No livro "A infância de Jesus" o Papa Bento XVI confirma a virgindade de Maria, mas coloca em causa a existência do burro e da vaca, e afirma que a estrela que guiou os Reis Magos se tratava provavelmente de uma super nova.
O senhor já não vai para novo, é certo, pelo que não deve ser contrariado. Só estava aqui a reflectir sobre esta questão. Uma virgem que dá à luz uma criança anunciada por uma pomba e concebida pelo Espírito Santo, três Reis Magos guiados por uma estrela, um marido cooperante, um burro e uma vaca. E neste cenário todo, o que está a mais, é o pobre do burro e a vaca.
Sobre o mesmo tema, já tínhamos ouvido Luis Filipe Scolari, questionando-se se seria ele o burro, mas não duvidando da sua existência. Bento XVI vai mais longe, e nega a existência do burro. Come se não bastasse radicaliza dizendo que a vaca também estava ausente. Não tarda muito vai dizer que o Pai Natal não existe e que o Bacalhau também não deve estar presente nesta quadra.
Há muitos anos, a minha tia Belmira, já muito demente, chamou a Bayer lá a casa para fazer um extermínio de insectos porque a sua cama estava cheia de bichinhos. Afinal eram uns borbotos de lã do cobertor em cima dos lençóis.
É isto.
terça-feira, novembro 27, 2012
segunda-feira, novembro 19, 2012
Chef mas ... muito
(por um post este passa a ser um baby blog... adolescente blog pronto)
À conta de um trabalho de casa para a disciplina de Inglês ... o maior cá de casa, dono das imensas bochechas, fez um vídeo sobre cozinha saudável ...
À conta de um trabalho de casa para a disciplina de Inglês ... o maior cá de casa, dono das imensas bochechas, fez um vídeo sobre cozinha saudável ...
sexta-feira, novembro 16, 2012
À Carga
A propósito da carga policial na passada quarta feira, tenho alguma dificuldade em perceber as vozes que se levantam contra a mesma. Alguns dos manifestantes que permaneceram no largo da assembleia após o fim da manifestação da CGTP, nada mais fizeram do que provocar e atingir à pedrada o corpo policial durante mais que uma hora, a polícia fez um pré aviso de distribuição de pancadaria dando oportunidade de recuo a quem o quisesse fazer, e depois carregou sobre quem resolveu ficar. Estavam à espera de quê? Que fosse só na reinação? Que a polícia fosse dar abracinhos a quem os esteve a apedrejar durante mais que uma hora ? Não entendo qualquer indignação sobre esta intervenção por muito que me custe, neste caso e só neste caso, estar alinhado com o discurso do governo.
Ainda a propósito da intervenção policial, parece-me pertinente tecer mais duas considerações:
1. O governo e os grupos parlamentares do PSD e do CDS não têm feito outra coisa senão agredir de forma violenta os cidadãos do país, carregando de forma abusiva na carga fiscal e descurando a redução da despesa. Instanciando, o governo tem agredido e provocado os elementos das forças de segurança, razão pela qual me parece ser inevitável que mais tarde ou mais cedo, se assista a uma carga policial de fora para dentro da Assembleia. Não deve, portanto, tardar muito para assistirmos a uma carga policial sobre os membros do governo e sobre os deputados que sustentam o mesmo. Também neste caso devem ser avisados para que, caso pretendam, recuem nas acções de provocação e agressão às forças de segurança.
2. À semelhança do que aconteceu com Luisão, a UEFA pondera suspender por dois meses, o corpo de intervenção da polícia na sequência da carga policial de Quarta Feira. A reincidência de desacatos desta natureza pode até levar à interdição da escadaria da assembleia ou mesmo à realização de manifestações à porta fechada.
E é isto.
Ainda a propósito da intervenção policial, parece-me pertinente tecer mais duas considerações:
1. O governo e os grupos parlamentares do PSD e do CDS não têm feito outra coisa senão agredir de forma violenta os cidadãos do país, carregando de forma abusiva na carga fiscal e descurando a redução da despesa. Instanciando, o governo tem agredido e provocado os elementos das forças de segurança, razão pela qual me parece ser inevitável que mais tarde ou mais cedo, se assista a uma carga policial de fora para dentro da Assembleia. Não deve, portanto, tardar muito para assistirmos a uma carga policial sobre os membros do governo e sobre os deputados que sustentam o mesmo. Também neste caso devem ser avisados para que, caso pretendam, recuem nas acções de provocação e agressão às forças de segurança.
2. À semelhança do que aconteceu com Luisão, a UEFA pondera suspender por dois meses, o corpo de intervenção da polícia na sequência da carga policial de Quarta Feira. A reincidência de desacatos desta natureza pode até levar à interdição da escadaria da assembleia ou mesmo à realização de manifestações à porta fechada.
E é isto.
sexta-feira, novembro 09, 2012
A propósito do post anterior ...
... o blog "As Partes do Todo" recorda-nos o que de melhor o Quino fez com Mafalda e Susaninha. Há padrões universais.
Espreitem aqui
Espreitem aqui
Empobreçamos então Isabel
Como um treinador de futebol em desgraça que passa de
bestial a besta, como a "Floribela que numa semana passou de boazinha a boazona" (esta graça pertence, se não estou em erro, ao Bruno Nogueira),
como um político que em semana de tomada de posse passa de promissor governante
a mentiroso compulsivo, a responsável pelo Banco Alimentar contra a Fome é
nesta semana despromovida à categoria de besta. Esta contestação generalizada a
Isabel Jonet surge na sequência das declarações feitas sobre a necessidade dos Portugueses
reaprenderem a empobrecer, depois de anos de vidas acima das reais possibilidades.
A versão travestida de Manuela Eanes ilustra o novo paradigma de empobrecimento,
com o tema bitoque: «Se nós não temos dinheiro para comer bifes todos os dias,
então não comemos bifes todos os dias».
Estas declarações causaram espanto e indignação nas redes
sociais e até há quem exija a demissão da Manuela Eanes das grandes
superfícies. Caramba, a senhora também não disse um disparate assim tão grande.
Apenas nos aconselhou o empobrecimento e a reformulação dos menus familiares.
Pessoalmente, já acatei os sábios conselhos do Fernando
Nobre de saias, e ainda ontem, com a emoção do jogo do Sporting deixei o
refogado passar um tudo nada do ponto e a carne guisada planeada para hoje vai
ser servida ao jantar com o empobrecimento sugerido. Hoje ao jantar há “Carne à
Sporting” que não é mais que carne guisadóesturricada. Nos próximos dias vamos
continuar com ementas mais modestas que incluem Empadão à Troika (só arroz ou
puré), Salsichas à Paulo Portas (duas salsichas de lata em forma de submarino
submersas em água quente) e o inevitável Cozido Gaspar (faz-se o cozido
completo, entregam-se as carnes e os enchidos às finanças e serve-se o caldo e
as hortaliças). Espero que estas sugestões estejam de acordo com o programa de
empobrecimento global sugerido.
Relembro aqui que Isabel Jonet não tem só o mérito de nos
fazer mais solidários quando empurramos carrinhos de supermercado em
determinados fins-de-semana. O grande mérito da senhora, é o de, nesses mesmos
fins-de-semana, justificar a existência de milhares de escuteiros e libertá-los por três dias do estigma de “ajudar os velhinhos a atravessar a rua”.
segunda-feira, novembro 05, 2012
Príncipe das bochechas
De que
valem estes 14 anos se ainda és a emoção primeira de ser pai? O que importa a
tua adolescência se te aninhas em mim criança? De que serve a data de
nascimento se ainda és mimo e riso e choro ? Não te adianta tamanha idade se festejo
o teu desjeito na prancha de surf com a mesma euforia que o teu desjeito nos
primeiros passos, se admiro a destreza nos patins como a ligeireza na mota das
rodas gordas, se me comovo no teu humor como no teu primeiro riso, se desespero
da tua preguiça como à espera do teu gatinhar. Não me enganas que és quase
adulto, que és praticamente criança. É que em tantas coisas és igual a tudo o
que em ti vi crescer. Manténs o sorriso, a obsessão na gastronomia (do ponto de
vista de quem confecciona e do ponto de vista do utilizador), o sentido de
humor, a ingenuidade, a preguiça, a boa disposição e embora não seja muito
importante, manténs as bochechas do tamanho de dois planetas lindos e gigantes.
Parabéns meu pequeno grande amor. Estás quase, quase crescido, mas felizmente
isso também não vem ao caso.
segunda-feira, outubro 22, 2012
Meu príncipe loiro
[texto quase todo escrito a 22 de Outubro - dia de anos do Loiro dos Caracóis]
És o primeiro dos príncipes a fazer anos. Onze. Meu pequeno príncipe, onze como onze são os jogadores de uma equipa de futebol em que sonhas ser grande. Guarda redes de emoções. Defendes para canto cada pergunta certeira às redes do que te vai na alma. Desvias com um olhar, cada remate rés vés ao que se passa, dizes quase nada de ti, és mãe e pai nestas andanças. És defesa da grande área da tua vontade, desarmas com sorrisos matreiros cada jogada que ponha em perigo o resultado que queres, ou de cara cerrada se te driblam para lá do que achas justo. Senhor do meio campo de um humor bem artilhado, sorriso aberto e alegre. Distribuis mimos e desmarcas-te sempre para a zona certa de um carinho quando é mais preciso. Jogas nas alas de quem te mais gosta e fazes pressão alta para nunca seres apanhado em contra-mão Junto à área contrária, nunca te travam. Brilhante nas fintas às contrariedades, puxas à linha o teu charme, e centras certeiro por cima de todos os argumentos. Aí entras de rompante e nem deixas que a bola toque o chão. Rematas de surpresa com a força de todas as convicções no fundo da baliza do teu tanto querer. Festejas como ninguém cada golo, e nós na bancada, festejamos contigo como se tivéssemos no campo a dançar junto da bandeirola. Mais um golo, mais uma vitória, e hoje mais um ano. Parabéns meu amor.
És o primeiro dos príncipes a fazer anos. Onze. Meu pequeno príncipe, onze como onze são os jogadores de uma equipa de futebol em que sonhas ser grande. Guarda redes de emoções. Defendes para canto cada pergunta certeira às redes do que te vai na alma. Desvias com um olhar, cada remate rés vés ao que se passa, dizes quase nada de ti, és mãe e pai nestas andanças. És defesa da grande área da tua vontade, desarmas com sorrisos matreiros cada jogada que ponha em perigo o resultado que queres, ou de cara cerrada se te driblam para lá do que achas justo. Senhor do meio campo de um humor bem artilhado, sorriso aberto e alegre. Distribuis mimos e desmarcas-te sempre para a zona certa de um carinho quando é mais preciso. Jogas nas alas de quem te mais gosta e fazes pressão alta para nunca seres apanhado em contra-mão Junto à área contrária, nunca te travam. Brilhante nas fintas às contrariedades, puxas à linha o teu charme, e centras certeiro por cima de todos os argumentos. Aí entras de rompante e nem deixas que a bola toque o chão. Rematas de surpresa com a força de todas as convicções no fundo da baliza do teu tanto querer. Festejas como ninguém cada golo, e nós na bancada, festejamos contigo como se tivéssemos no campo a dançar junto da bandeirola. Mais um golo, mais uma vitória, e hoje mais um ano. Parabéns meu amor.
sexta-feira, outubro 19, 2012
Lost - parte II
Logo de manhã cedo, verificado o estado do iPad, nenhum movimento e eis que, mesmo antes de sair de casa, o localizador informa-me que alguém o ligou às 7:45. E onde havia de ter sido ligado o menino? Na bendita da escola. Trafulhas. Albergam uma ladra ou um ladrão e nem com a polícia se desmancharam. Não esperam pela demora.
Vou trabalhar com todo o equipamento necessário a não perder uma tentativa que seja de ligar o iCenas. Chego ao trabalho antes das nove e à hora certa, nova ligação do iPad. Isto é um padrão. Agora de hora a hora, o surrupiador de iPads vai tentar desbloqueá-lo. Vejamos se assim é. Aviso a Ana. No emprego dela organizam-se patrulhas prontas para, assim que houver mais movimentações, irem para o terreno com uma só missão: recuperar o iCenas. Testam equipamentos e organizam-se em coberturas geográficas.
Meu dito meu feito. Ás 10 da manhã ligam-no outra vez. Não me aguento. Googlo a página da escola e descubro o mail de contacto. Não é tarde nem é cedo. Vamos lá tratar de pressionar um tudo nada aqueles que, sob a capa da pedagogia infantil, encobrem actos ilícitos e dão abrigo à gatunagem. Aviso a minha mulher do sucedido e mando o primeiro comunicado para a escola:
“Bom dia :
Estive ontem com a minha mulher e com a polícia na sequência de ter identificado a localização do iPad da minha mulher, que se perdeu muito perto das vossas instalações, sendo provável que se encontre nas mesmas. Na altura o iPad estava desligado e desde então (saímos daí com a polícia às 18:40) voltou a ser ligado 4 vezes sempre na mesma localização (que parece ser as vossas instalações):
- 19:03 do dia de ontem
- 7:45 de hoje
- 9:05 de hoje
-10:00 de hoje
Solicito a vossa ajuda no sentido de recuperar o iPad que possui conteúdos que são importantes. O iPad pode ser devolvido na recepção da Empresa X na morada Y.
Grato pela colaboração”
O segurança do emprego da minha mulher vai fazer o levantamento do sucedido e promete cooperar dentro das suas possibilidades. Investigo um pouco mais sobre a interacção à distância com o iPad e descubro a possibilidade de o fazer apitar. Activo o engenho. Assim que for ligado, vai desatar a apitar. O melhor é fornecer informação actualizada à escola, que como se sabe é um local onde nunca há barulho:
“Na sequência do mail anterior, configurei remotamente o iPad para reproduzir um som durante dois minutos quando voltar a ser ligado. Espero que, de alguma forma, ajude a identificar a localização do mesmo.
Muito obrigado”
No emprego da minha mulher, as patrulhas agitam-se, sedentas de informação detalhada para se lançarem no terreno.
11 da manhã e o burro do ladrão tenta desbloqueá-lo novamente. Novo mail para a escola: “ligaram-no agora mesmo”. O ponto verde mexe-se no mapa. Telefono à minha mulher:
“A pessoa que o roubou deve ter acesso ao mail. Está a ir com o iPod em direcção à estátua”. Enquanto falo com ela ao telefone, a patrulha finalmente sai na peugada do bandido com dois localizadores nos iPhones. Uma perseguição ímpar. O ponto verde entra no quintal ao lado da escola. Nada parece demovê-los. Saltam o muro e entram no quintal também. Tarde demais, o ladrão é mais rápido e retoma o seu caminho em direcção à estátua. Eles cruzam-se com o gato que anda desaparecido no bairro “Olha o Tigre, o gatinho desaparecido dos cartazes. Vamos apanhá-lo?” “Esquece lá a merda do gato, nós queremos é o iPad da nossa amiga”.
Eu continuo ao telefone com a Ana a relatar a localização do iPad. “Ana, estão a levá-lo ao centro comercial. Aposto que vão à loja de informática para tentar desbloqueá-lo. Vou voltar a activar o sinal sonoro.”
