2003
Agora que eu começava a ganhar alguma simpatia pelo rapaz, ele resolve sair de cena. Tempo de balanços. Escuso-me que balançar enjoa. Aposto que o próximo é par, e bisexto e cheio de peneiras. Só falta estar convencido que é o ano da retoma, já que os antecessores foram mais do "toma que é para aprenderes" (parece texto de revista popular). Tenho tantos desejos para este, e não vou dizê-los agora. Alguns, à medida que forem acontecendo ou esmurecendo, vou deixando aqui pela Caixa. Bom Ano Novo.
quarta-feira, dezembro 31, 2003
sexta-feira, dezembro 26, 2003
A PSP
... parte para o iraque já em Janeiro. Começo a desconfiar que preparamos a transferência de Portugal para aquelas bandas. Os Israelitas fizeram algo semelhante e a coisa não parece ser nada fácil. Mais a mais acabei de mudar de casa e não tenciono repetir a graça na próxima década. A como está o metro quadrado numa zona classe média em Bagdad?
... parte para o iraque já em Janeiro. Começo a desconfiar que preparamos a transferência de Portugal para aquelas bandas. Os Israelitas fizeram algo semelhante e a coisa não parece ser nada fácil. Mais a mais acabei de mudar de casa e não tenciono repetir a graça na próxima década. A como está o metro quadrado numa zona classe média em Bagdad?
terça-feira, dezembro 23, 2003
segunda-feira, dezembro 22, 2003
Protestos estudantis
... na Alemanha, a propósito dos cortes orçamentais para a educação.
Trazidos pela "Semana em Imagens" na página da SIC com o seguinte comentário:
"De recordar que por cá a política educativa também é contestada..."
Não tenho nada a acrescentar sobre o assunto...
Bem, talvez acrescente.
E se a moda pega, e o governo resolver cortar nos gastos da RTP.
A propósito. O preço certo em euros da RTP 1 é apresentado por quem?
Ai meu Deus que horror. Acho que vou apagar este post.
... na Alemanha, a propósito dos cortes orçamentais para a educação.
Trazidos pela "Semana em Imagens" na página da SIC com o seguinte comentário:
"De recordar que por cá a política educativa também é contestada..."
Não tenho nada a acrescentar sobre o assunto...
Bem, talvez acrescente.
E se a moda pega, e o governo resolver cortar nos gastos da RTP.
A propósito. O preço certo em euros da RTP 1 é apresentado por quem?
Ai meu Deus que horror. Acho que vou apagar este post.
domingo, dezembro 21, 2003
O fim do mundo ...
... deve estar mesmo para breve. À saída de um intervalo da operação triunfo, passei pela SIC e deparei-me com o José Cid aos berros no meio de uma pista de circo montado num cavalo branco. Agora não sei se hei-de voltar para a OT, ou em alternativa, ficar na expectativa de ver o Joel Branco a na jaula dos leões a cantar-lhes "O mundo é uma bola de algodão, que está na nossa mão ...." ou o Vitor Espadinha no trapézio "Sim eu sei... que tudo são recordações" ou ainda a Mara Abrantes a rodopiar suspença pela trança "Diga em que dia em que mês voçê nasceu, para ver se o seu signo combina com o meu e o meu coração será seu".
... deve estar mesmo para breve. À saída de um intervalo da operação triunfo, passei pela SIC e deparei-me com o José Cid aos berros no meio de uma pista de circo montado num cavalo branco. Agora não sei se hei-de voltar para a OT, ou em alternativa, ficar na expectativa de ver o Joel Branco a na jaula dos leões a cantar-lhes "O mundo é uma bola de algodão, que está na nossa mão ...." ou o Vitor Espadinha no trapézio "Sim eu sei... que tudo são recordações" ou ainda a Mara Abrantes a rodopiar suspença pela trança "Diga em que dia em que mês voçê nasceu, para ver se o seu signo combina com o meu e o meu coração será seu".
sexta-feira, dezembro 19, 2003
Lisboa
A cidade voltou a velar-se em névoa, disfarçam-se os cansaços. Vizinha de fim de semana e deixa-se confundir nas nuvens e no rio. Por dentro, traçam-se contornos de luz geométricos, paralelos nos carris dos eléctricos e nas janelas feitas molduras. Os reflexos. Garante de formosura ao reflectido. Maluda também nos disse. Diz-lhe espelho meu, que não existe cidade mais bonita. Quando não se lhe vê a imensidão, torna-se mais aldeia. Quase aposto, que ainda há uma vizinha a emprestar um raminho de salsa à mais descuidada. E roupa pendurada junto às ruas.
A cidade voltou a velar-se em névoa, disfarçam-se os cansaços. Vizinha de fim de semana e deixa-se confundir nas nuvens e no rio. Por dentro, traçam-se contornos de luz geométricos, paralelos nos carris dos eléctricos e nas janelas feitas molduras. Os reflexos. Garante de formosura ao reflectido. Maluda também nos disse. Diz-lhe espelho meu, que não existe cidade mais bonita. Quando não se lhe vê a imensidão, torna-se mais aldeia. Quase aposto, que ainda há uma vizinha a emprestar um raminho de salsa à mais descuidada. E roupa pendurada junto às ruas.
terça-feira, dezembro 16, 2003
Medicina do Trabalho
Dez e meia da manhã. Hora marcada para mais uma sessão de medicina do trabalho. Para que o processo seja mais expedito, a empresa resolveu improvisar duas salas de consultório em salas de reuniões. Assim que bato à porta recebo de uma técnica de saúde, uma caixinha com um frasquinho de plástico lá dentro:
“Vamos recolher um bocadinho de urina, sim ?”. A frase pareceu-me estranha. Vamos recolher não significa uma actividade a dois em que ela recolhesse a minha urina, nem duas actividades a um em que cada um de nós ia com o seu frasquinho recolher a própria urina. “Vamos recolher um bocadinho de urina, sim ?” significa “Eu fico aqui sentada à espera e tu vais recolher o teu bocadinho de urina”.
Até aí tudo bem, pareceu-me a hipótese mais sensata. O problema foi que eu tinha antecipado a necessidade da dita recolha, e portanto desde as 7:30 que não dava alívio à bexiga. Devia precisar de uns 37 frasquinhos daqueles para o que ia na bexiga. Como a senhora não me pareceu muito interessada em dar-me 37 frasquinhos, lá fui eu com a minha dúvida existencial. Que tinha que praticar o urinar interrompido, não havia dúvidas, a questão prendia-se do timing da interrupção. Logo ao início para despachar a questão, lá para o meio para aliviar a pressão incial mas tendo que interromper duas vezes, ou tentar acertar só no fim porque é mais fácil mas correndo o risco de já não ter nada para despejar no frasco. No meio é que está a virtude e vai disto. Interrupção aos 5 segundos de jogo. “Ai Jesus que isto é muito pior do que parece”. Lá consegui. Agora muito devagarinho para dentro do frasco. Isso. Nova interrupção. Não fui feito para isto. E já me estou a contorcer todo. Pousar o frasco no autoclismo, acabar o processo muito mais descansado. Puxar o autoclismo e fechar o frasco.
A alavanca do autoclismo estava mal colocada, e acabo por pregar uma estalada no frasco que caiu aberto no chão. Porra e agora? O chão está uma vergonha, a mulher está lá fora à minha espera e eu não tenho nada para lhe entregar. E não estamos a falar de recolha de esperma em que é suficiente uma desculpa do tipo, “Olhe não consegui nada, paciência, fica para a próxima”. Limpo o chão com as tolhas de papel das mãos e ainda pensei expreme-las para o frasco, mas ainda acusava a presença de detergente ou algo semelhante.
Entra um colega do marketing da empresa. Olha que se lixe, não há-de ser nada:
“Desculpa lá, estou aqui numa embrulhada. Não me emprestas um bocado da tua urina?” A reacção foi mais natural do que eu podia pensar, e a cultura de empresa é um conceito muito mais lato do que eu esperava.
O exame à urina acusou um valor elevadíssimo de ácido úrico e parece que o colega do marketing deve evitar o marisco e a cerveja entre outras dezenas de alimentos. Não sei se lhe dê as boas novas.
Dez e meia da manhã. Hora marcada para mais uma sessão de medicina do trabalho. Para que o processo seja mais expedito, a empresa resolveu improvisar duas salas de consultório em salas de reuniões. Assim que bato à porta recebo de uma técnica de saúde, uma caixinha com um frasquinho de plástico lá dentro:
“Vamos recolher um bocadinho de urina, sim ?”. A frase pareceu-me estranha. Vamos recolher não significa uma actividade a dois em que ela recolhesse a minha urina, nem duas actividades a um em que cada um de nós ia com o seu frasquinho recolher a própria urina. “Vamos recolher um bocadinho de urina, sim ?” significa “Eu fico aqui sentada à espera e tu vais recolher o teu bocadinho de urina”.
Até aí tudo bem, pareceu-me a hipótese mais sensata. O problema foi que eu tinha antecipado a necessidade da dita recolha, e portanto desde as 7:30 que não dava alívio à bexiga. Devia precisar de uns 37 frasquinhos daqueles para o que ia na bexiga. Como a senhora não me pareceu muito interessada em dar-me 37 frasquinhos, lá fui eu com a minha dúvida existencial. Que tinha que praticar o urinar interrompido, não havia dúvidas, a questão prendia-se do timing da interrupção. Logo ao início para despachar a questão, lá para o meio para aliviar a pressão incial mas tendo que interromper duas vezes, ou tentar acertar só no fim porque é mais fácil mas correndo o risco de já não ter nada para despejar no frasco. No meio é que está a virtude e vai disto. Interrupção aos 5 segundos de jogo. “Ai Jesus que isto é muito pior do que parece”. Lá consegui. Agora muito devagarinho para dentro do frasco. Isso. Nova interrupção. Não fui feito para isto. E já me estou a contorcer todo. Pousar o frasco no autoclismo, acabar o processo muito mais descansado. Puxar o autoclismo e fechar o frasco.
A alavanca do autoclismo estava mal colocada, e acabo por pregar uma estalada no frasco que caiu aberto no chão. Porra e agora? O chão está uma vergonha, a mulher está lá fora à minha espera e eu não tenho nada para lhe entregar. E não estamos a falar de recolha de esperma em que é suficiente uma desculpa do tipo, “Olhe não consegui nada, paciência, fica para a próxima”. Limpo o chão com as tolhas de papel das mãos e ainda pensei expreme-las para o frasco, mas ainda acusava a presença de detergente ou algo semelhante.
Entra um colega do marketing da empresa. Olha que se lixe, não há-de ser nada:
“Desculpa lá, estou aqui numa embrulhada. Não me emprestas um bocado da tua urina?” A reacção foi mais natural do que eu podia pensar, e a cultura de empresa é um conceito muito mais lato do que eu esperava.
O exame à urina acusou um valor elevadíssimo de ácido úrico e parece que o colega do marketing deve evitar o marisco e a cerveja entre outras dezenas de alimentos. Não sei se lhe dê as boas novas.
TSF
Idas e vindas para o local dos afazeres. Tantas vezes a mesma companhia. Telefonia sem fios. Telefonia sem fim. Tempo sem fim. Na partida e no regresso, a mesma sabedoria, ora em sinais, ora em entrevistas. Os sinais de ontem falaram sobre o Sadam. As barbas que escondiam o gasto ditador, tão longe do simbolismo que as barbas têm. O respeito, a sabedoria, um ancião cheio de saber de vida. Nada disto nas barbas de um ás de espadas fora do baralho. Pensei nos baralhos, que por vezes têm Jokers. A ser verdade, neste baralho, há dois. Bush e Blair.
No regresso a entrevista com Adriana Lisboa. Escritora carioca. Prémio José Saramago. No percurso musical, a flauta transversal atravessou-se no emaranhado das letras e palavras que ela trasnforma com simplicidade.
Idas e vindas para o local dos afazeres. Tantas vezes a mesma companhia. Telefonia sem fios. Telefonia sem fim. Tempo sem fim. Na partida e no regresso, a mesma sabedoria, ora em sinais, ora em entrevistas. Os sinais de ontem falaram sobre o Sadam. As barbas que escondiam o gasto ditador, tão longe do simbolismo que as barbas têm. O respeito, a sabedoria, um ancião cheio de saber de vida. Nada disto nas barbas de um ás de espadas fora do baralho. Pensei nos baralhos, que por vezes têm Jokers. A ser verdade, neste baralho, há dois. Bush e Blair.
No regresso a entrevista com Adriana Lisboa. Escritora carioca. Prémio José Saramago. No percurso musical, a flauta transversal atravessou-se no emaranhado das letras e palavras que ela trasnforma com simplicidade.
segunda-feira, dezembro 15, 2003
Natal
Ouve-se tantas vezes "Natal é quando um homem quiser, como diz o Poeta". Para sabermos do que falamaos aqui está. O Poeta é o José Carlos Ary dos Santos, e o poema é este:
Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão
E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitros de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e combóios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
Ouve-se tantas vezes "Natal é quando um homem quiser, como diz o Poeta". Para sabermos do que falamaos aqui está. O Poeta é o José Carlos Ary dos Santos, e o poema é este:
Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão
E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitros de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e combóios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
domingo, dezembro 14, 2003
Por vezes
... tudo pára numa canção. É invulgar dar-se o corpo a desvaneios e a alma ao infinito. A canção toma-nos os sentidos e faz-nos dela como se não soubessemos em que escala vamos parar. Cantá-la e ouvi-la é tudo o mesmo e se eu pudesse tocá-la, era assim mesmo transbordante. E quando se ouve de novo, não é só a cadência, as notas que se refaz em nós. Tudo o que ela fez sentir, nem que duma ténue sensação, vem da pauta à voz, do refrão ao suspiro do ultimo verso. Há algumas assim. Felizmente.
... tudo pára numa canção. É invulgar dar-se o corpo a desvaneios e a alma ao infinito. A canção toma-nos os sentidos e faz-nos dela como se não soubessemos em que escala vamos parar. Cantá-la e ouvi-la é tudo o mesmo e se eu pudesse tocá-la, era assim mesmo transbordante. E quando se ouve de novo, não é só a cadência, as notas que se refaz em nós. Tudo o que ela fez sentir, nem que duma ténue sensação, vem da pauta à voz, do refrão ao suspiro do ultimo verso. Há algumas assim. Felizmente.
sexta-feira, dezembro 12, 2003
Fora de Horas
Ao princípio nem a via. Lisboa estava envolta em nevoeiro. Deixo-os para trás. Já o sol ia pelo menos um palmo acima da linha do horizonte, ainda a lua se passeava descarada no céu.
Esta miúda anda a fazer uns horários pouco próprios. A que horas é que ela pensa iluminar os amores nos outros lados do mundo?
Ao princípio nem a via. Lisboa estava envolta em nevoeiro. Deixo-os para trás. Já o sol ia pelo menos um palmo acima da linha do horizonte, ainda a lua se passeava descarada no céu.
Esta miúda anda a fazer uns horários pouco próprios. A que horas é que ela pensa iluminar os amores nos outros lados do mundo?
quinta-feira, dezembro 11, 2003
Shot Televisivo
Pasme-se o que aconteceu ontem entre as 11 e a meia noite. Podia ficar uma semana a ver televisão e dificilmente conseguia ver tantas coisas boas e invulgares. Fiquei zonzo, bêbado de emoções, zap zap zap zap.
O Jorge Palma canta sóbrio no primeiro, e envia uma mensagem de Natal (estaria mesmo sóbrio ?). Até penteado o homem estava. Essa miúda é um exagero, prende-se à mente e põe-se a falar ...
Na SIC mulher o Nuno Markl fala sobre a sua vida, e confessa a sua admiração pelo Guia Galáctico do Pendura. Acho que é dos poucos que duvida que o relógio digital foi uma boa invenção.
No GNT, Ana Carolina canta ao som de isqueiros e fala com o Jô Soares. Aquele gordo sabe entrevistar, não tem o péssimo hábito de interromper os convidados, deixa-os fluir. Ana Carolina canta grosso mas bem. Com o Chico Buarque tiram o par ou impar das letras de palavras e frases. Par é ímpar e ímpar também. Par e ímpar é par.
Pasme-se o que aconteceu ontem entre as 11 e a meia noite. Podia ficar uma semana a ver televisão e dificilmente conseguia ver tantas coisas boas e invulgares. Fiquei zonzo, bêbado de emoções, zap zap zap zap.
O Jorge Palma canta sóbrio no primeiro, e envia uma mensagem de Natal (estaria mesmo sóbrio ?). Até penteado o homem estava. Essa miúda é um exagero, prende-se à mente e põe-se a falar ...
Na SIC mulher o Nuno Markl fala sobre a sua vida, e confessa a sua admiração pelo Guia Galáctico do Pendura. Acho que é dos poucos que duvida que o relógio digital foi uma boa invenção.
No GNT, Ana Carolina canta ao som de isqueiros e fala com o Jô Soares. Aquele gordo sabe entrevistar, não tem o péssimo hábito de interromper os convidados, deixa-os fluir. Ana Carolina canta grosso mas bem. Com o Chico Buarque tiram o par ou impar das letras de palavras e frases. Par é ímpar e ímpar também. Par e ímpar é par.
quarta-feira, dezembro 10, 2003
Volta...
não volta, vêm parar aqui à caixa pessoas desorientadas que ao pesquisarem as palavras Bey Blade são direccionadas para este site. Ora uma das coisas mais irritantes nos motores de busca é enviarem-nos para páginas que nada têm a ver com o que procuramos. Um dia, à procura de golfinhos do Sado, fui parar a sites de sadomasoquismo. Ainda há quem não acredite nesta versão.
1. Se alguém vier aqui parar à procura de bey blade siga viagem para BEY BLADE
2. Se veio aqui parar, por pesquisar o termo sadomasoquismo. Fez muito bem. É aqui mesmo. Aguarde só um momento que eu já chamo uma das nossas assistentes dominadoras para o atender.
