Aquele 45 rotações, guardado no meio de tantos outros no dossier dos discos pequenos, é das poucas memórias da censura, que tenho comigo. Aquele single, em particular, não devia ser mostrado a ninguém, nem devia ser cantado fora de casa. Diziam-me que a polícia não gostava que as pessoas o tivessem em casa, e podiam prender quem o tivesse.
Num dos lados, o homem que cantava numa voz transparente e numa sonoridade diferente, falava de uns vampiros que comiam tudo e não deixavam nada. Do outro lado do vinil, o mesmo homem, numa música que ainda hoje me prende a atenção, cantava a condição dos meninos dos bairros de lata. Os meninos do Bairro negro.
Final feliz, o desta história, porque passado pouco tempo, já se podia cantar à vontade.
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