Do outro lado da linha há um insistente barulho que nos dificulta a comunicação. Pergunto-lhe do que se trata. “É um telefone qualquer“ Respiro fundo
Entretanto, junto do centro comercial, a patrulha observa dois homens com um ar suspeito a trocarem uma pasta. “São profissionais. Têm uma rede montada” O que entregou a pasta vai para a casa de banho e o outro afasta-se. A patrulha divide-se e segundo palavras do comandante de patrulha “se fosse o da pasta a entrar na casa de banho, não havia de lá sair sem cagar a porcaria do iPad.”
Ao telefone a minha mulher informa-me “Este apito aqui que estávamos a ouvir. É o iPad. Está aqui na gaveta. Ai meu meninooooo. Afinal está aqui.”
A Apple um dia vai-me explicar como funciona este localizador de iCenas. Aparentemente o iPad nunca saiu do mesmo sítio.
A patrulha, que entretanto se voltou a juntar, regressou à base depois de seguir um homem durante quase 20 minutos.
A polícia e a segurança foi informada da recuperação do gadget.
A escola, bem a escola recebeu mais um mail:
“Bom dia:
Peço desculpa por mais uma vez incomodar. O iPad foi devolvido e já se encontra em nossa posse. O sistema de localização por coordenadas não é dos melhores e a indicação de que estava na vossa escola foi errada, pelo que apresento desde já as minhas desculpas por todo o incómodo causado.
Com os melhores cumprimentos”
A partir de hoje, o iCenas chama-se iPerde.
terça-feira, outubro 09, 2012
Lost - parte I
O primeiro sinal de alarme veio ao fim da tarde. Procurado em todos os locais possíveis, e mesmo nos menos prováveis, o diagnóstico estava feito: “André, não sei do iPad. Ou o perdi ou roubaram-me.”
A tecnologia tem destas coisas maravilhosas que nos enchem de esperanças e de respostas profissionais, e ainda distante do acontecimento sugeri: “Pega no iPod e usa o localizador de iCenas para ver onde é que ele está”. E a partir desse momento, foi um filme de acção.
“Está na rua. Foi mesmo roubado. Está a andar em direcção à Praça de Londres. É aqui perto. Vou para a rua atrás do ladrão”. Ora, uma vez na rua, o iPod perde o acesso à net. Não fosse o casal de amigos e os filhos e o cão e os iPhones terem aparecido, nunca se conseguiria voltar a localizar o menino. O iPhone tem 3G e inicia-se a perseguição. O larápio continua a andar pela rua com o iPad, mas não larga as vizinhanças. O melhor é telefonar para a polícia para o apanhar em flagrante.
Saio do trabalho à pressa, e pelo caminho, as notícias que me chegam estão longe de serem animadoras. A polícia vai demorar a chegar e o sinal perdeu-se. Por certo, o vil gatuno apercebeu-se das movimentações e desligou o gadget. Mesmo à porta de uma escola. É lá que me vou encontrar com os protagonistas da caçada. Além da minha mulher, os três selvagens, mais o casal de amigos e respectivos filhos, os iPhones essenciais para detectar qualquer movimento da tecnologia roubada, dois polícias e o cão. Um cão é essencial nestas aventuras. A Enid Blyton que o diga.
Os polícias falam com o director da escola e explicam o sucedido. O nosso amigo explica-me o algoritmo para concluir que aquele ponto do mapa só pode ser a escola. Muito solícito, o director da escola deixa os polícias entrarem. Aguardamos com ansiedade o resultado da conversa. Nada. O iPad provavelmente a escassos metros, e nada. Nem com conversa conseguimos recuperar o nosso menino. Vejamos o que nos oferece a tecnologia.
Ah bem. Podemos activar o bloqueio remoto com uma mensagem. Será uma boa estratégia?
“Não actives. Se ele vê que o bloqueio está activo, tem uma fúria, pega no iPad, dá-lhe um pontapé e enfia-o no caixote do lixo.”
“O iPad tem fotos e dados confidenciais. Estão lá fotos de família. Não quero fotos dos Marias na net”
“Então bloqueia-se.”
“Olha. Dá para pôr uma mensagem.”
Mas que mensagem? “Ó palhaço devolve o iPad antes que a polícia te apanhe” ou algo mais soft “Sr Ladrão. É favor devolver o iPad no seguinte local…”. Optámos pela diplomacia “Este iPad encontra-se perdido. Se o encontrar, devolva-o no seguinte local blá blá blá”
A polícia entretanto solicita-nos que passemos na esquadra a participar o desaparecimento e assim que recuperarmos o sinal do iPad, que lhes comuniquemos a localização. Os miúdos numa excitação com a sucessão de acontecimentos. “Parece mesmo uma aventura. Até temos o cão”.
Agradecemos aos amigos e aos polícias e voltamos para casa para ir buscar a factura da compra. Assim que chegamos, ligamos o localizador. Nem de propósito. O ladrão volta a ligar o iPad. Nunca saiu da escola. Que descaramento. Com a polícia e toda a equipa de buscas ali à porta, deixou-se estar quietinho sem ligar o equipamento, e assim que viramos costas … Estupor. Telefonamos à polícia para relatar a actividade suspeita. Ninguém atende.
“Pega na factura, no iPod e vamos para a esquadra.”
“Queres que ligue os quatro piscas e vá a buzinar assinalando a marcha de emergência?”
“Talvez não valha a pena”
Chegados à esquadra, lá estão os agentes que nos acompanharam. Relatamos as novidades. Dizem-nos que não atenderam porque estavam com outras chamadas e por isso não puderam atender. Fazem uma pergunta preocupante "Mas afinal, explique-me lá. O que é isso de um iPad?". Lá tentei explicar mas acho que a ideia que ficou foi que se tratava de telemóvel gigante, que não faz chamadas mas acede à internet. O Steve Jobs havia de ficar feliz comigo.
Dão-nos um número da patrulha à paisana, para o caso de, durante a noite, detectarmos novos movimentos do artigo furtado.
Entre chamadas de denúncias de violência doméstica e relatos de um tóxico dependente, lá vão tomando conta da ocorrência.
“Então o furto ocorreu a que horas’”
“Foi enquanto estive a trabalhar. Entre as 8:30 e as 18:00”.
“Muito bem, vou pedir ao Gabinete de Segurança do seu emprego, para facultar o visionamento das imagens de segurança recolhidas no seu andar entre as 8:30 e as 18:00”
Pois claro, são só quase 10 horas de gravações. Vai ser fácil.
Um polícia pergunta-me como é que funciona o localizador do iPad. Ligo a net do telemóvel, ligo o iPod ao telemóvel e mostro-lhe a última localização do iPad. Fica maravilhado com a tecnologia.
Eis que chega a hora de dar o número de série do menino, mostro-lhe a factura.
“Este número é muito longo para ser o número de série.” Explica-nos o agente.
Afinal onde está o número de série? A factura tem o número da loja. Telefonema para a loja e a senhora, atenciosa, informa-nos que o número de série está escrito na caixa. A caixa, essa mesma que ficou em casa.
Voltamos a casa e a hora de jantar mais que ultrapassada, o que vale são os dotes culinários do mais velho que asseguram a refeição atempada dos jovens aventureiros. Os mais crescidos regressam à esquadra com a caixa do iPad numa mão e um pacote de batatas fritas na outra. Entramos na esquadra e depois de oferecer batatas fritas aos agentes, acabamos a participação da ocorrência. A patrulha de rua chega à esquadra e informa-nos que estiveram a revirar o lixo em frente à escola e que nada encontraram, a não ser fraldas e outro lixo inerente à actividade pré-escolar.
Regressamos a casa sem iPad e sem esperança. Com a cadência proporcional à angústia averiguo o estado do tablet. Nada. Durante toda a noite o iPad esteve morto … nunca foi ligado. Até que às 7:45 da manhã… (continua)
terça-feira, setembro 18, 2012
Tomara que vejas
Tomara que vejas o que fizeste, tomara que ao olhar saibas ver, porque o que está à tua frente não são sinais de cansaço, são dores, são dramas, desesperos, são sacrifícios mas sobretudo são a certeza de serem em vão, estéreis que não dão fruto. Foi esse sentimento que levou à rua todas as indignações, tantos sonhos destruídos, tamanha revolta e outro tanto de solidariedade. Foi isso que encheu as ruas de mágoa. A certeza de não haver proveito em tamanho dano. Não foi outro 25 de Abril. Nem nunca será. Na altura, foram anos de silêncios forçados, que explodiram em euforia e esperança. Hoje não há nenhuma razão para euforia e a esperança perdeu-se quando comunicaste a intenção de nos fazer seguir o caminho que mais nos fere na dignidade sem que nos leve a lugar nenhum. Temo que tenhas perdido a credibilidade, reconhecem-te o miserável mérito da firmeza e da teimosia. Em contraciclo, outros terás que nem sabias. O de reunir, como um jogo de futebol, tanta gente tão diferente. O de levar, como uma vitória no campeonato do mundo, muitos pela primeira vez à rua. O de pôr tantos a indignar-se pelos filhos sem futuro, pelos amigos desempregados, ou simplesmente pelo desespero dos outros, como um mau governante. Fica-te pois o mérito de nos fazer a olhar em volta e de sair da confortável órbitra dos nossos umbigos. Desta vez, as espingardas não ganharam flores nas pontas dos canos. Desta vez um polícia. Só um polícia ganhou um abraço, mas Portugal ganhou novamente o orgulho de um povo unido. Tomara que o saibas ver, porque “o essencial é invisível aos olhos”.
(Foto de: Jose Manuel Ribeiro/Reuters)
(Foto de: Jose Manuel Ribeiro/Reuters)
segunda-feira, setembro 10, 2012
Mudaram as moscas ...
Há uns anos atrás, não muitos, o fenómeno do facebook e dos micro blogues estendeu-se à política e aos políticos. Passou a ser lugar comum a existência de páginas de facebook e twitters de políticos. Umas mais institucionais como a do presidente, outras menos, umas com maior actividade e outras deixadas ao abandono após os tempos eleitorais. Nesses tempos de eleições não há candidato a deputado, cabeça de lista distrital ou mandatário que não escreva assiduamente nas contas de facebook, ou de twitter. Este frenesim de actividade nas redes sociais, pode depois dar asneira, como no caso da página de Fernando Nobre, ou o mais recente desabafo de Passos Coelho sobre a comunicação que fez ao país na passada Sexta Feira quando este se encontrava em estágio para enfrentar a poderosa selecção do Luxemburgo com exibição de luxo. A propósito de Pedro Passos Coelho, e das suas decisões políticas, uma visita à sua conta de twitter na altura pós chumbo do PEC IV, só não é divertida porque revela que mais uma vez não somos muito dotados a fazer e a escolher políticos e governantes. Pedro Passos Coelho sabia, nessa altura a gravíssima situação em que o país se encontrava e escrevia na sua conta de twitter:
1 de Abril - Já ouvi o primeiro-ministro (José Sócrates) dizer que o PSD quer acabar com o 13.º mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate
7 de Abril - Isto pode-se fazer com um Governo muito mais pequeno e com um número de ministros não superior a dez.
12 de Abril - O PSD chumbou o PEC 4 porque tem de se dizer basta: a austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimento.
20 de Abril - Estamos a pagar bens essenciais muito caros ao estrangeiro, quando as Pescas e a Agricultura podem dar emprego a muita gente.
2 de Maio - Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português.
2 de Maio - Temos de apostar na economia, mas na economia que cria emprego, não na economia que cria rendas aos amigos do poder.
2 de Maio - Faremos diferente, trazendo para cima da mesa as contas verdadeiras e pondo o Estado a fazer os sacrifícios que andou a impor aos cidadãos.
10 de Maio - Se não queremos cortar salários, temos de baixar a taxa social única para ganhar competitividade no curto prazo
11 de Maio - O aumento de impostos previsto por este Governo no documento que assinámos com a UE e o FMI é mais do que suficiente
16 de Maio - Prefiro ser criticado por alguma medida mais difícil que defendo do que ser acusado de ludibriar as pessoa
18 de Maio - É uma tragédia o estado a que o nosso estado social tem chegado. Precisamos de novas políticas activas de emprego
24 de Maio - Se continuássemos a empurrar os cortes na despesa com a barriga desta forma, acabaríamos o ano com mais mil milhões de euros de défice real.
31 de Maio - Um desemprego tão elevado reforça a necessidade absoluta de se tomarem medidas para transformar a nossa economia.
Depois de ler isto e relembrando o governo de José Sócrates, eu tenho em crer que a culpa não está nos primeiros ministros. Trata-se de um vírus que afecta os candidatos a primeiro ministro mesmo antes de serem eleitos, e olhando para a lista de disparates, tenho em crer que o dito vírus esteve particularmente agressivo a 2 de maio (a declaração de 1 de Abril, como parece óbvio, nada tem a ver com o vírus, antes foi o assinalar do dia das mentiras). Definitivamente, tantas décadas de ditadura, não nos ensinaram a ser cuidadosos nas escolhas da democracia.
1 de Abril - Já ouvi o primeiro-ministro (José Sócrates) dizer que o PSD quer acabar com o 13.º mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate
7 de Abril - Isto pode-se fazer com um Governo muito mais pequeno e com um número de ministros não superior a dez.
12 de Abril - O PSD chumbou o PEC 4 porque tem de se dizer basta: a austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimento.
20 de Abril - Estamos a pagar bens essenciais muito caros ao estrangeiro, quando as Pescas e a Agricultura podem dar emprego a muita gente.
2 de Maio - Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português.
2 de Maio - Temos de apostar na economia, mas na economia que cria emprego, não na economia que cria rendas aos amigos do poder.
2 de Maio - Faremos diferente, trazendo para cima da mesa as contas verdadeiras e pondo o Estado a fazer os sacrifícios que andou a impor aos cidadãos.
10 de Maio - Se não queremos cortar salários, temos de baixar a taxa social única para ganhar competitividade no curto prazo
11 de Maio - O aumento de impostos previsto por este Governo no documento que assinámos com a UE e o FMI é mais do que suficiente
16 de Maio - Prefiro ser criticado por alguma medida mais difícil que defendo do que ser acusado de ludibriar as pessoa
18 de Maio - É uma tragédia o estado a que o nosso estado social tem chegado. Precisamos de novas políticas activas de emprego
24 de Maio - Se continuássemos a empurrar os cortes na despesa com a barriga desta forma, acabaríamos o ano com mais mil milhões de euros de défice real.
31 de Maio - Um desemprego tão elevado reforça a necessidade absoluta de se tomarem medidas para transformar a nossa economia.
Depois de ler isto e relembrando o governo de José Sócrates, eu tenho em crer que a culpa não está nos primeiros ministros. Trata-se de um vírus que afecta os candidatos a primeiro ministro mesmo antes de serem eleitos, e olhando para a lista de disparates, tenho em crer que o dito vírus esteve particularmente agressivo a 2 de maio (a declaração de 1 de Abril, como parece óbvio, nada tem a ver com o vírus, antes foi o assinalar do dia das mentiras). Definitivamente, tantas décadas de ditadura, não nos ensinaram a ser cuidadosos nas escolhas da democracia.
quarta-feira, agosto 29, 2012
Carta ao Vitor Gaspar
Exmo. Sr. Ministro
das Finanças
No âmbito das
recentes notícias que dão conta do desaparecimento de mais de duas centenas de
milhar de crianças das declarações de IRS, serve a presente para o informar que
os três dependentes menores de vinte e cinco anos que declaro anualmente, se
encontram esta semana numa colónia de férias, pelo que, caso os seus serviços
de verificação de dependentes visitarem a minha residência fiscal com o intuito
de validar a existência dos mesmos, o devem fazer na referida colónia.
