos mais sono, vamos jogar Playstation’”
“Sessão Extra: o sofá e as dores de costas”
“Sessão Matinal com Troféu – a higiene dentária em grupo, o pequeno almoço e os morangos com açúcar. Quem tomar o pequeno almoço mais afastado da cozinha, ganha uma menção honrosa.”
“Sessão Culinária – os segredos do esparguete à bolonhesa para 10 pessoas. A gestão do queijo ralado.”
Findas as actividades, foram abandonando aos poucos, até que às 19 regressámos ao sossego do lar: Só nós os cinco. Que paz. O João Muito feliz da sua pijama party, mas muito triste por já não estar com os amigos.
Acabou-se a bananice. Pijama party’s para os outros, só lá para os tempos de universidade e com estatuto de paridade: 50 % de raparigas, para equilibrar a tarefa dos banhos.
s. f., Bot.,
fruto bacáceo, de polpa mole, doce e agradável, que provém da bananeira;
ficha eléctrica individual;
s. m., fig.,
indivíduo sem energia;
pateta;
adj. 2 gén.,
palerma;
molengão.
É ao substantivo masculino e ao adjectivo que me refiro. Pior que isso, refiro-o para me identificar e qualificar. Faço-o à conta desta tendência para não matar uma má ideia à nascença só porque sei que a sua concretização é num futuro que se advinha longínquo.
Maio de 2006: “Se as notas do final do ano forem boas, podes fazer uma pijama party cá em casa.”
Reflexão nesse mesmo momento: O mérito até à faculdade, é uma obrigação, não deve ser premiado. Antes o demérito deve ser diagnosticado e corrigido. De qualquer forma não lhe ficava mal brilhar um bocadinho. Ter um ou outro “muito bom” para quebrar a maré de “bons”. Mas de que prémio estamos a falar. Uma pijama party ? O que é isso ? Convida um ou outro fedelho para vir de pijama cá a casa ? Caguei. O que quer que seja pode ser que não aconteça e se acontecer hei-de-me safar.
Junho de 2006 O estupor do miúdo chega com a boa nova. Um “el tuti”. Cada nota, cada “Muito Bom”. Trabalha por objectivos ? Só se esforça com cenoura à frente ?
A inevitável pergunta “Pode ser para o próximo fim de semana ?”
A reposta alivia-me a tensão. “Não é assim João Maria. É preciso primeiro arranjar um bom fim de semana para o evento, de preferência sem festas de anos, convidar os amigos, arranjar sítio para os teus irmãos irem e pronto. Fazemos a Pijama Party”. Se eu não dissesse nada nesta altura, teria que me calar para sempre. Acabo com a pijama party agora ? Claro que não. Banana. Banana. Banana. “Isto só deve ser lá para o Outono. Pode ser que se esqueça, ou que tenha tão más notas na 3ª classe que viabilizem a anulação da promessa.”
(...) férias (...) início das aulas (...) aniversários deles (...) natal (...) aniversários dos outros (...) carnaval (...) aniversários dos outros (...) páscoa (...) fins de semana em São Martinho. A promessa era de quando em vez relembrada mas de forma pouco consistente, quase diluída. Foi então, que num repente, aproveitando o facto de eu estar entretido com o novo aquário de 120 litros:
- Dia 30 fazemos a Pijama Party do João.
Não se tratava de uma pergunta, nem requeria qualquer validação, apenas uma comunicação interna.
Como que por magia, já existia a lista de convidados, devidamente validada com o João e os convites já estavam na mão dos destinatários. Seis meninos com o João.
- Não sei se conseguimos colocação para o Manel e para o António.
Sortes distintas para estes dois. O Manel conseguiu colocação em casa de um amigo (o irmão dele era um dos convidados do João, troca por troca, justíssimo portanto e até benéfico, porque o Manel é uma doce peste e o irmão convidado é uma paz de alma), o António manteve-se lá em casa para garantir que os níveis de equilíbrio não desciam abaixo do caos permanente.
A pijama party começou às 2 da tarde de sábado, hora a que ninguém está de pijama, a menos que esteja doente ou de ressaca. Até às 8 da noite os meninos e a menina foram aparecendo. Afinal não eram seis com o João, eram seis sem o João, sete portanto. Oito com o António. Mais a Ana nove, que também, garantiu o nível adequado de caos institucionalizado, promovendo o seguinte conjunto de actividades:
“Jogo de futebol na Alameda – a inteligência emocional aos 8 anos. Como lidar com a derrota, o insulto ao árbitro - pai do jogador, a expulsão, a agressão, e o relvado cheio de cocó de cão”,
“Workshop de cozinha italiana – faz a tua própria piza e espalha mozzarela pela cozinha e se conseguires pelo resto da casa”,
“O duche em linha de montagem. 7 duches em 7 minutos”
“O banho de emersão com espuma - o privilégio das meninas convidadas”,
“Mascara-te às dez da noite – o pijama não está com nada e as máscaras estão num caixote na mais alta prateleira mais do armário. O escadote e as dores de costas.”
“Actividades lúdicas depois das 11”
"Realidade Virtual: transforme 3 camas em 8"
"Aritmética divina: a multiplicação das almofadas e as fronhas quânticas"
“Sessão Prática: Como adormecer 8 selvagens em menos de duas horas e sem ultrapassar as três palmadas”
“ Sessão Radical – só para profissionais – Estancar uma hemorragia nasal às 5 da manhã, e contrariar a lógica de grupo ‘Já não temos mais sono, vamos jogar Playstation’”
“Sessão Extra: o sofá e as dores de costas”
“Sessão Matinal com Troféu – a higiene dentária em grupo, o pequeno almoço e os morangos com açúcar. Quem tomar o pequeno almoço mais afastado da cozinha, ganha uma menção honrosa.”
“Sessão Culinária – os segredos do esparguete à bolonhesa para 10 pessoas. A gestão do queijo ralado.”
Findas as actividades, foram abandonando aos poucos, até que às 19 regressámos ao sossego do lar: Só nós os cinco. Que paz. O João Muito feliz da sua pijama party, mas muito triste por já não estar com os amigos.
Acabou-se a bananice. Pijama party’s para os outros, só lá para os tempos de universidade e com estatuto de paridade: 50 % de raparigas, para equilibrar a tarefa dos banhos.
quinta-feira, junho 28, 2007
Fumo e nevoeiro cerebral
Ouvi e li, há dois dias algumas notícias sobre este estudo:
"Em declarações à TSF, Miguel Gouveia, um dos professores responsáveis pelo estudo, disse que, no total, «as despesas relacionadas com o tabagismo custaram ao sistema de saúde português quase 1400 milhões de euros», sendo que desse montante 490 milhões de euros não teriam sido pagos «se nunca se tivesse fumado em Portugal».
Bem sei que fumar está longe de ser a atitude mais inteligente que se pode ter, e que não raras vezes tira em simultâneo na bolsa e na vida, mas caramba, não cria habituação do cérebro à ininteligência. Sendo uma atitude desinteligente, não nos torna desinteligentes noutras matérias.
As declarações deste professor, situam o problema do tabagisgo na quantidade de dinheiro que o estado gasta em despesas relacionadas com o dito tabagismo. Mas andamos a brincar ? O problema do tabagismo reside no dinheiro que o estado gasta ? A saber e olhando para números de 2003: "O Estado, segundo o Boletim de Execução Orçamental de Dezembro de 2003, arrecadou cerca de 1220 milhões de euros com a venda de cigarros. Ou seja, dos 1593 milhões de euros envolvidos, 76,5% foram parar aos cofres públicos."
