quinta-feira, julho 12, 2012
A democracia segue dentro de momentos
Por vezes a reflexão é como um novelo entrelaçado de ideias que puxam ideias. No meu caso é uma renda de Bilros, só para conferir uma certa animação suplementar ao acto de pensar. Reflectia eu sobre a greve dos médicos e sobre a pretensa insanidade de contratar médicos tarefeiros com base em critérios perigosos como o "mais baixo custo". Isto levou-me a pensar que a medicina foi, até aos dias de hoje, das poucas áreas poupadas às perversas práticas de body shopping. A medicina e a política. Mas a política ? Então porquê ? Porque os políticos ocupam cargos de duas maneiras: ou são eleitos ou são nomeados. Mas não podiam ser colocados por concurso segundo o critério "mais baixo custo"? Seria um atropelo à democracia, até inconstitucional.
Acontece que este ano, a inconstitucionalidade de algumas medidas que contribuam para a redução do défice, é uma prática permitida pelo próprio tribunal constitucional e deixa de ser problema suspendermos a democracia por uns tempos.
Façam-se concursos para o governo, para a assembleia, para todos os jobs dos boys, para as estruturas partidárias e para a presidência da república, e como critério de adjudicação escolha-se apenas e só o preço mais barato. Qual é o problema ? Corremos o risco de ver lugares determinantes para o futuro da nossa nação serem ocupados por pessoas sem qualificações para o fazer ou mesmo incompetentes ? Pois, isso seria uma grande novidade. Não sei se iríamos conseguir sobreviver a uma crise que envolvesse políticos incapazes, só para poupar uns milhões de euros. E depois o que faríamos a estes ? O gozo imenso de transformarem a adversidade numa oportunidade de vingarem no estrangeiro ? Pensando bem, isto de interromper a democracia por uns momento, é mesmo capaz de ser uma boa ideia. A Manuela Ferreira Leite é que sabia.
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2 comentários:
Ora bem!
Concordo...
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