3. Se veio para aqui propositadamente. Pegue na linha e agulha e ajude-me aqui nas baínhas.
4. Se nenhuma das anteriores, olhe também lhe digo que não é o pior dos sítios para ir parar. Podia ser bem pior. Volte sempre.
não volta, vêm parar aqui à caixa pessoas desorientadas que ao pesquisarem as palavras Bey Blade são direccionadas para este site. Ora uma das coisas mais irritantes nos motores de busca é enviarem-nos para páginas que nada têm a ver com o que procuramos. Um dia, à procura de golfinhos do Sado, fui parar a sites de sadomasoquismo. Ainda há quem não acredite nesta versão.
1. Se alguém vier aqui parar à procura de bey blade siga viagem para BEY BLADE
2. Se veio aqui parar, por pesquisar o termo sadomasoquismo. Fez muito bem. É aqui mesmo. Aguarde só um momento que eu já chamo uma das nossas assistentes dominadoras para o atender.
3. Se veio para aqui propositadamente. Pegue na linha e agulha e ajude-me aqui nas baínhas.
4. Se nenhuma das anteriores, olhe também lhe digo que não é o pior dos sítios para ir parar. Podia ser bem pior. Volte sempre.
terça-feira, dezembro 09, 2003
Estádio
Virámos o relógio para a parede. Pusémos de castigo as horas de ires para a cama. Fomos às caixas dos brinquedos buscar o estádio da Lego.
Ao contrário dos outros estádios do Euro, começámos pelo relvado, depois as balizas e guarda redes, a bancada e por fim os jogadores e a bola. Ficaste com os vermelhos e eu com os verdes. Deve ter sido por isso que não joguei grande espingarda. Perdi 10 a 6 e foste para a cama com um sorriso vitorioso. Ainda tiveste tempo para mais um desarme: "Não fiques triste pai. Jogar é que é bom. Pode ser que ganhes amanhã." . Não sei quem é que lhe ensina estas lamechices.
Virámos o relógio para a parede. Pusémos de castigo as horas de ires para a cama. Fomos às caixas dos brinquedos buscar o estádio da Lego.
Ao contrário dos outros estádios do Euro, começámos pelo relvado, depois as balizas e guarda redes, a bancada e por fim os jogadores e a bola. Ficaste com os vermelhos e eu com os verdes. Deve ter sido por isso que não joguei grande espingarda. Perdi 10 a 6 e foste para a cama com um sorriso vitorioso. Ainda tiveste tempo para mais um desarme: "Não fiques triste pai. Jogar é que é bom. Pode ser que ganhes amanhã." . Não sei quem é que lhe ensina estas lamechices.
Rubén Gonzáles
deixou de tocar por estes lados. Foi para salões maiores onde o tempo para o ouvir é infindável. Ouvi-o já tão tarde, e sobrava ritmo, emoção e magia.
Aos anjos mais modernaços, um conselho. Arranjem uns pianos e dêem um intervalo às arpas. É que o velho que está aí a chegar é um mestre do Jazz Latino e o paraíso com uma outra sonoridade, não sei, a mim parecia-me mais atraente.
deixou de tocar por estes lados. Foi para salões maiores onde o tempo para o ouvir é infindável. Ouvi-o já tão tarde, e sobrava ritmo, emoção e magia.
Aos anjos mais modernaços, um conselho. Arranjem uns pianos e dêem um intervalo às arpas. É que o velho que está aí a chegar é um mestre do Jazz Latino e o paraíso com uma outra sonoridade, não sei, a mim parecia-me mais atraente.
segunda-feira, dezembro 08, 2003
Neste Natal ...
ofereça um blog aos amigos e família. Há-os para todos os gostos e feitios. Se não esgotarem vou oferecer estes:
quarto_crescente.blogspot.com um blog em forma de lua (necessita de 2 pilhas AA não incluídas)
o_meu_ultimo_sonho.blogspot.com (um blog para quem tem dificuldade em lembrar-se dos sonhos, inclui artigos como a queda interminável e a fuga sem qualquer hipótese de vir a ser bem sucedida)
musica_de_encantar.blogspot.com (blog surround 5.1)
perlimpimpim.blogspot.com (blog de magia, o primeiro de 100 passos para se envolver com uma famosa modelo ou participar na festa do próximos estádio do dragão)
nuvem_algodão_doce.blogspot.com (algodão doce para diabéticos em barras de blog)
(versões em português também disponíveis para todos os modelos).
ofereça um blog aos amigos e família. Há-os para todos os gostos e feitios. Se não esgotarem vou oferecer estes:
quarto_crescente.blogspot.com um blog em forma de lua (necessita de 2 pilhas AA não incluídas)
o_meu_ultimo_sonho.blogspot.com (um blog para quem tem dificuldade em lembrar-se dos sonhos, inclui artigos como a queda interminável e a fuga sem qualquer hipótese de vir a ser bem sucedida)
musica_de_encantar.blogspot.com (blog surround 5.1)
perlimpimpim.blogspot.com (blog de magia, o primeiro de 100 passos para se envolver com uma famosa modelo ou participar na festa do próximos estádio do dragão)
nuvem_algodão_doce.blogspot.com (algodão doce para diabéticos em barras de blog)
(versões em português também disponíveis para todos os modelos).
domingo, dezembro 07, 2003
Panquecas
Arranque do dia a frio. A massa das panquecas não ficou consistente e para ajudar à festa o maple syroup não estava em condições, pelo que foi directo para o caixote do lixo. Preciso urgentemente disto
Olhando bem para a imagem, reparo que as panqucas em questão são muito mais altas e fofas que aquelas que eu faço. E não se trata de uma questão meramente estética, é que estas panquecas da figura parecem capazes de absorver uma quantidade imensa de syroup e de manteiga. Aceito sugestões e receitas de panquecas.
Arranque do dia a frio. A massa das panquecas não ficou consistente e para ajudar à festa o maple syroup não estava em condições, pelo que foi directo para o caixote do lixo. Preciso urgentemente disto
Olhando bem para a imagem, reparo que as panqucas em questão são muito mais altas e fofas que aquelas que eu faço. E não se trata de uma questão meramente estética, é que estas panquecas da figura parecem capazes de absorver uma quantidade imensa de syroup e de manteiga. Aceito sugestões e receitas de panquecas.
sábado, dezembro 06, 2003
Frio
...algum e muita chuva a espaços com o sol ineficaz. O dia passa devagar. Faz lembrar um gato gordo a gerir a distância à lareira. Preguiça. Deixei-a entrar logo a seguir à natação dos príncipes e temos estado de braço dado desde então. Talvez tenha vindo passar o fim de semana. Se abusar da minha paciência, ou se o tempo melhorar, dou-lhe um pontapé no rabo.
...algum e muita chuva a espaços com o sol ineficaz. O dia passa devagar. Faz lembrar um gato gordo a gerir a distância à lareira. Preguiça. Deixei-a entrar logo a seguir à natação dos príncipes e temos estado de braço dado desde então. Talvez tenha vindo passar o fim de semana. Se abusar da minha paciência, ou se o tempo melhorar, dou-lhe um pontapé no rabo.
sexta-feira, dezembro 05, 2003
Quero
todas as notas da escala do olhar. Quero o sabor e o reino, e o tempo de te olhar de perto sem que percebas. Quero andar ás avessas dos compassos ininterruptos, quero o tempo todo do beijo, dos olhos nos olhos, das juras secretas. Quero a espiral de emoções em que bailamos incautos, a ida às luas de um planeta distante e a órbitra no teu corpo. Quero a letra de uma canção para te dar de presente embrulhada em papel de estrelas.
todas as notas da escala do olhar. Quero o sabor e o reino, e o tempo de te olhar de perto sem que percebas. Quero andar ás avessas dos compassos ininterruptos, quero o tempo todo do beijo, dos olhos nos olhos, das juras secretas. Quero a espiral de emoções em que bailamos incautos, a ida às luas de um planeta distante e a órbitra no teu corpo. Quero a letra de uma canção para te dar de presente embrulhada em papel de estrelas.
Termómetros
O Paulo do Blogo Social Português deu-se a conhecer e deparei-me com uma componente que me deixou roído de inveja. Este blog tem termómetros online. Nunca hei-de perceber o meu fascínio por termómetros. Qual será a graça de saber a temperatura de tudo e mais alguma coisa? Não faço ideia, mas que eu acho graçam, e muita, acho. No carro, no forno, no telemóvel, no lado de fora da janela, no lado de dentro da janela, no banho, no frigorífico, à porta dos apartamentos da neve, nas piscinas, na praia, junto à relva, debaixo do braço, na virilha das crianças e agora nos blogues, termómetros. Vivam os termómetros.
O Paulo do Blogo Social Português deu-se a conhecer e deparei-me com uma componente que me deixou roído de inveja. Este blog tem termómetros online. Nunca hei-de perceber o meu fascínio por termómetros. Qual será a graça de saber a temperatura de tudo e mais alguma coisa? Não faço ideia, mas que eu acho graçam, e muita, acho. No carro, no forno, no telemóvel, no lado de fora da janela, no lado de dentro da janela, no banho, no frigorífico, à porta dos apartamentos da neve, nas piscinas, na praia, junto à relva, debaixo do braço, na virilha das crianças e agora nos blogues, termómetros. Vivam os termómetros.
Lideranças - Batotas
Fiz o teste dos líderes históricos que encontrei na Pensativa. Juro que não fiz qualquer batota. Deu isto:
Parece que conheço esta cara aqui das redondezas...
Se, por uma infeliz coincidência, não conseguirem a combinação de respostas que dão o meu resultado, podem ir aqui ver todas os resultados possíveis. Há alguns muito bons.
Fiz o teste dos líderes históricos que encontrei na Pensativa. Juro que não fiz qualquer batota. Deu isto:
Parece que conheço esta cara aqui das redondezas...
Se, por uma infeliz coincidência, não conseguirem a combinação de respostas que dão o meu resultado, podem ir aqui ver todas os resultados possíveis. Há alguns muito bons.
quinta-feira, dezembro 04, 2003
Campismo Selvagem
Ontem na TSF ouvi uma notícia que me deixou, de alguma forma, mais animado. Vão retirar os parques de campismo da Costa da Caparica. Parece-me muito boa ideia, daquelas que só peca por tardia, e acho que para além dos parques deviam tirar muita da construção que por lá se faz. A ideia (não há bela sem senão) é recolocar os campistas (os campistas a sério que me perdoem o abuso) num megaparque no pinhal da Arueira. Há quem não goste da ideia, sobretudo aqueles que por lá têm casa e se preparam para partilhar o espaço com cerca de 17000 (dezassete mil sim) campistas, que além da roulote, transportam o avançado, a cozinha, a parabólica, o tanque da roupa, a cerca do canteiro, o canteiro, o grelhador, a casa de banho, a capoeira e toda a criação.
Estes rapazes parece que têm um espírito do desenrasca bem desenvolvido e poderiam ser preciosos na reconstrução do Iraque, em vez dos GNR que tanta falta nos fazem.
Ontem na TSF ouvi uma notícia que me deixou, de alguma forma, mais animado. Vão retirar os parques de campismo da Costa da Caparica. Parece-me muito boa ideia, daquelas que só peca por tardia, e acho que para além dos parques deviam tirar muita da construção que por lá se faz. A ideia (não há bela sem senão) é recolocar os campistas (os campistas a sério que me perdoem o abuso) num megaparque no pinhal da Arueira. Há quem não goste da ideia, sobretudo aqueles que por lá têm casa e se preparam para partilhar o espaço com cerca de 17000 (dezassete mil sim) campistas, que além da roulote, transportam o avançado, a cozinha, a parabólica, o tanque da roupa, a cerca do canteiro, o canteiro, o grelhador, a casa de banho, a capoeira e toda a criação.
Estes rapazes parece que têm um espírito do desenrasca bem desenvolvido e poderiam ser preciosos na reconstrução do Iraque, em vez dos GNR que tanta falta nos fazem.
quarta-feira, dezembro 03, 2003
O que é que se passa com a TVI ?
Os padrões de qualidade dos programas que passam nesta e noutras estações são efectivamente discutíveis, mas com a saga Big Brother, estamos a assistir a algo perfeitamente inédito: o desperdício de horas semanais de horário dito "nobre" gastos com um programa em coma profundo, moribundo, gasto e, pelo menos nesta série, condenado ao fracasso e à morte. Os directos de Terça Feira parecem autênticos velórios e a Teresa Guilherme transformou-se numa variação de Fernando Rocha mas sem a menor piada ou capacidade de provocar um sorriso que seja.
Há umas semanas atrás, numa das terças feiras, existia uma banca montada a aceitar inscrições para uma semana de férias na casa. A procura desenfriada de qualquer evento capaz de atrair um espectador que seja é triste e deprimente. Os concorrentes que saiem da casa transportam as ilusão da notariedade alcançada na primeira série. Que angústia vê-los a minutos de se aperceberem da tremenda ilusão.
Em situações semelhantes, a SIC denota alguma inteligência adicional, quando coloca as más apostas (entenda-se com pouca audiência) fora da grelha ou a horas de insónias nem que seja para ceder lugar à n-ésima reposição dos malucos do riso.
Que país este, em que a repetição de um episódio dos malucos do riso é o programa mais visto de televisão.
Os padrões de qualidade dos programas que passam nesta e noutras estações são efectivamente discutíveis, mas com a saga Big Brother, estamos a assistir a algo perfeitamente inédito: o desperdício de horas semanais de horário dito "nobre" gastos com um programa em coma profundo, moribundo, gasto e, pelo menos nesta série, condenado ao fracasso e à morte. Os directos de Terça Feira parecem autênticos velórios e a Teresa Guilherme transformou-se numa variação de Fernando Rocha mas sem a menor piada ou capacidade de provocar um sorriso que seja.
Há umas semanas atrás, numa das terças feiras, existia uma banca montada a aceitar inscrições para uma semana de férias na casa. A procura desenfriada de qualquer evento capaz de atrair um espectador que seja é triste e deprimente. Os concorrentes que saiem da casa transportam as ilusão da notariedade alcançada na primeira série. Que angústia vê-los a minutos de se aperceberem da tremenda ilusão.
Em situações semelhantes, a SIC denota alguma inteligência adicional, quando coloca as más apostas (entenda-se com pouca audiência) fora da grelha ou a horas de insónias nem que seja para ceder lugar à n-ésima reposição dos malucos do riso.
Que país este, em que a repetição de um episódio dos malucos do riso é o programa mais visto de televisão.
Vizinhos:
Hoje nas vizinhanças aparecem:
O Mundo Visto do Sofá
Olhos nos olhos
Este não está por perto, mas tem um irresistível ar de Danoninho.
Hoje nas vizinhanças aparecem:
O Mundo Visto do Sofá
Olhos nos olhos
Este não está por perto, mas tem um irresistível ar de Danoninho.
Que filme romântico representa a minha vida amorosa ?
Deu Casablanca
"You must remember this, a kiss is still a
kiss". Your romance is Casablanca. A
classic story of love in trying times, chock
full of both cynicism and hope. You obviously
believe in true love, but you're also
constantly aware of practicality and societal
expectations. That's not always fun, but at
least it's realistic. Try not to let the Nazis
get you down too much.
What Romance Movie Best Represents Your Love Life?
brought to you by Quizilla
"Play it again ... "
Deu Casablanca
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kiss". Your romance is Casablanca. A
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terça-feira, dezembro 02, 2003
Dois para a frente, três para trás
A propósito da máquina do tempo de alguns artigos atrás, fui consultar o Vol II do guia galáctico do pendura para ver o que ele tem para nos dizer sobre o assunto:
"Um dos maiores problemas das viagens através do tempo não é o de nos podermos acidentalmente tornar-nos o nosso próprio pai ou mãe. O facto de isso acontecer não constitui dificuldade para qualquer família sem preconceitos e bem integrada. (...) O problema base é, muito simplesmente, de gramática, e a obra a consultar sobre este assunto chama-se Guia Prático das Mil e Umas Formas Verbais para o Viajante no Tempo, do Dr. Dan Guiador. O livro ensina-lhe, por exemplo, a descrever qualquer coisa que ia acontecer-lhe no passado, e que você evitou dando um salto de dois dias no futuro. "
"O Restaurante no Fim do Universo" de Douglas Adams
Isto dá que pensar, sobretudo por ter sido escrito astes do George Bush ser presidente dos EUA, não tendo sido, no entanto, o candidato mais votado. Segundo o que o livro indica Bush provavelmente não é o Presidente dos EUA. O tempo correcto do verbo ser a usar neste caso, é o futuro semicondicional modificado subinvertido do conjuntivo passado : Bush sereá sido o presidente dos EUA.
Digo eu, como nota do editor, que o melhor a fazer é não dizer nada ao senhor e deixá-lo convencido que é o tal de presidente eleito democraticamente. Parece que o pobre homem reage mal às pequenas contrariedades.
A propósito da máquina do tempo de alguns artigos atrás, fui consultar o Vol II do guia galáctico do pendura para ver o que ele tem para nos dizer sobre o assunto:
"Um dos maiores problemas das viagens através do tempo não é o de nos podermos acidentalmente tornar-nos o nosso próprio pai ou mãe. O facto de isso acontecer não constitui dificuldade para qualquer família sem preconceitos e bem integrada. (...) O problema base é, muito simplesmente, de gramática, e a obra a consultar sobre este assunto chama-se Guia Prático das Mil e Umas Formas Verbais para o Viajante no Tempo, do Dr. Dan Guiador. O livro ensina-lhe, por exemplo, a descrever qualquer coisa que ia acontecer-lhe no passado, e que você evitou dando um salto de dois dias no futuro. "
"O Restaurante no Fim do Universo" de Douglas Adams
Isto dá que pensar, sobretudo por ter sido escrito astes do George Bush ser presidente dos EUA, não tendo sido, no entanto, o candidato mais votado. Segundo o que o livro indica Bush provavelmente não é o Presidente dos EUA. O tempo correcto do verbo ser a usar neste caso, é o futuro semicondicional modificado subinvertido do conjuntivo passado : Bush sereá sido o presidente dos EUA.
