domingo, novembro 16, 2014

Remar no sentido parado

O mais novo chega ao quinto ano convencido que aquilo é o forró do 1º ciclo. Estava-se mesmo a ver. Nem três semanas até nos chegarem ecos do brilhante comportamento do petiz. Não está com atenção, perturba os outros, interrompe as aulas para perguntar coisas que nada têm a ver com o tema na ordem do dia. Enfim, um rol de comentários capaz de levar os mais babados dos pais à beira do suicídio. Conversas e recados para cá e para lá entre nós e a directora de turma, vamos trabalhar no foco do menino, vamos ser incisivos nas mensagens a passar-lhe, vamos remar no mesmo sentido com vista a limar estar arestas. Tudo muito bem. Por mim eram uns castigos e umas palmadas no rabo que se lembrava logo que a matéria vem primeiro que a parvoíce. 
E pronto, vamos lá ser pedagógicos que os tempos são disso mesmo, coitadinho do menino que é um tudo nada  distraído e que de parvo nada tem, e umas palmadas não levam a lado nenhum.
Neste espírito da cooperação escola família, a semana passada mandei um caderninho com todas as aulas que ele ia ter para que os professores dessem, um por um, feedback do comportamento de l'enfant terrible e eis que, na volta do correio. "O professor X não preencheu porque não quer preencher coisas que não são da escola", "A professora Y disse que só preenchia se a directora de turma autorizasse".
Resultado: até à próxima reunião entre professores qualquer iniciativa fica na gaveta. 
Enfim, o moçoilo até nem é flor que se cheire no que toca a comportamento, mas caramba, se me voltam a falar de remarmos no mesmo sentido tenho várias sugestões para o destino a dar aos remos.

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