Vamos ser honestos, fumar até que é estúpido, mas o tabagismo é um negócio rentável para o estado. Espero que o estado não gaste muito dinheiro em estudos descontextualizados.
"Em declarações à TSF, Miguel Gouveia, um dos professores responsáveis pelo estudo, disse que, no total, «as despesas relacionadas com o tabagismo custaram ao sistema de saúde português quase 1400 milhões de euros», sendo que desse montante 490 milhões de euros não teriam sido pagos «se nunca se tivesse fumado em Portugal».
Bem sei que fumar está longe de ser a atitude mais inteligente que se pode ter, e que não raras vezes tira em simultâneo na bolsa e na vida, mas caramba, não cria habituação do cérebro à ininteligência. Sendo uma atitude desinteligente, não nos torna desinteligentes noutras matérias.
As declarações deste professor, situam o problema do tabagisgo na quantidade de dinheiro que o estado gasta em despesas relacionadas com o dito tabagismo. Mas andamos a brincar ? O problema do tabagismo reside no dinheiro que o estado gasta ? A saber e olhando para números de 2003: "O Estado, segundo o Boletim de Execução Orçamental de Dezembro de 2003, arrecadou cerca de 1220 milhões de euros com a venda de cigarros. Ou seja, dos 1593 milhões de euros envolvidos, 76,5% foram parar aos cofres públicos."
Vamos ser honestos, fumar até que é estúpido, mas o tabagismo é um negócio rentável para o estado. Espero que o estado não gaste muito dinheiro em estudos descontextualizados.
terça-feira, junho 26, 2007
Da próxima vez ...
quarta-feira, junho 20, 2007
Análise de alternativas
"Ota" rima com bota, cota, gota, jota, lota, mota, nota, rota, sota, tota, vota, perdigota, batota, minhota, feiota, fatiota, agiota, adopta, carlota, janota, poliglota.
"Alcochete" rima com ramalhete, torniquete, retrete, baquete e minete.
"Portela mais um" rima com pum, nenhum, nestum, algum, e atum.
Eu continuo a achar que fica melhor a Ota, pelo menos para fazer quadras sobre o assunto, além de que não ia perturbar o sono dos atletas do Sporting que tÊm a academia em Alcochete. Mais a mais Alcochete já tem um freeport, não precisa nem de um freeshop nem de um airport.
Espero que o estudo contemple a análise destas variáveis.
"Alcochete" rima com ramalhete, torniquete, retrete, baquete e minete.
"Portela mais um" rima com pum, nenhum, nestum, algum, e atum.
Eu continuo a achar que fica melhor a Ota, pelo menos para fazer quadras sobre o assunto, além de que não ia perturbar o sono dos atletas do Sporting que tÊm a academia em Alcochete. Mais a mais Alcochete já tem um freeport, não precisa nem de um freeshop nem de um airport.
Espero que o estudo contemple a análise destas variáveis.
terça-feira, junho 19, 2007
Inquérito
À semelhança do que se passa todas as noites, o Manel Maria adormeceu na nossa cama. À meia noite, levantou-se, teletransportou-se para a casa de banho, encontrou a tampa da sanita aberta, baixou as calças do pijama, fez o seu xixi, não puxou o autoclismo (vou internacionalizar este post: autoclismo = descarga ), puxou as calças para cima e foi-se deitar no sofá da sala.
Tudo seria quase perfeito, não fora uma deficiência no sistema de teletransporte para a casa de banho, que o deixou ensonado exactamente no local de partida: de pé no chão, virado para a cama dos seus pais que, durante uns longos segundos, se transformou numa original sanita.
Já foi aberto um inquérito para apurar as causas da deficiência no sistema de teletransporte e foram tomadas medidas que visam evitar que situações semelhantes se repitam:
- inibição de ingestão de liquídos a partir das 19:30
- instalação de beliches na zona da casa de banho
- os menores de 6 anos serão algaliados às 22:00
Tudo seria quase perfeito, não fora uma deficiência no sistema de teletransporte para a casa de banho, que o deixou ensonado exactamente no local de partida: de pé no chão, virado para a cama dos seus pais que, durante uns longos segundos, se transformou numa original sanita.
Já foi aberto um inquérito para apurar as causas da deficiência no sistema de teletransporte e foram tomadas medidas que visam evitar que situações semelhantes se repitam:
- inibição de ingestão de liquídos a partir das 19:30
- instalação de beliches na zona da casa de banho
- os menores de 6 anos serão algaliados às 22:00
segunda-feira, junho 18, 2007
A história de Ana Paula Lopes
No you tube, à procura da "História de Lily Braun" por Maria Rita, encontro a essa mesma história por Ana Paula Lopes. Nunca tinha ouvido falar, mas ficou-me em boa conta.
"Meu" é o o nome do seu primeiro CD de há dois anos atrás. Jazz e bossa nova. A fórmula não é nova, diria que gasta, curiosamente, ao ouvi-la, pareceu-me uma equação quase inexplorada. Escrevi a dizer-lhe e a perguntar pelo Meu aqui em terras lusas. Na volta do correio a novidade de um segundo album para muito breve, mas aqui em Portugal, só mesmo pela internet.
Fica aqui a história da Ana Paula Lopes.
Fica aqui a história de Lily Braun.
"Meu" é o o nome do seu primeiro CD de há dois anos atrás. Jazz e bossa nova. A fórmula não é nova, diria que gasta, curiosamente, ao ouvi-la, pareceu-me uma equação quase inexplorada. Escrevi a dizer-lhe e a perguntar pelo Meu aqui em terras lusas. Na volta do correio a novidade de um segundo album para muito breve, mas aqui em Portugal, só mesmo pela internet.
Fica aqui a história da Ana Paula Lopes.
Fica aqui a história de Lily Braun.
quarta-feira, junho 13, 2007
Lisboa - Alcochete - Montijo
Ontem foi dia sem criançada. Regressados de férias a cinco, selvas entregues aos doutos cuidados colegiais e tempo para passar a dois. O que é que se faz o que é que não se faz? E que tal um almoço no Guincho ? Não era mal pensado, mas estamos sempre a ir para os mesmos sítios e tal e coisa. E se fossemos ao deserto ?
Boa.
Viramos costas à criançada, e atravessamos a ponte rumo ao outlet do deserto que nunca lá fomos.
É láááá. Vê-se mesmo que aquilo foi construído com os petro-euros. Luxo faraónico. Arcos e fontes ali no meio das dunas. E lojas a perder de vista. Eu não gosto de me ver de túnica por causa dos pêlos das pernas, pelo que só andei a ver uns turbantes. A minha odalisca comprou uns véus e umas chanatas e vai daí, já com os pés a escaldar do calor da areia, rumamos até ao oásis mais próximo. Fórum Montijo. Estes gajos das arábias não olham a meios. Tudo à grande. Até fizemos as compras necessárias para afastar os stocks da dispensa do ponto de ruptura, que o de encomenda já lá ia há muito.
E se almoçássemos por aqui ? Aqui no deserto ? Pois. Não há-de ser o fim do mundo.
Lá encontrámos uma tenda que servia grelhados e enchemo-nos de peixes do deserto: sardinhas e bezugos. Os mouros foram expulsos pelo Afonso, mas aposto que negociaram a retirada com algumas receitas de peixe assado. Os infiéis não são maus na grelha.
Posto isto, regressámos à margem norte, rumo à civilização. Ainda me ofereceram uns camelos pela odalisca, mas, ao que sei, os camelos cheiram horrores, não fazem grande companhia e não têm muito jeito com a criançada.
Havemos de ir ao deserto mais vezes, estilo daqui a dez anos, para ver como é que eles evoluem. São tão giros.
Boa.
