quarta-feira, julho 04, 2012
Quarteto de Cordas
Caro Pedro, Estimado Miguel, Querido Paulo, Excelentíssimo Aníbal
Vamos lá ver se nos entendemos neste tema de servir a nação e representar a Pátria Lusa.
Em primeiro lugar, ao aceitar ou ao candidatar-se para ocupar um cargo público custa-me a crer, que não estejam cientes que vão ter os olhos postos sobre o desempenho nesse mesmo cargo, e que estão sujeitos a elogios e a críticas. Nem todos os elogios são sentidos porque existe quem elogie por conveniência e nem todas as críticas são justas por haver quem critique por despeito. Não obstante, cabe a cada um de vocês distinguir trigos de joios e tirar lições daquelas que forem as críticas sustentadas.
Ao Pedro relembro que, na condição de opositor ao governo e até de candidato ao lugar de primeiro-ministro, nunca se coibiu de acusar o seu antecessor de muitas das falhas que agora lhe apontam a si, nomeadamente de desrespeito pela palavra dada, de desatenção ao país real, de exagero nos sacrifícios exigidos ao povo, de ineficácia das medidas pouco reformistas que agravavam o estado da nação de PEC em PEC. Sendo verdade que não se esquiva no anúncio das duras medidas cujos resultados são tão maus como os do seu antecessor, esquiva-se a manifestações de desagrado e opta por portas dos fundos para não enfrentar o desconforto que a governação descuidada, ineficaz e cruel provoca no povo Português. Pedro, servir a nação é sobretudo uma honra e seria muito bom que usasse H maiúsculo. Veja o drama de cada um dos Portugueses e aja em conformidade. Quando, na rua, houver protestos dos que ilicitamente enriquecem e possuem fortunas e reformas imorais, talvez aí possa entrar em muitos locais pela porta da frente.
Ao Miguel relembro que não basta ser sério, é preciso parecê-lo. E a sensação que dá é que nem uma coisa nem outra. Poucos acreditam que está isento de culpas na questão da jornalista do público, e que o curso num ano é uma derivação pouco conseguida das licenciaturas de fim de semana. Mais uma vez servir a nação é uma Honra e é condição necessária que se faça honrar, e que se essa honra estiver alguma vez em causa tudo deve ser feito para esclarecer dúvidas. Explique o Público, as Secretas, a licenciatura. Explique-se homem que é o seu dever.
Ao Paulo que levou a seleção de futebol até à meia-final quero dar a mesma novidade que dei ao Paulo e ao Miguel. Servir a Nação é uma Honra e ao contrário do que disse, não há direitos e deveres nem a sua posição é de equilíbrio com a dos jornalistas. Como selecionador praticamente só tem deveres e poucos direitos. Tem o dever de honrar Portugal, o dever de saber ouvir críticas e não ficar ofendido porque sabia de antemão que elas iam acontecer, tem o direito de dar a sua opinião, mas tem o dever de não amuar e de impedir amuos das prima donnas que dirige. Faz parte do papel que desempenha e não está a fazer nenhum favor a ninguém. Ninguém lhe pede a outra face, apenas e mais uma vez que cumpra com o dever de sair da competição com a consciência do dever cumprido, de fazer jogar 23 artistas como uma equipa, e de esclarecer os seus pontos e vista e as suas opiniões sem amuos, irritações e partes gagas de duas orelhas e uma boca. Não me parece que ninguém o tenha obrigado a ser selecionador e todos os deveres são para cumprir, é que caso não tenha reparado, estiveram milhões de portugueses entusiasmados com a seleção e os seus amuos e os silêncios dos jogadores não contribuíram para coisa nenhuma.
Aníbal, que raramente se engana e nunca tem dúvidas, o que se passa consigo? Não se lembra quem esbanjou fundos comunitários e em vez de nos tornar um país competitivo, transformou-nos numa rede de auto estradas sem agricultura e sem indústria? E não se lembra que há um limite para os sacrifícios? Deixou novamente de ter tempo para ler jornais? Não fuja dos desagrados como o Pedro, não deixe de explicar como o Miguel e não amue como o Paulo. Olhe lá por nós e emende essa mão. Lembre-se caramba.
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3 comentários:
como sempre... Do melhor :))
5***** Comme d´habitude:)
Não me importo nada de te dizer, André, que és um espanto.
Realmente és.
Gosto de te ler.
Mãe
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