Digo eu, como nota do editor, que o melhor a fazer é não dizer nada ao senhor e deixá-lo convencido que é o tal de presidente eleito democraticamente. Parece que o pobre homem reage mal às pequenas contrariedades.
Frio
caramba. O que hoje andou de frio por essas ruas, por essas vidas. Encolhem e escondem-se os rostos atrás de agasalhos. Passos sempre mais curtos apressados até ao conforto mais próximo. Chegar a casa é melhor do que o costume. Apetece-me um cigarro para aquecer e esquecer o frio de todo o dia. E o sono que não me largou? Acho mesmo que me vou enroscar e deixar-me levar até amanhã. Tomara que aqueça.
caramba. O que hoje andou de frio por essas ruas, por essas vidas. Encolhem e escondem-se os rostos atrás de agasalhos. Passos sempre mais curtos apressados até ao conforto mais próximo. Chegar a casa é melhor do que o costume. Apetece-me um cigarro para aquecer e esquecer o frio de todo o dia. E o sono que não me largou? Acho mesmo que me vou enroscar e deixar-me levar até amanhã. Tomara que aqueça.
segunda-feira, dezembro 01, 2003
Dia Mundial da Luta contra a SIDA
Ainda deixamos pessoas morrer sós. Ainda deixamos países morrerem aos poucos. Ainda achamos que só acontece aos outros.
Linka think.
Ainda deixamos pessoas morrer sós. Ainda deixamos países morrerem aos poucos. Ainda achamos que só acontece aos outros.
Linka think.
2004
Recebi a primeira agenda do ano que aí vem. Dezembro é o mês delas. Dezembro é o mês de tantas coisas, tudo em poucas dezenas de dias. As agendas portam-se como as máquina do tempo, dentro dos seus limites coitadas. Andamos umas páginas para a frente e outras tantas para trás, antevemos o que vai acontecer, revisitamos as que passaram. Nesta agenda não quero marcar reuniões, ou gastos, ou telefones, ou planos, ou projectos, ou listas de tarefas. Quero marcar os filmes que quero ver, as pessoas com quem quero estar, os abraços que quero dar, quero ter um capítulo de música, outro de sonhos, outro dos sorrisos das pessoas. Este ano só quero marcar compromissos com a vontade de sermos felizes.
Recebi a primeira agenda do ano que aí vem. Dezembro é o mês delas. Dezembro é o mês de tantas coisas, tudo em poucas dezenas de dias. As agendas portam-se como as máquina do tempo, dentro dos seus limites coitadas. Andamos umas páginas para a frente e outras tantas para trás, antevemos o que vai acontecer, revisitamos as que passaram. Nesta agenda não quero marcar reuniões, ou gastos, ou telefones, ou planos, ou projectos, ou listas de tarefas. Quero marcar os filmes que quero ver, as pessoas com quem quero estar, os abraços que quero dar, quero ter um capítulo de música, outro de sonhos, outro dos sorrisos das pessoas. Este ano só quero marcar compromissos com a vontade de sermos felizes.
domingo, novembro 30, 2003
sexta-feira, novembro 28, 2003
Curtíssimas
- PS ultrapassa PSD em queda livre - Lá em cima está o tiroliroliro, cá em baixo o tiroliroló.
- Abriu uma Grande Superfície por estas bandas - por mim faço lá todas as compras de Natal
- Recebi um Comment da Rita. Anunciaram-me que um dia ia ter direito a umas letrinhas da pensativa. Chegaram em elogio e souberam muito bem. Um destes dias retríbuo.
- Tenho um telemóvel novo com máquina fotográfica. Acho que vou, de vez em quando, ilustrar a Caixa de Costura.
- PS ultrapassa PSD em queda livre - Lá em cima está o tiroliroliro, cá em baixo o tiroliroló.
- Abriu uma Grande Superfície por estas bandas - por mim faço lá todas as compras de Natal
- Recebi um Comment da Rita. Anunciaram-me que um dia ia ter direito a umas letrinhas da pensativa. Chegaram em elogio e souberam muito bem. Um destes dias retríbuo.
- Tenho um telemóvel novo com máquina fotográfica. Acho que vou, de vez em quando, ilustrar a Caixa de Costura.
quinta-feira, novembro 27, 2003
Sofá
Sentou-se no sofá e deixou-se abraçar lentamente por ele até tornar imperceptível onde o corpo começa e o sofá acaba. As mãos embrulhavam a caneca de chá, calor de corpo e alma. Abriu o livro e entrou devagar, pé ante pé numa história de gente feliz. A música, sempre a música, compassava-lhe as frases lidas. O sorrir ténue alternado com maré cheia no olhar. Semáforos acesos sobre o que o livro conta, encruzilhadas de emoções, trânsito proibido ao real, sentido único para o sonho. Aproximei-me a medo para não a expulsar para o dia a dia. Sentei-me tão perto. Tomei-lhe o abraço e o corpo, deu-me uma boleia até à imaginação. No regresso apanhamos o primeiro beijo que por aqui passar.
Sentou-se no sofá e deixou-se abraçar lentamente por ele até tornar imperceptível onde o corpo começa e o sofá acaba. As mãos embrulhavam a caneca de chá, calor de corpo e alma. Abriu o livro e entrou devagar, pé ante pé numa história de gente feliz. A música, sempre a música, compassava-lhe as frases lidas. O sorrir ténue alternado com maré cheia no olhar. Semáforos acesos sobre o que o livro conta, encruzilhadas de emoções, trânsito proibido ao real, sentido único para o sonho. Aproximei-me a medo para não a expulsar para o dia a dia. Sentei-me tão perto. Tomei-lhe o abraço e o corpo, deu-me uma boleia até à imaginação. No regresso apanhamos o primeiro beijo que por aqui passar.
quarta-feira, novembro 26, 2003
Valência
Cidade eleita para a Taça da América. Confesso que até há uns tempos atrás nunca tinha ouvido falar deste evento. Ao que parece, além de marinheiros e veleiros, carrega consigo desenvolvimento, promoção, investimentos e postos de trabalho.
Faço votos que, apesar dos marinheiros e veleiros largarem amarras lá pelas Espanhas, a fértil imaginação dos nossos timoneiros, mantenha içadas as velas do desenvolvimento, investimentos e postos de trabalho. "Navegar é preciso" por estes lados, mesmo sem Taça América.
Nota: Existem outros instrumentos de navegação para lá da bussola do défice.
Cidade eleita para a Taça da América. Confesso que até há uns tempos atrás nunca tinha ouvido falar deste evento. Ao que parece, além de marinheiros e veleiros, carrega consigo desenvolvimento, promoção, investimentos e postos de trabalho.
Faço votos que, apesar dos marinheiros e veleiros largarem amarras lá pelas Espanhas, a fértil imaginação dos nossos timoneiros, mantenha içadas as velas do desenvolvimento, investimentos e postos de trabalho. "Navegar é preciso" por estes lados, mesmo sem Taça América.
Nota: Existem outros instrumentos de navegação para lá da bussola do défice.
terça-feira, novembro 25, 2003
Os mosqueteiros
deram por cumprida a sua missão. A árvore de Natal já está no local de eleição. Para agradecer a dica ao 100nada aqui ficam três poses da mesma árvore, criada por um dos mosqueteiros:
deram por cumprida a sua missão. A árvore de Natal já está no local de eleição. Para agradecer a dica ao 100nada aqui ficam três poses da mesma árvore, criada por um dos mosqueteiros:
Zap
Série interminável de publicidade. Oportunidade para percorrer uma escala de canais de televisão. No meio de tanto entulho, por vezes consegue-se um pouco de televisão. Numa série, num filme, numa conversa. No parapeito de um estúdio qualquer, conversas com adolescentes para quem ser mãe já não é a brincar. Um empurrão na meninice atira-as, quase perdidas, para a vida adulta. Falta-lhes compreensão, a doçura da gravidez vivida a dois, a emoção dos avós. Ao invés fazem quase sós o percurso lindo, feito dor. Há quem as ajude a estabelecer alguns dos equilíbrios, quem lhes dê as mãos e lhes devolva sorrisos ainda traquinas. Aprendem o amor o orgulho das mães, acreditam na felicidade e que da próxima vez vão ter direito a tudo o que as futuras mães têm direito. Festas e beijos na barriga, amor e um enorme sorriso.
“Espalhem a notícia do mistério, da delícia desse ventre ...”
Série interminável de publicidade. Oportunidade para percorrer uma escala de canais de televisão. No meio de tanto entulho, por vezes consegue-se um pouco de televisão. Numa série, num filme, numa conversa. No parapeito de um estúdio qualquer, conversas com adolescentes para quem ser mãe já não é a brincar. Um empurrão na meninice atira-as, quase perdidas, para a vida adulta. Falta-lhes compreensão, a doçura da gravidez vivida a dois, a emoção dos avós. Ao invés fazem quase sós o percurso lindo, feito dor. Há quem as ajude a estabelecer alguns dos equilíbrios, quem lhes dê as mãos e lhes devolva sorrisos ainda traquinas. Aprendem o amor o orgulho das mães, acreditam na felicidade e que da próxima vez vão ter direito a tudo o que as futuras mães têm direito. Festas e beijos na barriga, amor e um enorme sorriso.
“Espalhem a notícia do mistério, da delícia desse ventre ...”
segunda-feira, novembro 24, 2003
A um mês ...
... da véspera de Natal, deve estar na altura de mandar acender as luzes que a mãe espalhou pela cidade. O João, o Manel e eu somos os três mosqueteiros da raínha lá de casa. Por esta altura, costuma espalha magia por toda a cidade e sobra sempre uma mão cheia de encantos para uso doméstico.
Mosqueteiros. Esta é a hora da guarda real escalar a inacessível torre, que encerra a magia da quadra que se aproxima. Temos que voar em silêncio para não acordar o temível dragão Tectus Falsus Prestes a Desabarium. Só assim alcançaremos a poderosa fonte de energia Arvorium Natalias de Plasticum, essencial para os encantamentos da rainha.
Este post nada tem a ver com o recado deixado aqui ao acaso.
... da véspera de Natal, deve estar na altura de mandar acender as luzes que a mãe espalhou pela cidade. O João, o Manel e eu somos os três mosqueteiros da raínha lá de casa. Por esta altura, costuma espalha magia por toda a cidade e sobra sempre uma mão cheia de encantos para uso doméstico.
Mosqueteiros. Esta é a hora da guarda real escalar a inacessível torre, que encerra a magia da quadra que se aproxima. Temos que voar em silêncio para não acordar o temível dragão Tectus Falsus Prestes a Desabarium. Só assim alcançaremos a poderosa fonte de energia Arvorium Natalias de Plasticum, essencial para os encantamentos da rainha.
Este post nada tem a ver com o recado deixado aqui ao acaso.
domingo, novembro 23, 2003
Operação Triunfo
Na televisão, o Gonçalo vive o (meu) sonho antigo. Canta ao vivo com o Luis e com os seus músicos. No meu sonho os músicos, quase todos, eram diferentes e o Represas era um dos sete magníficos. Com o Manuel, o Artur, o José, o João, o Fernando e o José foram terra firme na linha do meu horizonte.
Na televisão, o Gonçalo vive o (meu) sonho antigo. Canta ao vivo com o Luis e com os seus músicos. No meu sonho os músicos, quase todos, eram diferentes e o Represas era um dos sete magníficos. Com o Manuel, o Artur, o José, o João, o Fernando e o José foram terra firme na linha do meu horizonte.
Estatísticas
Por cada vinte residentes em Portugal um é estrangeiro. Vêm, regra geral, à procura de melhores condições de vida e de emprego. A estória de tantos continua a ser feita de sonhos desfeitos e de vidas aos pedaços por colar. As angústias e tragédias vividas dia a dia por muitos deles dificilmente aparecem nas estatísticas.
Por cada vinte residentes em Portugal um é estrangeiro. Vêm, regra geral, à procura de melhores condições de vida e de emprego. A estória de tantos continua a ser feita de sonhos desfeitos e de vidas aos pedaços por colar. As angústias e tragédias vividas dia a dia por muitos deles dificilmente aparecem nas estatísticas.
sexta-feira, novembro 21, 2003
quinta-feira, novembro 20, 2003
511
As mudanças para a nova casa já foram há algum tempo. Para lá de um mês. Na secretária apareceu-me um livro chamado "Pequeno Livro de Instruções para a Vida - 511 sugestões, observações e advertências para viver uma vida feliz e compensadora". O que é que faz um livro destes por aqui ? Deve ser o resultado de um daqueles jantares de Natal em que se trocam prendas de valor pré-estabelecido entre amigos secretos. Folheio-o e não me parece que as 511 sugestões sejam suficientes para o objectivo a que se propõe:
Sugestão nº 112 Nunca discutas com agentes da polícia e trata-os por "Sr. Agente" - Com certeza "Sr. Livro"
Sugestão nº 226 Quando alguém te abraçar nunca sejas o primeiro a afastar-te. - Espero que não haja muita gente com este livro na cabeça ou um abraço corre o risco de tender para o infinito.
Sugestão nº 387 Usa sempre gravatas, sapatos e cintos que sejam caros, mas compra-os nos saldos. - Começo a desconfiar de algumas pessoas capazes de oferecer este livro.
Sugestão nº 418 Canta para os teus filhos. - Esta agora?!!! Já têm dias tão difíceis.
Sugestão nº 501 Quando negociares o teu salário, pensa no montante que desejas e pede 10% mais. - Se os sindicatos adoptam esta pérola de sabedoria vamos ter um inverno animado.
Mas afinal como é que isto veio parar cá a casa?
As mudanças para a nova casa já foram há algum tempo. Para lá de um mês. Na secretária apareceu-me um livro chamado "Pequeno Livro de Instruções para a Vida - 511 sugestões, observações e advertências para viver uma vida feliz e compensadora". O que é que faz um livro destes por aqui ? Deve ser o resultado de um daqueles jantares de Natal em que se trocam prendas de valor pré-estabelecido entre amigos secretos. Folheio-o e não me parece que as 511 sugestões sejam suficientes para o objectivo a que se propõe:
Sugestão nº 112 Nunca discutas com agentes da polícia e trata-os por "Sr. Agente" - Com certeza "Sr. Livro"
Sugestão nº 226 Quando alguém te abraçar nunca sejas o primeiro a afastar-te. - Espero que não haja muita gente com este livro na cabeça ou um abraço corre o risco de tender para o infinito.
Sugestão nº 387 Usa sempre gravatas, sapatos e cintos que sejam caros, mas compra-os nos saldos. - Começo a desconfiar de algumas pessoas capazes de oferecer este livro.
Sugestão nº 418 Canta para os teus filhos. - Esta agora?!!! Já têm dias tão difíceis.
Sugestão nº 501 Quando negociares o teu salário, pensa no montante que desejas e pede 10% mais. - Se os sindicatos adoptam esta pérola de sabedoria vamos ter um inverno animado.
Mas afinal como é que isto veio parar cá a casa?
Cinema Just For The Jazz
Perdemos, descaradamente de propósito, o concerto de Jazz e fizemos o óbvio percurso para a sala de cinema. Um filme só pelo puro prazer do entretenimento, lamechas para nos espevitar os superficiais risos e nós na garganta. Sabe tão bem ir ao cinema Just for the Jazz.
O amor acontece inevitavelmente entre homens e mulheres apaixonados, entre irmãos, entre amigos, entre estranhos, entre linhas, entre nós. A ideia é tranquilizadora. O amor predomina sobre o ódio e para isso basta consultar as chegadas de um qualquer aeroporto, ou os registos das chamadas feitas a partir dos aviões do ataque ao World Trade Center.
Preocupante a imagem que passa dos portugueses e de Portugal. Décadas de esforço de todos nós, para alterar o preconceito Fátima, Futebol e Fado, destruídos em 10 minutos de filme. Não adianta ter a Teresa Patrício Gouveia nos negócios estrangeiros, pelo que vi no filme a mulher portuguesa de meia idade será sempre, se não igual, muito parecida à camarada Odete Santos se rechonchuda ou à Manuela Ferreira Leite se subnutrida. Segundo o filme, os homens em Portugal beijam na boca. Que susto ! Resta-me um consolo. A Maria João casou com um inglês neste último verão. Se o casamento fosse depois da estreia deste filme, o estupor do bife que à saída, me prespegou um beijo na cara, ia de certezinha beijar-me na boca. Argggghhhhhh.
Perdemos, descaradamente de propósito, o concerto de Jazz e fizemos o óbvio percurso para a sala de cinema. Um filme só pelo puro prazer do entretenimento, lamechas para nos espevitar os superficiais risos e nós na garganta. Sabe tão bem ir ao cinema Just for the Jazz.
O amor acontece inevitavelmente entre homens e mulheres apaixonados, entre irmãos, entre amigos, entre estranhos, entre linhas, entre nós. A ideia é tranquilizadora. O amor predomina sobre o ódio e para isso basta consultar as chegadas de um qualquer aeroporto, ou os registos das chamadas feitas a partir dos aviões do ataque ao World Trade Center.
Preocupante a imagem que passa dos portugueses e de Portugal. Décadas de esforço de todos nós, para alterar o preconceito Fátima, Futebol e Fado, destruídos em 10 minutos de filme. Não adianta ter a Teresa Patrício Gouveia nos negócios estrangeiros, pelo que vi no filme a mulher portuguesa de meia idade será sempre, se não igual, muito parecida à camarada Odete Santos se rechonchuda ou à Manuela Ferreira Leite se subnutrida. Segundo o filme, os homens em Portugal beijam na boca. Que susto ! Resta-me um consolo. A Maria João casou com um inglês neste último verão. Se o casamento fosse depois da estreia deste filme, o estupor do bife que à saída, me prespegou um beijo na cara, ia de certezinha beijar-me na boca. Argggghhhhhh.
quarta-feira, novembro 19, 2003
Insónia
Hoje de madrugada o meu filho chamou-me. Quando começou a falar, tentei ensinar-lhe que a mãe se chamava mãe e o pai se chamava Ana. Assim quando precisasse de alguém durante a noite, nunca me calharia a mim.