Viramos costas à criançada, e atravessamos a ponte rumo ao outlet do deserto que nunca lá fomos.
É láááá. Vê-se mesmo que aquilo foi construído com os petro-euros. Luxo faraónico. Arcos e fontes ali no meio das dunas. E lojas a perder de vista. Eu não gosto de me ver de túnica por causa dos pêlos das pernas, pelo que só andei a ver uns turbantes. A minha odalisca comprou uns véus e umas chanatas e vai daí, já com os pés a escaldar do calor da areia, rumamos até ao oásis mais próximo. Fórum Montijo. Estes gajos das arábias não olham a meios. Tudo à grande. Até fizemos as compras necessárias para afastar os stocks da dispensa do ponto de ruptura, que o de encomenda já lá ia há muito.
E se almoçássemos por aqui ? Aqui no deserto ? Pois. Não há-de ser o fim do mundo.
Lá encontrámos uma tenda que servia grelhados e enchemo-nos de peixes do deserto: sardinhas e bezugos. Os mouros foram expulsos pelo Afonso, mas aposto que negociaram a retirada com algumas receitas de peixe assado. Os infiéis não são maus na grelha.
Posto isto, regressámos à margem norte, rumo à civilização. Ainda me ofereceram uns camelos pela odalisca, mas, ao que sei, os camelos cheiram horrores, não fazem grande companhia e não têm muito jeito com a criançada.
Havemos de ir ao deserto mais vezes, estilo daqui a dez anos, para ver como é que eles evoluem. São tão giros.
segunda-feira, junho 04, 2007
sexta-feira, junho 01, 2007
Dia da Criança
É no que dá as criancices ... casar no dia 1 de Junho. Era previsivel que, mais cedo ou mais tarde, a pressão da criançada nos roubasse tempo de comemorações. Bem feita ...
Resultado para o 11º aniversário:
- almoço a dois e à pressa, para ter tempo de comprar umas merdices do dia da criança para o trio de selvas
(aqui está o convite do evento, gentilmente cedido pelo Molico)
terça-feira, maio 29, 2007
Curtas
A propósito do Campeonato, fiquei com a sensação, que se não fosse o Benfica, os festejos dos adeptos não tinham razão de existir:
"E está feliz com a vitória ?"
"É muito bem feita, para esses filhos da puta dos lampeões. Viva o Porto. Até os comemos carago ... "
"Mas sente-se feliz com o Porto?"
"Bem feita para esses lampeões da merda"
"Está emocionado ?"
"Palhaços. O Benfica é merda. Viva o Porto. ... Lisboa a arder, nós só queremos ver, Lisboa a arder."
Já existia o totoloto, o totobola, o totogolo. Eis-nos perante a Totafeliz. Parabéns.
Na semana passada, em almoço com uma jornalista da TVI, ela disse-me
"Eu que sempre me revoltei contra a mesquinhez, depois daquele trabalho, cheguei à conclusão que a indiferença pode ser muito pior."
Deu-me que pensar.
No domingo passado, a ver a taça de Portugal, depois de um plano da claque do belenenses fiquei com a ideia que as claques dos clubes têm laços estreitos com a extrema direita, excepto a do Belenenses, que tem ar de quem estreita laços com o centro direita. Pareciam os mesmos meninos das campanhas do CDS-PP.
Ontem numa formação sobre técnicas de apresentação fiz de "besta quadrada". Saiu-me sem esforço. Devo preocupar-me ?
"E está feliz com a vitória ?"
"É muito bem feita, para esses filhos da puta dos lampeões. Viva o Porto. Até os comemos carago ... "
"Mas sente-se feliz com o Porto?"
"Bem feita para esses lampeões da merda"
"Está emocionado ?"
"Palhaços. O Benfica é merda. Viva o Porto. ... Lisboa a arder, nós só queremos ver, Lisboa a arder."
Já existia o totoloto, o totobola, o totogolo. Eis-nos perante a Totafeliz. Parabéns.
Na semana passada, em almoço com uma jornalista da TVI, ela disse-me
"Eu que sempre me revoltei contra a mesquinhez, depois daquele trabalho, cheguei à conclusão que a indiferença pode ser muito pior."
Deu-me que pensar.
No domingo passado, a ver a taça de Portugal, depois de um plano da claque do belenenses fiquei com a ideia que as claques dos clubes têm laços estreitos com a extrema direita, excepto a do Belenenses, que tem ar de quem estreita laços com o centro direita. Pareciam os mesmos meninos das campanhas do CDS-PP.
Ontem numa formação sobre técnicas de apresentação fiz de "besta quadrada". Saiu-me sem esforço. Devo preocupar-me ?
quarta-feira, maio 23, 2007
Publicidade
- André fazes a nossa cama ?
- Ana. Eu uso uma bata às flores ?
- Não
- Só apareço em casa às Segundas, Quartas e Sextas de manhã ?
- Não.
- Tenho um neto chamado Fábio Ruben ?
- Não.
- Então vá, pede à F.
- Ana. Eu uso uma bata às flores ?
- Não
- Só apareço em casa às Segundas, Quartas e Sextas de manhã ?
- Não.
- Tenho um neto chamado Fábio Ruben ?
- Não.
- Então vá, pede à F.
quarta-feira, maio 16, 2007
2º Corolário sobre o Meme anterior
Não vale a pena tentar cozer uma sapateira viva directamente no micro-ondas
1. Fica muito parecido com um Ovni descontrolado
2. Pelo faiscar, o Ovni tende a sofrer de problemas eléctricos
3. As asas do Ovni, sobretudo, as que têm forma de pinça, podem ser projectadas a grande velocidade
4. A explosão de uma sapateira não é um espectáculo que valha a pena
5. Os micro-ondas são tramados para limpar
1. Fica muito parecido com um Ovni descontrolado
2. Pelo faiscar, o Ovni tende a sofrer de problemas eléctricos
3. As asas do Ovni, sobretudo, as que têm forma de pinça, podem ser projectadas a grande velocidade
4. A explosão de uma sapateira não é um espectáculo que valha a pena
5. Os micro-ondas são tramados para limpar
terça-feira, maio 15, 2007
Eis
... senão quando, no meio deste retiro de quase silêncio, a Catarina passou-me um "meme", que lhe passou a Cristina, que lhe passou a Gota.
Diz que um "meme" é um " gene cultural" que envolve algum conhecimento que passas a outros contemporâneos ou a teus descendentes. Os memes podem ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autónoma"
Aqui vai o tardio meme solicitado e a propósito de comida de verão
O tempo de cozedura da sapateira varia em função do seu tamanho, não obstante, 18 minutos parece ser adequado na maior parte dos casos.
Corolário (da minha autoria):
Se tiver que cozer uma sapateira mais do que 20 minutos, provavelmente não tem uma panela onde ela caiba.
Passa a outro e nunca ao même, para a Carlota, o João, a M&M, a Sereia, o T?, a Noite e a Teresa.
Diz que um "meme" é um " gene cultural" que envolve algum conhecimento que passas a outros contemporâneos ou a teus descendentes. Os memes podem ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autónoma"
Aqui vai o tardio meme solicitado e a propósito de comida de verão
O tempo de cozedura da sapateira varia em função do seu tamanho, não obstante, 18 minutos parece ser adequado na maior parte dos casos.
Corolário (da minha autoria):
Se tiver que cozer uma sapateira mais do que 20 minutos, provavelmente não tem uma panela onde ela caiba.