Gostaria ainda de
saber como posso obter número de contribuinte, e as respectivas deduções
fiscais , para todos os elementos da coleção de Gormittis e dois coelhos de
peluche ou lá o que é aquilo, uma vez que coabitam na minha residência.
Percebo que esteja
muito ocupado à procura das 200 mil crianças em falta, mas vossa Excelência não
se preocupe que ainda vai agradecer este contratempo. Às vezes quando andamos a
procurar uma coisa acabamos por achar outra perdida há mais tempo, pelo que
tenho muita fé que é desta que vão encontrar a pequena Maddie e os documentos em falta da compra dos submarinos. Olhe Excelência, se encontrar a factura da balança do
Pingo Doce que comprei quando a minha mulher foi de viagem, agradeço-lhe,
porque a porcaria da balança gasta duas pilhas por semana e aquilo tem que ser
trocado e não há maneira de encontrar a porcaria da factura.
Sem outro assunto
despeço-me atenciosamente.
Por acaso ainda tenho outro assunto. Trata-se na realidade de uma dúvida. Antes do acordo ortográfico Vossa Excelência chama-se Vítor ou Victor ? Agradeço antecipadamente o esclarecimento.
sábado, agosto 04, 2012
Os jogos
Portugal não tem perfil para esta coisa dos Jogos Olímpicos. Aquilo é tudo levado muito a sério e tem muito pouco de desenrasca. Os americanos e os chineses vivem enclausurados em centros de alto rendimento durante anos para chegarem lá e fazerem a triste figura de se atascarem a tudo o que é medalha, deixando algumas migalhas para outras nações. Ora os portugueses não são moçoilos para levar uma coisa que é amadora como se profissional se tratasse. Os portugueses vão lá aos centros fazer uns biscates sempre que podem e fazem-no com toda a boa vontade, que afinal de contas aquilo é amador não é profissional. E ainda bem, porque se fosse profissional, com estes resultados e com a nova lei laboral, já estava tudo no olho da rua. Há modalidades que em princípio nos dão maiores esperanças. O Judo à partida tem mais a ver connosco porque se trata de dar uns safanões agarrando as lonas que os adversários vestem, mas até neste caso a coisa corre menos bem porque não deixam nem puxar cabelos, nem dar uns tabefes, nem tampouco insultar a família dos adversários. Já fizemos boa figura no atletismo, mas não me venham cá com lançamentos do disco, e do dardo ou com saltos. Nós sabemos correr, às vezes, porque esperamos sempre pela última hora para fazer as coisas e depois vamos a correr fazê-las. A correr é que somos bons, às vezes, ao contrário desse disparate de atirar coisas longe. Convém dizer que os tipos dos jogos também não nos ajudam em nada porque não há maneira de incluírem nas modalidades olímpicas, o jogo da malha a beber umas bejecas . Deviam fazer um esforço para se aproximarem das nossas competências amadoras, e deixarem-se destas coisas muito técnicas porque assim temos tendência a não aparecer nas provas, ou a cair dos trampolins, ou a adormecer a meio das provas. Eu já nem falo de incluírem pegas de touros porque aí é que íamos ver quem é que era mais medalhado, se o Michael Phelps se os Forcados Amadores do Aposento da Chamusca.
domingo, julho 22, 2012
Os porquês e outras interrogações
Ou são eles que se apuram sempre que a mãe se ausenta, ou isto de ser mãe pia mesmo mais fino.
Pai a que praia vamos ? Que horas são em Nova Iorque? Podes fazer Hamburguers para levarmos ? Pai não há presunto para as sandes. Preciso de dois fatos de banho porque um é de substituição. Posso telefonar à mãe a saber onde está o meu fato? Podemos levar croquetes da Versalles ? Não sei dos meus chinelos. Agora és tu quem passa a ferro ? Posso levar a prancha ? O João diz que faz body-board melhor que eu, é verdade ? O que quer dizer "sem espinhas " ? Posso levar uma bola ? Eu sei lá pôr creme no António !!! Posso ir à frente ? Há Pringles ? Posso ser eu a ir à frente, o João é quem vai sempre. Hoje sou eu a dormir contigo. Ganda lata, hoje era eu. Falta muito para chegar? Que horas são em Nova Iorque? Posso ir para a água ? Tenho fome. Pões-me creme ? Tenho sede. Não sei da roupa. Quero o meu hamburguer. Vem comigo à água. A que horas a mãe acorda ? Posso ir com a prancha para aquele lado ? Qual é a minha sandes ? Quero ir fazer cocó. Estendes-me a toalha? Posso comer um gelado ? Aqueles navios são os que vimos antes de ontem ? Que avião é aquele ? Que horas são em nova iorque? A mãe já me comprou uma prenda ? Dás-me as batatas ? O que é o jantar ? Pode ser Sushi? Eu cá não gosto de Sushi. Primeiros a jogar quando chegarmos a casa. Temos que ser nós a arrumar as coisas da praia ? Já vamos embora ? Posso ir a última vez à água ? O meu fato de banho suplente ? Podemos convidá-los para dormir lá em casa ? Porque é que ele disse um pequeno passo para o homem um grande passo para a universidade ? Que horas são em Nova Iorque ? Então e agora, posso ser eu a ir à frente? Levas-me a prancha ? Porque é que há sempre fila ? Posso pôr as mudanças ? Posso jogar primeiro e arrumar depois ? A prancha pode ficar nas escadas ? A minha sandes de presunto ? Últimos a tomar banho. Temos mesmo que arrumar isto tudo ? Posso comer do jantar do António que o Sushi deixa-me com fome? Porque é que temos que ir já para a cama? Que horas são em Nova Iorque ?
Pronto. Estou convencido. As dores de cabeça ao fim do dia, não são mesmo desculpa esfarrapada.
Pai a que praia vamos ? Que horas são em Nova Iorque? Podes fazer Hamburguers para levarmos ? Pai não há presunto para as sandes. Preciso de dois fatos de banho porque um é de substituição. Posso telefonar à mãe a saber onde está o meu fato? Podemos levar croquetes da Versalles ? Não sei dos meus chinelos. Agora és tu quem passa a ferro ? Posso levar a prancha ? O João diz que faz body-board melhor que eu, é verdade ? O que quer dizer "sem espinhas " ? Posso levar uma bola ? Eu sei lá pôr creme no António !!! Posso ir à frente ? Há Pringles ? Posso ser eu a ir à frente, o João é quem vai sempre. Hoje sou eu a dormir contigo. Ganda lata, hoje era eu. Falta muito para chegar? Que horas são em Nova Iorque? Posso ir para a água ? Tenho fome. Pões-me creme ? Tenho sede. Não sei da roupa. Quero o meu hamburguer. Vem comigo à água. A que horas a mãe acorda ? Posso ir com a prancha para aquele lado ? Qual é a minha sandes ? Quero ir fazer cocó. Estendes-me a toalha? Posso comer um gelado ? Aqueles navios são os que vimos antes de ontem ? Que avião é aquele ? Que horas são em nova iorque? A mãe já me comprou uma prenda ? Dás-me as batatas ? O que é o jantar ? Pode ser Sushi? Eu cá não gosto de Sushi. Primeiros a jogar quando chegarmos a casa. Temos que ser nós a arrumar as coisas da praia ? Já vamos embora ? Posso ir a última vez à água ? O meu fato de banho suplente ? Podemos convidá-los para dormir lá em casa ? Porque é que ele disse um pequeno passo para o homem um grande passo para a universidade ? Que horas são em Nova Iorque ? Então e agora, posso ser eu a ir à frente? Levas-me a prancha ? Porque é que há sempre fila ? Posso pôr as mudanças ? Posso jogar primeiro e arrumar depois ? A prancha pode ficar nas escadas ? A minha sandes de presunto ? Últimos a tomar banho. Temos mesmo que arrumar isto tudo ? Posso comer do jantar do António que o Sushi deixa-me com fome? Porque é que temos que ir já para a cama? Que horas são em Nova Iorque ?
Pronto. Estou convencido. As dores de cabeça ao fim do dia, não são mesmo desculpa esfarrapada.
quarta-feira, julho 18, 2012
Linha Vermelha
Demorou tanto que cheguei a pensar que mais depressa o Aeroporto chegava ao Metro que vice-versa. Afinal de contas era só fazer mais uns terminais e Entrecampos era quase ali.
Acabou por ser uma extensão da linha vermelha, o que é bom porque liga o Aeroporto ao El Corte Inglês, permitindo que este funcione como câmara de compensação antes de vir à superfície da realidade nacional.
Intriga-me o silêncio dos taxistas, porque os imaginava em protestos e em greves quando acontecesse a mais que necessária ligação.
Ou sou eu que não os ouço, ou estão todos a concorrer a lugares de condutores de Metropolitano, para manterem o hábito de insultar todos os passageiros, que tendo entrado no Aeroporto, resolvam sair no bairro da Encarnação ou em Moscavide.
quinta-feira, julho 12, 2012
A democracia segue dentro de momentos
Por vezes a reflexão é como um novelo entrelaçado de ideias que puxam ideias. No meu caso é uma renda de Bilros, só para conferir uma certa animação suplementar ao acto de pensar. Reflectia eu sobre a greve dos médicos e sobre a pretensa insanidade de contratar médicos tarefeiros com base em critérios perigosos como o "mais baixo custo". Isto levou-me a pensar que a medicina foi, até aos dias de hoje, das poucas áreas poupadas às perversas práticas de body shopping. A medicina e a política. Mas a política ? Então porquê ? Porque os políticos ocupam cargos de duas maneiras: ou são eleitos ou são nomeados. Mas não podiam ser colocados por concurso segundo o critério "mais baixo custo"? Seria um atropelo à democracia, até inconstitucional.
Acontece que este ano, a inconstitucionalidade de algumas medidas que contribuam para a redução do défice, é uma prática permitida pelo próprio tribunal constitucional e deixa de ser problema suspendermos a democracia por uns tempos.
Façam-se concursos para o governo, para a assembleia, para todos os jobs dos boys, para as estruturas partidárias e para a presidência da república, e como critério de adjudicação escolha-se apenas e só o preço mais barato. Qual é o problema ? Corremos o risco de ver lugares determinantes para o futuro da nossa nação serem ocupados por pessoas sem qualificações para o fazer ou mesmo incompetentes ? Pois, isso seria uma grande novidade. Não sei se iríamos conseguir sobreviver a uma crise que envolvesse políticos incapazes, só para poupar uns milhões de euros. E depois o que faríamos a estes ? O gozo imenso de transformarem a adversidade numa oportunidade de vingarem no estrangeiro ? Pensando bem, isto de interromper a democracia por uns momento, é mesmo capaz de ser uma boa ideia. A Manuela Ferreira Leite é que sabia.
segunda-feira, julho 09, 2012
RABOS
Logo eu que sou tão liberal nisto da orientação sexual havia de me irritar com esta coisa da provocação gay. Como me irritaria a provocação heterossexual se esta roçasse o mau gosto e a brejeirice.
Sou a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, da adopção por casais homossexuais, tenho amigos e amigas homossexuais, cresci sem sequer questionar a relação entre pessoas do mesmo sexo, e no limite até sou a favor do divórcio entre pessoas do mesmo sexo (embora neste caso tenha as minhas reservas). Mas façam-me o favor. Tal como para os Camarinhas que em cada gesto certificam a sua orientação sexual, ou como para as Jessicas Rabbits deste mundo, não tenho a menor pachorra para homossexuais que em cada gesto fazem questão de marcar a sua orientação sexual: em cada frase dita para uma audiência imaginária, a comer caracóis, a pegar no copo, a dobrar a toalha, a chamar o empregado para pedir a conta, a calçar os chinelos, a sentar-se, a abrir o chapéu de sol, a espalhar creme. Senhores, não é preciso um arco íris em cada gesto. Que mariquinhas pés de salsa.
Não comento a questão estética das depilações mal amanhadas nem o guarda roupa de gosto questionável. Também não relaciono com outra coisa que não seja falta de educação a imprópria e desajeitada simulação de sexo oral em público. O gosto depende de cada um e a educação ainda não está ao alcance de todos.
O que me tira do sério não são os homossexuais nem os heterossexuais, o que me tira do sério é esta mania de, hiperbolizar a orientação sexual. Senhores RABOS - Rabetas Assanhadas Bestialmente Orientadas Sexualmente - deixem-se de mariquices e portem-se como Homens Homossexuais. H maiúsculo nos dois casos caramba.
quarta-feira, julho 04, 2012
Quarteto de Cordas
Caro Pedro, Estimado Miguel, Querido Paulo, Excelentíssimo Aníbal
Vamos lá ver se nos entendemos neste tema de servir a nação e representar a Pátria Lusa.
Em primeiro lugar, ao aceitar ou ao candidatar-se para ocupar um cargo público custa-me a crer, que não estejam cientes que vão ter os olhos postos sobre o desempenho nesse mesmo cargo, e que estão sujeitos a elogios e a críticas. Nem todos os elogios são sentidos porque existe quem elogie por conveniência e nem todas as críticas são justas por haver quem critique por despeito. Não obstante, cabe a cada um de vocês distinguir trigos de joios e tirar lições daquelas que forem as críticas sustentadas.
Ao Pedro relembro que, na condição de opositor ao governo e até de candidato ao lugar de primeiro-ministro, nunca se coibiu de acusar o seu antecessor de muitas das falhas que agora lhe apontam a si, nomeadamente de desrespeito pela palavra dada, de desatenção ao país real, de exagero nos sacrifícios exigidos ao povo, de ineficácia das medidas pouco reformistas que agravavam o estado da nação de PEC em PEC. Sendo verdade que não se esquiva no anúncio das duras medidas cujos resultados são tão maus como os do seu antecessor, esquiva-se a manifestações de desagrado e opta por portas dos fundos para não enfrentar o desconforto que a governação descuidada, ineficaz e cruel provoca no povo Português. Pedro, servir a nação é sobretudo uma honra e seria muito bom que usasse H maiúsculo. Veja o drama de cada um dos Portugueses e aja em conformidade. Quando, na rua, houver protestos dos que ilicitamente enriquecem e possuem fortunas e reformas imorais, talvez aí possa entrar em muitos locais pela porta da frente.
Ao Miguel relembro que não basta ser sério, é preciso parecê-lo. E a sensação que dá é que nem uma coisa nem outra. Poucos acreditam que está isento de culpas na questão da jornalista do público, e que o curso num ano é uma derivação pouco conseguida das licenciaturas de fim de semana. Mais uma vez servir a nação é uma Honra e é condição necessária que se faça honrar, e que se essa honra estiver alguma vez em causa tudo deve ser feito para esclarecer dúvidas. Explique o Público, as Secretas, a licenciatura. Explique-se homem que é o seu dever.