- PAAAAAAIIIIIIII
Deve-se ter esquecido dos ensinamentos. O pesadelo de hoje envolvia picadas de abelhas e a vontade envolvia dormir entre o pai e a mãe. Lá o pousei mais ou menos a meio da cama. Estava lá o mais novo que deve ter chamado pela mãe, sem que eu desse por isso. Refilou claro está. Refilaram os dois na disputa do espeço e passados uns minutos dormiam como anjos. Eu não consegui adormecer.
Fui até à cozinha beber um leite e fumar um cigarro. As tartarugas devem andar com um problema de intestinos.
Deitei-me na cama de um deles, e no silêncio da casa descobri que um dos vizinhos tem um relógio que dá as horas e as meias horas. Demorei tanto a adormecer. Ainda hei-de sentir falta do tempo que perdi.
Hoje de madrugada o meu filho chamou-me. Quando começou a falar, tentei ensinar-lhe que a mãe se chamava mãe e o pai se chamava Ana. Assim quando precisasse de alguém durante a noite, nunca me calharia a mim.
- PAAAAAAIIIIIIII
Deve-se ter esquecido dos ensinamentos. O pesadelo de hoje envolvia picadas de abelhas e a vontade envolvia dormir entre o pai e a mãe. Lá o pousei mais ou menos a meio da cama. Estava lá o mais novo que deve ter chamado pela mãe, sem que eu desse por isso. Refilou claro está. Refilaram os dois na disputa do espeço e passados uns minutos dormiam como anjos. Eu não consegui adormecer.
Fui até à cozinha beber um leite e fumar um cigarro. As tartarugas devem andar com um problema de intestinos.
Deitei-me na cama de um deles, e no silêncio da casa descobri que um dos vizinhos tem um relógio que dá as horas e as meias horas. Demorei tanto a adormecer. Ainda hei-de sentir falta do tempo que perdi.
Errata
Não foi a ver a página do público que me deparei com as imagens que publiquei no post de ontem. Foi a ver a página da TSF. O seu a seu dono. O lapso foi meu, o reparo pertinente foi da Marina a quem agradeço.
Vou editar e corrigir o próprio post.
Não foi a ver a página do público que me deparei com as imagens que publiquei no post de ontem. Foi a ver a página da TSF. O seu a seu dono. O lapso foi meu, o reparo pertinente foi da Marina a quem agradeço.
Vou editar e corrigir o próprio post.
terça-feira, novembro 18, 2003
As coisas que me passam pela cabeça
Ao ver a página da TSF , apercebi-me que este homem, que respeito e que admiro pela defesa das suas convicções e inteligência
esteve, pelo menos, 15 anos sem conhecer este rato, por quem nutro alguma simpatia
.
Ao ver a página da TSF , apercebi-me que este homem, que respeito e que admiro pela defesa das suas convicções e inteligência
esteve, pelo menos, 15 anos sem conhecer este rato, por quem nutro alguma simpatia
.
Se eu fizesse parte de um filme,
era do...
Lion King!
What movie Do you Belong in?(many different outcomes!)
brought to you by Quizilla
Não resisti a fazer o teste, afinidades com o cinema. Se lá por casa me descobrem, tentam enfiar-me dento do video.
era do...
Lion King!
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Não resisti a fazer o teste, afinidades com o cinema. Se lá por casa me descobrem, tentam enfiar-me dento do video.
segunda-feira, novembro 17, 2003
Olhar em volta
Entre a serra e o mar agitado, depois de Colares, ao virar para a praia que é grande, encontra-se a casa, o ribeiro e a velha ponte. Na casa, o início das escada, anuncia a chegada ao mundo da minha infância. É lá que a Graça Pinto Basto mostra os seus quadros, e a sala no fim das escadas, além das linhas e das cores, expõe as minhas memórias.
Até aos meus 6 anos, a Graça sempre foi para mim, a polícia sinaleira que ri. No quintal lá de casa ocupava o redondel e dirigia o trânsito por aquelas bandas. A minha irmã de bicicleta, e eu de carrinho de pedais. Nunca chocámos. Graças à perícia da polícia Graça (gosto do som desta frase).
Uns anos mais tarde, ia com os meus pais visitá-los a uma pequena casa em Campolide. É daí que vêm as memórias do estirador no fim do corredor, e de todas as tintas e pincéis ao dispor da nossa imaginação. Por uma noite eu e a Maria éramos pintores. A casa de Campolide era engraçada e tinha encanto. Tanto mais que um cavalo nas traseiras vinha comer à nossa mão. O jantar, muitas vezes era fondue e isso era genericamente considerado muito bom.
Na sala, lá estão as memórias. A polícia sinaleira que ri e os pincéis de Campolide. A polícia sinaleira recebe-nos e entrega-nos um guião feito postal. Palavras doces para reconcilio de traços e cores em telas. Palavras que “com as cores se confundem tal e qual o camaleão”. Muitas Dulcineias para um só D. Quixote. Revelam-nos segredos que imaginei contados, paixões, cenas criadas, cumplicidades com as cores. Revelam-nos livros. O que eu gosto do cheiro dos livros. Prendeu-se a Ana à senhora do romance. Tenho a impressão que a hei-de ver mais vezes. Eu ficava com o segredo e guardava-o para sempre.
Entre a serra e o mar agitado, depois de Colares, ao virar para a praia que é grande, encontra-se a casa, o ribeiro e a velha ponte. Na casa, o início das escada, anuncia a chegada ao mundo da minha infância. É lá que a Graça Pinto Basto mostra os seus quadros, e a sala no fim das escadas, além das linhas e das cores, expõe as minhas memórias.
Até aos meus 6 anos, a Graça sempre foi para mim, a polícia sinaleira que ri. No quintal lá de casa ocupava o redondel e dirigia o trânsito por aquelas bandas. A minha irmã de bicicleta, e eu de carrinho de pedais. Nunca chocámos. Graças à perícia da polícia Graça (gosto do som desta frase).
Uns anos mais tarde, ia com os meus pais visitá-los a uma pequena casa em Campolide. É daí que vêm as memórias do estirador no fim do corredor, e de todas as tintas e pincéis ao dispor da nossa imaginação. Por uma noite eu e a Maria éramos pintores. A casa de Campolide era engraçada e tinha encanto. Tanto mais que um cavalo nas traseiras vinha comer à nossa mão. O jantar, muitas vezes era fondue e isso era genericamente considerado muito bom.
Na sala, lá estão as memórias. A polícia sinaleira que ri e os pincéis de Campolide. A polícia sinaleira recebe-nos e entrega-nos um guião feito postal. Palavras doces para reconcilio de traços e cores em telas. Palavras que “com as cores se confundem tal e qual o camaleão”. Muitas Dulcineias para um só D. Quixote. Revelam-nos segredos que imaginei contados, paixões, cenas criadas, cumplicidades com as cores. Revelam-nos livros. O que eu gosto do cheiro dos livros. Prendeu-se a Ana à senhora do romance. Tenho a impressão que a hei-de ver mais vezes. Eu ficava com o segredo e guardava-o para sempre.
sábado, novembro 15, 2003
sexta-feira, novembro 14, 2003
Retornos
O bom do blog trouxe-me, na volta do correio, a mensagem de uma velha amiga. Com ela veio a imagem da própria felicidade. Pequenos tesouros que a fazem feliz. A Maria Ana está adolescente, tem um cão a sério para brincar, e um jardim. A caixa agora já não é geral dos depósitos, antes de costura. Os amigos cirili e tóló têm sempre espaço por aqui.
O bom do blog trouxe-me, na volta do correio, a mensagem de uma velha amiga. Com ela veio a imagem da própria felicidade. Pequenos tesouros que a fazem feliz. A Maria Ana está adolescente, tem um cão a sério para brincar, e um jardim. A caixa agora já não é geral dos depósitos, antes de costura. Os amigos cirili e tóló têm sempre espaço por aqui.
quinta-feira, novembro 13, 2003
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar
Chegou há dias um mail da Adriana. Esta mania de nos apegarmos uns aos outros só nos traz chatices. Tenho tantas saudades vossas. Nem me lembro bem da cara do Leo. O Rock-in-Rio vai ser em Lisboa. Apanhem boleia numa canção e venham até cá. O Euro 2004 também. Tenho bilhetes Follow My Team – Portugal para o Ivan.
O Benfica? É para o ano que vem, claro.
Chegou há dias um mail da Adriana. Esta mania de nos apegarmos uns aos outros só nos traz chatices. Tenho tantas saudades vossas. Nem me lembro bem da cara do Leo. O Rock-in-Rio vai ser em Lisboa. Apanhem boleia numa canção e venham até cá. O Euro 2004 também. Tenho bilhetes Follow My Team – Portugal para o Ivan.
O Benfica? É para o ano que vem, claro.
Os bey-blade ......
são peões nas mãos de crianças. Vêm desmontados e o primeiro desafio que nos colocam passa por juntar 6 a 8 peças até obter algo semelhante à figura. Vêm com uma corda dentada e um lançador. A maioria gira no sentido dos ponteiros do relógio, embora haja os que giram no sentido inverso. Neste último caso, o mecanismo que lhes dá vida é mais complexo. Distinguem-se ainda uns dos outros pela aparência, agressividade e capacidade de lidar com a agressividade alheia. Arrasam os rodapés das casas.
são peões nas mãos de crianças. Vêm desmontados e o primeiro desafio que nos colocam passa por juntar 6 a 8 peças até obter algo semelhante à figura. Vêm com uma corda dentada e um lançador. A maioria gira no sentido dos ponteiros do relógio, embora haja os que giram no sentido inverso. Neste último caso, o mecanismo que lhes dá vida é mais complexo. Distinguem-se ainda uns dos outros pela aparência, agressividade e capacidade de lidar com a agressividade alheia. Arrasam os rodapés das casas.
terça-feira, novembro 11, 2003
Cores
Desconfio que a palete a que o canto do sofá se refere é sobre a minha casa nova. Não sei, é uma espécie de pressentimento. Há alguns dias que o tema das cores é abordado de forma muito subtil nas conversas de casal. Frases como:
- O João adorou ter o Gui cá em casa.
têm respostas como
- Gostou muito, têm muito espaço para brincar. O quarto está muito alegre e colorido. É pena, o nosso quarto e o escritório estarem tão sóbrios.
Parece-me ouvir entre dentes
- Um framboesa era capaz de ficar bem catita.
- Diz amor.
- Não disse nada, andas a ouvir coisas.
Quando se juntam as três, a coisa tende a piorar. Devem recordar as recepções na embaixada de Espanha. A sala verde, a sala azul, a sala amarela, a bebida, as batatas fritas, a bebida, o pata negra, a bebida e as caixas de chocolate. O sermão do Garimpo aos Peixes. A bebida.
Ora com casas mais modestas o melhor é fazer a sala verde, a sala azul e a sala amarela tudo na mesma sala. E quem diz verde, diz verde mar caraíbas, e o azul amaciador confort também é lindo, e o rosa José Castello Branco, o laranja cherne, o anil cabelo de professora primária. Temo chegar demasiado tarde. Hoje nem quis saber a que horas é que eu chego. O que vale é que, ao que parece, a vítima vai ser o escritório. Sempre fico com o refúgio do quarto, que está em branco marfim, imaculado e lindo.
Desconfio que a palete a que o canto do sofá se refere é sobre a minha casa nova. Não sei, é uma espécie de pressentimento. Há alguns dias que o tema das cores é abordado de forma muito subtil nas conversas de casal. Frases como:
- O João adorou ter o Gui cá em casa.
têm respostas como
- Gostou muito, têm muito espaço para brincar. O quarto está muito alegre e colorido. É pena, o nosso quarto e o escritório estarem tão sóbrios.
Parece-me ouvir entre dentes
- Um framboesa era capaz de ficar bem catita.
- Diz amor.
- Não disse nada, andas a ouvir coisas.
Quando se juntam as três, a coisa tende a piorar. Devem recordar as recepções na embaixada de Espanha. A sala verde, a sala azul, a sala amarela, a bebida, as batatas fritas, a bebida, o pata negra, a bebida e as caixas de chocolate. O sermão do Garimpo aos Peixes. A bebida.
Ora com casas mais modestas o melhor é fazer a sala verde, a sala azul e a sala amarela tudo na mesma sala. E quem diz verde, diz verde mar caraíbas, e o azul amaciador confort também é lindo, e o rosa José Castello Branco, o laranja cherne, o anil cabelo de professora primária. Temo chegar demasiado tarde. Hoje nem quis saber a que horas é que eu chego. O que vale é que, ao que parece, a vítima vai ser o escritório. Sempre fico com o refúgio do quarto, que está em branco marfim, imaculado e lindo.
Errar é divino.
(para o Ivan)
"Logo quem me julgava morta,
me esquecendo a qualquer custo,
vai morrer de medo e susto,
quando abrir a porta"
"Quando o espectáculo terminou, o público do Canecão, no Rio de Janeiro, ficou alguns segundos em silêncio profundo. Algumas pessoas enxugavam as lágrimas, outras pareciam aturdidas. Tinham acabado de viver uma experiência curiosa: durante o «show» de mais de duas horas, ficaram com a impressão de que, vinte anos depois da morte, a sua cantora preferida voltara ao palco da casa de espectáculos que a consagrara. Por obra da genética, a ilusão fora criada por Maria Rita Mariano, filha de Elis Regina. (...)"Texto de Iza de Salles Freaza no Expresso.
Ouvi o disco. Sobre ela, tenho a certeza. Deus percebeu que se tinha precipitado há 20 anos atrás, a Maria Rita é a divina forma de ocupar o tremendo vazio criado.
(para o Ivan)
"Logo quem me julgava morta,
me esquecendo a qualquer custo,
vai morrer de medo e susto,
quando abrir a porta"
"Quando o espectáculo terminou, o público do Canecão, no Rio de Janeiro, ficou alguns segundos em silêncio profundo. Algumas pessoas enxugavam as lágrimas, outras pareciam aturdidas. Tinham acabado de viver uma experiência curiosa: durante o «show» de mais de duas horas, ficaram com a impressão de que, vinte anos depois da morte, a sua cantora preferida voltara ao palco da casa de espectáculos que a consagrara. Por obra da genética, a ilusão fora criada por Maria Rita Mariano, filha de Elis Regina. (...)"Texto de Iza de Salles Freaza no Expresso.
Ouvi o disco. Sobre ela, tenho a certeza. Deus percebeu que se tinha precipitado há 20 anos atrás, a Maria Rita é a divina forma de ocupar o tremendo vazio criado.
Regresso
... do Brasil. Como quem traça o Outono com uma semana de Verão, ao jeito de "Pedimos desculpa por esta interrupção, os dias de chuva e frio seguem dentro de momentos". Trouxe um pedaço de jet lag, um tom de pele desfasado, e uma felicidade sem enquadramento legal nos dias que correm. Na mala de viagem trouxe-me uma encomenda. O disco da Maria Rita. Vou ouvir, acho que hei-de escrever sobre ela.
... do Brasil. Como quem traça o Outono com uma semana de Verão, ao jeito de "Pedimos desculpa por esta interrupção, os dias de chuva e frio seguem dentro de momentos". Trouxe um pedaço de jet lag, um tom de pele desfasado, e uma felicidade sem enquadramento legal nos dias que correm. Na mala de viagem trouxe-me uma encomenda. O disco da Maria Rita. Vou ouvir, acho que hei-de escrever sobre ela.
segunda-feira, novembro 10, 2003
O seu médico ou farmacêutico podem ajudá-la a deixar de Blogar ???
Esta pergunta é para a autora do 100nada que anda descompensada com o problema da conciliação da vida pessoal e profissional com a vida de blogger. A menina já deu à luz e sabe que aquela centena e picos de dias são essenciais para a conciliação uma nova estrela com a vida. Ora a vida não é número primo, divisível apenas por si próprio e pela unidade. A vida é divisível por todas as estrelas. Bloggar não é um vicío como os cigarros, é um equilíbrio e mantém-nos tão mais atentos aos detalhes. Arranje uma cresce para o 100nada, entrego-o durante o dia aos cuidados dos avós, arranje-lhe uma ama, telefpone para a Segurança Social a pedir apoio, mas por tudo o que é sagradinho não o abandone à porta de uma qualquer instituição. Dê-lhe atenção, mas não lhe dê toda a atenção. Ponha-o de castigo de vez em quando mas mime-o. Mime-o menina. Arranje uma disciplina, escreva 100 palavras por dia, ou mil. Discipline-se. Mas à séria.
Um dia cheguei a casa dos meus pais e estava uma caixa de chocolates na última prateleira da estante dos livros. Mal escondida, quase a cair por ali a baixo. No chão, estava um escadote suficientemente alto para tornar acessível a tentação dos chocolates. Perguntei à minha mãe o que era aquilo. Respondeu-me, escondendo as pratas dos chocolates, que tinha resolvido pôr ali a caixa para resistir à tentação de os comer. Nem perguntei para que era o escadote. Menina do 100 nada, tire o escadote quando é para tirar e vá aos chocolates quando é para ir.
Esta pergunta é para a autora do 100nada que anda descompensada com o problema da conciliação da vida pessoal e profissional com a vida de blogger. A menina já deu à luz e sabe que aquela centena e picos de dias são essenciais para a conciliação uma nova estrela com a vida. Ora a vida não é número primo, divisível apenas por si próprio e pela unidade. A vida é divisível por todas as estrelas. Bloggar não é um vicío como os cigarros, é um equilíbrio e mantém-nos tão mais atentos aos detalhes. Arranje uma cresce para o 100nada, entrego-o durante o dia aos cuidados dos avós, arranje-lhe uma ama, telefpone para a Segurança Social a pedir apoio, mas por tudo o que é sagradinho não o abandone à porta de uma qualquer instituição. Dê-lhe atenção, mas não lhe dê toda a atenção. Ponha-o de castigo de vez em quando mas mime-o. Mime-o menina. Arranje uma disciplina, escreva 100 palavras por dia, ou mil. Discipline-se. Mas à séria.
