Hoje de manhã o Manel Maria pediu para lhe levar o Record. Acedo, claro está. O meu Sportinguista mais lindo, depois do resultado de ontem, acordou com a intenção de se estrear na leitura de jornais desportivos. Esta vontade decorre de uma conversa em que lhe expliquei que um jogo bem saboreado, só acaba com a leitura de um diário desportivo do dia seguinte. É como a sobremesa de uma refeição apreciada.
Para evitar a censura e a tesourada no diário desportivo, sinceramente rezo para que o Record, além das novidades de cariz competitivo, não exiba anúncios de senhoras sós, sem tabus e de bumbum gostoso.
O Sporting ontem ganhou de mão cheia a uma equipa de reconhecido valor. E em cada golo marcado, o do meio, explodia de felicidade, incentivava os jogadores a marcarem só mais um e cantava coisas como “só eu sei porque não fico em casa” (paradoxal porque estávamos em casa) e “o Sporting é o nosso grande amor”. Este rapaz sabe pouco sobre o tema “a diferença entre ver jogos em casa e jogos no estádio”, e se não tenho cuidado, ainda me começa a lançar fumos verdes e brancos no meio da sala.
Não é a primeira vez que me desarmo perante a felicidade do petiz quando o Sporting vai de feição, mas verdade seja dita, o rapaz loiro de caracóis emociona-se mesmo. A ponto de me contagiar em euforia. O rapaz é do Sporting à mesma razão que os músicos são dos instrumentos que tocam e que os poetas são das canções bonitas. Se calhar foi de ter caído para a barriga da mãe quando o médico que fazia a cesariana o largou ao saber do empate do Sporting com o Santa Clara. Se calhar foi de ter levado uma palmada na fralda que o deixou quase partido ao meio, quando o Benfica sofreu o golo da derrota a dois minutos do fim e o estupor do miúdo, desde o início da segunda parte, não se cansava de jogar à espada com a televisão. Se calhar foi só porque sim. O que quer que tenha sido, todo aquele rapaz é às listas verdes e brancas, e como quem meus filhos ama, minha boca adoça, a seguir ao Benfica, o Sporting é o meu clube do coração (Obrigado Wolfswinkel, Matías, Izmailov e Jeffrén pelos 5 doces de ontem).
Não o digo com ironia, por ser um clube que dá muitas alegrias aos adeptos adversários, nem por ser casado com uma Sportinguista, nem como bofetada com luva branca aos sportinguistas que sofrem de anti-benfiquismo, tampouco por compaixão da actual e pouco saudável situação desportiva e financeira do eterno rival. Digo-o por clubismo. Digo-o por gostar mesmo de ver o Sporting ganhar, excepto nas duas ou três ocasiões por época em que defrontam a minha primeira opção. Nisto dos clubes, a seguir ao Benfica o Sporting é o meu grande amor.
Meu amor, hoje levo o Record para casa, e vamos vê-lo juntos. Começamos por dar notas de 1 a 20 aos rabos e às mamas que por lá aparecerem e depois lemos o resumo, os comentários e as declarações sobre o CINCAZERO de ontem.
1 comentário:
E eu, como Sportinguista que também sou, adorei este post. É a verdadeira confirmação do amor pelos filhos:)
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