Ao Paulo que levou a seleção de futebol até à meia-final quero dar a mesma novidade que dei ao Paulo e ao Miguel. Servir a Nação é uma Honra e ao contrário do que disse, não há direitos e deveres nem a sua posição é de equilíbrio com a dos jornalistas. Como selecionador praticamente só tem deveres e poucos direitos. Tem o dever de honrar Portugal, o dever de saber ouvir críticas e não ficar ofendido porque sabia de antemão que elas iam acontecer, tem o direito de dar a sua opinião, mas tem o dever de não amuar e de impedir amuos das prima donnas que dirige. Faz parte do papel que desempenha e não está a fazer nenhum favor a ninguém. Ninguém lhe pede a outra face, apenas e mais uma vez que cumpra com o dever de sair da competição com a consciência do dever cumprido, de fazer jogar 23 artistas como uma equipa, e de esclarecer os seus pontos e vista e as suas opiniões sem amuos, irritações e partes gagas de duas orelhas e uma boca. Não me parece que ninguém o tenha obrigado a ser selecionador e todos os deveres são para cumprir, é que caso não tenha reparado, estiveram milhões de portugueses entusiasmados com a seleção e os seus amuos e os silêncios dos jogadores não contribuíram para coisa nenhuma.
Aníbal, que raramente se engana e nunca tem dúvidas, o que se passa consigo? Não se lembra quem esbanjou fundos comunitários e em vez de nos tornar um país competitivo, transformou-nos numa rede de auto estradas sem agricultura e sem indústria? E não se lembra que há um limite para os sacrifícios? Deixou novamente de ter tempo para ler jornais? Não fuja dos desagrados como o Pedro, não deixe de explicar como o Miguel e não amue como o Paulo. Olhe lá por nós e emende essa mão. Lembre-se caramba.
quarta-feira, junho 20, 2012
Zarolhos
As agências financeiras internacionais entretêm-se a rever os ratings dos países europeus, dos bancos europeus, das empresas dos países europeus e das regiões dos países europeus, sem grande preocupação seja na fundamentação das suas apreciações seja nas consequências das mesmas (a menos que tenham algum interesse menos transparente na degradação financeira dos países da zona euro). Segundo estas agências, a europa converge para a categoria de lixo o que, convenhamos, é deselegante e não dá jeito nenhum, sobretudo em Lisboa, que até pararam com a recolha de lixo e estou convencido que foi por não estarmos preparados para a reciclagem de espanhóis e irlandeses.
Ora os países, a banca, as empresas e as regiões classificadas por estas agências até podem ter algumas dificuldades financeiras, mas em contraciclo têm história, valores, capital intelectual, iniciativa, cultura e pessoas com valor e algumas com princípios, o que, para uma agência financeira mais do que lixo, é um luxo. Pasme-se, que lixo e luxo só diferem numa letra que no teclado estão mesmo ao lado uma da outra e, como todos sabemos, estas agências escrevem todas em português. O que aconteceu é que eles queriam dizer luxo mas acertaram na tecla errada. São vesgos portanto. Sofrem da mesma doença que o Cristiano Ronaldo sofreu até ao jogo com a Holanda. Zarolhos com mau feitio. A solução é pôr a Moody's, a Standard & Poor’s e a Fitch a jogar contra a Holanda e vão ver que calibram logo o olho director e lhes passa a síndrome dos olhos linearmente independentes. Acertem lá na porcaria das teclas, que nós agradecemos. E se quiserem rever algum rating aqui da Europa, esperem pelo festival da Eurovisão que tem sempre muita oferta para as vossas apreciações. Ou dêem cotação à balofa alemã, assim do ponto de vista do utilizador.
quarta-feira, junho 13, 2012
Rentrée
Finda a época futebolística e a primavera, parece que os jogadores iniciam a época das separações e dos divórcios.
Passeio os olhos por um quiosque e deparo-me com revistas cor de rosa que falam de traições, amuos, desilusões. Rui Patrício e Djaló pelo menos.
A dúvida constrói-se em mim de forma persistente. A ser verdade, o Djaló e a Lucy vão divorciar-se ou djyvurkiarçe ?
segunda-feira, junho 11, 2012
Forget it
Sr Primeiro Ministro de Inglaterra
Serve a presente para manifestar a minha solidariedade com o facto de estar a ser alvo de indignação generalizada por se ter esquecido do seu filho no restaurante e só ter dado por isso em casa 15 minutos depois de ter saído do restaurante.
Também já me aconteceu, e não é nada de outro mundo. Acontece.
7 crianças e 5 adultos, um rácio até equilibrado para a época. À saída do restaurante, o do meio vai à casa de banho. Uns ainda no restaurante, outros na rua, começamos a dirigir-nos até aos carros. A meio do quarteirão da frente:
"O Loiro ?"
"Não está com as primas lá à frente?"
"Julguei que estavas com ele"
"Também eu, julguei que estava contigo"
Varrida a rua com um olhar rápido, lá chegamos à conclusão que ficou para trás. Quarteirão no sentido inverso e lá vem ele rua fora ter connosco. Nem fizemos comentários aparvalhados, embora tal cenário não fosse impossível:
"Deve ter encontrado um café onde está a dar o jogo do Sporting"
"Se calhar foi comprar tabaco"
"Ou uma cerveja"
"Já lhe disse para largar as drogas"
Olhe senhor prime minister, só não acontece a quem não cá anda. O nosso primeiro ministro ainda é mais cabeça no ar que o senhor, ainda há um ano fez uma série de promessas e por muito que seja lembrado, o raio do catraio não há maneira de se lembrar delas. E as pessoas gostam muito de comentar estes pequenos lapsos. Há duas décadas que, por altura da quadra natalícia, não perdem o "Sozinho em casa". Há duas décadas que acham graça ao caos da família em viajem, deliram com o miúdo a fazer a vida negra aos atrasados mentais dos ladrões e deixam cair uma lágrima quando a mãe reencontra o fedelho no Rockfeller Center. Sempre sempre a mesma coisa.
Quando a vida imita a ficção, por quinze minutos, cai o Carmo e a Trindade. No seu caso falls Picadilly and Trafalgar.
Vá lá dormir descansado. Forget it.
terça-feira, junho 05, 2012
Euro2012
Devo estar distraído e aparentemente a selecção está a candidatar-se a património imaterial da humanidade sem que eu soubesse. Só isso justifica a quantidade de horas de emissão sobre a selecção e o seu exigente quotidiano. O que comem, o que bebem, o que fazem nos tempos livres e nas folgas, que carros têm, com quem andam, o que os diverte, o que os fascina, se são recebidos pelo presidente, se o tratam por você, quantas horas de vôo até à ucrânia. Horas de notícias, litros de tinta sobre este tema. Só presenciei tanta atenção a um tema em duas ocasiões: "Os 50% do Pingo Doce" e a "candidatura do fado a património mundial da humanidade". Embora até aprecie algum fado, foi tamanha a dimensão do fenómeno, que esgotei a quota de 2011, 2012 e 2013 para fado, tudo num só mês.
Perante estas duas hipóteses, excluo o facto da selecção estar a repetir o fenómeno 50% do Pingo Doce. A selecção a 50% já aconteceu várias vezes e nunca foi motivo para tamanho frenesim jornalístico. Não interessa porquê, porque Saltillo, porque Coreia Japao ou porque o cão estava a olhar, a verdade é que 50% não é novidade para a selecção. Assim sendo, resta a hipótese do património imaterial da humanidade. Está bem que tem um par dos melhores jogadores do mundo, mas será caso para ser património imaterial da humanidade? O João Pereira deve ser património mundial de alguma coisa ? Do bom feitio, só se for. Santa paciência. Toda a gente comenta o Gaspar por ele ser o mais monocórdico dos ministros a falar, mas já viram como o Ronaldo fala ? E o mais triste, é que precisamos mais do talento do Gaspar que do do Ronaldo. Por muito que uma boa figura no Euro nos sabia muito bem, nós precisamos é de boas figuras no €uro.
Rapazes, ide pois à Ucrânia e à Polónia e façam-nos mais felizes, mas sem que para isso tenhamos que saber que pasta de dentes usam, que carro têm, se pediram licença para se levantarem da mesa e se gostam mais de playstation ou de xbox. Façam o que têm a fazer e façam-no com brio. Nós aqui fazêmo-lo todos os dias. Por vezes sai-nos mais Moldávia, outras vezes Turquia e outras tantas Espanha, mas sempre com brio. Façam o mesmo que nós já ficamos satisfeitos se não regressarem com um traumatismo Ucraniano. A maioria dos Portugueses gosta muito de vos ver jogar, mas não está minimamente interessada em saber o que dizem os olhos do Bruno Alves, nem nas superstições do Patrício, nem no jogo de consola favorito do Coentrão.
Antes fado caramba ...
terça-feira, maio 29, 2012
Faites vos jeux
Motivo até para canção, o estigma do marido das outras cheio de virtudes, em contra-ciclo com a realidade doméstica. Com os filhos passa-se tanto o mesmo.
No recato do nosso lar, apontamos os filhos dos outros como o modelo a seguir. Porque estudam, porque comem com modos, porque têm notas fantásticas, porque falam a toda a gente quando chegam a casa de alguém, porque não embirram com os irmãos, porque não fazem parcas figuras de crianças mimadas, porque não interrompem, porque pedem licença e raramente arrotam e nunca se peidam. E porque não passam a vida agarrados à porcaria das consolas.
Junto a terceiros, mães e pais, sobre os próprios filhos, publicitam de ego inchado, as qualidades dos seus filhos modelos: "os meus filhos ? Devo ter sido bafejado pela sorte, mas os meus filhos são estudiosos, não que precisem que são super inteligentes, mas estudam tanto que acabam por tirar notas dignas do quadro de honra. E, modéstia à parte, são educadíssimos. Sabem estar à mesa e assim que chegam a casa de alguém, não deixam de falar a quem quer que seja. Têm as suas coisa de criança, já se vê, mas dão-se lindamente uns com os outros. Nunca vi irmãos assim. Nunca foram de fazer birras e pedem sempre licença. Gases não têm nunca. Puns e arrotos são uma espécie em extinção lá em casa, não fosse a empregada. Divertem-se imenso a fazer desporto e a jogar Scrabble e batalha naval.
Confesso, os meus Marias, estão longe de ser modelos de comportamento. Viciados em consolas, discutem por dá cá aquela palha e mesmo o mais democrático dos jogos de consola, acaba com um deles a atirar o comando à cabeça de outro. Berros e bofetão acontecem com frequência e em jogos de tabuleiro a coisa ainda é pior: no Monopólio, à segunda volta já voam casas e hotéis e se alguém compra o Rossio o tabuleiro voa. Quem ganha faz pouco de quem perde e quem perde chora desalmadamente. Esta ideia da terapia de substituição da consola por jogos de tabuleiro está a revelar-se pouco eficaz. Excepto a partir de Domingo passado que o mais velho foi à loja dos chineses comprar um conjunto de fichas de poker e baralho de cartas. Com direito a feltro verde e tudo. Tenho uma zona da casa transformada em casino ilegal e as discussões acabaram. Nem para escolher o Dealer eles discutem. Fazem apostas e jogam alegremente, com alguns entusiasmos sempre que arrecadam pequenas fortunas. Os filhos dos outros jogam Cluedo e Scrabble enquanto os meus jogam Black Jack e Poker. A única preocupação é como hão-de levar o jogo para a Disney, uma vez que é ilegal e que envolve controlo alfandegário. O que é que se segue ? Uma plantação de droga no jardim vertical da cozinha ? Uma casa de alterne no escritório ? Só ainda não percebi se para lavar o dinheiro vão usar a máquina da loiça ou da roupa. Se alguém da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens tiver o infortúnio de ler este post, desde já aviso que se trata de ficção. Agora vou lá dentro comprar umas fichas que hoje sinto-me com sorte.
sábado, maio 26, 2012
De improviso
Nem se pode dizer que sejamos amigos. Ele foi mais um daqueles miúdos que me habituei a ver lá em casa, a ter explicações de Francês e Português dadas pela minha mãe. Tantos miúdos mais ou menos da minha idade passaram por ali. Duns gostava mais, outros nem por isso. Depois desses tempos, encontrava-o de tempos a tempos no bairro e íamos sabendo da vida um do outro em conversas de poucos minutos. Contava-me das músicas dele, e de quando em vez falava-me do irmão: "O meu irmão Bernardo anda doido com o Jazz e perdeu a cabeça por um piano" Desta frase, dita com um brilho nos olhos e um riso de equidistante entre a alegria a admiração e o entusiasmo, lembro-me. Lembro-me bem.
Já em adultos, por coincidências de amigos comuns, fomos jantar juntos e falámos um bom bocado. Boa onda o raio do miúdo. Finalmente decoro-lhe o nome: Francisco Sassetti. Agora encontro-o todos os anos na festa do colégio dos filhos e lá usamos uns minutos para nos por-mos a par das novidades.
Ontem foi o dia da festa do colégio. E lá estava ele. Nem sabia bem o que lhe dizer. Dei-lhe um abraço e uma palmada amigável na cara. Perguntei-lhe como estava ele e a mãe. Fico sempre fora de pé nestas coisas. Falámos dos filhos e do trabalho de cada um, e aquela merda daquele nó na garganta a insistir. Nunca sei o que fazer. Falta-me o improviso nestes casos. Como o improviso de um músico de Jazz. Como o Bernardo.
quinta-feira, maio 24, 2012
Este governo relva-se ... só pode
Este governo é melhor que o anterior porque consegue carregar mais nas cores em todos os erros que o anterior fez. Em todos os defeitos. Lesto no aumento de impostos, perro a reduzir despesa, um conceito pobre de diálogo, venera uma Alemanha autoritária e desrespeita o parlamento e a oposição, condiciona a acção da comunicação social, atrapalha-se em casos mal explicados. Este governo apesar do desemprego, lá consegue fazer algumas coisa. Chegou a acordo com a UGT e até conseguiu chuva em dois meses. Além disso este governo herdou uma situação dificílima do governo anterior. Com as contas públicas de rastos como as encontrou, cada dia de governação é um milagre. Este governo levou 300 mil a Fátima e levou o Benfica a campeão nacional de basket. Este é um supergoverno que nunca se engana e raramente tem dúvidas. Difícil é escolher qual o melhor ministro, tal é a qualidade da equipa. Parece a selecção nacional. E se houver um Cristiano Ronaldo nesta equipa governativa, esse título pertence ao Miguel Relvas. O verdadeiro líder que é vítima de injustiça e de invejas descabidas. Deviam é ter orgulho no que de melhor existe em Portugal. Viva o governo. Viva Portugal.
Sr Ministro espero que assim já esteja bem o texto. Por favor senhor Miguel Relvas não revele informação da minha vida pessoal na internet. Viva Portugal e o seu herói. Vivó Relvas.
terça-feira, maio 15, 2012
Frutas Flores Hortaliças e Peixe
A vida profissional leva-me todos os dias para o MARL Mercado Abastecedor da Região de Lisboa. Para quem trabalha em TI a proximidade do sector primário entusiasma-me ao ponto de equacionar ir trabalhar de tractor, enxada e com chapéu a condizer. O MARL, que há uns anos, era pouco mais que um quarteirão em entre campos, é agora do tamanho de aeroporto na zona saloia e começa a fervilhar ao final da tarde, mesmo na hora do meu regresso a casa.
A primeira incursão na actividade mercantil, foi no mercado das flores. Uma aventura em família que permitiu encher todas as jarras de duas casas com uma vintena de euros. A rainha e as crianças têm muito mais jeito que eu para estas coisas do que eu, porque da segunda vez que lá fui, arrisquei ir sozinho e não vim para Lisboa com a viatura semelhante a um carro funerário como aconteceu na estreia. Ainda assim consegui fazer bons negócios.