Um dia cheguei a casa dos meus pais e estava uma caixa de chocolates na última prateleira da estante dos livros. Mal escondida, quase a cair por ali a baixo. No chão, estava um escadote suficientemente alto para tornar acessível a tentação dos chocolates. Perguntei à minha mãe o que era aquilo. Respondeu-me, escondendo as pratas dos chocolates, que tinha resolvido pôr ali a caixa para resistir à tentação de os comer. Nem perguntei para que era o escadote. Menina do 100 nada, tire o escadote quando é para tirar e vá aos chocolates quando é para ir.
... Sábado e depois Domingo ...
com sabor de fim de semana, almoços tardios perto da praia, paredes meias com as dunas, com a família, com amigos. Saborear o tempo todo. Cozinhar sem pressas temperos e temperamentos saborosos, crianças sempre crianças, sobretudo felizes e cheias de risos cúmplices, adormecer de cansaço sem pensar em nada. Não saber se acordo com a chuva, se com um beijo de amor, se com um pedido para brincar. Apenas acordo e percorro o Domingo sem contar os minutos todos em sentido contrário ao da vontade. Trapézios do Jorge Palma na televisão, para agarrar seguro o balanço da semana. Duplo salto mortal com uma ou duas piruetas ou as que me der na real telha.
com sabor de fim de semana, almoços tardios perto da praia, paredes meias com as dunas, com a família, com amigos. Saborear o tempo todo. Cozinhar sem pressas temperos e temperamentos saborosos, crianças sempre crianças, sobretudo felizes e cheias de risos cúmplices, adormecer de cansaço sem pensar em nada. Não saber se acordo com a chuva, se com um beijo de amor, se com um pedido para brincar. Apenas acordo e percorro o Domingo sem contar os minutos todos em sentido contrário ao da vontade. Trapézios do Jorge Palma na televisão, para agarrar seguro o balanço da semana. Duplo salto mortal com uma ou duas piruetas ou as que me der na real telha.
sexta-feira, novembro 07, 2003
Fim de Semana
Agitados os últimos dias, com tanta coisa a rodear-me. Nestes dias, mais do que sentir tudo à minha volta, senti-me na órbitra de todos os afazeres. Estou tonto e torto num espaço qualquer. Vou alinhar a direcção e apanhar uma boleia para a galáxia. Um destes dias falamos sobre o guia (galáctico do pendura pois então).
So long and thanks for all the fish.
Agitados os últimos dias, com tanta coisa a rodear-me. Nestes dias, mais do que sentir tudo à minha volta, senti-me na órbitra de todos os afazeres. Estou tonto e torto num espaço qualquer. Vou alinhar a direcção e apanhar uma boleia para a galáxia. Um destes dias falamos sobre o guia (galáctico do pendura pois então).
So long and thanks for all the fish.
Viver é melhor que sonhar ...
De repente, não mais que de repente, o almoço foi iluminado pela música dela. Transversal do tempo, perpendicular à alma, de quem acha que "o amor é ausência de engarrafamento". Fazias-me ficar por ali tanto tempo.
De repente, não mais que de repente, o almoço foi iluminado pela música dela. Transversal do tempo, perpendicular à alma, de quem acha que "o amor é ausência de engarrafamento". Fazias-me ficar por ali tanto tempo.
quinta-feira, novembro 06, 2003
Blognited Colors of 100nada
Eis que o absolutamente vazio se trasnformou nisto.
Esquivo-me a comentar, mas conheço casas assim.
Eis que o absolutamente vazio se trasnformou nisto.
Esquivo-me a comentar, mas conheço casas assim.
Ninja
No meio de brinquedos, roupas, jogos e livros novos eis que surge uma tartaruga com um aquário ridículo em forma de bidé, um ilhéu e uma palmeira de plástico espetada. Fui ver um site sobre este tipo de animais e descubro que comem camarões, vegetais, carne picada, que podem engasgar-se com tudo e mais alguma coisa, e ainda corremos o risco de sofrerem do stress da viagem e da loja. Stress vai ter a bicha cá em casa, a aturar a Dona Fernanda todas as manhãs. Ainda assim o João gostou muito e o Manel entusiasmou-se. Quando ponho ameijoas a depurar, o Manel também se entusiasma. Um destes Domingos, tartarura à Bolhão Pato.
No meio de brinquedos, roupas, jogos e livros novos eis que surge uma tartaruga com um aquário ridículo em forma de bidé, um ilhéu e uma palmeira de plástico espetada. Fui ver um site sobre este tipo de animais e descubro que comem camarões, vegetais, carne picada, que podem engasgar-se com tudo e mais alguma coisa, e ainda corremos o risco de sofrerem do stress da viagem e da loja. Stress vai ter a bicha cá em casa, a aturar a Dona Fernanda todas as manhãs. Ainda assim o João gostou muito e o Manel entusiasmou-se. Quando ponho ameijoas a depurar, o Manel também se entusiasma. Um destes Domingos, tartarura à Bolhão Pato.
quarta-feira, novembro 05, 2003
Curtas
Os nomes dos peixes que fugiram eram "Batatinha" e "Companhia". Acho que o primeiro a sair de casa foi mesmo o "Companhia".
O Gui escreveu-te a dar-te os parabéns e diz que são os melhores amigos. Desconfio que é bem verdade.
Não sei o que se passou, talvez entusiasmo do aniversário. Hoje a meio da noite quando a mãe se levantou, estavas a dormir no chão, encostadinho à parede. Fazes ideia do preço da cama em que supostamente deves dormir?
Os nomes dos peixes que fugiram eram "Batatinha" e "Companhia". Acho que o primeiro a sair de casa foi mesmo o "Companhia".
O Gui escreveu-te a dar-te os parabéns e diz que são os melhores amigos. Desconfio que é bem verdade.
Não sei o que se passou, talvez entusiasmo do aniversário. Hoje a meio da noite quando a mãe se levantou, estavas a dormir no chão, encostadinho à parede. Fazes ideia do preço da cama em que supostamente deves dormir?
terça-feira, novembro 04, 2003
João Maria
Agora já esticas todos os dedos de uma mão para dizer a tua idade. Ensinas-me sempre o orgulho de pai, o amor incondicional, surpreendes-me todos os dias com um sorriso feliz , abraços e beijos quando chego a casa. Hoje tinhas cambalhotas para a frente para me mostrar. Ainda acreditas em tudo o que dizemos. Acreditas que o peixe encarnado do aquário fugiu e que o laranjinha foi atrás dele, acreditas que existem elefantes e cobras voadoras em São Martinho, e apesar de tantos perigos vais à caça deles, acreditas que a Mãe manda pôr todas as luzes de Natal e que o Pai as manda acender (ainda faltam uns dias, já te disse), acreditas que as prendas abertas antes de tenpo se transformam todas em batatas, acreditas que se pode ser do Sporting e do Benfica ao mesmo tempo, acreditas que o Manel quando nasceu trouxe a biciclete encarnada da barriga da mãe (por isso era tão grande), acreditas que és o Homem Aranha, o Rei Leão, o Capitão Hook, o Power Ranger encarnado, e um Digimon que eu não sei o nome. Para mim és todos os heróis do mundo. Parabéns meu amor.
Agora já esticas todos os dedos de uma mão para dizer a tua idade. Ensinas-me sempre o orgulho de pai, o amor incondicional, surpreendes-me todos os dias com um sorriso feliz , abraços e beijos quando chego a casa. Hoje tinhas cambalhotas para a frente para me mostrar. Ainda acreditas em tudo o que dizemos. Acreditas que o peixe encarnado do aquário fugiu e que o laranjinha foi atrás dele, acreditas que existem elefantes e cobras voadoras em São Martinho, e apesar de tantos perigos vais à caça deles, acreditas que a Mãe manda pôr todas as luzes de Natal e que o Pai as manda acender (ainda faltam uns dias, já te disse), acreditas que as prendas abertas antes de tenpo se transformam todas em batatas, acreditas que se pode ser do Sporting e do Benfica ao mesmo tempo, acreditas que o Manel quando nasceu trouxe a biciclete encarnada da barriga da mãe (por isso era tão grande), acreditas que és o Homem Aranha, o Rei Leão, o Capitão Hook, o Power Ranger encarnado, e um Digimon que eu não sei o nome. Para mim és todos os heróis do mundo. Parabéns meu amor.
Hoje ...
... devo ter clonado no rosto a cara de imbecil que me olhou no espelho pela manhã. Várias pessoas perguntam-me que raio de trombas são estas.
Pode haver um fundo de razão nestes comentários.
1. O shampô hoje era diferente do costume
2. O Benfica perdeu no Domingo e começo a acreditar que realmente aconteceu
3. Marcação cerrada pela noite fora sobre a respiração do Manel que fazia aflição
Urge tomar atitudes. Regressar ao shampô de ontem, acreditar que para o ano é que é, assim como assim, há nove anos que o faço. Acrescentar umas gotas aos aerossóis do Manel.
... devo ter clonado no rosto a cara de imbecil que me olhou no espelho pela manhã. Várias pessoas perguntam-me que raio de trombas são estas.
Pode haver um fundo de razão nestes comentários.
1. O shampô hoje era diferente do costume
2. O Benfica perdeu no Domingo e começo a acreditar que realmente aconteceu
3. Marcação cerrada pela noite fora sobre a respiração do Manel que fazia aflição
Urge tomar atitudes. Regressar ao shampô de ontem, acreditar que para o ano é que é, assim como assim, há nove anos que o faço. Acrescentar umas gotas aos aerossóis do Manel.
segunda-feira, novembro 03, 2003
Brisa
... muito leve vinda de um coração com pinceladas aqui e ali. Diz-se por lá, que a Caixa é um blog doce. Ás tantas !!! Vejo muitas pinceladas e lembro-me da Eva que está sempre em casa, a aconchegar uma sala como quem dá as boas vindas. A minha Eva tem um gato ao colo - O Jacinto, o único que posso ter por casa, à conta das alergias. Já lhe pedi que um dia me pintasse um cavalo.
... muito leve vinda de um coração com pinceladas aqui e ali. Diz-se por lá, que a Caixa é um blog doce. Ás tantas !!! Vejo muitas pinceladas e lembro-me da Eva que está sempre em casa, a aconchegar uma sala como quem dá as boas vindas. A minha Eva tem um gato ao colo - O Jacinto, o único que posso ter por casa, à conta das alergias. Já lhe pedi que um dia me pintasse um cavalo.
A contas ...
... com um fim de semana mal dormido.
Os pingos estão na mesa de cabeceira ao teu lado, o desentupidor nasal (conceito nada interessante) também, a boca está mesmo por baixo do teu nariz. Meu filho, quando não conseguires respirar pelo nariz, tenta uma destas soluções antes de desatares aos berros pelos pais.
Obrigadinho
... com um fim de semana mal dormido.
Os pingos estão na mesa de cabeceira ao teu lado, o desentupidor nasal (conceito nada interessante) também, a boca está mesmo por baixo do teu nariz. Meu filho, quando não conseguires respirar pelo nariz, tenta uma destas soluções antes de desatares aos berros pelos pais.
Obrigadinho
sexta-feira, outubro 31, 2003
Peça de Puzzle
... do puzzle da memória claro está. De uma zona onde não costumo encontrar muitas peças. Esta, de contornos perfeitos, foi pretexto de tantas brincadeiras de criança, com castelos e bandidos imaginários. De repente, numa pesquisa pouco empenhada pela rede, encontro-lhe o rasto. A história de um grupo de rapazes e raparigas que descobrem e salvam uma criança, raptada por perigosos bandidos e presa no castelo. Numa página pouco visitada, mas cheia de memórias, ali estão à nossa disposição, os "Pequenos Vagabundos".
Um dia destes procuro "Os dois anos de férias", outra peça de puzzle guardada bem perto desta.
... do puzzle da memória claro está. De uma zona onde não costumo encontrar muitas peças. Esta, de contornos perfeitos, foi pretexto de tantas brincadeiras de criança, com castelos e bandidos imaginários. De repente, numa pesquisa pouco empenhada pela rede, encontro-lhe o rasto. A história de um grupo de rapazes e raparigas que descobrem e salvam uma criança, raptada por perigosos bandidos e presa no castelo. Numa página pouco visitada, mas cheia de memórias, ali estão à nossa disposição, os "Pequenos Vagabundos".
Um dia destes procuro "Os dois anos de férias", outra peça de puzzle guardada bem perto desta.
Pedaladas
Ainda contas os dias para os cinco anos e já dou por ti a juntar números, e agora, mais recentemente, letras.
Um "O" com um "I" faz "OI".
Um "A" com um "I" faz "AI".
Falta-te um "P" para me descobrires numa só palavra.
Andas a pedalar tão depressa que por vezes temo não ter fôlego para te acompanhar.
Ainda contas os dias para os cinco anos e já dou por ti a juntar números, e agora, mais recentemente, letras.
Um "O" com um "I" faz "OI".
Um "A" com um "I" faz "AI".
Falta-te um "P" para me descobrires numa só palavra.
Andas a pedalar tão depressa que por vezes temo não ter fôlego para te acompanhar.
quinta-feira, outubro 30, 2003
Jantar
Recebo um telefonema preocupante. "O arroz de tomate está muito escuro, quase preto. E ainda por cima os pastéis de bacalhau dissolveram-se no óleo e está tudo transformado numa pasta com um estranho odor".
Perguntas pertinentes:
1. Quanto tempo demorará o odor a sair daquela casa?
2. Será fácil vender uma casa com odor a pasteis de bacalhau?
3. Qual é o telefone da Pizza Hut?
talvez não seja má ideia dar um pulo até casa para verificar umas coisas que me andam a preocupar,
Recebo um telefonema preocupante. "O arroz de tomate está muito escuro, quase preto. E ainda por cima os pastéis de bacalhau dissolveram-se no óleo e está tudo transformado numa pasta com um estranho odor".
Perguntas pertinentes:
1. Quanto tempo demorará o odor a sair daquela casa?
2. Será fácil vender uma casa com odor a pasteis de bacalhau?
3. Qual é o telefone da Pizza Hut?
talvez não seja má ideia dar um pulo até casa para verificar umas coisas que me andam a preocupar,
Carenque
Vejo um arco-íris lá por fora, brincadeiras de luz e água, decomposição em cores. Completo. Princípio, meio e fim. Diz-se que o fim do arco-íris guarda um caldeirão de ouro. O fim deste parece ser na CREL. Será que além das pegadas de dinossauro e da Tota, Carenque ainda nos reserva um caldeirão de ouro. Se Fátima tem três segredos, porque não há-de Carenque, para além de um túnel tendencialmente engarrafado, ter três tesouros?
Vejo um arco-íris lá por fora, brincadeiras de luz e água, decomposição em cores. Completo. Princípio, meio e fim. Diz-se que o fim do arco-íris guarda um caldeirão de ouro. O fim deste parece ser na CREL. Será que além das pegadas de dinossauro e da Tota, Carenque ainda nos reserva um caldeirão de ouro. Se Fátima tem três segredos, porque não há-de Carenque, para além de um túnel tendencialmente engarrafado, ter três tesouros?
quarta-feira, outubro 29, 2003
Publicidade Enganosa
Logo pelas primeiras horas da manhã recebo um mail curioso. A minha mulher resolveu publicitar este site. Divulgou-o por um restrito circulo de amigos, e para o fazer não se lembrou de frase melhor que esta:
“Mas o meu marido tem uma coisa boa que resolvi dividir com os meus amigos... “
Mais atrapalhado fiquei quando olhei atentamente para a lista de destinatários do mail.
Com tão ilustres convidados, parece-me que a Caixa de Costura de hoje se assemelha a uma festa em casa, sem crianças pois claro (ainda alguém se lembra como era?). Organizem-se e tragam cervejas, gin, água tónica e croquetes que a Caixa de Costura não tem espaço para estas mordomias. Para começar podemos brindar à Maria Costa.
Logo pelas primeiras horas da manhã recebo um mail curioso. A minha mulher resolveu publicitar este site. Divulgou-o por um restrito circulo de amigos, e para o fazer não se lembrou de frase melhor que esta:
“Mas o meu marido tem uma coisa boa que resolvi dividir com os meus amigos... “
Mais atrapalhado fiquei quando olhei atentamente para a lista de destinatários do mail.
Com tão ilustres convidados, parece-me que a Caixa de Costura de hoje se assemelha a uma festa em casa, sem crianças pois claro (ainda alguém se lembra como era?). Organizem-se e tragam cervejas, gin, água tónica e croquetes que a Caixa de Costura não tem espaço para estas mordomias. Para começar podemos brindar à Maria Costa.
terça-feira, outubro 28, 2003
TIC TAC
Perto do coliseu, esplanadas de turistas com empregados à porta que publicitam pratos mais ou menos típicos. Nada disso era muito importante. Deram as mãos, entrelaçaram dedos e vidas. Deram corda ao relógio de emoções. A cada volta do ponteiro grande de pequenos gestos, um imperceptível avanço do ponteiro pequeno de grandes sonhos.
Tic tac tic tac, dá-se corda, dá-se força, dá-se raça, dá-se amor, dão-se risos, dá-se espaço para crescer, dá-se tempo só a dois, tic tac, tic tac, dão-se os beijos que se quer, dá-se a volta por cima, dão-se mimos, dão-se as mãos, dá-se um dia depois do outro, tic tac tic tac, dá-se o corpo, dá-se a vida, dá-se conta que há sempre espaço para tudo o que se vai receber, tic tac tic tac tic tac tic tac
Perto do coliseu, esplanadas de turistas com empregados à porta que publicitam pratos mais ou menos típicos. Nada disso era muito importante. Deram as mãos, entrelaçaram dedos e vidas. Deram corda ao relógio de emoções. A cada volta do ponteiro grande de pequenos gestos, um imperceptível avanço do ponteiro pequeno de grandes sonhos.
