Hoje vi uumas fotografias da zona do aeroporto de há alguns cinquenta anos atrás. Comecei-me a lembrar da Lisboa da minha infância. As amoreiras eram um estacionamento para os autocarros da Carris. O largo do rato não tinha socalcos. Só havia um ou dois túneis - em Entrecampos. As ruas quase todas em paralelo. O Chiado e os armazéns do Grandela. Um teatro meio em ruinas onde o meu pai nos levava à saída da Brasileira. O Dona Maria no Rossio antes de recuperado. As luzes e o frenesim do Parque Mayer. O prédio das Franjinhas com um ar novo e moderno. Eléctricos por todo o lado. Uma enorme rotunda em Alcântara onde, no verão, se apanhavam boleias para a Caparica. Tantos cinemas. O cinema Europa, lá do bairro, o cinema Paris, o Jardim Cinema, o Monumental - foi na sala pequena que vi o primeiro filme da Guerra das Estrelas, o São Jorge, o Império, o Estúdio que sempre foi tabú lá em casa (havia quem tivesse pânico de um terramoto), um cinema na igreja da Nossa Senhora de Fátima, o Star na Guerra Junqueiro, o cinema Alvalade. O Apolo 70 e o restaurante lá de baixo que parecia um labirinto. O moderníssimo Imaviz. O avião no parque do alvito e Montes Claros. Os corredores por baixo das bancadas do pavilhão dos desportos, onde aquecíamos para o Sarau do Ginásio Clube. Desculpem lá este post, que mais parece uma lista de entradas na memória, mas entusiasmei-me à medida que a fui percorrendo.
Mudaste tanto, mas ainda tens todo o encanto.
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