Hoje fui espreitar o pavilhão dos pequenos produtores e saí de lá com uma caixa de morangos por escassos euros. Agora tenho excesso de morangos em casa, mas não faz mal nenhum porque a ingestão de morangos é uma actividade saudável. As espetadas de morango com arroz de morango ficaram fantásticas.
Ainda tenho muito a explorar mas entusiasma-me a possibilidade de carregar o bólide com couves, batatas, grelos e nabiças. Tudo é vendido a quantidades um tudo nada acima da economia familiar, por um preço um tudo nada abaixo do que se paga por um décimo da quantidade no supermercado.
Por fim, e de madrugada, há o mercado do peixe. Aparentemente fazem-se bons negócios junto de quem pode comprar no próprio mercado. Já ouvi falar de sapateira a um preço muito camarada.
Assim que me profissionalizar nestas práticas, ainda faço concorrência a qualquer campanha do Pingo Doce.
Agora vou para a cozinha fazer ensopado de morango para o almoço de amanhã. Por falar em amanhã ... talvez cerejas não. As abóboras tinham bom ar.
terça-feira, maio 08, 2012
Calendário Coelhiano
Ainda não é este ano que os quatro feriados saem do calendário. O estado laico adiou, a convite da igreja Católica, a entrada em vigor desta medida para 2013. Este governo parece dar-se mal com a contagem dos anos. Não lhe entra na cabeça esta coisa do dois mil e doze e do dois mil e treze e por aí fora. É muito complexo e a passagem de ano não é taxável. Começou por não saber ao certo em que ano voltavam a pagar os subsídios de Natal e de Férias. Ficou o ano que sucede a 2013 que, como é do conhecimento geral, é 2015. Para complicar ainda mais, existe a possibilidade de ser retomado para todos em simultâneo ou de forma progressiva como o apagão da TV analógica, mas muito mais devagar, prolongando até 2018 o processo. 2018 é o ano que sucede a 2016 e que antecede 2021. Este ano acabam os 4 feriados, e como estamos em 2012, pode-se dizer que acabam em 2013 porque são anos equivalentes. A alteração do mapa autárquico deve acontecer em 2017, não porque seja uma medida que mexe com muitos interesses, mas porque o ano que vem é, se não me engano 2017. A redução do número de processos nos tribunais para números viáveis, é já este ano: 2023. Enquanto as eleições não chegam, daqui a quatro anos, 2019 e uma vez que a Grécia está em dificuldades com os resultados das eleições deste ano (2009) e como os treinadores portugueses fazem tanto sucesso nos clubes gregos, parece-me que a solução mais indicada é colocar lá o Mister Passos Coelho, com o seu adjunto Gaspar e preparador físico Relvas. Só por um ano, até 2019 portanto. Se for necessário um treinador de guarda redes, há um Aníbal muito jeitoso que também está há uma série de temporadas em Belém, no clube da Cruz de Cristo, e podia fazer milagres na Grécia. O mundo ia ficar eternamente (2022) agradecido e os Portugueses também.
sábado, maio 05, 2012
Demais a menos
Aquela frase "Mal vai o país que tem mais astrólogos que astrónomos" que já citei por aqui, parece tão a propósito. Esta semana revista, e os temas que sobram por excesso (para o qual contribuo, já se vê), resumem-se a uma campanha promocional que excedeu as expectativas, uma edição fotográfica que defraudou as expectativas, e o futebol, sempre o futebol nos seus exageros. O milionário Real de além fronteiras e o miserável Leiria dentro de portas. A morte do cineasta, e a sua vida cheia, pareceu atrapalhar o alinhamento dos noticiários. O debate eleitoral de França, tão pouco condicente, excepto na dureza, com as linhas editoriais. Parecia que o jornalismo esta semana, se entregou por instantes à guerra de audiências, deixando o dever de informar convenientemente para trás. Perdoada a interrupção, voltem a informar-me como deve ser. Esta semana foi só um engano.
terça-feira, maio 01, 2012
Pingo Doce Venha Cá e Fique pelo menos umas 12 Horas
Em cada estação televisiva, no respectivo noticiário das oito, o tema Pingo Doce ocupou pelo menos 15 minutos. Desde ontem à noite que raras foram as conversas que tive e que não envolveram o desconto de 50% que o Pingo Doce fez a compras de valor superior a 100 euros. Uma volta pelo Facebook e pelo Twitter confirmam o tema do dia. Até a blogosfera se rendeu ao tema da cadeia de super mercados.
Começaram com as receitas e com o “sítio do costume”, continuaram com a canção irritante cantada por empregados que têm três vezes mais dentição que os verdadeiros e com o “sabe bem pagar tão pouco” e agora conseguem ser visitados falados e escritos durante pelo menos uns dois ou três dias.
As opiniões coincidem no escândalo de pedir aos colaboradores para trabalharem no 1º de Maio, no crime de vender abaixo do preço de custo, no facto dos super mercados não terem infra estruturas para aguentar a afluência de pessoas que se verificou, nas horas perdidas nas filas, nas prateleiras vazias, nas cenas de pugilato entre clientes e nos artigos espalhados pelo chão da loja. No outro prato da balança está a possibilidade de, em tempos de crise, fazer compras a metade do preço. Para outros a satisfação de terem sobrevivido a uma ida ao supermercado é um motivo de orgulho e satisfação.
Não me apetece fazer juízo de valores, teria ido fazer compras que precisava à mistura com outras que não precisava tanto, se a confusão não fosse tanta. Descobri que a Comissão Nacional de Eleições é pouco imaginativa e que uma cadeia de super-mercados consegue mobilizar mais portugueses que a dita Comissão para umas eleições ao Domingo. Confirmei que esta coisa faz parte de nós. Tudo o que cheire a grátis é irresistível. Sejam amostras de mini queijos, sejam brindes, sejam descontos de 50%. Eu por mim estendia esta campanha e fazia um desconto de 50% na legislatura deste governo, e as eleições, em vez de serem nas escolas e nas juntas de freguesia, eram nas mercearias, nos super-mercados e nas grandes superfícies. Quem votasse ganhava um vale desconto e habilitava-se a um novo governo.
segunda-feira, abril 30, 2012
Estreia da bicicleta
O primeiro passeio foi por aqui
Não tem grande graça mostrar num mapa a volta que se deu, mas queria perceber esta tecnologia por isso resolvi publicar o mapa. Andar de bicicleta fica entre cansativo, chato, divertido e relaxante. A melhor parte é cumprimentar quem se cruza connosco e assustar os peões da ciclovia. A segunda melhor parte é que o capacete esconde a careca, mas agrava a cara de parvo. A terceira melhor parte é perceber que Lisboa é mais pequena do que se imagina e que ir à Feira do Livro, ao estádio da Luz ou à Expo leva pouco mais que uma centena de calorias.
Não tem grande graça mostrar num mapa a volta que se deu, mas queria perceber esta tecnologia por isso resolvi publicar o mapa. Andar de bicicleta fica entre cansativo, chato, divertido e relaxante. A melhor parte é cumprimentar quem se cruza connosco e assustar os peões da ciclovia. A segunda melhor parte é que o capacete esconde a careca, mas agrava a cara de parvo. A terceira melhor parte é perceber que Lisboa é mais pequena do que se imagina e que ir à Feira do Livro, ao estádio da Luz ou à Expo leva pouco mais que uma centena de calorias.
Faça-se luz
A coisa parecia ser simples. Trocar a lâmpada da escada. Tirar o olho-de-boi substituir a lâmpada e voltar a colocar o olho-de-boi. Bem sei que eu tenho o dom de arruinar as mais simples tarefas e transformar a troca de uma lâmpada numa chamada para o piquete da EDP, é um cenário viável quando a tarefa me cabe a mim. Foi neste contexto, que aceitei de bom grado a disponibilidade do meu amigo para executar a tarefa. Afinal de contas, ainda na sexta-feira e porque fui ao mercado das flores do MARL, enchi-lhe a casa de flores o que, segundo ele, elevou para patamares difíceis a fasquia das surpresas florais que ele faz à sua mulher. Estava portanto na hora de ele retribuir o mimo e elevar a fasquia da bricolage, envergonhando-me na substituição de uma lâmpada. E a verdade é que ficou lá perto. Mea culpa que comecei por lhe dar uma lâmpada de dimensões exageradas para o olho de boi, e claro está, quando colocou o olho de boi, estalou o vidro da dita e o baixo consumo transformou-se em consumo nenhum. Nada demais, uma lâmpada partida. Venha outra, agora de dimensões adequadas. Aquilo não é fácil. Envolve estar em cima do escadote, lâmpada numa mão, chave de parafusos na outra, tirar o olho de boi, ainda por cima com o acordo ortográfico ele não sabia se havia de colocar hífens no olho-de-boi, e irritou-se com aquilo de tal maneira que, com estrondo, partiu o olho de boi e por pouco, os cacos não foram parar ao patamar da escada onde está o aquário dos vizinhos com uns 5 discos que valem centenas de euros. Antes assim que ia ser difícil explicar ao vizinho, que aquele novo ornamento em vidro ficava a matar no aquário. Ora sem a questão do acordo ortográfico tudo ficou mais simples. Lá está mesmo por cima da minha porta, um casquilho com uma lâmpada sem essas mariquices de olho de boi. Não fosse a lâmpada ser de 25 w, que a outra mais poderosa partiu-se no processo de troca, e o meu patamar ficava com tanta luz que parecia o estádio da Luz. Lá está. Outra razão para o homem estar enervado, logo ontem o glorioso entregou o título ao rival nortenho (tomara que o sistema de rega e a iluminação dos aliados estejam afinados). Não me inquieto, a coisa está bonita sem olho de boi e a minha mulher está convencida que afinal eu tenho alguma perícia para a troca de lâmpadas.
terça-feira, abril 24, 2012
25 Abril Sempre
Se o festejo, se o lembro, se o celebro, se me vem à memória a anti-aérea que eu e a minha irmã montámos no quintal lá de casa para abater os aviões que levavam os fascistas para fora do país é porque me apetece. Ninguém tem nada com isso. Terá tido alguns excessos e pode-se-lhe apontar o dedo porque tanta liberdade permite que o Miguel Sousa Tavares tenha simultâneamente livros de culinária editados e crises de azia na televisão e que a Alexandra Lencastre e a Bárbara Guimarães estejam em directo ao mesmo tempo o que é um exagero de copas para Domingo à noite. Mesmo com estes exageros, o 25 de Abril será sempre uma lição de determinação e um motivo de orgulho.
domingo, abril 22, 2012
Ciclovias de Lisboa
Não há ninguém tão precoce como o Sirenes. Aos 6 anos consegue largar as rodinhas da bicicleta e existe uma forte possibilidade de largar as braçadeiras aos 7. Por este andar é capaz de largar as fraldas aos 8, aprender a ler aos 9 e a usar os talheres antes dos 12. É um fenómeno, o mais novo dos Marias.
À conta de uma ascensão meteórica na arte de bem pedalar, podemos estrear a cinco, uma passeata de bicicleta pelas ciclovias de Lisboa. Uns inacabáveis 11 quilómetros que nos levaram ao Campo Pequeno, Campo Grande, Rotunda do Relógio, Feira do Relógio (aqui temi que o itinerário fosse abruptamente interrompido pela superior interesse da estreia na visita à feira. Prevaleceu o bom senso e continuámos a pedalar), Lumiar, Estação do Oriente e Expo.
Tanta caloria queimada justifica que o passeio na zona da Expo tivesse como único propósito a descoberta de um local adequado à gastronomia e assim foi. Passeámos numa zona que mais parecia a alameda dos rodízios, o que provocou algum frenesim na putalhada, mas lá nos detivemos numa pizzaria que os hidratos de carbono são essenciais a quem faz tanto exercício. O regresso, e porque com o estômago cheio não convém pedalar para prevenir indigestões, foi feito de metro. Não saiu barata a brincadeira (quase o preço do almoço) e colocar 5 bicicletas numa carruagem é um puzzle de dificuldade equivalente a um sudoku de três estrelas.
Chegámos a casa mais mortos que vivos que as estações de metro têm elevadores, mas não operam muito que a manutenção está pela hora da morte e a receita dos bilhetes aparentemente não chega para estes luxos. Tamanho cansaço que o sofá nos adormeceu a quase todos e, para compensar o esforço. no final do jantar, a ingestão de açucares aconteceu com naturalidade (à conta de pastéis de Nata da Aloma que ganharam recentemente importante distinção).
Concluindo, e entre os 5, a aventura ciclista conferiu-nos uns 10 quilos extra, e outros tantos euros a menos na aquisição dos títulos de transporte do Metropolitano de Lisboa. A ciclovia é nossa amiga, porque nos dá muito semáforo para atravessar, muita pizza, muitos lisboa vivas, muitas calorias e sobretudo muito divertimento.
quarta-feira, abril 11, 2012
Extinção da MAC
Antes deste Pedro, o último primeiro ministro social democrata também se chamava Pedro. Este é mais Coelho o anterior é mais Lopes. Acontece que a dada altura do seu mandato, Pedro Santana Lopes comparou o seu governo com um bebé numa incubadora, e dizia ele, quem passava pela incubadora, ao invés de cuidar do indefeso recém-nascido, aproveitava para espetar uns tabefes no prematuro. Chamemos-lhe a síndrome da incubadora.
Este Pedro ficou impressionado com a metáfora, e resolveu, à semelhança do pai da bela adormecida que mandou destruir todas as rocas de fuso, mandar extinguir com todos os locais onde haja incubadoras. E não há melhor local para começar do que a maior maternidade do país: a MAC. E para os mais distraídos, MAC não quer dizer Medida À Coelho nem Merda à Coelho, significa Maternidade Alfredo da Costa. E pasme-se, sendo a maior do país, é exemplo pela qualidade e eficácia do serviço que presta. Pode não ter tanto glamour como a Auto-Europa, mas é também um centro de excelência e tendo em conta o número de pessoas que emigra hoje em dia, deve ser dos mais importantes exportadores do país.
Francamente Pedro, que ideia mais parva esta de acabar com a MAC, nem o Bill Gates te compreende. E olha que não há ninguém que saiba mais sobre “vontade súbita de extinguir MAC’s” que o Bill Gates. Combinamos assim Pedro, tiras esta ideia da cabeça, mas em vez de a tirares através dos métodos tradicionais, o melhor é provocar um parto desta ideia. Assim daqueles tão rápidos que já nem dá para levares epidural. Quando estiveres com contracções de dois em dois minutos e alguns dez dedos de dilatação, vais descobrir que esta ideia afinal são gémeos: um grande equívoco e um tremendo disparate.
Este Pedro ficou impressionado com a metáfora, e resolveu, à semelhança do pai da bela adormecida que mandou destruir todas as rocas de fuso, mandar extinguir com todos os locais onde haja incubadoras. E não há melhor local para começar do que a maior maternidade do país: a MAC. E para os mais distraídos, MAC não quer dizer Medida À Coelho nem Merda à Coelho, significa Maternidade Alfredo da Costa. E pasme-se, sendo a maior do país, é exemplo pela qualidade e eficácia do serviço que presta. Pode não ter tanto glamour como a Auto-Europa, mas é também um centro de excelência e tendo em conta o número de pessoas que emigra hoje em dia, deve ser dos mais importantes exportadores do país.