Tic tac tic tac, dá-se corda, dá-se força, dá-se raça, dá-se amor, dão-se risos, dá-se espaço para crescer, dá-se tempo só a dois, tic tac, tic tac, dão-se os beijos que se quer, dá-se a volta por cima, dão-se mimos, dão-se as mãos, dá-se um dia depois do outro, tic tac tic tac, dá-se o corpo, dá-se a vida, dá-se conta que há sempre espaço para tudo o que se vai receber, tic tac tic tac tic tac tic tac
segunda-feira, outubro 27, 2003
Nem bons ventos...
Nunca me hei-de habituar à mudança da hora. Embora inclua uma hora de oferta, este pacote do Outono é a mais ingrato que o da Primavera. A criançada, pois claro, não tem o menor respeito pela regra e a alvorada das 8 transforma-se rapidamente na alvorada das 7. O primeiro dia após a mudança é vivido numa luta permanente contra o que nos diz o instinto. A hora de almoço aparece primeiro no estômago dos príncipes, depois no nosso e por fim no relógio. Idem para o jantar. O convite ao descanso é prematuro e roça o ridículo. Dez da noite e já me deitava?
O primeiro dia útil é ainda pior. Sempre a sensação de estar atrasado para tudo. Levanto-me com a claridade típica de um dia começado com atraso e assim prossigo. Acho que estou atrasado para a reunião das dez, para o almoço, para as tarefas da tarde, para o regresso a casa. Para ajudar à festa, telefone, carro e computador mantêm a hora antiga, pelo que quando tento confirmar o atraso, estes relógios confirmam-no, cúmplices da minha desorganização.
Para me habituar, imaginei que no Sábado à noite viajei para Espanha. Regresso à pátria lusa lá para a primavera, mesmo a tempo do Euro 2004. Seis meses em Espanha. Pode ser que me escape da ida ao IKEA. Olé!!!
Nunca me hei-de habituar à mudança da hora. Embora inclua uma hora de oferta, este pacote do Outono é a mais ingrato que o da Primavera. A criançada, pois claro, não tem o menor respeito pela regra e a alvorada das 8 transforma-se rapidamente na alvorada das 7. O primeiro dia após a mudança é vivido numa luta permanente contra o que nos diz o instinto. A hora de almoço aparece primeiro no estômago dos príncipes, depois no nosso e por fim no relógio. Idem para o jantar. O convite ao descanso é prematuro e roça o ridículo. Dez da noite e já me deitava?
O primeiro dia útil é ainda pior. Sempre a sensação de estar atrasado para tudo. Levanto-me com a claridade típica de um dia começado com atraso e assim prossigo. Acho que estou atrasado para a reunião das dez, para o almoço, para as tarefas da tarde, para o regresso a casa. Para ajudar à festa, telefone, carro e computador mantêm a hora antiga, pelo que quando tento confirmar o atraso, estes relógios confirmam-no, cúmplices da minha desorganização.
Para me habituar, imaginei que no Sábado à noite viajei para Espanha. Regresso à pátria lusa lá para a primavera, mesmo a tempo do Euro 2004. Seis meses em Espanha. Pode ser que me escape da ida ao IKEA. Olé!!!
O trânsito caótico de arranque de semana, aguaceiros. Gosto do ruído que fazem as gotas que se estatelam no meu carro, um rádio sintonizado para notícias recorrentes, mais do mesmo dos últimos tempos, e as que o não são, não trazem nada de bom. Resolvo trocar de modo e deixar-me enCaetanear por outras palavras.
“
Nada dessa cica de palavra triste em mim na boca
Travo trava mãe e pai alma buena dicha louca
Neca desse sono de nunca jamais nem never more
Sem dizer que sim pra Silu pra Dedé pra Dadi e Dó
Crista do desejo o destino deslinda-se em beleza:
Outras palavras
Todo seu azul, todo céu, todo azul e furtacor
Tudo meu amor tudo mel tudo amor e ouro e sol
Na televisão na palavra no átimo no chão
Quero essa mulher solamente para mim mas muito mais
Rima pra que faz tanto mas tudo dor amor e gozo:
Outras palavras
Nem vem que não tem vem que tem coração tamanho
trem
Como na palavra palavra a palavra estou em mim
E fora de mim quando você parece que não dá
Você que diz que diz em silêncio o que eu não
desejo ouvir
Tem me feito muito feliz mas agora minha filha:
Outras palavras
Quase João Gil Ben muito bem mas barroco como eu
Cérebro máquinas palavra sentidos corações
Hiperestesia Buarque voilá tu sais de cor
Tinjo-me romântico mas sou vadio computador
Só que sofri tanto que grita porém daqui pra frente:
Outras palavras
Para fins gatins alphaluz sexonhei la gerrapaz
Ouraxé palávoras driz okê cris expacial
Projeitinho imanso ciumortevida vidavid
Lambetelho fruturu orgasmaravilha-me Logun
Homenina parais de felicidadania:
Outras palavras”
[Caetano Veloso]
E assim a trabaconduzi pela musalegrestrada multiplentupida.
“
Nada dessa cica de palavra triste em mim na boca
Travo trava mãe e pai alma buena dicha louca
Neca desse sono de nunca jamais nem never more
Sem dizer que sim pra Silu pra Dedé pra Dadi e Dó
Crista do desejo o destino deslinda-se em beleza:
Outras palavras
Todo seu azul, todo céu, todo azul e furtacor
Tudo meu amor tudo mel tudo amor e ouro e sol
Na televisão na palavra no átimo no chão
Quero essa mulher solamente para mim mas muito mais
Rima pra que faz tanto mas tudo dor amor e gozo:
Outras palavras
Nem vem que não tem vem que tem coração tamanho
trem
Como na palavra palavra a palavra estou em mim
E fora de mim quando você parece que não dá
Você que diz que diz em silêncio o que eu não
desejo ouvir
Tem me feito muito feliz mas agora minha filha:
Outras palavras
Quase João Gil Ben muito bem mas barroco como eu
Cérebro máquinas palavra sentidos corações
Hiperestesia Buarque voilá tu sais de cor
Tinjo-me romântico mas sou vadio computador
Só que sofri tanto que grita porém daqui pra frente:
Outras palavras
Para fins gatins alphaluz sexonhei la gerrapaz
Ouraxé palávoras driz okê cris expacial
Projeitinho imanso ciumortevida vidavid
Lambetelho fruturu orgasmaravilha-me Logun
Homenina parais de felicidadania:
Outras palavras”
[Caetano Veloso]
E assim a trabaconduzi pela musalegrestrada multiplentupida.
sexta-feira, outubro 24, 2003
Praia da Luz
Jornal de Domingo debaixo do braço, repleto de suplementos e de assuntos distantes da ordem do dia. Desceu as rampas e escadas desenhadas entre as árvores e apreciou o silêncio alterado por ondas e rochas. Ainda alguma névoa quase de brincadeira. Coltrane anunciou-lhe a proximidade da esplanada. Escolheu uma espreguiçadeira na primeira fila da plateia. O gigante atlântico feito palco . De um lado a mesa modesta, do outro, ligeiramente avançado, o conforto da salamandra.
Pediu um cacau quente e um torrada. Colocou a manta escocesa sobre as pernas, percorreu o jornal como lhe apeteceu. No fim de cada parágrafo lido ou página virada, dava a vez ao cacau quente ou ao pedaço da torrada.
Sol. O que perdeu em timidez ganhou em conforto. “Um Cimbalino por favor”.
Olhou a praia de todas as luzes. Falou com as marés “Não há-de faltar muito para destruírem quase tudo. Todos os invernos é a mesma coisa.”
Um novo som, das conversas por perto. Imperceptíveis, mas estupidamente cómodas de escutar. Deixou-se levar pelo convite à preguiça. A última coisa que pensou antes de adormecer “Todas as esplanadas deviam ser assim".
Jornal de Domingo debaixo do braço, repleto de suplementos e de assuntos distantes da ordem do dia. Desceu as rampas e escadas desenhadas entre as árvores e apreciou o silêncio alterado por ondas e rochas. Ainda alguma névoa quase de brincadeira. Coltrane anunciou-lhe a proximidade da esplanada. Escolheu uma espreguiçadeira na primeira fila da plateia. O gigante atlântico feito palco . De um lado a mesa modesta, do outro, ligeiramente avançado, o conforto da salamandra.
Pediu um cacau quente e um torrada. Colocou a manta escocesa sobre as pernas, percorreu o jornal como lhe apeteceu. No fim de cada parágrafo lido ou página virada, dava a vez ao cacau quente ou ao pedaço da torrada.
Sol. O que perdeu em timidez ganhou em conforto. “Um Cimbalino por favor”.
Olhou a praia de todas as luzes. Falou com as marés “Não há-de faltar muito para destruírem quase tudo. Todos os invernos é a mesma coisa.”
Um novo som, das conversas por perto. Imperceptíveis, mas estupidamente cómodas de escutar. Deixou-se levar pelo convite à preguiça. A última coisa que pensou antes de adormecer “Todas as esplanadas deviam ser assim".
quinta-feira, outubro 23, 2003
quarta-feira, outubro 22, 2003
Manel
És pequeno, estás tão grande, és meigo, és bruto, és ainda tão bebé, és loiro, és um querido, és maluco, és insuportável, és meu, és independente, és obediente, és lindo, és esperto, és a alegria da casa, és amado, és feio, és doce, és malcriado, és uma ternura, tens boas maneiras, tens normalmente ranho no nariz, tens mau feitio, tens caracóis, tens pinta, tens a mania de nos deixar embevecidos, tens carinha larocas, tens o condão de nos levar ao desespero, tens cócó (?), tens tanta piada, tens um feitio que não existe, tens charme, tens mais olhos que barriga, fazes caretas, fazes birras, fazes as nossas delícias, fazes de conta que não ouves, fazes chorar o João, fazes rir, fazes trinta por uma linha, fazes-nos felizes, fazes chichi na fralda, fazes-nos num oito, fazes tudo o que te dá na bolha, fazes anos, fazes dois. Parabéns meu amor.
És pequeno, estás tão grande, és meigo, és bruto, és ainda tão bebé, és loiro, és um querido, és maluco, és insuportável, és meu, és independente, és obediente, és lindo, és esperto, és a alegria da casa, és amado, és feio, és doce, és malcriado, és uma ternura, tens boas maneiras, tens normalmente ranho no nariz, tens mau feitio, tens caracóis, tens pinta, tens a mania de nos deixar embevecidos, tens carinha larocas, tens o condão de nos levar ao desespero, tens cócó (?), tens tanta piada, tens um feitio que não existe, tens charme, tens mais olhos que barriga, fazes caretas, fazes birras, fazes as nossas delícias, fazes de conta que não ouves, fazes chorar o João, fazes rir, fazes trinta por uma linha, fazes-nos felizes, fazes chichi na fralda, fazes-nos num oito, fazes tudo o que te dá na bolha, fazes anos, fazes dois. Parabéns meu amor.
terça-feira, outubro 21, 2003
Aniki Bóbó
Simplicidade no cinema, história de meninos da Ribeira, do Carlos e da Teresinha. Uma boneca numa montra, impossível de alcançar com o que guarda o mealheiro de barro. Prende-se à memória a felicidade imensa da Teresinha quando Carlos lhe oferece a boneca, conseguida de forma enviesada na "loja das tentações". Peripécias e mais peripécias e o mais que merecido final feliz. É que no mealheiro, além de moedas, estava uma mão cheia de amor que ninguém contabilizou.
Volta não volta, aparece-nos uma Teresinha de sorriso enorme, sinal que a boneca da montra, tão desejada, lhe tinha sido oferecida. Linhas tortas ou não, valem os escritos mais que direitos. Diz o ditado que Deus, por vezes, escreve-os assim. Gosto tanto das pessoas felizes.
Simplicidade no cinema, história de meninos da Ribeira, do Carlos e da Teresinha. Uma boneca numa montra, impossível de alcançar com o que guarda o mealheiro de barro. Prende-se à memória a felicidade imensa da Teresinha quando Carlos lhe oferece a boneca, conseguida de forma enviesada na "loja das tentações". Peripécias e mais peripécias e o mais que merecido final feliz. É que no mealheiro, além de moedas, estava uma mão cheia de amor que ninguém contabilizou.
Volta não volta, aparece-nos uma Teresinha de sorriso enorme, sinal que a boneca da montra, tão desejada, lhe tinha sido oferecida. Linhas tortas ou não, valem os escritos mais que direitos. Diz o ditado que Deus, por vezes, escreve-os assim. Gosto tanto das pessoas felizes.
segunda-feira, outubro 20, 2003
Onda Média
“Boa noite. Quando o telefone toca”
“Boa noite. Posso dizer a frase?”
“Faça o favor.”
“Rua dos Fanqueiros, o maior ...”
“... centro ....”
“O maior centro comercial do país.”
“Muito bem, e que disco quer ouvir?”
“O Pensando em Ti dos Gemini”
“Muito obrigado. Adeus e muito ...”
“Queria dedica-la ao meu namorado. Boa noite”
“ Adeus. Muito boa noite.”
“Boa noite. Quando o telefone toca”
“Boa noite. Posso dizer a frase?”
“Faça o favor.”
“Rua dos Fanqueiros, o maior ...”
“... centro ....”
“O maior centro comercial do país.”
“Muito bem, e que disco quer ouvir?”
“O Pensando em Ti dos Gemini”
“Muito obrigado. Adeus e muito ...”
“Queria dedica-la ao meu namorado. Boa noite”
“ Adeus. Muito boa noite.”
Arejar pelas redondezas
Fui visitar a minha vizinhança lá do bairro. Um bairro modesto e honesto, para recém chegados ou para os mais tímidos. Se fosse em Lisboa, seria possivelmente na Alta de Lisboa – que comparação mais triste, mas as alternativas não eram muitas. Encontrei alguns visinhos simpáticos. Umas casas acima mora um guarda redes, umas casas mais à frente existe a Batata Quente, sem pretensões e engraçada, andei um pouco mais e passei por um fast-writing (conceito de fast food aplicado à escrita em blog). Para fast-writing estava até muito bem confeccionada. Amanhã dou mais uma caminhada, talvez desça a rua em vez de a subir.
Fui visitar a minha vizinhança lá do bairro. Um bairro modesto e honesto, para recém chegados ou para os mais tímidos. Se fosse em Lisboa, seria possivelmente na Alta de Lisboa – que comparação mais triste, mas as alternativas não eram muitas. Encontrei alguns visinhos simpáticos. Umas casas acima mora um guarda redes, umas casas mais à frente existe a Batata Quente, sem pretensões e engraçada, andei um pouco mais e passei por um fast-writing (conceito de fast food aplicado à escrita em blog). Para fast-writing estava até muito bem confeccionada. Amanhã dou mais uma caminhada, talvez desça a rua em vez de a subir.
sexta-feira, outubro 17, 2003
Maria Rita Mariano
Quando recebi a mensagem já estava para lá de atrasado.
Obrigado ainda assim Marcos.
"Desculpe a hora. Maria Rita no Jô Soares"
Maria Rita Mariano apadrinhada por Milton Nascimento é uma estrela em formação na música brasileira. Mais do que qualquer outra, tem que brilhar o impossível para ter direito à própria luz. É que a luz da mãe (Elis Regina) estrela é (ainda bem) tão intensa. "Ouvi dizer que o lugar mais escuro, é sempre debaixo da luz".
Quando recebi a mensagem já estava para lá de atrasado.
Obrigado ainda assim Marcos.
"Desculpe a hora. Maria Rita no Jô Soares"
Maria Rita Mariano apadrinhada por Milton Nascimento é uma estrela em formação na música brasileira. Mais do que qualquer outra, tem que brilhar o impossível para ter direito à própria luz. É que a luz da mãe (Elis Regina) estrela é (ainda bem) tão intensa. "Ouvi dizer que o lugar mais escuro, é sempre debaixo da luz".
Surpresas
Em tempos de novas instalações, cada vez que chego a casa deparo-me com um cenário diferente daquele que deixei pela manhã. Às vezes porque se esvaziaram novos caixotes, outras vezes por pequenos desastres domésticos e ainda outras porque sim.
Ontem entrei em casa e pensei que me enganara. Saí e fechei a porta. Voltei a entrar. Aquela não parecia ser a minha sala, apesar de estar ao lado da minha casa de jantar. Alguém pegou nos sofás e móveis, baralhou e voltou a dar.
A televisão estava de costas para a janela, o que torna desnecessária a própria televisão uma vez que em contra luz é impossível ver o que quer que seja, o cabo da TV estava tão esticado como um ordenado no final do mês, os sofás estavam na disposição de amuo. Quem ocupasse um sofá não conseguia falar com os ocupantes do outro, nem tampouco olhar para a televisão. O CLD - Conselho Local de Decoração que reuniu e actuou pela hora de almoço proporcionou-me uma cansativa e agitada hora de jantar. "Ai as minhas costas."
Pelo andar da carruagem, quando hoje chegar a casa, descubro que pintaram as paredes às riscas.
Em tempos de novas instalações, cada vez que chego a casa deparo-me com um cenário diferente daquele que deixei pela manhã. Às vezes porque se esvaziaram novos caixotes, outras vezes por pequenos desastres domésticos e ainda outras porque sim.
Ontem entrei em casa e pensei que me enganara. Saí e fechei a porta. Voltei a entrar. Aquela não parecia ser a minha sala, apesar de estar ao lado da minha casa de jantar. Alguém pegou nos sofás e móveis, baralhou e voltou a dar.
A televisão estava de costas para a janela, o que torna desnecessária a própria televisão uma vez que em contra luz é impossível ver o que quer que seja, o cabo da TV estava tão esticado como um ordenado no final do mês, os sofás estavam na disposição de amuo. Quem ocupasse um sofá não conseguia falar com os ocupantes do outro, nem tampouco olhar para a televisão. O CLD - Conselho Local de Decoração que reuniu e actuou pela hora de almoço proporcionou-me uma cansativa e agitada hora de jantar. "Ai as minhas costas."