Passa a outro e nunca ao même, para a Carlota, o João, a M&M, a Sereia, o T?, a Noite e a Teresa.
quinta-feira, maio 03, 2007
Querido João
eu bem sei que o Manel não é flor que se cheire, e que tem um feitio complicado, e que costuma levar a água ao seu moinho com cenas indiscritíveis, e que não olha a meios para atingir os fins, e que vezes sem conta apelo à tua imensa pachorra para que as vossas brigas não acabem mal, e que ele te atirava com os carros à cara quando era mais novo, e que não se ensaia nada em bater pelas costas, e que vira costas quando percebe que não consegue ganhar uma disputa, e que grita sem razão aparente, e que enche a boca com pasta de dentes de morango e vai mastigar de boca aberta para cima de ti só porque sabe que tu não suportas o cheiro. Mas tudo isto não é razão para lhe teres atirado um pau à cabeça e para lhe teres aberto um lenho de 2 centímetros.
Com franqueza João Maria, isso não se faz. Da próxima vez vais tu ao hospital com ele e assistes aquela cena de um pelotão de enfermagem a segurá-lo para o médico conseguir colar-lhe o lenho.
Com franqueza João Maria, isso não se faz. Da próxima vez vais tu ao hospital com ele e assistes aquela cena de um pelotão de enfermagem a segurá-lo para o médico conseguir colar-lhe o lenho.
quarta-feira, maio 02, 2007
Desiste
Quando, mesmo ao de leve, feito brisa, te denúncias, pergunto-me ao que vens. Que guarda tens para a tua existência ? Que negro anjo te guia. Sempre cobarde, sempre sem escrúpulos, tão vazia e voraz quanto cruel. Irra, o quanto tu consegues ser cruel. Nunca te bastas a ti mesma, nunca te resignas, a vã certeza de que não há meio termo.
Tenho a dizer-te que não vais conseguir. Desta vez, mais uma vez, só mais uma vez, não vais conseguir.
Tenho a dizer-te que não vais conseguir. Desta vez, mais uma vez, só mais uma vez, não vais conseguir.
quarta-feira, abril 18, 2007
Must
Parabéns para este gadget_blog. Mesmo muito bom.
Por falar em parabéns, foi lá que encontrei a prenda para os meus 40 anos (Agosto deste ano).
Aqui estão algumas fotos de uma casa portátil para colocar nos terraços desse mundo fora. Caso tenham dúvidas onde o colocar em Agosto, sugiro Barcelona, São Francisco, Rio de Janeiro ou Tokio.
Por falar em parabéns, foi lá que encontrei a prenda para os meus 40 anos (Agosto deste ano).
Aqui estão algumas fotos de uma casa portátil para colocar nos terraços desse mundo fora. Caso tenham dúvidas onde o colocar em Agosto, sugiro Barcelona, São Francisco, Rio de Janeiro ou Tokio.
terça-feira, abril 17, 2007
América
O homem daquele país entrou na escola e matou indiscriminadamente, um outro homem desse mesmo país foi o primeiro a pisar o solo lunar, e o presidente ? é inevitável tratar-se de um personagem de ficção, entrou na escola e só passados muitos anos de ter entrado é que acabou por sair, e só passados muitos mais mandou matar indiscriminadamente, no Afeganistão, e no Iraque e ai do Irão, a China não. Um outro homem ainda do mesmo país, toca saxofone em New Orleans, esquecida a cheia e fica a ideia de quem não está connosco, contra nós está.
Num lado génio o cinema, a música, o Central Park, o MOMA’s, Coltrane, o Guggenheim, São Francisco, o Grand Canyon e os Amstrong - o Neil o Lance e Louis. No outro lado a hipócrita moral, a polícia do mundo, o Bush, o provincianismo, a estupidez, o cowboy, a limusine e a Condolisa.
Pasme-se a América é como todo o mundo, não se livra da existência de um hemisfério Norte e de um hemisfério Sul. E para piorar ainda tem um Bush.
Num lado génio o cinema, a música, o Central Park, o MOMA’s, Coltrane, o Guggenheim, São Francisco, o Grand Canyon e os Amstrong - o Neil o Lance e Louis. No outro lado a hipócrita moral, a polícia do mundo, o Bush, o provincianismo, a estupidez, o cowboy, a limusine e a Condolisa.
Pasme-se a América é como todo o mundo, não se livra da existência de um hemisfério Norte e de um hemisfério Sul. E para piorar ainda tem um Bush.
quinta-feira, abril 12, 2007
SR ARQº PROF DR ENGº
Andam os jornais, de há quinze dias a esta parte, num frenesim paranóico sobre a licenciatura do primeiro ministro e a forma como esta foi obtida. Existe, ao que parece, a possibilidade do homem não ser engenheiro. Esta psicose sobre o título do homem, confere-nos o carácter provinciano que genericamente temos sobre títulos. Tendemos a dar importância ao facto de sermos doutores, engenheiros e arquitectos. Tique mesquinho de quem possui uma das maiores taxas de iliteracia da Europa. Neste contexto, tal como ouvi ontem na crónica da TSF de Pires de Lima, das heranças do estado novo, este provinciana afeição aos títulos, é aquela que o regime democrático tristemente cuida com maior simpatia e estima.
Vem-me à cabeça uma conversa entre uma empregada das berças e a sua jovem patroa:
- Minha senhora, quer que engome as camisas do Senhor Engenheiro ?
- Florinda, o meu marido é arquitecto, não é engenheiro.
- Eu bem sei minha senhora, mas como não consigo dizer essa coisa que ele é, chamo-lhe Senhor Engenheiro.
Ainda a propósito, quero crer que o facto de se ser engenheiro, pouco ou nada tem a ver com a qualidade ou falta dela, no que toca ao desempenho de certas funções, a de primeiro ministro incluída e a de engenheiro também – lembro-me de algumas obras de engenharia, de algumas intervenções de engenheiros mecânicos na minha viatura, de Entre-os-Rios, de engenheiros da NASA. Talvez a competência seja mesmo o mais importante.
Não desfazendo, há engenheiros que nos seus cursos, têm cadeiras chamadas “Betão I” e “Betão II”. Eu dificilmente confio em alguém que tenha passado algumas horas a estudar “Betão II”. Não sei porquê, mas não acho que seja um bom sinal. Há males que, a meu ver, vêm por bem, pode ser que o Sócrates não seja engenheiro, e que isso constitua a razão do seu aparente sucesso.
Se, por fim, se verificar a possibilidade, ínfima, de existir uma relação directa entre a competência e sucesso e a engenharia, deixo os meus votos que aquele engenheiro Fernando, o da Luz, o Santos, seja mesmo engenheiro. É que hoje à noite o Benfica joga, e pelos últimos resultados, quer-me cá parecer que também fez o último ano na Universidade Independente.
Vem-me à cabeça uma conversa entre uma empregada das berças e a sua jovem patroa:
- Minha senhora, quer que engome as camisas do Senhor Engenheiro ?
- Florinda, o meu marido é arquitecto, não é engenheiro.
- Eu bem sei minha senhora, mas como não consigo dizer essa coisa que ele é, chamo-lhe Senhor Engenheiro.
Ainda a propósito, quero crer que o facto de se ser engenheiro, pouco ou nada tem a ver com a qualidade ou falta dela, no que toca ao desempenho de certas funções, a de primeiro ministro incluída e a de engenheiro também – lembro-me de algumas obras de engenharia, de algumas intervenções de engenheiros mecânicos na minha viatura, de Entre-os-Rios, de engenheiros da NASA. Talvez a competência seja mesmo o mais importante.
Não desfazendo, há engenheiros que nos seus cursos, têm cadeiras chamadas “Betão I” e “Betão II”. Eu dificilmente confio em alguém que tenha passado algumas horas a estudar “Betão II”. Não sei porquê, mas não acho que seja um bom sinal. Há males que, a meu ver, vêm por bem, pode ser que o Sócrates não seja engenheiro, e que isso constitua a razão do seu aparente sucesso.