Francamente Pedro, que ideia mais parva esta de acabar com a MAC, nem o Bill Gates te compreende. E olha que não há ninguém que saiba mais sobre “vontade súbita de extinguir MAC’s” que o Bill Gates. Combinamos assim Pedro, tiras esta ideia da cabeça, mas em vez de a tirares através dos métodos tradicionais, o melhor é provocar um parto desta ideia. Assim daqueles tão rápidos que já nem dá para levares epidural. Quando estiveres com contracções de dois em dois minutos e alguns dez dedos de dilatação, vais descobrir que esta ideia afinal são gémeos: um grande equívoco e um tremendo disparate.
quarta-feira, abril 04, 2012
Quaresma
No final da quaresma é sempre a mesma história. A via sacra. O calvário.
Contando com as substituições, este Jesus teve uns 14 discípulos mas sem centrais de raiz.
Mas o que conta mesmo, é que este, depois de crucificado, tem até segunda feira para a ressurreição. Cinco dias. Cinco. Mais dois que o outro. Não há desculpas.
Contando com as substituições, este Jesus teve uns 14 discípulos mas sem centrais de raiz.
Mas o que conta mesmo, é que este, depois de crucificado, tem até segunda feira para a ressurreição. Cinco dias. Cinco. Mais dois que o outro. Não há desculpas.
segunda-feira, março 26, 2012
Mudança da Hora
Alternativas à noite de Sábado para Domingo para a mudança da hora:
- na Sexta Feira uma hora antes de sair do trabalho. "Daqui uma hora saio, já está. Bom fim de semana"
- na segunda feira à noite durante o prós e contras
- num discurso do Victor Gaspar "Sr Ministro, já leva uma hora de atraso para o próximo compromisso. É melhor apressar-se"
- na eventualidade do Benfica estar a ganhar injustamente a uma hora do fim do jogo.
- quando me sento na cadeira do dentista. Próximo paciente se faz favor.
- quando começa um bloco de publicidade na TVI
- na noite do Domingo para Segunda, de preferência se estiver a dar aquela coisa. Já vi estas fuças nalgum sítio. Se é para estragar o dia a seguir que se estrague a segunda que já vem sempre azeda.
- na Sexta Feira uma hora antes de sair do trabalho. "Daqui uma hora saio, já está. Bom fim de semana"
- na segunda feira à noite durante o prós e contras
- num discurso do Victor Gaspar "Sr Ministro, já leva uma hora de atraso para o próximo compromisso. É melhor apressar-se"
- na eventualidade do Benfica estar a ganhar injustamente a uma hora do fim do jogo.
- quando me sento na cadeira do dentista. Próximo paciente se faz favor.
- quando começa um bloco de publicidade na TVI
- na noite do Domingo para Segunda, de preferência se estiver a dar aquela coisa. Já vi estas fuças nalgum sítio. Se é para estragar o dia a seguir que se estrague a segunda que já vem sempre azeda.
quarta-feira, março 21, 2012
O Ponto Ginásio
Ao que parece, a tvi andou a investigar e descobriu que as mulheres têm orgasmos no ginásio. Ora porra para isto. Um tipo não tem descanso. Primeiro o vaginal, depois o clitoriano. Sim senhor. Tudo muito bem, não há nada como ter um plano B.
Depois vem esta história do ponto G. Que é dois dedos acima assim como quem vai, entre isto e aquilo, na parede do lado de cá .... e anda um tipo feito doido há que tempos à procura do tal do ponto G, a ouvir notícias que se calhar não existe, que se trata de um mito urbano e eis que num repente pumba. Afinal também é no ginásio.
Isso fica onde ? Pelo nome deve ser difícil de encontrar. Já há livros sobre o tema ? "Descubra o ginásio da sua parceira em 21 simples passos" ... "Torne-se o maior ginasta da sua companheira" ... "Flick flack à retaguarda e ela até vê estrelas"
Depois vem esta história do ponto G. Que é dois dedos acima assim como quem vai, entre isto e aquilo, na parede do lado de cá .... e anda um tipo feito doido há que tempos à procura do tal do ponto G, a ouvir notícias que se calhar não existe, que se trata de um mito urbano e eis que num repente pumba. Afinal também é no ginásio.
Isso fica onde ? Pelo nome deve ser difícil de encontrar. Já há livros sobre o tema ? "Descubra o ginásio da sua parceira em 21 simples passos" ... "Torne-se o maior ginasta da sua companheira" ... "Flick flack à retaguarda e ela até vê estrelas"
segunda-feira, março 19, 2012
Não há coincidências
... em conversas de fim de semana, comentava-se o actual estado da blogosfera doméstica. De há meia dúzia de anos a esta parte, em que se transformou o animado mundo dos blogues. Em que blogosfera crescemos e em que blogosfera vivemos. Parece ser mais pobre do que outrora foi. Não me queixo. Continuo a escrever o que me apetece e quando me apetece. Mesmo que os sinais sejam, de que a blogosfera, convergiu para pontos semelhantes aos da literatura, jornalismo, política, televisão e música.
Se a Margarida vende tantos livros, o Correio da Manhã tantos jornais, o Aníbal convence tanta gente, o Tony faz carreira de sucesso, e a Casa dos Segredos assegura audiências, qual o espanto do mundo dos blogues domésticos girar em torno de um casal com tiques de Heidi e Pedro suburbanos?
Se a Margarida vende tantos livros, o Correio da Manhã tantos jornais, o Aníbal convence tanta gente, o Tony faz carreira de sucesso, e a Casa dos Segredos assegura audiências, qual o espanto do mundo dos blogues domésticos girar em torno de um casal com tiques de Heidi e Pedro suburbanos?
quinta-feira, março 15, 2012
Para acabar de vez com a confusão entre há e à
Há muito tempo que te não escrevo. Fazer-me à caneta e ao papel e deixar as palavras fluírem à vez, até à folha vazia. Há sempre tanta coisa a acontecer à nossa volta, que dias há, em que à tarde, já merecíamos ser noite. Há-de ser à tua beira, à beira mar, que descubro que ainda há sonho por sonhar. Há noites em que às vezes te sonho às cores, porque os invades, ainda que à minha revelia. Nem sequer ficas à boca de cena, fazes à tua maneira, e eu assim, rendido à tua presença. Hás-de ser assim. Há que ser assim, à descarada. Como um cheque mate. Como um ás de trunfo.
quarta-feira, março 14, 2012
Em vez dum blog ...
... eu gostava mesmo era de escrever prefácios, como o nosso presidente. É uma forma elegante de encerrar casos mal resolvidos e de publicitar novos desenvolvimentos. As entrevistas são muito interactivas e democráticas e os prefácios adequam-se mais ao Cavaquismo.
Com o afecto que nutre por Sócrates e com estas crises de azia, não me estranha que o Aníbal seja o resultado do cruzamento da Manuela Moura Guedes com o Miguel Sousa Tavares (Deus me proteja de sequer imaginar o momento da concepção). Pena que além da estima da mãe pelo ex primeiro ministro, não tenha também herdado a boca. Faz-lhe tanta falta para a entrada de bolo rei e para a saída de barbaridades sobre as reformas.
Com o afecto que nutre por Sócrates e com estas crises de azia, não me estranha que o Aníbal seja o resultado do cruzamento da Manuela Moura Guedes com o Miguel Sousa Tavares (Deus me proteja de sequer imaginar o momento da concepção). Pena que além da estima da mãe pelo ex primeiro ministro, não tenha também herdado a boca. Faz-lhe tanta falta para a entrada de bolo rei e para a saída de barbaridades sobre as reformas.
segunda-feira, março 12, 2012
A seguir ao Benfica, é o Sporting o meu clube do coração
Hoje de manhã o Manel Maria pediu para lhe levar o Record. Acedo, claro está. O meu Sportinguista mais lindo, depois do resultado de ontem, acordou com a intenção de se estrear na leitura de jornais desportivos. Esta vontade decorre de uma conversa em que lhe expliquei que um jogo bem saboreado, só acaba com a leitura de um diário desportivo do dia seguinte. É como a sobremesa de uma refeição apreciada.
Para evitar a censura e a tesourada no diário desportivo, sinceramente rezo para que o Record, além das novidades de cariz competitivo, não exiba anúncios de senhoras sós, sem tabus e de bumbum gostoso.
O Sporting ontem ganhou de mão cheia a uma equipa de reconhecido valor. E em cada golo marcado, o do meio, explodia de felicidade, incentivava os jogadores a marcarem só mais um e cantava coisas como “só eu sei porque não fico em casa” (paradoxal porque estávamos em casa) e “o Sporting é o nosso grande amor”. Este rapaz sabe pouco sobre o tema “a diferença entre ver jogos em casa e jogos no estádio”, e se não tenho cuidado, ainda me começa a lançar fumos verdes e brancos no meio da sala.
Não é a primeira vez que me desarmo perante a felicidade do petiz quando o Sporting vai de feição, mas verdade seja dita, o rapaz loiro de caracóis emociona-se mesmo. A ponto de me contagiar em euforia. O rapaz é do Sporting à mesma razão que os músicos são dos instrumentos que tocam e que os poetas são das canções bonitas. Se calhar foi de ter caído para a barriga da mãe quando o médico que fazia a cesariana o largou ao saber do empate do Sporting com o Santa Clara. Se calhar foi de ter levado uma palmada na fralda que o deixou quase partido ao meio, quando o Benfica sofreu o golo da derrota a dois minutos do fim e o estupor do miúdo, desde o início da segunda parte, não se cansava de jogar à espada com a televisão. Se calhar foi só porque sim. O que quer que tenha sido, todo aquele rapaz é às listas verdes e brancas, e como quem meus filhos ama, minha boca adoça, a seguir ao Benfica, o Sporting é o meu clube do coração (Obrigado Wolfswinkel, Matías, Izmailov e Jeffrén pelos 5 doces de ontem).
Não o digo com ironia, por ser um clube que dá muitas alegrias aos adeptos adversários, nem por ser casado com uma Sportinguista, nem como bofetada com luva branca aos sportinguistas que sofrem de anti-benfiquismo, tampouco por compaixão da actual e pouco saudável situação desportiva e financeira do eterno rival. Digo-o por clubismo. Digo-o por gostar mesmo de ver o Sporting ganhar, excepto nas duas ou três ocasiões por época em que defrontam a minha primeira opção. Nisto dos clubes, a seguir ao Benfica o Sporting é o meu grande amor.
Meu amor, hoje levo o Record para casa, e vamos vê-lo juntos. Começamos por dar notas de 1 a 20 aos rabos e às mamas que por lá aparecerem e depois lemos o resumo, os comentários e as declarações sobre o CINCAZERO de ontem.
Para evitar a censura e a tesourada no diário desportivo, sinceramente rezo para que o Record, além das novidades de cariz competitivo, não exiba anúncios de senhoras sós, sem tabus e de bumbum gostoso.
O Sporting ontem ganhou de mão cheia a uma equipa de reconhecido valor. E em cada golo marcado, o do meio, explodia de felicidade, incentivava os jogadores a marcarem só mais um e cantava coisas como “só eu sei porque não fico em casa” (paradoxal porque estávamos em casa) e “o Sporting é o nosso grande amor”. Este rapaz sabe pouco sobre o tema “a diferença entre ver jogos em casa e jogos no estádio”, e se não tenho cuidado, ainda me começa a lançar fumos verdes e brancos no meio da sala.
Não é a primeira vez que me desarmo perante a felicidade do petiz quando o Sporting vai de feição, mas verdade seja dita, o rapaz loiro de caracóis emociona-se mesmo. A ponto de me contagiar em euforia. O rapaz é do Sporting à mesma razão que os músicos são dos instrumentos que tocam e que os poetas são das canções bonitas. Se calhar foi de ter caído para a barriga da mãe quando o médico que fazia a cesariana o largou ao saber do empate do Sporting com o Santa Clara. Se calhar foi de ter levado uma palmada na fralda que o deixou quase partido ao meio, quando o Benfica sofreu o golo da derrota a dois minutos do fim e o estupor do miúdo, desde o início da segunda parte, não se cansava de jogar à espada com a televisão. Se calhar foi só porque sim. O que quer que tenha sido, todo aquele rapaz é às listas verdes e brancas, e como quem meus filhos ama, minha boca adoça, a seguir ao Benfica, o Sporting é o meu clube do coração (Obrigado Wolfswinkel, Matías, Izmailov e Jeffrén pelos 5 doces de ontem).
Não o digo com ironia, por ser um clube que dá muitas alegrias aos adeptos adversários, nem por ser casado com uma Sportinguista, nem como bofetada com luva branca aos sportinguistas que sofrem de anti-benfiquismo, tampouco por compaixão da actual e pouco saudável situação desportiva e financeira do eterno rival. Digo-o por clubismo. Digo-o por gostar mesmo de ver o Sporting ganhar, excepto nas duas ou três ocasiões por época em que defrontam a minha primeira opção. Nisto dos clubes, a seguir ao Benfica o Sporting é o meu grande amor.
Meu amor, hoje levo o Record para casa, e vamos vê-lo juntos. Começamos por dar notas de 1 a 20 aos rabos e às mamas que por lá aparecerem e depois lemos o resumo, os comentários e as declarações sobre o CINCAZERO de ontem.
sexta-feira, março 09, 2012
Faltas-me
Gosto de chuva. Além de molhar tolos, quebra rotinas e traz cheiros. Terra acabada de molhar. Gosto das gotas nos vidros e do barulho que faz. Ainda que na cidade. Ainda que sem lareira, sem mantas e sem livro ao fim de tarde. Ainda assim gosto-a e de me embalar nos sons. São fáceis de entender. Não chove muito há tanto. Há que tempos. Há tempos assim. Secam-me os sentidos.
quarta-feira, fevereiro 29, 2012
Aula do Sirenes
Às vezes isto também pode ser um baby blog ou lá como é que isso se chama.
A escola do mais novo promove, todos os anos, o dia em que os pais visitam as salas de aula dos respectivos filhos. Há 10 anos que participo nestes eventos e anos houve em que fui a três aulas, o que, maledicência à parte, roçava os limites da seca descomunal. Este ano foi só o mais novo pelo que o programa foi encarado como light.
Esta aulas são normalmente preparadas com algum cuidado pelas professoras (o que não evita alguns deslizes sobretudos nas matemáticas, ou pelo menos é nesta área que eu dou mais pela gafe), e são férteis em baba paternal e maternal. A de ontem contou com a presença do pai da Ana, que é figura televisiva de relevo e transborda simpatia o que animou ainda mais as mães, divididas entre as proezas dos filhos e o charme do rapaz giro e simpático.
A professora fazia perguntas aos alunos que na excitação da presença dos pais se atropelavam em braços no ar e em respostas dadas antes da autorização da professora. Até que chegou a vez da pergunta para o sirenes:
Professora - António. Então sete vezes quatro serão quantos ?
(eu para o António em surdina que ele é meu filho e tem que fazer boa figura) - vinte e oito
António para a Professora baixinho - vinte e oito
O João para a Professora mais alto - são vinte e oito
A professora não ligando ao contributo do João - Então António sete vezes quatro ?
António - Já disse
A professora para o António - Sim o João já disse, mas não quer dizer que esteja bem e portanto o António vai dizer quanto é sete vezes quatro.
António para a professora - eu disse mas não foi por o João já ter dito, foi o meu pai quem me disse baixinho. VINTE E OITO
Eu - não sei onde este miúdo anda a aprender a mentir. Em casa não é de certeza. Parece parvo. Agora o pai vai sair que tem que ir trabalhar. Bom dia a todos.