Pelo andar da carruagem, quando hoje chegar a casa, descubro que pintaram as paredes às riscas.
quinta-feira, outubro 16, 2003
Passo de corrida atrás de mim
Durante o almoço serviram-se à mesa conversas dos tempos de tropa. Desses, tenho saudades dos fins de semana, que mais do que nunca, sabiam a oásis num deserto de coisas sem nexo. É impressionante como a conversa dos tempos de tropa é tão animada entre aqueles que os viveram, e tão desinteressante para os restantes.
Durante o almoço serviram-se à mesa conversas dos tempos de tropa. Desses, tenho saudades dos fins de semana, que mais do que nunca, sabiam a oásis num deserto de coisas sem nexo. É impressionante como a conversa dos tempos de tropa é tão animada entre aqueles que os viveram, e tão desinteressante para os restantes.
quarta-feira, outubro 15, 2003
EURO 2004
"A China é o terceiro país a mandar um homem para o espaço, depois da ex-União Soviética e dos Estados Unidos (...) “
Com receio do insucesso, e para evitar uma depressão de dimensões nacionais, a emissão em directo foi diferida em 25 minutos.
Neste contexto, e seguindo o raciocínio que me parece por demais válido, proponho que os jogos da Selecção Nacional sejam transmitidos com um atraso de aproximadamente duas horas. Se a coisa der para o torto, e sob o pretexto de dificuldades técnicas, podem transmitir algumas prestações memoráveis de Portugal nos “Jogos sem Fronteiras” com apresentação de Fialho Gouveia ou Eládio Clímaco.
"A China é o terceiro país a mandar um homem para o espaço, depois da ex-União Soviética e dos Estados Unidos (...) “
Com receio do insucesso, e para evitar uma depressão de dimensões nacionais, a emissão em directo foi diferida em 25 minutos.
Neste contexto, e seguindo o raciocínio que me parece por demais válido, proponho que os jogos da Selecção Nacional sejam transmitidos com um atraso de aproximadamente duas horas. Se a coisa der para o torto, e sob o pretexto de dificuldades técnicas, podem transmitir algumas prestações memoráveis de Portugal nos “Jogos sem Fronteiras” com apresentação de Fialho Gouveia ou Eládio Clímaco.
Ilumina-te e ri
O novo estádio da Luz está quase pronto. Fabuloso, mas o exterior fica mesmo em betão. Tosco. Mal comparado, e em jeito de machismo primário, vem-me à ideia a Marisa Orth (Magda em Sai de Baixo). Um corpo invejável mas um rosto de estética discutível. Tomara que a Nova Luz seja palco de tanto divertimento como a série, com dirigentes tão honestos como o Caco Antibes. Para que não se torne necessário “tomar uma atitude gástrica” e “virar tudo de esperma para o ar”.
Nem de propósito, parece que o GNT vai cessar as transmissões dos “Normais”. Histórias hilariantes do Rui e da Vani. Logo agora que vou voltar a ter televisão por cabo. Quem vê, sabe do que falo, quando digo que me sinto como se me estivessem a amputar as Terças Feiras. A todos os que, durante estes meses de cativeiro, fizeram o favor de gravar os episódios dos Normais, os meus mais sinceros agradecimentos.
O novo estádio da Luz está quase pronto. Fabuloso, mas o exterior fica mesmo em betão. Tosco. Mal comparado, e em jeito de machismo primário, vem-me à ideia a Marisa Orth (Magda em Sai de Baixo). Um corpo invejável mas um rosto de estética discutível. Tomara que a Nova Luz seja palco de tanto divertimento como a série, com dirigentes tão honestos como o Caco Antibes. Para que não se torne necessário “tomar uma atitude gástrica” e “virar tudo de esperma para o ar”.
Nem de propósito, parece que o GNT vai cessar as transmissões dos “Normais”. Histórias hilariantes do Rui e da Vani. Logo agora que vou voltar a ter televisão por cabo. Quem vê, sabe do que falo, quando digo que me sinto como se me estivessem a amputar as Terças Feiras. A todos os que, durante estes meses de cativeiro, fizeram o favor de gravar os episódios dos Normais, os meus mais sinceros agradecimentos.
Ti Nó Ni
O dia de Sexta complicou-se para lá dos limites impostos. A lista de tarefas era longa e longe de estar fechada. De repente, uma daquelas coisas que baralham todas as prioridades. O príncipe menor tinha ido ao hospital para equilibrar o estômago e pulmões e ficou em observação até ao fim do dia. Levar um filho ao hospital envolve estar preparado para esperar, eventualmente para sofrer com as micro maldades inerentes a diagnósticos e curas. Em visitas de toca e foge, as esperas e as pequenas picadas na alma são toleráveis. Quando se sucedem as iterações nos gabinetes médicos e locais de exame e se adensam incógnitas, soltam-se uns fantasmas filhos da mãe capazes de nos tirar fomes e cansaços. Desarmam-nos por completo e ali ficamos por perto a aprender uma velocidade que não é a pretendida, mas a aconselhável. Por todo o lado paciência e ternura dos médicos e enfermeiros e uma espécie de cumplicidade com outros ali mesmo ao lado. Por fim começam sinais indicadores de acalmia, e conselhos sobre os cuidados a ter nos dias que se avizinham. Enfim. Advinha-se a guia de marcha para casa e a fome, o cansaço e boa disposição vêm à tona. “Com tantos fios e esse monitor pareces uma Play Station”. Piada cretina mas antecipa uma noite mais calma e um fim de semana dedicado à recuperação de todas as forças. Nossas e do príncipe que está magrinho que dá dó. “Ana. Se ele vomitar agora à saída tapa-lhe a boca, ou ainda o obrigam a passar cá o resto da noite.”
O dia de Sexta complicou-se para lá dos limites impostos. A lista de tarefas era longa e longe de estar fechada. De repente, uma daquelas coisas que baralham todas as prioridades. O príncipe menor tinha ido ao hospital para equilibrar o estômago e pulmões e ficou em observação até ao fim do dia. Levar um filho ao hospital envolve estar preparado para esperar, eventualmente para sofrer com as micro maldades inerentes a diagnósticos e curas. Em visitas de toca e foge, as esperas e as pequenas picadas na alma são toleráveis. Quando se sucedem as iterações nos gabinetes médicos e locais de exame e se adensam incógnitas, soltam-se uns fantasmas filhos da mãe capazes de nos tirar fomes e cansaços. Desarmam-nos por completo e ali ficamos por perto a aprender uma velocidade que não é a pretendida, mas a aconselhável. Por todo o lado paciência e ternura dos médicos e enfermeiros e uma espécie de cumplicidade com outros ali mesmo ao lado. Por fim começam sinais indicadores de acalmia, e conselhos sobre os cuidados a ter nos dias que se avizinham. Enfim. Advinha-se a guia de marcha para casa e a fome, o cansaço e boa disposição vêm à tona. “Com tantos fios e esse monitor pareces uma Play Station”. Piada cretina mas antecipa uma noite mais calma e um fim de semana dedicado à recuperação de todas as forças. Nossas e do príncipe que está magrinho que dá dó. “Ana. Se ele vomitar agora à saída tapa-lhe a boca, ou ainda o obrigam a passar cá o resto da noite.”
segunda-feira, outubro 13, 2003
Chuva na areia
Consigo imaginar alguns sítios onde a areia se torna irritante. Vou mencionar três deles. Nos olhos, nas virilhas e nas cadelinhas (ou ameijoas). P.... das bichas tinham mais areia que o deserto. Tinham tanta, mas tanta areia que se podia organizar a próxima edição das construções n’ areia naquela frigideira. Da próxima vez faço algo mais simples. Carne de Porco à Alentejana.
Consigo imaginar alguns sítios onde a areia se torna irritante. Vou mencionar três deles. Nos olhos, nas virilhas e nas cadelinhas (ou ameijoas). P.... das bichas tinham mais areia que o deserto. Tinham tanta, mas tanta areia que se podia organizar a próxima edição das construções n’ areia naquela frigideira. Da próxima vez faço algo mais simples. Carne de Porco à Alentejana.
sexta-feira, outubro 10, 2003
quinta-feira, outubro 09, 2003
Carpaccio
Colocam-se as finas fatias de carne em toda a superfície do prato raso. Tempera-se com sal e pimenta. Cortam-se os cogumelos e o aipo em lâminas, distribuídas uniformemente sobre a carne. Numa taça, mistura-se duas medidas de azeite e uma de sumo de limão. Pincela-se a carne, cogumelos e aipo com o molho e por fim polvilha-se o prato com queijo às farripas. Serve-se frio.
“Importas-te de ir à vizinha de cima perguntar se ela tem um bocadinho de
- carne cortada na máquina do fiambre;
- aipo;
- cogumelos;
- limão;
- pimenta;
- queijo às farripas
que nos possa ceder ?”
Colocam-se as finas fatias de carne em toda a superfície do prato raso. Tempera-se com sal e pimenta. Cortam-se os cogumelos e o aipo em lâminas, distribuídas uniformemente sobre a carne. Numa taça, mistura-se duas medidas de azeite e uma de sumo de limão. Pincela-se a carne, cogumelos e aipo com o molho e por fim polvilha-se o prato com queijo às farripas. Serve-se frio.
“Importas-te de ir à vizinha de cima perguntar se ela tem um bocadinho de
- carne cortada na máquina do fiambre;
- aipo;
- cogumelos;
- limão;
- pimenta;
- queijo às farripas
que nos possa ceder ?”
Muda I
Pasta e escova de dentes, creme e máquina de barbear, desodorizante, creme de duche, shampô, roupa de dois dias, sapatos, leite, café, batatas fritas, biberões, cerelac, benuron e brufen, toalhetes, fraldas, margarina, sal, esparguete, ovos, fiambre, termómetro, detergente louça e roupa, roupa de cama, almofadas, pijamas. Não falta nada !
1. Toalhetes
“Dá-me o papel higiénico se faz favor, que me esqueci de o trazer para a casa de banho.”
“Não veio? Como não veio? E limpo-me a quê?”
2. Batatas Fritas
.o0O ( o escorredor não veio, mas com jeito consigo tirar a água do tacho do esparguete )
“Há batatas fritas? O esparguete desapareceu pelo cano do lava loiças.”
3. Arrrrrgggghhh !!!!
.o0O (café com leite, que boa maneira de começar o dia)
“Alguém sabe onde guardámos o açúcar?”
Pasta e escova de dentes, creme e máquina de barbear, desodorizante, creme de duche, shampô, roupa de dois dias, sapatos, leite, café, batatas fritas, biberões, cerelac, benuron e brufen, toalhetes, fraldas, margarina, sal, esparguete, ovos, fiambre, termómetro, detergente louça e roupa, roupa de cama, almofadas, pijamas. Não falta nada !
1. Toalhetes
“Dá-me o papel higiénico se faz favor, que me esqueci de o trazer para a casa de banho.”
“Não veio? Como não veio? E limpo-me a quê?”
2. Batatas Fritas
.o0O ( o escorredor não veio, mas com jeito consigo tirar a água do tacho do esparguete )
“Há batatas fritas? O esparguete desapareceu pelo cano do lava loiças.”
3. Arrrrrgggghhh !!!!
.o0O (café com leite, que boa maneira de começar o dia)
“Alguém sabe onde guardámos o açúcar?”
quarta-feira, outubro 08, 2003
Arnaldo o governador implacável
Capazes do melhor e do pior, os rapazes do lado de lá do atlântico, elegeram um mau actor para governar. Se a moda pega por cá, o conselho de ministros podia assemelhar-se ao elenco dos Malucos do Riso ou ao de qualquer novela da TVI. Boa dica seria inverter o processo de transformação e obter actores a partir de maus giovernantes, com a vantagem de alguns terem desenvolvido competências nesta área durante o exercício das suas funções. As televisões agradeceriam a receita para a guerra das audiências e finalmente poderíamos sorrir com a prestação de Manuela Ferreira Leite nos episódios da novela “Saber Poupar”, do Alberto João em “Jardim Proibido” ou do Paulo em “Portas de Vidro”. Já imagino comentários “Ai que bem que vai aquele rapaz. Faz tão bem os papeis dos gémeos: o de Paulo e o de Miguel.”
Capazes do melhor e do pior, os rapazes do lado de lá do atlântico, elegeram um mau actor para governar. Se a moda pega por cá, o conselho de ministros podia assemelhar-se ao elenco dos Malucos do Riso ou ao de qualquer novela da TVI. Boa dica seria inverter o processo de transformação e obter actores a partir de maus giovernantes, com a vantagem de alguns terem desenvolvido competências nesta área durante o exercício das suas funções. As televisões agradeceriam a receita para a guerra das audiências e finalmente poderíamos sorrir com a prestação de Manuela Ferreira Leite nos episódios da novela “Saber Poupar”, do Alberto João em “Jardim Proibido” ou do Paulo em “Portas de Vidro”. Já imagino comentários “Ai que bem que vai aquele rapaz. Faz tão bem os papeis dos gémeos: o de Paulo e o de Miguel.”
terça-feira, outubro 07, 2003
Aquilo não foi culpa dela.Aquela galinha deve ter morrido com uma crise de pânico. Não há outra explicação para ter ficado com os músculos naquele estado. Tensos e rijos que nem cornos. Nem com duas horas de cozedura o animal relaxou. Eu aposto que mesmo que fizessem hamburgers daquele bicho, iam ficar tão duros como os congelados. Ora a criatura vinha anunciada como sendo do campo, no estado em que a encontrei só se fosse do campo de concentração. Esquálida e escura. O colapso nervoso foi de tal forma que quando fez canja deu letras em vez de arroz.
Os galináceos que povoam as mesas urbanas vêm do aviário, têm uma vida estúpida e curta, e uma morte não anunciada e tranquila. Os do campo pelo contrário têm uma vida invejável, ar livre e comida diversificada. O pior é quando morrem. Uma mulher gorda envergando um enorme facalhão a correr na sua direcção. Qualquer criatura, mesmo desta espécie a quem não se reconhece grande inteligência, paralisava de medo perante o cenário. Foi isso que aconteceu. E quando assim é, não há panela de pressão que valha. O melhor mesmo é pintá-la às cores como fazem em Barcelos, e colocá-la na recém chegada mesinha do hall de entrada.
Os galináceos que povoam as mesas urbanas vêm do aviário, têm uma vida estúpida e curta, e uma morte não anunciada e tranquila. Os do campo pelo contrário têm uma vida invejável, ar livre e comida diversificada. O pior é quando morrem. Uma mulher gorda envergando um enorme facalhão a correr na sua direcção. Qualquer criatura, mesmo desta espécie a quem não se reconhece grande inteligência, paralisava de medo perante o cenário. Foi isso que aconteceu. E quando assim é, não há panela de pressão que valha. O melhor mesmo é pintá-la às cores como fazem em Barcelos, e colocá-la na recém chegada mesinha do hall de entrada.
segunda-feira, outubro 06, 2003
Deixa lá
Caixa, caixote, papelão, conteúdos, pó, prateleiras, choros, escadas, empoleirar, torneira, quente e frio, pó, portas, Portas, risos, estantes, papel, panos, arrasto, soalho, pó, brinquedos, luz e gás, canja, birra, gavetas, golos, sono, telefones, máquina, gente, galinha do campo, quadros, pó, aspira, caixilho, festa, lâmpada, bolos, sonhos, roupas, objectos perdidos, inúteis, pó, temperatura, interruptor, água, acende e apaga, abre e fecha, trabalho, fim, não, miragem, pó.
Caixa, caixote, papelão, conteúdos, pó, prateleiras, choros, escadas, empoleirar, torneira, quente e frio, pó, portas, Portas, risos, estantes, papel, panos, arrasto, soalho, pó, brinquedos, luz e gás, canja, birra, gavetas, golos, sono, telefones, máquina, gente, galinha do campo, quadros, pó, aspira, caixilho, festa, lâmpada, bolos, sonhos, roupas, objectos perdidos, inúteis, pó, temperatura, interruptor, água, acende e apaga, abre e fecha, trabalho, fim, não, miragem, pó.
sexta-feira, outubro 03, 2003
As saudades também se abatem (ou não)
Regresso tardio e cansado ao pequeno espaço, num carro a abarrotar de nós e de sono. Forço um desvio e faço o percurso coincidir com o caminho de chegada à antiga casa. Apercebeu-se das ruas e quis saber da razão das tangentes às memórias recentes.
“Vamos passar à porta da casa velha, para matar saudades.” Sempre tomei como axioma “Eu matar não gosto muito, mas saudades é diferente, é como matar pulgas, alivia a gente”. Inquestionável até à última curva de acesso à casa velha. Ouço o JM naquela voz equidistante entre o choro e o sono “Eu não quero matar as saudades da casa velha, eu gosto de ter saudades porque tinha um corredor. Quer dizer, tinha dois.”
Há saudades que se desaparecem, são sintoma de esquecimento e essas, segundo o JM, devem ser preservadas.
Regresso tardio e cansado ao pequeno espaço, num carro a abarrotar de nós e de sono. Forço um desvio e faço o percurso coincidir com o caminho de chegada à antiga casa. Apercebeu-se das ruas e quis saber da razão das tangentes às memórias recentes.
“Vamos passar à porta da casa velha, para matar saudades.” Sempre tomei como axioma “Eu matar não gosto muito, mas saudades é diferente, é como matar pulgas, alivia a gente”. Inquestionável até à última curva de acesso à casa velha. Ouço o JM naquela voz equidistante entre o choro e o sono “Eu não quero matar as saudades da casa velha, eu gosto de ter saudades porque tinha um corredor. Quer dizer, tinha dois.”
Há saudades que se desaparecem, são sintoma de esquecimento e essas, segundo o JM, devem ser preservadas.
quinta-feira, outubro 02, 2003
Governo admite imposto sobre poluição
A ideia é simples, quase infantil. Pagar a asneirada. Permite-se o deslize e algum descontrolo desde que devidamente recompensado. É urgente generalizar esta prática de comprar falta de virtude:
As televisões pagam pelo lixo que emitem.
Os árbitros pelos erros cometidos.
Os avançados do Benfica pela falta de pontaria.
A defesa do Benfica pelas ofertas aos adversários.
O Porto pela arrogância.
Os governos pela incompetência.