Se, por fim, se verificar a possibilidade, ínfima, de existir uma relação directa entre a competência e sucesso e a engenharia, deixo os meus votos que aquele engenheiro Fernando, o da Luz, o Santos, seja mesmo engenheiro. É que hoje à noite o Benfica joga, e pelos últimos resultados, quer-me cá parecer que também fez o último ano na Universidade Independente.
quarta-feira, abril 04, 2007
Essa mulher
Num repente, numa viagem que começou com o Chico, com o Milton, esbarro nas imagens de Elis. Essa mulher. Essa mulher outra vez a abalar-me as estruturas. O canto, a pessoa, as entrevistas nunca vistas, as palavras, a dureza, a insegurança, a emoção descontrolada. Não consigo explicar o que se passa quando vejo esta mulher. Um metro e cinquenta e três de gente (como a Ana), a viver no olho do furacão. Depois encontro uma outra mulher, nada deusa mais terrena, porém magnífica, a cantar-lhe uma das canções. Tinha ouvido dizê-la que jamais o faria por nada ter a acrescentar à genialidade de Elis. Pode ser que o tenha feito por amor.
Na cabine da toca do bandido, o estúdio onde normalmente grava, refugia-se como num ventre e explode assim, diferente, maravilhosa, terrena, ela própria, mas necessariamente filha da mãe.
Vê-se aqui
Na cabine da toca do bandido, o estúdio onde normalmente grava, refugia-se como num ventre e explode assim, diferente, maravilhosa, terrena, ela própria, mas necessariamente filha da mãe.
Vê-se aqui
quinta-feira, março 29, 2007
O Belo
... lá de casa pergunta aos mestres, no regresso das compras no Vasco da Gama:
- Chelas é a abreviatura de Bruxelas ?
Este meu filho podia fazer boa figura nalgum reality show da actualidade.
- Chelas é a abreviatura de Bruxelas ?
Este meu filho podia fazer boa figura nalgum reality show da actualidade.
segunda-feira, março 26, 2007
Escolhas
Caparica
A revolta do presidente da junta
"Esta situação é o resultado de quatro meses de incompetência e inoperancia do instituto da água."
Eu diria que é o resultado que mais de quatro dezenas de anos de política do betão e de falta de planeamento para aquela área. O mar vai continuar a querer conquistar a terra, sobretudo depois de terem retirado a areia que constituia uma protecção natural para toda aquela zona.
Com todo o respeito pelas pessoas e pelos seus dramas, mas sem qualquer respeito pela forma caótica como se instalaram na costa e a transformaram naquilo que hoje é, eu diria que o problema da costa reside no facto das marés vivas serem tão pouco vivas. A mim não me fazia grande confusão que as vagas se entusiasmassem e chegassem até à falésia, por exemplo.
"Esta situação é o resultado de quatro meses de incompetência e inoperancia do instituto da água."
Eu diria que é o resultado que mais de quatro dezenas de anos de política do betão e de falta de planeamento para aquela área. O mar vai continuar a querer conquistar a terra, sobretudo depois de terem retirado a areia que constituia uma protecção natural para toda aquela zona.
Com todo o respeito pelas pessoas e pelos seus dramas, mas sem qualquer respeito pela forma caótica como se instalaram na costa e a transformaram naquilo que hoje é, eu diria que o problema da costa reside no facto das marés vivas serem tão pouco vivas. A mim não me fazia grande confusão que as vagas se entusiasmassem e chegassem até à falésia, por exemplo.
quinta-feira, março 22, 2007
Dúvidas
Ainda desconfiado do afastamento que aquelas senhoras mostram da realidade resolvi fazer uma experiência.
A empresa onde trabalho tinha promovido um evento seguido de jantar, que acabou numa saída até um bar para beber uns copos e repor a conversa em dia. Pedi à rapariga que me serviu o gin tónico que me esclarecesse em que continente fica a Bélgica:
"Não sei, não me faça perguntas difíceis a esta hora."
Fiquei a desconfiar que das duas uma ou duas:
- a rapariga não estava para responder a perguntas fora do contexto do gin tónico;
- se calhar, o reality show, não é tão aldrabado quanto eu julgava.
Outra coisa, essa sim impressionante, foi a corropio de crianças adolescentes nas vizinhanças dos bares de shots, em estados mais ou menos degradantes com idades que me parecem rondar os 13 anos. As miudas, ainda em corpo de criança, de trajes mínimos e cara cheia de maquilhagem, provavelmente do estojo que beleza da Barbie. Os rapazes mais vestidos, mas frágeis, ainda sem barba. Eles e elas de cigarros mal fumados, muitos bêbados e violentos uns com os outros. Pensei "Assim que chegar a casa acordo os Marias e prego-lhes um bofetão aos três, para evitar que daqui a 8 anos estejam neste estado". Acabei por não o fazer.
A empresa onde trabalho tinha promovido um evento seguido de jantar, que acabou numa saída até um bar para beber uns copos e repor a conversa em dia. Pedi à rapariga que me serviu o gin tónico que me esclarecesse em que continente fica a Bélgica:
"Não sei, não me faça perguntas difíceis a esta hora."
Fiquei a desconfiar que das duas uma ou duas:
- a rapariga não estava para responder a perguntas fora do contexto do gin tónico;
- se calhar, o reality show, não é tão aldrabado quanto eu julgava.
Outra coisa, essa sim impressionante, foi a corropio de crianças adolescentes nas vizinhanças dos bares de shots, em estados mais ou menos degradantes com idades que me parecem rondar os 13 anos. As miudas, ainda em corpo de criança, de trajes mínimos e cara cheia de maquilhagem, provavelmente do estojo que beleza da Barbie. Os rapazes mais vestidos, mas frágeis, ainda sem barba. Eles e elas de cigarros mal fumados, muitos bêbados e violentos uns com os outros. Pensei "Assim que chegar a casa acordo os Marias e prego-lhes um bofetão aos três, para evitar que daqui a 8 anos estejam neste estado". Acabei por não o fazer.
quarta-feira, março 21, 2007
Querida Rainha
Consta que a FNAC está a organizar um concurso, associado ao lançamento da PS3, que tem por prémio a nova consola da Sony, a quem aparecer dia 22 à noite com o corte de cabelo mais original.
Quando soube desta notícia, fiquei deveras triste, face à escassez capilar que me caracteriza, mas depois lembrei-me que são os momentos difíceis que geram as melhores oportunidades. E do momento difícil da minha escassez, surge a oportunidade da abundância capilar dos nossos meninos.
Serve pois o presente post, para solicitar a vossa alteza, um corte radical em cada uma das cabeças dos Marias. O bochechas ficaria com a letra "P" desenhada, o dos caracóis loiros com o "S" e o malcriadinho histérico obcecado pelos bichos e pelos anões, com o "3". Fora estes caracteres, tudo seria em suas cabeças, um autêntico deserto. Mais ainda, solicito autorização para pintar, cada um destes caracteres de cabelo, de prateado.
Se vossa alteza pretender juntar-se à iniciativa, sugiro que também nós façamos um corte radical: "PS" em sua tola e "2" na minha (ocupa menos espaço). Para representar as três gerações da consola, juntávamos a senhora sua mãe que deveria ter um corte com as letras "PS" escritas. Três gerações para três gerações de consolas. Não háverá por certo adversário à altura.
Mais do que com a sua compreensão, conto com a sua colaboração. Fica já agendada uma sessão de corte de cabelo amanhã ao fim da tarde antes de partirmos rumo à FNAC.
