Pouco tempo depois do 25 de Abril, por alturas das guerras entre os movimentos de libertação de Angola e de Moçambique, chegaram a Portugal milhares de pessoas que deixaram quase tudo para trás e começaram uma nova vida em Portugal. Chamavam-lhes "Os retornados" e nunca me soou muito bem. Tenho uma vaga memória dos navios cheios de pessoas e contentores.
Nestas últimas semanas, os movimentos de regeneração da oposição ao governo, começam a trazer-nos uma nova vaga de retornados. As primeiras vítimas de Sócrates, começam a acordar do coma profundo da maioria absoluta socialista e já agitam águas na margem direita da pantanosa oposição. Pedro e Paulo, que de apóstolos só guardam a parte dos tolos, parecem ser dos poucos que têm saudades de um passado recente.
A mim não me fazem falta nenhuma, e sinceramente estou um bocado farto desta figura do Santana Portas. A existir direita, um mal quase necessário, preferia-a ver de caras e de discursos renovados. Estes ares de resuscitados, ramela no olho nada têm a ver com a oposição que me parece merecer o governo.
A grande vantagem destas reaparições de Pedro e Paulo são os movimentos de energia que se geram em torno do seu aparecimento. A energia com que acabou o Conselho do CDS seria divertida, não fora triste. Mais divertida, a energia com que Carlos Magno se referiu a Portas no Contraditório "... já me falta a pachorra para trogloditas de de direita com tiques de vedeta de Hollywood ...".
Brilhante confesso. Tenho recorrido, desde que a ouvi, a esta citação do comentador. Logo eu que me irrito com o abuso de Carlos Magno das citações de outras pessoas:
"Lembram-se do que Mário Soares disse quando confrontado ..."
"Tu que também fizeste aquela campanha do Cavaco, lembras-te da frase polémica do comício de Santarém ? ..."
"Sabem o que é que o Cunhal me disse, quando uma vez, ...."
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