A justiça pela lentidão.
Muitos de nós pelo egoísmo...
Criem-se produtos pré pagos pelas asneiradas a cometer. Os sete pecados mortais não deviam ser filme, ou variedades de Magnum, deviam ser cartões recarregáveis de 25 euros a consumir no futuro. “O seu saldo de gula é inferior a 1 euro”. Vou ter que passar no MB antes do almoço.
A ideia é simples, quase infantil. Pagar a asneirada. Permite-se o deslize e algum descontrolo desde que devidamente recompensado. É urgente generalizar esta prática de comprar falta de virtude:
As televisões pagam pelo lixo que emitem.
Os árbitros pelos erros cometidos.
Os avançados do Benfica pela falta de pontaria.
A defesa do Benfica pelas ofertas aos adversários.
O Porto pela arrogância.
Os governos pela incompetência.
A justiça pela lentidão.
Muitos de nós pelo egoísmo...
Criem-se produtos pré pagos pelas asneiradas a cometer. Os sete pecados mortais não deviam ser filme, ou variedades de Magnum, deviam ser cartões recarregáveis de 25 euros a consumir no futuro. “O seu saldo de gula é inferior a 1 euro”. Vou ter que passar no MB antes do almoço.
quarta-feira, outubro 01, 2003
Internet Mail - Filme
A menina fez-se igual ao irmão, recém chegado da quimioterapia. Abraçou-o e ofereceu-lhe uma madeixa de cabelo acabado de cortar de forma tosca.
Este filme chegou assim camuflado no meio do muito lixo electrónico. Nó na garganta. Que safanão. O que faríamos à realidade sem as vacinas da ficção ?
A menina fez-se igual ao irmão, recém chegado da quimioterapia. Abraçou-o e ofereceu-lhe uma madeixa de cabelo acabado de cortar de forma tosca.
Este filme chegou assim camuflado no meio do muito lixo electrónico. Nó na garganta. Que safanão. O que faríamos à realidade sem as vacinas da ficção ?
terça-feira, setembro 30, 2003
Inicio de época
Lá sincronizei. Durante o fim de semana pois claro, apesar de alguma agitação. Os príncipe retomaram a natação após os meses de verão. Quase que me esquecia da animação que é uma ida à natação com a criançada. Tudo começa sexta à noite com a promessa de que só se vai à natação se eles acordarem suficientemente cedo. Que todos tivemos uma semana complicada e que não vale a pena forçarmos a madrugada se o instinto nos manda dormir mais umas horas no Sábado. Pura demagogia, o instinto manda-nos dormir e a choradeira manda-nos acordar. Acordam mesmo naquela hora em que não é suficientemente tarde para nos baldarmos à piscina, nem suficientemente cedo para nos arranjarmos sem pressas, correrias e tropeções.
Os três quartos de hora que se seguem são indiscritíveis. Fraldas, toucas, fatos de banho, chinelos, cartões de acesso. Encontrar cada um destes items envolve sempre uma expedição organizada, e um relatório de averiguação sobre as causas do desaparecimento. Encontram-se os culpados que, à semelhança da realidade nacional, escapam sempre impunes. Dez minutos antes do início da aula, saímos de casa e entramos no elevador. O mais novo começa a fazer uma cara muito esforçada, ganha cores vermelhas e agarra-se aos joelhos. Um cheiro nauseabundo invade os dois metros cúbicos do elevador. Tudo para cima outra vez. Troca de fralda e de roupa, que a matéria ultrapassou os limites impostos por uma fralda mal colocada. Inquérito para apurar o responsável pela má colocação. Culpado encontrado. Culpa que morre solteira. Paz à sua alma.
O carro pega à primeira e lá vamos todos até à piscina.. Um vai com o mais novo para dentro de água, o mais velho já vai sozinho. Eu tenho a depilação sempre feita, nunca estou menstruado pelo que faz todo o sentido que seja eu a ir para a água. As aulas são seguidas para não criar demasiadas facilidades e o mais velho é o último a entrar em cena. Lá me preparo. Fato de banho, touca ridícula e chinelos. Recebo o mais novo embrulhado num robe e ostentando uma touca que tem o dobro do tamanho da cabeça. No caminho entre o balneário e a piscina descubro que me esqueci de cortar as unhas dos pés e começo a achar que todos estão a reparar nisso. Para dentro de água finalmente. A água faz o efeito de lupa e as unhas dos pés parecem rebarbadoras de relva. Ai meu Deus que vergonha. Meia hora com um selvagem ao colo que está convencido que as braçadeiras que usou no verão ainda estão nos braços. Deixo-o cair para lhe fazer ver que não há razão para se libertar dos meus braços. Lá regressa à superfície de olhos esbugalhados. De vez em quando o que ele faz coincide com o que professora manda fazer. Ela tenta exemplificar um exercício e tira-mo do colo. Ele tenta espancá-la e ela devolve-o com um sorriso amarelo e a dizer “Não está muito bem disposto o nosso Manuel”. Para já não é nosso e depois chama-o sempre de Manuel em vez de Manel. Não vou perder tempo a dizer-lhe que prefiro a versão mais curta do nome. Assim como assim, é só meia hora por semana. Para embirrar o corrector ortográfico sublinha a vermelho o Manel e deixa passar o Manuel. Aposto que a professora de natação está por trás disto.
Final da aula do Manel. Regresso ao balneário e troca de criançada. Levo o mais velho para a piscina enquanto a mãe tenta dar duche ao Manel. O raio do miúdo escorrega horrores quando se passa gel pelo o corpo. Estar vestido a dar duche a um bébé escorregadio é uma aventura. Sempre se pode poisá-lo mas ele costuma fugir.
O mais velho fica sozinho na aula e regresso calmamente para o balneário. Estou sozinho e com algum tempo para tomar um duche há muito esperado. A meio do meu duche chegam uns pais agitadíssimos com algo que só me apercebo depois. Um miúdo qualquer resolveu vomitar ou fazer cocó na piscina. Raios, logo no meio do duche. Tenho que ir a correr buscar o maior. Faço figas para que a culpa da azáfama não seja dele. Com a pressa nem reparo que além das unhas compridas, tenho o cabelo cheio de shampô. Paciência. O que interessa é que não foi o João Maria. Regresso aos balneários e começam as perguntas recursivas. Porque é que a aula acabou? E porque é que o menino fez cocó na piscina? E porque é que o pai tem a pilinha à mostra? Merda. Além das unhas e do shampô esqueci-me vestir os calções para o ir buscar. O melhor é anular a matrícula deles porque nesta piscina não volto a pôr os pés. Parece haver um segurança que quer falar comigo sobre o tema “Desrespeito à moral”. Explico o sucedido o melhor que posso. Finalmente lá consigo sair das instalações. Tomar o pequeno almoço no bar da piscina está completamente fora de questão.
Os príncipes não dão qualquer sinal de cansaço e parecem dispostos a actividade intensa durante longas horas. Eu quero chorar e desaparecer durante longos anos. A minha mulher propõe-se a gastar o saldo do telemóvel contando o sucedido a toda a gente.
Lá sincronizei. Durante o fim de semana pois claro, apesar de alguma agitação. Os príncipe retomaram a natação após os meses de verão. Quase que me esquecia da animação que é uma ida à natação com a criançada. Tudo começa sexta à noite com a promessa de que só se vai à natação se eles acordarem suficientemente cedo. Que todos tivemos uma semana complicada e que não vale a pena forçarmos a madrugada se o instinto nos manda dormir mais umas horas no Sábado. Pura demagogia, o instinto manda-nos dormir e a choradeira manda-nos acordar. Acordam mesmo naquela hora em que não é suficientemente tarde para nos baldarmos à piscina, nem suficientemente cedo para nos arranjarmos sem pressas, correrias e tropeções.
Os três quartos de hora que se seguem são indiscritíveis. Fraldas, toucas, fatos de banho, chinelos, cartões de acesso. Encontrar cada um destes items envolve sempre uma expedição organizada, e um relatório de averiguação sobre as causas do desaparecimento. Encontram-se os culpados que, à semelhança da realidade nacional, escapam sempre impunes. Dez minutos antes do início da aula, saímos de casa e entramos no elevador. O mais novo começa a fazer uma cara muito esforçada, ganha cores vermelhas e agarra-se aos joelhos. Um cheiro nauseabundo invade os dois metros cúbicos do elevador. Tudo para cima outra vez. Troca de fralda e de roupa, que a matéria ultrapassou os limites impostos por uma fralda mal colocada. Inquérito para apurar o responsável pela má colocação. Culpado encontrado. Culpa que morre solteira. Paz à sua alma.
O carro pega à primeira e lá vamos todos até à piscina.. Um vai com o mais novo para dentro de água, o mais velho já vai sozinho. Eu tenho a depilação sempre feita, nunca estou menstruado pelo que faz todo o sentido que seja eu a ir para a água. As aulas são seguidas para não criar demasiadas facilidades e o mais velho é o último a entrar em cena. Lá me preparo. Fato de banho, touca ridícula e chinelos. Recebo o mais novo embrulhado num robe e ostentando uma touca que tem o dobro do tamanho da cabeça. No caminho entre o balneário e a piscina descubro que me esqueci de cortar as unhas dos pés e começo a achar que todos estão a reparar nisso. Para dentro de água finalmente. A água faz o efeito de lupa e as unhas dos pés parecem rebarbadoras de relva. Ai meu Deus que vergonha. Meia hora com um selvagem ao colo que está convencido que as braçadeiras que usou no verão ainda estão nos braços. Deixo-o cair para lhe fazer ver que não há razão para se libertar dos meus braços. Lá regressa à superfície de olhos esbugalhados. De vez em quando o que ele faz coincide com o que professora manda fazer. Ela tenta exemplificar um exercício e tira-mo do colo. Ele tenta espancá-la e ela devolve-o com um sorriso amarelo e a dizer “Não está muito bem disposto o nosso Manuel”. Para já não é nosso e depois chama-o sempre de Manuel em vez de Manel. Não vou perder tempo a dizer-lhe que prefiro a versão mais curta do nome. Assim como assim, é só meia hora por semana. Para embirrar o corrector ortográfico sublinha a vermelho o Manel e deixa passar o Manuel. Aposto que a professora de natação está por trás disto.
Final da aula do Manel. Regresso ao balneário e troca de criançada. Levo o mais velho para a piscina enquanto a mãe tenta dar duche ao Manel. O raio do miúdo escorrega horrores quando se passa gel pelo o corpo. Estar vestido a dar duche a um bébé escorregadio é uma aventura. Sempre se pode poisá-lo mas ele costuma fugir.
O mais velho fica sozinho na aula e regresso calmamente para o balneário. Estou sozinho e com algum tempo para tomar um duche há muito esperado. A meio do meu duche chegam uns pais agitadíssimos com algo que só me apercebo depois. Um miúdo qualquer resolveu vomitar ou fazer cocó na piscina. Raios, logo no meio do duche. Tenho que ir a correr buscar o maior. Faço figas para que a culpa da azáfama não seja dele. Com a pressa nem reparo que além das unhas compridas, tenho o cabelo cheio de shampô. Paciência. O que interessa é que não foi o João Maria. Regresso aos balneários e começam as perguntas recursivas. Porque é que a aula acabou? E porque é que o menino fez cocó na piscina? E porque é que o pai tem a pilinha à mostra? Merda. Além das unhas e do shampô esqueci-me vestir os calções para o ir buscar. O melhor é anular a matrícula deles porque nesta piscina não volto a pôr os pés. Parece haver um segurança que quer falar comigo sobre o tema “Desrespeito à moral”. Explico o sucedido o melhor que posso. Finalmente lá consigo sair das instalações. Tomar o pequeno almoço no bar da piscina está completamente fora de questão.
Os príncipes não dão qualquer sinal de cansaço e parecem dispostos a actividade intensa durante longas horas. Eu quero chorar e desaparecer durante longos anos. A minha mulher propõe-se a gastar o saldo do telemóvel contando o sucedido a toda a gente.
sexta-feira, setembro 26, 2003
Tenho feito trapalhadas com o tempo. Peguei num bom pedaço do dia seguinte e acrescentei-o ao anterior. Fi-lo com a ajuda de quatro ou cinco cúmplices. Estes truques já não são tão fáceis, e agora ninguém se entende. Até logo ou amanhã à tarde ou ontem têm significados diferentes entre nós o que torna impossível marcar encontros nestes termos. Também me ausentei por aqui depois de alguns desabafos sobre a join venture entre a tabaqueira e uma qualquer agência funerária. A cabeça não tem acompanhado o corpo e raramente se encontram no mesmo lugar. Assim que acordo vejo-a afastar-se, e só regressa quando adormeço. Vou aproveitar o fim de semana para garantir algum sincronismo.
quarta-feira, setembro 24, 2003
terça-feira, setembro 23, 2003
da Parada, Jardim
Lugar de tantas brincadeiras de menino, do meu bairro e de outros paredes meias. No início do Outono, folhas caducas, águas de outro março. Passar dos dias e o chão de calçada ás quadrículas ganha tons entre o castanho e o laranja. A animação do início de aulas, a visita à livraria com uma lista interminável de matérias e materiais, tudo a estrear. A caminho da livraria este jardim e uma brincadeira com o meu pai. Das “Estrelas Brilhantes” até à “Ler” e em cada passo, pisar sempre uma folha de Outono. O varredor da câmara torna o jogo mais difícil. A chuva mais perigoso. O jardim ainda é meninice de muitos, o Outono chega sempre por esta altura. É a estação dos arco-íris e das bruxas a pentearem-se.
Lugar de tantas brincadeiras de menino, do meu bairro e de outros paredes meias. No início do Outono, folhas caducas, águas de outro março. Passar dos dias e o chão de calçada ás quadrículas ganha tons entre o castanho e o laranja. A animação do início de aulas, a visita à livraria com uma lista interminável de matérias e materiais, tudo a estrear. A caminho da livraria este jardim e uma brincadeira com o meu pai. Das “Estrelas Brilhantes” até à “Ler” e em cada passo, pisar sempre uma folha de Outono. O varredor da câmara torna o jogo mais difícil. A chuva mais perigoso. O jardim ainda é meninice de muitos, o Outono chega sempre por esta altura. É a estação dos arco-íris e das bruxas a pentearem-se.
segunda-feira, setembro 22, 2003
2 a 0
Inesperadamente poupei-me às emoções do derby. Tudo indica que foi sensato da minha parte. O espaço diminuto força uma proximidade que não se dá bem com variações bruscas de humor. Não é fácil manter a harmonia quando tropeçamos constantemente uns nos outros, o melhor mesmo é não arriscar a má disposição. Um filme longo e generoso, interrompido por compromissos comerciais, resmunguisses de chuchas perdidas e pela máquina de costura a quem só é permitida a entrada em cena depois de estabelecido o recolher obrigatório infantil.
Apesar do calor lá chega um momento de calmia e saboreio a tua cabeça no meu colo, quase quase a adormecer. Um a zero. O fim do filme e o deitar. Não necessáriamente por esta ordem mas pouco importa. Antes de nos entregarmos ao sono, um beijo nos príncipes.
À ternura da mãe, o príncipe maior, convencido de mais um ataque meigo do irmão, e sem se afastar dos sonhos, respondeu “Pára Manelinho”. Sorrimos juntos e deliciados do engano e da genuína paciência com o mais novo que por vezes lhe falta quando acordado. Dois a zero. Acabei a noite com um vitória por dois a zero que me valeu os preciosos três pontos.
Inesperadamente poupei-me às emoções do derby. Tudo indica que foi sensato da minha parte. O espaço diminuto força uma proximidade que não se dá bem com variações bruscas de humor. Não é fácil manter a harmonia quando tropeçamos constantemente uns nos outros, o melhor mesmo é não arriscar a má disposição. Um filme longo e generoso, interrompido por compromissos comerciais, resmunguisses de chuchas perdidas e pela máquina de costura a quem só é permitida a entrada em cena depois de estabelecido o recolher obrigatório infantil.
Apesar do calor lá chega um momento de calmia e saboreio a tua cabeça no meu colo, quase quase a adormecer. Um a zero. O fim do filme e o deitar. Não necessáriamente por esta ordem mas pouco importa. Antes de nos entregarmos ao sono, um beijo nos príncipes.
À ternura da mãe, o príncipe maior, convencido de mais um ataque meigo do irmão, e sem se afastar dos sonhos, respondeu “Pára Manelinho”. Sorrimos juntos e deliciados do engano e da genuína paciência com o mais novo que por vezes lhe falta quando acordado. Dois a zero. Acabei a noite com um vitória por dois a zero que me valeu os preciosos três pontos.
sexta-feira, setembro 19, 2003
Preenchi as noites desta semana a fazer um imenso puzzle. Vinha com a embalagem que os livros trazem e com as páginas e linhas e palavras e tudo como os livros. Diz da imensa história de sete músicos. Aos poucos fez-se puzzle, onde as peças são entregues pela ordem quase certa. De quando em vez pertence-me a mim uma peça que encaixa mesmo no espaço vazio deixado por todas as que o rodeiam. Busco-a nas memórias e lá a coloco devagar e sorrio vitorioso do encaixe mais que perfeito. Na manhã seguinte, a caminho dos deveres diários, olho para as peças desta vez em forma de cassete no meu autorádio e relembro o pedaço construído na noite anterior. Ainda consigo descobrir uma nota, ou um instrumento que nunca tinha sentido antes. Há sempre alguém que nos faz falta...
sábado, setembro 13, 2003
O fim de semana está todo por estrear. Genéricamente isso parece-me bem. Nos poucos quilometros que me separam da mulher e dos filhos houve um acidente, dos poucos quilometros que me separam do acidente há milhares de carros. O caminho alternativo não parece muito válido. Ainda no fim de semana passado caiu uma ponte de peões por aqueles lados. Irrita-me chegar a casa e encontrar os principes a dormir. É como chegar à festa apetecida e já não encontrar ninguém. Vou sair antes que isto piore e acabe por encontrar a minha mulher também deitada. Pode ser que o acidente não seja assim tão grave.
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