A escola do mais novo promove, todos os anos, o dia em que os pais visitam as salas de aula dos respectivos filhos. Há 10 anos que participo nestes eventos e anos houve em que fui a três aulas, o que, maledicência à parte, roçava os limites da seca descomunal. Este ano foi só o mais novo pelo que o programa foi encarado como light.
Esta aulas são normalmente preparadas com algum cuidado pelas professoras (o que não evita alguns deslizes sobretudos nas matemáticas, ou pelo menos é nesta área que eu dou mais pela gafe), e são férteis em baba paternal e maternal. A de ontem contou com a presença do pai da Ana, que é figura televisiva de relevo e transborda simpatia o que animou ainda mais as mães, divididas entre as proezas dos filhos e o charme do rapaz giro e simpático.
A professora fazia perguntas aos alunos que na excitação da presença dos pais se atropelavam em braços no ar e em respostas dadas antes da autorização da professora. Até que chegou a vez da pergunta para o sirenes:
Professora - António. Então sete vezes quatro serão quantos ?
(eu para o António em surdina que ele é meu filho e tem que fazer boa figura) - vinte e oito
António para a Professora baixinho - vinte e oito
O João para a Professora mais alto - são vinte e oito
A professora não ligando ao contributo do João - Então António sete vezes quatro ?
António - Já disse
A professora para o António - Sim o João já disse, mas não quer dizer que esteja bem e portanto o António vai dizer quanto é sete vezes quatro.
António para a professora - eu disse mas não foi por o João já ter dito, foi o meu pai quem me disse baixinho. VINTE E OITO
Eu - não sei onde este miúdo anda a aprender a mentir. Em casa não é de certeza. Parece parvo. Agora o pai vai sair que tem que ir trabalhar. Bom dia a todos.
segunda-feira, fevereiro 27, 2012
Feira da Ladra
... na passada Terça Feira. O objectivo era comprar Vinis para a parede da zona audio e vídeo lá da casa.
A animação foi muito para além disso. Porque eles nunca lá tinham ido, porque o do meio saiu de lá com a certeza de voltar para vender a casa se for caso disso e o recheio se preciso for, porque o mais novo encontrou brinquedos giros de há 30 anos atrás, porque o mais velho teve que ser afastado à força, de uma banca carregadinha de revistas e de filmes com muitas imagens de gosto duvidoso e de poucos diálogos. Além de artigos em segunda mão, também se estendiam na estrada e nos passeios, memórias das idas à feira para ganhar uns trocos. Foi com dinheiro dos meus dias de feirante, que fui tantas vezes acampar e que consegui comprar o bilhete para ver ver o Benfica perder por 4 a 1 com o Liverpool. Se o resultado financeiro sabia bem, a jornada de feirante regateador sabia ainda melhor.
Como há anos atrás regressámos a casa com a sensação de dever cumprido. E olha que a parede não ficou nada mal
A animação foi muito para além disso. Porque eles nunca lá tinham ido, porque o do meio saiu de lá com a certeza de voltar para vender a casa se for caso disso e o recheio se preciso for, porque o mais novo encontrou brinquedos giros de há 30 anos atrás, porque o mais velho teve que ser afastado à força, de uma banca carregadinha de revistas e de filmes com muitas imagens de gosto duvidoso e de poucos diálogos. Além de artigos em segunda mão, também se estendiam na estrada e nos passeios, memórias das idas à feira para ganhar uns trocos. Foi com dinheiro dos meus dias de feirante, que fui tantas vezes acampar e que consegui comprar o bilhete para ver ver o Benfica perder por 4 a 1 com o Liverpool. Se o resultado financeiro sabia bem, a jornada de feirante regateador sabia ainda melhor.
Como há anos atrás regressámos a casa com a sensação de dever cumprido. E olha que a parede não ficou nada mal
segunda-feira, fevereiro 20, 2012
A gente não semos a Grécia
Sempre assim foi, desde pequeno. Cada tentativa que fazia de me comparar com quem quer que fosse para justificar comportamento ou desempenho, morria à nascença com uma frase tipo "As comparações não servem de argumento" ou "Acontece que o x não é nosso filho" se a comparação fosse do tipo "Mas o x pode fazer isto". Aprendi e pratico regularmente. Evito sempre na vida pessoal ou profissional, fazer comparações. As variáveis são tantas que as comparações com uma variável, só dão argumentos a quem as ouve e nunca a quem as faz. Se algum dos meus selvas se tenta fazê-las para justificar uma acção, uma nota na escola ou para enquadrar um pedido sobre o qual tenho dúvidas, já sabe que o mais certo é a nega.
Nos últimos tempos, a comparação pela negativa tem aparecido entre os nossos governantes e a vítima é sempre a mesma: a Grécia. Cavaco, Passos, Portas e seus discípulos têm insistido na lógica do “Nós não somos a Grécia”. A propósito disso, um grupo de personalidades lançou um manifesto contra a tendência cada vez mais recorrente em Portugal de fugir às críticas com a frase «nós não somos a Grécia».
Eu também sou contra esta argumentação. Primeiro por uma questão linguística, depois por uma questão desportiva e por fim por uma questão cultural.
Do ponto de vista linguístico, e aproximando-me da linguagem popular, é mais que sabido que a frase “Nós não somos a Grécia” não tem qualquer efeito sobre a opinião pública. A não ser a exclamação: “Que vergonha!!! Este primeiro ministro não sabe falar. Parece que não foi à escola. Coitado, vive em Massamá, já se vê. Então, está-se mesmo a ver que o que ele quer dizer é ‘ A gente não semos a Grécia’ . E é este ingnorante nosso Primeiro Ministro”
Desportivamente “Nós não somos a Grécia”, corresponde a mexer numa ferida ainda não cicatrizada. A do Euro2004. Pois não somos, não. Se fossemos, tínhamos ganho o caneco. Não tínhamos passado por aquela vergonha na Catedral. Estádio cheio, ruas inundadas de gentes que aguardavam explodir o golo do Rui, do Luís ou do Cristiano. Ao invés, implodiram de desilusão para casa. Não sermos a Grécia, relembra-nos o fracasso e isso é desnecessário nos tempos que correm.
Finalmente, “Nós não somos a Grécia” é culturalmente uma verdade La Paliciana. Os Gregos têm muito mais orgulho do Sócrates deles, que nós do nosso. E com toda a razão.
Nos últimos tempos, a comparação pela negativa tem aparecido entre os nossos governantes e a vítima é sempre a mesma: a Grécia. Cavaco, Passos, Portas e seus discípulos têm insistido na lógica do “Nós não somos a Grécia”. A propósito disso, um grupo de personalidades lançou um manifesto contra a tendência cada vez mais recorrente em Portugal de fugir às críticas com a frase «nós não somos a Grécia».
Eu também sou contra esta argumentação. Primeiro por uma questão linguística, depois por uma questão desportiva e por fim por uma questão cultural.
Do ponto de vista linguístico, e aproximando-me da linguagem popular, é mais que sabido que a frase “Nós não somos a Grécia” não tem qualquer efeito sobre a opinião pública. A não ser a exclamação: “Que vergonha!!! Este primeiro ministro não sabe falar. Parece que não foi à escola. Coitado, vive em Massamá, já se vê. Então, está-se mesmo a ver que o que ele quer dizer é ‘ A gente não semos a Grécia’ . E é este ingnorante nosso Primeiro Ministro”
Desportivamente “Nós não somos a Grécia”, corresponde a mexer numa ferida ainda não cicatrizada. A do Euro2004. Pois não somos, não. Se fossemos, tínhamos ganho o caneco. Não tínhamos passado por aquela vergonha na Catedral. Estádio cheio, ruas inundadas de gentes que aguardavam explodir o golo do Rui, do Luís ou do Cristiano. Ao invés, implodiram de desilusão para casa. Não sermos a Grécia, relembra-nos o fracasso e isso é desnecessário nos tempos que correm.
Finalmente, “Nós não somos a Grécia” é culturalmente uma verdade La Paliciana. Os Gregos têm muito mais orgulho do Sócrates deles, que nós do nosso. E com toda a razão.
quarta-feira, fevereiro 15, 2012
Efeitos Colaterais
Ele anda apreensivo com a situação do seu clube. Meu rico loiro dos caracóis sportinguista. Que fado o teu.
No regresso de um treino de andebol estivemos a falar sobre a situação do seu clube. O resultado, em jeito indignado, foi este comentário que ele colocou no facebook, no mural do grupo "Quantos SPORTINGUISTAS Somos ?":
"Então no domingo não havia razões nenhumas para mandar o treinador fora e segunda já há?! O que é isto ?! São os homens que vão reclamar e protestar no aeroporto que mandam na direção ?! Isto é que é o Sporting ?! Isto é que é o Sporting ?! Assim vamos longe vamos... Continuem assim que é isso que devem fazer..."
Meu rico leãozinho. Até tenho vontade que o Sporting seja depressa campeão, só para te ver em festejos.
O Sporting não é o meu grande amor, mas tenho um grande amor pelos Sportinguistas lá de casa.
No regresso de um treino de andebol estivemos a falar sobre a situação do seu clube. O resultado, em jeito indignado, foi este comentário que ele colocou no facebook, no mural do grupo "Quantos SPORTINGUISTAS Somos ?":
"Então no domingo não havia razões nenhumas para mandar o treinador fora e segunda já há?! O que é isto ?! São os homens que vão reclamar e protestar no aeroporto que mandam na direção ?! Isto é que é o Sporting ?! Isto é que é o Sporting ?! Assim vamos longe vamos... Continuem assim que é isso que devem fazer..."
Meu rico leãozinho. Até tenho vontade que o Sporting seja depressa campeão, só para te ver em festejos.
O Sporting não é o meu grande amor, mas tenho um grande amor pelos Sportinguistas lá de casa.
Que trapalhada
A mesma dor, o mesmo fim. A mesma doença que teimam dizê-la prolongada. Prolongada uma merda. Antes cruel, fria e despida de todos os escrúpulos. Injusta e desequilibrada como as forças numa alavanca.
E esse mesmo local, as mesmas lágrimas. Que trapalhada dizias tu. Que trapalhada amigo.
Havia de ser um acorde de Keith Jarrett em Colónia, ou uma canção do Fanhais, ou uma carta lida em voz alta. Ouviam-se mal as palavras ali atrás. Diziam da força com que te agarraste no convés do navio varrido pelas vagas imensas. Essa mesma força que te arrancaram à bruta e se fez estéril no brutal confronto. Havia de ser mais fácil. Que trapalhada.
E esse mesmo local, as mesmas lágrimas. Que trapalhada dizias tu. Que trapalhada amigo.
Havia de ser um acorde de Keith Jarrett em Colónia, ou uma canção do Fanhais, ou uma carta lida em voz alta. Ouviam-se mal as palavras ali atrás. Diziam da força com que te agarraste no convés do navio varrido pelas vagas imensas. Essa mesma força que te arrancaram à bruta e se fez estéril no brutal confronto. Havia de ser mais fácil. Que trapalhada.
sábado, fevereiro 04, 2012
Silicone no sítio certo
Para os que menos frequentam casas de banho masculinas, ou para os que, frequentando, se preocupam mais em olhar para o lado do que para baixo, informo aqui que, de há largos anos a esta parte, as redes de metal e as bolas de naftalina, têm vindo a ser substituídas por placas de silicone que libertam agradáveis odores e que são anti-bacterianas.
Fica a informação portanto.
O silicone, se colocado em sítio próprio, pode ser muito útil.
A propósito. Quantos buracos tem a maioria dos urinóis ?
Fica a informação portanto.
O silicone, se colocado em sítio próprio, pode ser muito útil.
A propósito. Quantos buracos tem a maioria dos urinóis ?
quarta-feira, fevereiro 01, 2012
Passos Coelho às Compras
Li uma notícia que dava conta de uma ida às compras de Pedro Passos Coelho. A notícia relatava que as compras de Passos Coelho num hipermercado se traduziram num litro de leite, numa garrafa de Coca-cola, comida para o cão e sumos.
Então isto justifica uma ida ao hipermercado ? A sério. Imagine-se ele em família, na sua casa de Massamá e o sítio mais à mão para ir às compras é no Continente da Amadora. Mesmo com cartão do continente e com cupões de desconto, aquelas 4 coisas não justificam IC19 e cabos de Ávila. É a este homem que entregámos os destinos do nosso país? E além da distância, as grandes opções para o cabaz de compras são um desastre:
- comida para o cão - Pedro: faça como o Aníbal, dê-lhe restos que os cães são como os portugueses. Habituam-se a tudo e mesmo que os trate mal, continuam a adorá-lo.
- sumos. Sumos ??? Mas lá estamos em tempos de sumo ? Compre fruta nacional e esprema-a. Como faz com as reformas. Assim muito espremidinhas.
- 1 pacote de Leite. Sinceramente. Bem sei que o Aníbal gosta de ver as vacas a sorrir e que ultimamente o Pedro não gosta de ver o Aníbal a sorrir. Mas as vacas não têm culpa. Compre seis litrinhos, que com um litro de leite não vai longe. Estamos a falar de leite, não é de gasóleo que custa o triplo, nem é de leite de chocolate com iva a nãoseiquantos.
- Coca Cola ? Com esta é que se arruinou. Num cabaz de 4 produtos, um é de uma empresa estrangeira ? Ainda por cima a água suja do imperialismo americano ? Mas onde é que o Pedro anda com a cabeça ? Então o Pedrinho de São Bento aposta nas exportações e o Pedrinho de Massamá quer é enviar dinheirinho da sua conta para o estrangeiro ? Francamente.
É a este génio, que vai de Massamá aos Cabos de Àvila, comprar quatro cenas que o destino do nosso país está entregue. Da próxima vez ao menos convide o Vitor Gaspar para o almoço que sempre pode pedir uma ou outra coisa de caminho e ele sempre lhe ensina uns conceitos básicos de economia doméstica.
Então isto justifica uma ida ao hipermercado ? A sério. Imagine-se ele em família, na sua casa de Massamá e o sítio mais à mão para ir às compras é no Continente da Amadora. Mesmo com cartão do continente e com cupões de desconto, aquelas 4 coisas não justificam IC19 e cabos de Ávila. É a este homem que entregámos os destinos do nosso país? E além da distância, as grandes opções para o cabaz de compras são um desastre:
- comida para o cão - Pedro: faça como o Aníbal, dê-lhe restos que os cães são como os portugueses. Habituam-se a tudo e mesmo que os trate mal, continuam a adorá-lo.
- sumos. Sumos ??? Mas lá estamos em tempos de sumo ? Compre fruta nacional e esprema-a. Como faz com as reformas. Assim muito espremidinhas.
- 1 pacote de Leite. Sinceramente. Bem sei que o Aníbal gosta de ver as vacas a sorrir e que ultimamente o Pedro não gosta de ver o Aníbal a sorrir. Mas as vacas não têm culpa. Compre seis litrinhos, que com um litro de leite não vai longe. Estamos a falar de leite, não é de gasóleo que custa o triplo, nem é de leite de chocolate com iva a nãoseiquantos.
- Coca Cola ? Com esta é que se arruinou. Num cabaz de 4 produtos, um é de uma empresa estrangeira ? Ainda por cima a água suja do imperialismo americano ? Mas onde é que o Pedro anda com a cabeça ? Então o Pedrinho de São Bento aposta nas exportações e o Pedrinho de Massamá quer é enviar dinheirinho da sua conta para o estrangeiro ? Francamente.
