segunda-feira, junho 11, 2012
Forget it
Sr Primeiro Ministro de Inglaterra
Serve a presente para manifestar a minha solidariedade com o facto de estar a ser alvo de indignação generalizada por se ter esquecido do seu filho no restaurante e só ter dado por isso em casa 15 minutos depois de ter saído do restaurante.
Também já me aconteceu, e não é nada de outro mundo. Acontece.
7 crianças e 5 adultos, um rácio até equilibrado para a época. À saída do restaurante, o do meio vai à casa de banho. Uns ainda no restaurante, outros na rua, começamos a dirigir-nos até aos carros. A meio do quarteirão da frente:
"O Loiro ?"
"Não está com as primas lá à frente?"
"Julguei que estavas com ele"
"Também eu, julguei que estava contigo"
Varrida a rua com um olhar rápido, lá chegamos à conclusão que ficou para trás. Quarteirão no sentido inverso e lá vem ele rua fora ter connosco. Nem fizemos comentários aparvalhados, embora tal cenário não fosse impossível:
"Deve ter encontrado um café onde está a dar o jogo do Sporting"
"Se calhar foi comprar tabaco"
"Ou uma cerveja"
"Já lhe disse para largar as drogas"
Olhe senhor prime minister, só não acontece a quem não cá anda. O nosso primeiro ministro ainda é mais cabeça no ar que o senhor, ainda há um ano fez uma série de promessas e por muito que seja lembrado, o raio do catraio não há maneira de se lembrar delas. E as pessoas gostam muito de comentar estes pequenos lapsos. Há duas décadas que, por altura da quadra natalícia, não perdem o "Sozinho em casa". Há duas décadas que acham graça ao caos da família em viajem, deliram com o miúdo a fazer a vida negra aos atrasados mentais dos ladrões e deixam cair uma lágrima quando a mãe reencontra o fedelho no Rockfeller Center. Sempre sempre a mesma coisa.
Quando a vida imita a ficção, por quinze minutos, cai o Carmo e a Trindade. No seu caso falls Picadilly and Trafalgar.
Vá lá dormir descansado. Forget it.
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