Beijo respeitosamente sua mão
Seu servo Dedal
terça-feira, março 20, 2007
Os retornados
Pouco tempo depois do 25 de Abril, por alturas das guerras entre os movimentos de libertação de Angola e de Moçambique, chegaram a Portugal milhares de pessoas que deixaram quase tudo para trás e começaram uma nova vida em Portugal. Chamavam-lhes "Os retornados" e nunca me soou muito bem. Tenho uma vaga memória dos navios cheios de pessoas e contentores.
Nestas últimas semanas, os movimentos de regeneração da oposição ao governo, começam a trazer-nos uma nova vaga de retornados. As primeiras vítimas de Sócrates, começam a acordar do coma profundo da maioria absoluta socialista e já agitam águas na margem direita da pantanosa oposição. Pedro e Paulo, que de apóstolos só guardam a parte dos tolos, parecem ser dos poucos que têm saudades de um passado recente.
A mim não me fazem falta nenhuma, e sinceramente estou um bocado farto desta figura do Santana Portas. A existir direita, um mal quase necessário, preferia-a ver de caras e de discursos renovados. Estes ares de resuscitados, ramela no olho nada têm a ver com a oposição que me parece merecer o governo.
A grande vantagem destas reaparições de Pedro e Paulo são os movimentos de energia que se geram em torno do seu aparecimento. A energia com que acabou o Conselho do CDS seria divertida, não fora triste. Mais divertida, a energia com que Carlos Magno se referiu a Portas no Contraditório "... já me falta a pachorra para trogloditas de de direita com tiques de vedeta de Hollywood ...".
Brilhante confesso. Tenho recorrido, desde que a ouvi, a esta citação do comentador. Logo eu que me irrito com o abuso de Carlos Magno das citações de outras pessoas:
"Lembram-se do que Mário Soares disse quando confrontado ..."
"Tu que também fizeste aquela campanha do Cavaco, lembras-te da frase polémica do comício de Santarém ? ..."
"Sabem o que é que o Cunhal me disse, quando uma vez, ...."
Nestas últimas semanas, os movimentos de regeneração da oposição ao governo, começam a trazer-nos uma nova vaga de retornados. As primeiras vítimas de Sócrates, começam a acordar do coma profundo da maioria absoluta socialista e já agitam águas na margem direita da pantanosa oposição. Pedro e Paulo, que de apóstolos só guardam a parte dos tolos, parecem ser dos poucos que têm saudades de um passado recente.
A mim não me fazem falta nenhuma, e sinceramente estou um bocado farto desta figura do Santana Portas. A existir direita, um mal quase necessário, preferia-a ver de caras e de discursos renovados. Estes ares de resuscitados, ramela no olho nada têm a ver com a oposição que me parece merecer o governo.
A grande vantagem destas reaparições de Pedro e Paulo são os movimentos de energia que se geram em torno do seu aparecimento. A energia com que acabou o Conselho do CDS seria divertida, não fora triste. Mais divertida, a energia com que Carlos Magno se referiu a Portas no Contraditório "... já me falta a pachorra para trogloditas de de direita com tiques de vedeta de Hollywood ...".
Brilhante confesso. Tenho recorrido, desde que a ouvi, a esta citação do comentador. Logo eu que me irrito com o abuso de Carlos Magno das citações de outras pessoas:
"Lembram-se do que Mário Soares disse quando confrontado ..."
"Tu que também fizeste aquela campanha do Cavaco, lembras-te da frase polémica do comício de Santarém ? ..."
"Sabem o que é que o Cunhal me disse, quando uma vez, ...."
terça-feira, março 13, 2007
50 anos
(não ainda não sou eu)
Dez anos mais velha do que eu, a RTP festejou o seu quinquagésimo aniversário com uma gala. Um desfile de memórias, a única máquina do tempo de que dispomos. Às tantas, todas as músicas que nos anunciavam a hora de dormir. “Meninos rabinos, mas muito asseados, a cara e os dentes lavados ...”. Legitimamente, Catarina Furtado revela que só se lembra de metade das músicas. A moça ainda é novinha e dificilmente se lembraria de algo antes do Chico Escuro. Já o Malato, que é mais velho que eu, diz lembrar-se apenas de dois terços. Não pode ser, a menos que esteja com falta de memória, ou que fosse para a cama antes da hora estipulada pela direcção de programação. Eu lembrei-me de todos. E ainda do Vasco Granja, e do engenheiro Sousa Veloso, da culinária, dos telejornais e das músicas do Festival que envolviam reuniões de amigos para dar votos às canções e acompanhar freneticamente os pontos dados por cada distrito:
“Boa noite a todos. Aqui vai a votação de Bragança.
Canção número nove “Meu amor de céu laranja” um ponto,
Canção número seis “Os meus dias são melhores que as tuas noites” dois pontos...”
As primeiras novelas e as séries infantis. “Os pequenos vagabundos” que saiu em DVD e que já estão na prateleira da sala, e os “Dois anos de férias” dos quais nunca mais ouvi falar e que quase ninguém se lembra. A Ana lembra-se de uma série de dois meninos e uma pedra que encontraram, e que ficavam com a pedra à vez , e para a conquistar tinham de fazer uma tarefa qualquer (eu acho que esta série nunca existiu e que se tratam de delírios). Lembrei-me agora de uma outra série “Os quatro do blindado e o seu cão” e uma outra passada numa prisão alemã que descrevia tentativas de fuga.
A verdade é que, por enquanto e entre as várias estações, só a RTP consegue representar a nossa memória colectiva. E consegue-o também porque, durante muitos anos, cada nova série, cada sessão dos jogos sem fronteiras, cada novela, cada concurso, cada festival, era um evento nacional seguido como se de uma final do campeonato do mundo se tratasse.
Daqui a quarenta anos, sinais dos tempos, as memórias colectivas, hão-de ser um tudo nada diferentes “Lembram-se daquela novela, duma menina cheia de flores com pronuncia do norte, e daquela outra dos meninos do liceu que tinham uma banda de música . E quem se lembra daqueles concursos onde as pessoas viviam numa casa cheias de câmaras e eram expulsas até ficar só um. E havia um desses concursos que era com umas miúdas muita giras, cheias de curvas, mas muito ignorantes, e eles eram muito cultos e assim para o feio”. Que memória televisiva espera os nossos filhos ? Se calhar o melhor é tratar de lhes enriquecer outras memórias, porque com a televisiva, não hão-de ter muitos motivos para se embevecerem com uma gala de 50 anos.
Dez anos mais velha do que eu, a RTP festejou o seu quinquagésimo aniversário com uma gala. Um desfile de memórias, a única máquina do tempo de que dispomos. Às tantas, todas as músicas que nos anunciavam a hora de dormir. “Meninos rabinos, mas muito asseados, a cara e os dentes lavados ...”. Legitimamente, Catarina Furtado revela que só se lembra de metade das músicas. A moça ainda é novinha e dificilmente se lembraria de algo antes do Chico Escuro. Já o Malato, que é mais velho que eu, diz lembrar-se apenas de dois terços. Não pode ser, a menos que esteja com falta de memória, ou que fosse para a cama antes da hora estipulada pela direcção de programação. Eu lembrei-me de todos. E ainda do Vasco Granja, e do engenheiro Sousa Veloso, da culinária, dos telejornais e das músicas do Festival que envolviam reuniões de amigos para dar votos às canções e acompanhar freneticamente os pontos dados por cada distrito:
“Boa noite a todos. Aqui vai a votação de Bragança.
Canção número nove “Meu amor de céu laranja” um ponto,
Canção número seis “Os meus dias são melhores que as tuas noites” dois pontos...”