É a este génio, que vai de Massamá aos Cabos de Àvila, comprar quatro cenas que o destino do nosso país está entregue. Da próxima vez ao menos convide o Vitor Gaspar para o almoço que sempre pode pedir uma ou outra coisa de caminho e ele sempre lhe ensina uns conceitos básicos de economia doméstica.
terça-feira, janeiro 31, 2012
A reforma de Cavaco Silva III
Qual Lucho, qual Djaló ... Cavaco no Barcelona (carregar aqui) e os problemas da reforma estão resolvidos
segunda-feira, janeiro 30, 2012
A reforma de Cavaco Silva II
O país futebolístico está agitado e o tema domina as conversas e notícias desta segunda feira de manhã.
De benfiquistas eufóricos por terem aumentado a diferença pontual para o Porto, a Sportinguistas satisfeitos por terem ganho o primeiro jogo de 2012 a portistas revoltados por terem sido roubados pela arbitragem ao mesmo tempo que o Benfica foi beneficiado.
Cavaco Silva, sempre atento ao desconforto alheio, já veio deitar água na fervura, com as seguintes declarações:
"Os adeptos do Porto não têm razões para considerarem que o Benfica foi beneficiado. O golo do Feirense na realidade foi inválido, porque é precedido de um golo mal anulado ao Feirense."
"É verdade que o Porto foi prejudicado, mas em tempos de crise temos que respeitar prioridades. Pinto da Costa, tal como eu, apercebeu-se que a sua reforma não vai dar para as despesas e naturalmente começou a cortar nas luvas aos árbitros."
"As vitórias são como o bolo Rei. Sabem melhor em Janeiro"
De benfiquistas eufóricos por terem aumentado a diferença pontual para o Porto, a Sportinguistas satisfeitos por terem ganho o primeiro jogo de 2012 a portistas revoltados por terem sido roubados pela arbitragem ao mesmo tempo que o Benfica foi beneficiado.
Cavaco Silva, sempre atento ao desconforto alheio, já veio deitar água na fervura, com as seguintes declarações:
"Os adeptos do Porto não têm razões para considerarem que o Benfica foi beneficiado. O golo do Feirense na realidade foi inválido, porque é precedido de um golo mal anulado ao Feirense."
"É verdade que o Porto foi prejudicado, mas em tempos de crise temos que respeitar prioridades. Pinto da Costa, tal como eu, apercebeu-se que a sua reforma não vai dar para as despesas e naturalmente começou a cortar nas luvas aos árbitros."
"As vitórias são como o bolo Rei. Sabem melhor em Janeiro"
sexta-feira, janeiro 20, 2012
Reforma de Aníbal Cavaco Silva
"Exmo Sr Aníbal:
Junto enviamos o orçamento solicitado para transformar em marquises todas as varandas do palácio de Belém.
Cientes de que a sua reforma não é suficiente para fazer face às despesas apresentadas, temos uma linha de crédito muito jeitosa, capaz de atenuar em suaves prestações tão avultado investimento.
Com os melhores cumprimentos
ALV Lda Alúminios Lacados e Vidros"
Junto enviamos o orçamento solicitado para transformar em marquises todas as varandas do palácio de Belém.
Cientes de que a sua reforma não é suficiente para fazer face às despesas apresentadas, temos uma linha de crédito muito jeitosa, capaz de atenuar em suaves prestações tão avultado investimento.
Com os melhores cumprimentos
ALV Lda Alúminios Lacados e Vidros"
quarta-feira, janeiro 18, 2012
Ai Portugal Portugal
Era uma vez, há muitos anos atrás, um Navio muito muito grande. Não tinha grandes condições e por isso mesmo, o comandante desse navio recebeu muito dinheiro para o modernizar. Motores, leme e casco tinham que ser renovados e depois disso, mas só depois, deveria o dinheiro servir para melhorar os camarotes, as infra estruturas e dotar o navio de serviços de boa qualidade que atraíssem os futuros passageiros. Acontece que o comandante desse navio, preferiu gastar o dinheiro com o embelezamento do navio e fez uma sala de jantar enorme, e um centro cultural, e pintou muitas coisas e colocou marquises em tudo o que era varanda para o mar. Depois dele outros comandantes vieram. Uns investiram muito na educação e nos salários dos tripulantes, outros pediram mais dinheiro emprestado para promover o navio, outros acharam que o navio devia ser escoltado por dois lindos submarinos, outros continuaram a adornar o navio esquecendo-se que o leme, o motor e o casco, embora com bom ar, não conseguiam suportar grandes viagens.
Era uma vez uma ilha onde havia gente que queria ver o navio de perto, em especial uma gorda alemã e um anão francês. E pediram e exigiram e ordenaram que o navio se aproximasse da ilha e que para tal ser possível, o navio tinha que conseguir passar no estreito Deficit que tinha águas muito baixas e portanto o navio tinha que conseguir manobrar muito bem.
O comandante do navio aproximou-se da ilha e fez um rombo no casco. Para tornar o navio mais leve começou por atirar borda fora bens essenciais do navio. E fê-lo uma, duas, três vezes, e quando chegou a quarta vez foi ele próprio atirado borda fora e substituído por outro comandante. Este outro comandante ainda é mais bruto que o anterior e atira fora tudo o que encontra pela frente. A tripulação inclusive.
A embarcação não consegue navegar no estreito Deficit, o rombo no casco é imenso, o navio já tombou e com ele grande parte da tripulação. O motor está encravado, e o leme desgovernado. A gorda e o anão gritam ordens para o comandante que parece não saber o que fazer. Para ajudar, o bote salva vidas, vem-se a descobrir, tem um rombo proporcionalmente maior que o do navio e o comandante do bote parece ter perdido o discernimento, se é que alguma vez o teve.
Até hoje, nenhum dos comandantes do navio está acusado de coisa alguma ou em prisão domiciliária, e o primeiro até é comandante honoris causa da embarcação. Os outros operam em companhias estrangeiras em lugares de maior ou menor destaque e parece que um deles está na ilha ao lado da gorda e do anão a dar ordens para o navio.
terça-feira, janeiro 10, 2012
Declaraçon
É só uma ideia. Ás tantas até meia parva. A verdade é que o tema não convida a grande seriedade, e tem-se gasto tanto tempo a discutir se fulano e sicrano é Maçon ou não, que não me parece mal pensado, mais não seja para poupar tempo.
Aparentemente, só nas tais reuniões é que usam os aventais, os colares e uns títulos meios estranhos que incluem adjectivos em graus superlativos. Parece que o problema é identificar Maçons, e os ditos não envergam t-shirts com a frase "Para sua inforMaçon, eu sou". Isto leva-me à teoria que isto de ser Maçon é coisa com pronúncia do norte, ao estilo de "O Porto é uma naçon". Se fosse coisa aqui de Lisboa, seriam Mações ou Maçãos. Maçons é coisa do Porto. Só pode. Dizia eu, que talvez não fosse má ideia, uns óculos que permitissem distinguir os Maçons dos restantes indivíduos. Punham-se os óculos e quem fosse Maçon aparecia de avental, ou a preto e branco, ou a 2D, ou assim mais alto ou qualquer coisa.
E pronto. Era isto.
Palavra de honra, acabava-se com a agitaçon, e em caso de dúvida, tínhamos a confirMaçon.
Aparentemente, só nas tais reuniões é que usam os aventais, os colares e uns títulos meios estranhos que incluem adjectivos em graus superlativos. Parece que o problema é identificar Maçons, e os ditos não envergam t-shirts com a frase "Para sua inforMaçon, eu sou". Isto leva-me à teoria que isto de ser Maçon é coisa com pronúncia do norte, ao estilo de "O Porto é uma naçon". Se fosse coisa aqui de Lisboa, seriam Mações ou Maçãos. Maçons é coisa do Porto. Só pode. Dizia eu, que talvez não fosse má ideia, uns óculos que permitissem distinguir os Maçons dos restantes indivíduos. Punham-se os óculos e quem fosse Maçon aparecia de avental, ou a preto e branco, ou a 2D, ou assim mais alto ou qualquer coisa.
E pronto. Era isto.
Palavra de honra, acabava-se com a agitaçon, e em caso de dúvida, tínhamos a confirMaçon.
segunda-feira, janeiro 09, 2012
Agradecimento
Só para dizer que quarta feira vou ver o Sporting. Além de levar o do meio ao futebol, aproveito para lhes agradecer o empate de Sábado. Levo uma rede à volta para minha segurança, e se forem espertos ainda põem a minha foto nos corredores de acesso aos balneários.
quinta-feira, janeiro 05, 2012
Ainda 2012
Nunca houve um ano tão maltratado à nascença. Se Santana Lopes comentasse o início deste ano diria que era um bebé na incubadora, em que todos passavam por lá só para lhe espetar com um par de bofetadas nas fuças. Salvo raras excepções, todos se referem a este ano, com um dos que “mais vale que passe depressa que será de más memórias”. Ora caramba e só para embirrar vai ter um dia a mais que os passados três. Bem feito, é bissexto.
A vantagem de se nascer assim, feio e indesejado, vem da história do patinho feio. O que vier de bom será sempre um ganho, e às tantas dá cisne em 2012. Até parece que 2011 foi uma beleza. O Pedro foi para o lugar do José, e o Aníbal substitui-se a si próprio com o extra de comunicar por Facebook, não obstante passámos a ser governados pela gorda alemã e pelo anão francês, o Benfica não foi campeão, o verão começou em Setembro e acabou em Outubro, o Miguel Sousa Tavares publicou um livro, as empresas faliram, houve rádios que ainda passaram Delfins, o número de desempregados cresceu exponencialmente, Alcochete só vai ser conhecido pela Academia do Sporting e pelo Outlet, TGV continua a ser a sigla de Tequilla Gin e Vodka, a TVI continuou a fazer televisão TVI, a geração Diolinda indignou-se com a triste condição que já se previa há anos, os BRIC foram BRIC e os PIG foram PIG, não ganhámos o festival da canção, e o fado foi património imaterial esgotando o plafond de uma década da capacidade para ouvir fado.
Posto isto, não há razões evidentes para não inverter a derivada deste ano. 2012 há-de ser bom e não merece tanta falta de consideração. Um ano novo é isso mesmo. Novo. Por estrear. Fazê-lo melhor compete-nos a nós. Deolindos e não deolindos. Se os Maias previram o fim do mundo para 2012, deixo já a ressalva que a Maia (que pelo apelido deve ser familiar) também prevê muita coisa que não acontece. Ainda por cima, na altura dos Maias não havia silicone, pelo que não deviam ser grande espingarda no que toca a previsões.
Toca lá a fazer de 2012 um ano simpático antes que ele se transforme num ano trisexto, e antes que aumentam o IVA e acabem com dois feriados civis, dois religiosos e vendam mais cenas a empresas geridas por pessoas com olhos pequenos e semi cerrados.
A vantagem de se nascer assim, feio e indesejado, vem da história do patinho feio. O que vier de bom será sempre um ganho, e às tantas dá cisne em 2012. Até parece que 2011 foi uma beleza. O Pedro foi para o lugar do José, e o Aníbal substitui-se a si próprio com o extra de comunicar por Facebook, não obstante passámos a ser governados pela gorda alemã e pelo anão francês, o Benfica não foi campeão, o verão começou em Setembro e acabou em Outubro, o Miguel Sousa Tavares publicou um livro, as empresas faliram, houve rádios que ainda passaram Delfins, o número de desempregados cresceu exponencialmente, Alcochete só vai ser conhecido pela Academia do Sporting e pelo Outlet, TGV continua a ser a sigla de Tequilla Gin e Vodka, a TVI continuou a fazer televisão TVI, a geração Diolinda indignou-se com a triste condição que já se previa há anos, os BRIC foram BRIC e os PIG foram PIG, não ganhámos o festival da canção, e o fado foi património imaterial esgotando o plafond de uma década da capacidade para ouvir fado.
Posto isto, não há razões evidentes para não inverter a derivada deste ano. 2012 há-de ser bom e não merece tanta falta de consideração. Um ano novo é isso mesmo. Novo. Por estrear. Fazê-lo melhor compete-nos a nós. Deolindos e não deolindos. Se os Maias previram o fim do mundo para 2012, deixo já a ressalva que a Maia (que pelo apelido deve ser familiar) também prevê muita coisa que não acontece. Ainda por cima, na altura dos Maias não havia silicone, pelo que não deviam ser grande espingarda no que toca a previsões.
Toca lá a fazer de 2012 um ano simpático antes que ele se transforme num ano trisexto, e antes que aumentam o IVA e acabem com dois feriados civis, dois religiosos e vendam mais cenas a empresas geridas por pessoas com olhos pequenos e semi cerrados.
terça-feira, janeiro 03, 2012
Jantar animado
O Sirenes tem esta tendência de imitar as piadas dos mais velhos. Mesmo quando são parvas, como é o caso. Quando perguntam a alguém
- Quantos anos tens?
Perante a resposta, e quando estão na parvoeira, resolvem perguntar "Anos com U ou com O?" E riem-se muito.
O Sirenes tentou fazer a graça com o do meio:
- Que idade tens?
- 10
- Idade com O ou com U?
Além dos risos, o mais velho ainda comentou:
- António, estás no ponto para ser concorrente da casa dos segredos.
- Quantos anos tens?
Perante a resposta, e quando estão na parvoeira, resolvem perguntar "Anos com U ou com O?" E riem-se muito.
O Sirenes tentou fazer a graça com o do meio:
- Que idade tens?
- 10
- Idade com O ou com U?
Além dos risos, o mais velho ainda comentou:
- António, estás no ponto para ser concorrente da casa dos segredos.
segunda-feira, janeiro 02, 2012
Olé 2012
Desta vez nem passas, nem subir para uma cadeira, nem roupa interior azul. O azul não combina com as minhas vergonhas, as passas desagradam-me e estava com o Sirenes às cavalitas, e subir para a cadeira era um número arriscadíssimo. Desta vez, em boa companhia de família, amigos e conhecidos, só o champanhe, muitos votos de Feliz 2012, tanta música, boa disposição e poucos excessos. A novidade, porque a região assim convida, foi a arena e terem soltado uma vaca.
Eu nem sou fã da tauromaquia e deixei-me ficar entre barreiras. Houve quem arriscasse o capote para enfrentar a vazia, e não fosse a vaca afeitada, outra sorte correria. Alguns adultos no toureio e tantas crianças a sujeitar. Foram elas que se divertiram com a largada, sob o olhar atento e recomendações lançadas à arena por pais e mães apreensivos. A vaca cumpriu o seu papel. Investiu quando era altura e recolheu em boa hora.
Bem divertido este arranque de 2012. Houve festa e corrida. Olééé !!!!!
Eu nem sou fã da tauromaquia e deixei-me ficar entre barreiras. Houve quem arriscasse o capote para enfrentar a vazia, e não fosse a vaca afeitada, outra sorte correria. Alguns adultos no toureio e tantas crianças a sujeitar. Foram elas que se divertiram com a largada, sob o olhar atento e recomendações lançadas à arena por pais e mães apreensivos. A vaca cumpriu o seu papel. Investiu quando era altura e recolheu em boa hora.
Bem divertido este arranque de 2012. Houve festa e corrida. Olééé !!!!!
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