Do lado dos encarnados, o Bento, que foi o primeiro guarda redes do Benfica que me lembro.
Do lado dos verdes branco, o Fernandes, que marcava tantos golos que até irritava e só apetecia mandar-lhe uma bolacha naquela cara.
O Benfica foi a Alvalade e o jogo estava muito equilibrado. Não me lembro bem, mas acho que estava empatado. O Manel, o Fernandes, isolou-se e só tinha pela frente o Manel, o Bento, que saíu destemido da baliza e se atirou à bola. O Manel, o Fernandes não conseguiu evitar um toque no Manel, o Bento, que não foi de modas e lhe espetou uma cotovelada que atirou o Manel, o Fernandes, ao chão.
O Manel, o Bento, foi expulso e o pénalty deu a vitória ao Sporting.
Nesses tempos o futebol era um desporto violento, para homens de barba rija, e não havia cá essas mariquices dos sumaríssimos. A opinião do dia seguinte era unânime. Que o Manel, o Fernandes, há muito que pedia um banano, era indiscutível porque não tinha nada que jogar tão bem. Mas o Manel, o Bento, não tinha nada que o fazer com a bola em jogo. Primeiro atirava a bola para fora, e depois dava ao Manel, o Fernandes, o devido correctivo. Sempre se evitava o pénalty e quiçá, a derrota. As reações rápidas davam muito jeito para as defesas complicadas, mas podiam ser prejudiciais se se tratasse de armar confusão.
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