As primeiras novelas e as séries infantis. “Os pequenos vagabundos” que saiu em DVD e que já estão na prateleira da sala, e os “Dois anos de férias” dos quais nunca mais ouvi falar e que quase ninguém se lembra. A Ana lembra-se de uma série de dois meninos e uma pedra que encontraram, e que ficavam com a pedra à vez , e para a conquistar tinham de fazer uma tarefa qualquer (eu acho que esta série nunca existiu e que se tratam de delírios). Lembrei-me agora de uma outra série “Os quatro do blindado e o seu cão” e uma outra passada numa prisão alemã que descrevia tentativas de fuga.
A verdade é que, por enquanto e entre as várias estações, só a RTP consegue representar a nossa memória colectiva. E consegue-o também porque, durante muitos anos, cada nova série, cada sessão dos jogos sem fronteiras, cada novela, cada concurso, cada festival, era um evento nacional seguido como se de uma final do campeonato do mundo se tratasse.
Daqui a quarenta anos, sinais dos tempos, as memórias colectivas, hão-de ser um tudo nada diferentes “Lembram-se daquela novela, duma menina cheia de flores com pronuncia do norte, e daquela outra dos meninos do liceu que tinham uma banda de música . E quem se lembra daqueles concursos onde as pessoas viviam numa casa cheias de câmaras e eram expulsas até ficar só um. E havia um desses concursos que era com umas miúdas muita giras, cheias de curvas, mas muito ignorantes, e eles eram muito cultos e assim para o feio”. Que memória televisiva espera os nossos filhos ? Se calhar o melhor é tratar de lhes enriquecer outras memórias, porque com a televisiva, não hão-de ter muitos motivos para se embevecerem com uma gala de 50 anos.
quinta-feira, março 08, 2007
A pedido ...
... da Lia, mas necessariamente sentido, o lado B do dia de hoje.
Para acompanhar, a música de Edu Lobo e a letra do Chico.
Beatriz
Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
Para acompanhar, a música de Edu Lobo e a letra do Chico.
Beatriz
Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
quarta-feira, março 07, 2007
DIM
Para além de uma marca de peúgas daquelas todas sexy até às virilhas, DIM também serve para Dia Internacional da Mulher. Sinónimo de DDG: Dia Das Gajas.
O DDG, convida-me a abrir o meu coração e a falar das três grandes mentiras que os homens dizem:
1º Eu também
2º Isto não é o que parece
3º É a primeira vez que isto me acontece
Em detalhe
I Nós só dizemos “Eu também” se a mulher nos confessa o seu amor. Dizemo-lo exclusivamente para evitar o uso directo daquele verbo da letra A cujo nome não deve ser pronunciado. Logo nós que, por definição, temos opinião formadíssima sobre tudo e mais alguma coisa, sentimos uma imensa vontade de a emitir. Se a nossa opinião opinião coincide com a de outra pessoa não não nos contentamos em dizer “Eu também”. Acrescentamos sempre alguma coisa. Se, à conversa, um homem emite uma opinião ou um sentimento. O seu interlocutor não responde “Eu também”:
- Aquela gaja é tão boa que a comia todos os dias. (o sentimento mais nobre do homem: a vontade de comer gajas boas)
A resposta a esta frase não pode ser “Eu também”. É sempre algo do tipo. “Eu comia-a todos os dias e todas as noites, e se tivesse tardes livres, também marchava.”
II Isto não é o que parece é das maiores mentiras que somos capazes de dizer. Se nos apanham todos nus enfiados na cama com companhia ilícita, dizemos “Isto não é o que parece”. É como fechar os olhos quando se espirra. Mas se não é o que parece, trata-se do quê ? De uma acção de protesto contra o uso de peles de animais na indústria da moda, e de repente apareceu ali a cama ? De um ensaio para uma audição duma novela da SIC (sempre a mesma coisa, ninguém entende os artistas)?
III Esta frase só é verdade se dita à primeira vez, mas nenhum homem o diz à primeira vez. Da primeira vez que acontece, nenhum homem sente qualquer tipo de responsabilidade, quanto mais necessidade de se justificar. A justificação está ali à nossa frente: uma gaja incompetente. A frase que sai, é do estilo compreensivo: “Sim senhora. Tu tens tanto jeito para isto como eu tenho para a renda de bilros.”
Há quem defenda a existência de outras mentiras típicas do homem, mas a pior de todas é-nos pregada pelo nosso imaginário. Trata-se desta mania de fantasiar aquela coisa das duas gajas e tal. Se com uma, já existem aqueles minutos de carência, para que raio é que o nosso subconsciente nos assalta com esta história das duas gajas? Elas é que têm aquela mariquice dos orgasmos múltiplos e consecutivos e nós é que ambicionamos o rebolanço plurimulheril.
Já li, e vejo-me obrigado a reflectir seriamente sobre o assunto, que a única vantagem da cena das duas gajas é elas poderem falar uma com a outra sobre novelas e fazerem companhia uma à outra, enquanto um gajo recupera.
O DDG, convida-me a abrir o meu coração e a falar das três grandes mentiras que os homens dizem:
1º Eu também
2º Isto não é o que parece
3º É a primeira vez que isto me acontece
Em detalhe
I Nós só dizemos “Eu também” se a mulher nos confessa o seu amor. Dizemo-lo exclusivamente para evitar o uso directo daquele verbo da letra A cujo nome não deve ser pronunciado. Logo nós que, por definição, temos opinião formadíssima sobre tudo e mais alguma coisa, sentimos uma imensa vontade de a emitir. Se a nossa opinião opinião coincide com a de outra pessoa não não nos contentamos em dizer “Eu também”. Acrescentamos sempre alguma coisa. Se, à conversa, um homem emite uma opinião ou um sentimento. O seu interlocutor não responde “Eu também”:
- Aquela gaja é tão boa que a comia todos os dias. (o sentimento mais nobre do homem: a vontade de comer gajas boas)
A resposta a esta frase não pode ser “Eu também”. É sempre algo do tipo. “Eu comia-a todos os dias e todas as noites, e se tivesse tardes livres, também marchava.”
II Isto não é o que parece é das maiores mentiras que somos capazes de dizer. Se nos apanham todos nus enfiados na cama com companhia ilícita, dizemos “Isto não é o que parece”. É como fechar os olhos quando se espirra. Mas se não é o que parece, trata-se do quê ? De uma acção de protesto contra o uso de peles de animais na indústria da moda, e de repente apareceu ali a cama ? De um ensaio para uma audição duma novela da SIC (sempre a mesma coisa, ninguém entende os artistas)?
III Esta frase só é verdade se dita à primeira vez, mas nenhum homem o diz à primeira vez. Da primeira vez que acontece, nenhum homem sente qualquer tipo de responsabilidade, quanto mais necessidade de se justificar. A justificação está ali à nossa frente: uma gaja incompetente. A frase que sai, é do estilo compreensivo: “Sim senhora. Tu tens tanto jeito para isto como eu tenho para a renda de bilros.”
Há quem defenda a existência de outras mentiras típicas do homem, mas a pior de todas é-nos pregada pelo nosso imaginário. Trata-se desta mania de fantasiar aquela coisa das duas gajas e tal. Se com uma, já existem aqueles minutos de carência, para que raio é que o nosso subconsciente nos assalta com esta história das duas gajas? Elas é que têm aquela mariquice dos orgasmos múltiplos e consecutivos e nós é que ambicionamos o rebolanço plurimulheril.
