terça-feira, setembro 11, 2007

Desce e Sobe


A inconsciência do ciclista existe no prazer das descidas. O prazer do vento e da velocidade, a inconsciência da queda, esquecem a previsível penosa subida do regresso. Também de que valeria a vertiginosa descida, ensombrada pela contrapartida? Cada qual a seu tempo. Primeiro deixem-nos ir à beira mar sem esforço, só mesmo o cuidado da velocidade a que se corta o vento, e os risos e as alegrias. Depois, para o regresso, olhar de frente a inclinação que nos contraria a vontade, pedalar de pé, gerir o esforço e a certeza que uma vez lá chegados, estamos em casa. Só mais um pequeno esforço. És o maior. Não há descida que dure sempre, nem subida que nunca acabe.
No Domingo, do alto da casa de São Martinho até às Dunas de Salir. Ir e voltar. Só os mais velhos. Uma e outra vez. Afinal as descidas fazem-nos rir e as subidas nunca nos fizeram chorar.

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