quinta-feira, novembro 15, 2007

Deixo vinte paus na mesa vou apanhar boleia

Sempre gostei que se falasse das gentes da rádio como viajantes do éter. Ou simples assíduos frequentadores do éter. Gosto do conceito. Do que se propaga no nada. O que se propaga no inexistente.

“Éter é o nome da substância que os físicos acreditavam existir em todo o universo, mas sem massa, volume e indetectável, por não criar atrito. Os físicos do séc. XIX sabiam que a luz tinha natureza ondulatória, e imaginavam que deveria precisar de um meio para se propagar. Daí o Éter. Sabe-se hoje que essa substância não existe.”

Gosto de rádio. Ligo-o logo que acordo. Hoje trouxe-me, nos tropeções do trânsito e do tempo, a Esplanada do Trovante. 1984. Levei a minha namorada ao concerto no velho Coliseu. A Clara. O pai dela não achou grande graça ao programa, contámos com a mãe como aliada. O homem lá permitiu tamanho desvario. “Porreiro pá”. Até foi.

“Da esplanada em vão me projecto para lá de onde me sinto ...”

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