Já li, e vejo-me obrigado a reflectir seriamente sobre o assunto, que a única vantagem da cena das duas gajas é elas poderem falar uma com a outra sobre novelas e fazerem companhia uma à outra, enquanto um gajo recupera.
sexta-feira, março 02, 2007
Os Maneis
Do lado dos encarnados, o Bento, que foi o primeiro guarda redes do Benfica que me lembro.
Do lado dos verdes branco, o Fernandes, que marcava tantos golos que até irritava e só apetecia mandar-lhe uma bolacha naquela cara.
O Benfica foi a Alvalade e o jogo estava muito equilibrado. Não me lembro bem, mas acho que estava empatado. O Manel, o Fernandes, isolou-se e só tinha pela frente o Manel, o Bento, que saíu destemido da baliza e se atirou à bola. O Manel, o Fernandes não conseguiu evitar um toque no Manel, o Bento, que não foi de modas e lhe espetou uma cotovelada que atirou o Manel, o Fernandes, ao chão.
O Manel, o Bento, foi expulso e o pénalty deu a vitória ao Sporting.
Nesses tempos o futebol era um desporto violento, para homens de barba rija, e não havia cá essas mariquices dos sumaríssimos. A opinião do dia seguinte era unânime. Que o Manel, o Fernandes, há muito que pedia um banano, era indiscutível porque não tinha nada que jogar tão bem. Mas o Manel, o Bento, não tinha nada que o fazer com a bola em jogo. Primeiro atirava a bola para fora, e depois dava ao Manel, o Fernandes, o devido correctivo. Sempre se evitava o pénalty e quiçá, a derrota. As reações rápidas davam muito jeito para as defesas complicadas, mas podiam ser prejudiciais se se tratasse de armar confusão.
Do lado dos verdes branco, o Fernandes, que marcava tantos golos que até irritava e só apetecia mandar-lhe uma bolacha naquela cara.
O Benfica foi a Alvalade e o jogo estava muito equilibrado. Não me lembro bem, mas acho que estava empatado. O Manel, o Fernandes, isolou-se e só tinha pela frente o Manel, o Bento, que saíu destemido da baliza e se atirou à bola. O Manel, o Fernandes não conseguiu evitar um toque no Manel, o Bento, que não foi de modas e lhe espetou uma cotovelada que atirou o Manel, o Fernandes, ao chão.
O Manel, o Bento, foi expulso e o pénalty deu a vitória ao Sporting.
Nesses tempos o futebol era um desporto violento, para homens de barba rija, e não havia cá essas mariquices dos sumaríssimos. A opinião do dia seguinte era unânime. Que o Manel, o Fernandes, há muito que pedia um banano, era indiscutível porque não tinha nada que jogar tão bem. Mas o Manel, o Bento, não tinha nada que o fazer com a bola em jogo. Primeiro atirava a bola para fora, e depois dava ao Manel, o Fernandes, o devido correctivo. Sempre se evitava o pénalty e quiçá, a derrota. As reações rápidas davam muito jeito para as defesas complicadas, mas podiam ser prejudiciais se se tratasse de armar confusão.
quinta-feira, março 01, 2007
Esperança
Não conseguir descobrir o rato do PC, é o sinal de que está na altura de arrumar a secretária.
Fico sempre com a sensação que também arrumo a minha vida, mas passados dois telefonemas, uma conversa e trinta mails, descubro que foi mesmo e só a secretária.
Fico sempre com a sensação que também arrumo a minha vida, mas passados dois telefonemas, uma conversa e trinta mails, descubro que foi mesmo e só a secretária.
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
O poder da publicidade
Contexto:
No quarto dos brinquedos, o cowboy pede ao seu cavalo para andar mais depressa.
A frase:
- Anda mais depressa Euribor, temos que apanhar aqueles bandidos.
No quarto dos brinquedos, o cowboy pede ao seu cavalo para andar mais depressa.
A frase:
- Anda mais depressa Euribor, temos que apanhar aqueles bandidos.
sexta-feira, fevereiro 23, 2007
Gestão de Tempo
Com o início da quaresma chegaram várias tarefas urgentes e importantes para fazer, que insistem em preencher-me quotidiano. Nem o Benfica eu vi jogar, e as noitadas de trabalho duram desde Segunda Feira.
Aproveito esta janela de oportunidade para escrever umas linhas.
Necessito de melhorar urgentemente a competência “Saber Dizer Não – faça-o com um sorriso, justifique a sua recusa e prontifique-se a encontrar alternativa a quem lhe solicita alguma tarefa”
Agora que penso na arte de dizer Não, reparo que há pouca gente que o saiba fazer com a elegância necessária. Uns porque dizem Sim e não conseguem contraria esta tendência para a nega, e outros porque dizem Não, mas à bruta. Fazem-no muito na linha “Não me chateies”, “Temos pena” ou “Tu deves ser atrasado mental”
Este, já se vê, devia ser um tema abordado logo antes da adolescência: “A arte da tampa”. Evitava tanta chatice entre os 13 e os 20 anos. Esta é a idade em que mais precisamos de dizer Não, não tendo porém estatuto para o fazer:
- André para a rua
- Stor, peço imensa desculpa mas neste momento é-me completamente impossível fazê-lo. Podemos adiar esta falta a vermelho para a semana que vem ? É que hoje não me calha nada bem.
- Está-se a rir de quê?
- Estou a sorrir stor. Para lhe demonstrar que não se trata de uma questão pessoal, antes de uma real impossibilidade. Se reparar até lhe estou a dar uma alternativa, não obstante o facto de estar a recusar a sua solicitação.
- Foi uma ordem.
- Compreendo, mas sinceramente, hoje não o posso fazer. Talvez o Carlos possa. Carlos, importas-te de atender a um pedido do professor, que eu hoje não tenho a menor hipótese de aceder.
- Desculpe lá Carlos, o André está aflito, tenho que recorrer a si. Rua.
- Por mim tudo bem. Eu sei que não é a mesma coisa, mas tudo bem.
E com os namoros, a coisa também prometia ser interessante ...
Aproveito esta janela de oportunidade para escrever umas linhas.
Necessito de melhorar urgentemente a competência “Saber Dizer Não – faça-o com um sorriso, justifique a sua recusa e prontifique-se a encontrar alternativa a quem lhe solicita alguma tarefa”
Agora que penso na arte de dizer Não, reparo que há pouca gente que o saiba fazer com a elegância necessária. Uns porque dizem Sim e não conseguem contraria esta tendência para a nega, e outros porque dizem Não, mas à bruta. Fazem-no muito na linha “Não me chateies”, “Temos pena” ou “Tu deves ser atrasado mental”
Este, já se vê, devia ser um tema abordado logo antes da adolescência: “A arte da tampa”. Evitava tanta chatice entre os 13 e os 20 anos. Esta é a idade em que mais precisamos de dizer Não, não tendo porém estatuto para o fazer:
- André para a rua
- Stor, peço imensa desculpa mas neste momento é-me completamente impossível fazê-lo. Podemos adiar esta falta a vermelho para a semana que vem ? É que hoje não me calha nada bem.
- Está-se a rir de quê?
- Estou a sorrir stor. Para lhe demonstrar que não se trata de uma questão pessoal, antes de uma real impossibilidade. Se reparar até lhe estou a dar uma alternativa, não obstante o facto de estar a recusar a sua solicitação.
- Foi uma ordem.
- Compreendo, mas sinceramente, hoje não o posso fazer. Talvez o Carlos possa. Carlos, importas-te de atender a um pedido do professor, que eu hoje não tenho a menor hipótese de aceder.
- Desculpe lá Carlos, o André está aflito, tenho que recorrer a si. Rua.
- Por mim tudo bem. Eu sei que não é a mesma coisa, mas tudo bem.
E com os namoros, a coisa também prometia ser interessante ...
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