terça-feira, janeiro 31, 2006
Pista Cerrada
Vesti as calças de alças, o blusão e calcei as botas. Cada uma deve pesar alguns 2 quilos. Não fazem vocês ideia o que é descer um terceiro andar com aquelas botas calçadas. Peguei nos esquis e subi até ao cimo da Alameda. Lá em cima, apertei as botas, calcei os esquis e as luvas. Depois esperei que a neve cobrisse a relva e a estrada. Esperei, esperei,... e tornei a esperar Hoje de manhã, acabei por desistir.
segunda-feira, janeiro 30, 2006
Etiqueta e boas maneiras
Se há coisa que realmente me enerva, é a má criação. É ainda pior que a falta de educação, simplesmente porque, esta última, tratando-se de uma carência, pode ser resultado de uma vida deficitária em quase tudo.
Pelo contrário, a má criação, é o resultado de uma intenção explícita de educar mal, ou de ser mal criado. E os mal criados irritam-me profundamente.
Não concebo que alguém, no seu juízo perfeito, organize um jantar em casa, prepare a refeição, ponha a mesa, sirva as entradas e os aperitivos, e que, na altura de se sentar com os convidados para a refeição, resolva dizer que afinal não lhe apetece jantar e nem sequer se digne a sentar-se à mesa.
Foi isso mesmo que o Benfica fez no Sábado ao Sporting. Resolveu não jantar e assim que terminou o aperitivo, desapareceu sem dar cavaco (ai Jesus que este nome me faz arrepios). Os convidados, coitados, perante tal cenário, atiraram-se à sopa, ao prato e à sobremesa como se não houvesse amanhã. Chafurdaram no creme de alho francês, raparam as travessas de bacalhau espiritual, e encheram o bandulho de profiterolles. Aguados, comeram de boca aberta, bolo alimentar exposto a quem o quisesse ver, enfiaram as mãos alarves em travessas e pratos, babaram-se e arrotaram como javardos. Deliciados e cegos com a fartura do repasto. O dono da casa, ausente, nem se dignou a fazer-lhes companhia. Má criação. Pura e lamentável má criação.
Agora é vê-los inchados, ainda a esfregar a barriga de satisfação, tal a sofreguidão com que se entregaram ao mata bicho. Que vergonha, olhe para aquelas almas Sr Benfica, ainda esquecidas da miséria recente, das refeições mendigadas garante da sobrevivência, alheias, porque de estômago cheio, às dificuldades que se avizinham. Vá lá pedir-lhes desculpa e ofereça-lhes uma refeição quente, quando a fome lhes voltar a colar as paredes do estômago. Desta vez, aproveite e sente-se à mesa também. Até lá aprenda as boas maneiras.
Pelo contrário, a má criação, é o resultado de uma intenção explícita de educar mal, ou de ser mal criado. E os mal criados irritam-me profundamente.
Não concebo que alguém, no seu juízo perfeito, organize um jantar em casa, prepare a refeição, ponha a mesa, sirva as entradas e os aperitivos, e que, na altura de se sentar com os convidados para a refeição, resolva dizer que afinal não lhe apetece jantar e nem sequer se digne a sentar-se à mesa.
Foi isso mesmo que o Benfica fez no Sábado ao Sporting. Resolveu não jantar e assim que terminou o aperitivo, desapareceu sem dar cavaco (ai Jesus que este nome me faz arrepios). Os convidados, coitados, perante tal cenário, atiraram-se à sopa, ao prato e à sobremesa como se não houvesse amanhã. Chafurdaram no creme de alho francês, raparam as travessas de bacalhau espiritual, e encheram o bandulho de profiterolles. Aguados, comeram de boca aberta, bolo alimentar exposto a quem o quisesse ver, enfiaram as mãos alarves em travessas e pratos, babaram-se e arrotaram como javardos. Deliciados e cegos com a fartura do repasto. O dono da casa, ausente, nem se dignou a fazer-lhes companhia. Má criação. Pura e lamentável má criação.
Agora é vê-los inchados, ainda a esfregar a barriga de satisfação, tal a sofreguidão com que se entregaram ao mata bicho. Que vergonha, olhe para aquelas almas Sr Benfica, ainda esquecidas da miséria recente, das refeições mendigadas garante da sobrevivência, alheias, porque de estômago cheio, às dificuldades que se avizinham. Vá lá pedir-lhes desculpa e ofereça-lhes uma refeição quente, quando a fome lhes voltar a colar as paredes do estômago. Desta vez, aproveite e sente-se à mesa também. Até lá aprenda as boas maneiras.
quinta-feira, janeiro 26, 2006
terça-feira, janeiro 24, 2006
E agora ?
E agora o teu corpo entregou-se, fulminante, ao fim. Preso à máquina que respira por ti, que te mantém o corpo quente.
Agora é que não sei mesmo responder à tua pergunta. Sei lá eu agora, quanto tempo. Agora o tempo só conta, se se invertesse na marcha. Agora só conta o que serás em nós, na tua filha, nos teus netos (não consigo explicar-lhes porquê), no teu príncipe. Ele aguenta-se, que nós não deixamos que seja diferente. O teu sorriso ainda está por revelar dentro da máquina fotográfica. Há-de andar sempre por aqui perto.
Vais-nos fazer tanta falta. Antes de partires tenta explicar a alguém que ainda é muito cedo. Que deve tratar-se de um engano. Não tenhas vergonha. Eu sei que tu não gostas nada destas coisas mas tenta explicar-lhes que é de certeza um lapso.
Agora é que não sei mesmo responder à tua pergunta. Sei lá eu agora, quanto tempo. Agora o tempo só conta, se se invertesse na marcha. Agora só conta o que serás em nós, na tua filha, nos teus netos (não consigo explicar-lhes porquê), no teu príncipe. Ele aguenta-se, que nós não deixamos que seja diferente. O teu sorriso ainda está por revelar dentro da máquina fotográfica. Há-de andar sempre por aqui perto.
Vais-nos fazer tanta falta. Antes de partires tenta explicar a alguém que ainda é muito cedo. Que deve tratar-se de um engano. Não tenhas vergonha. Eu sei que tu não gostas nada destas coisas mas tenta explicar-lhes que é de certeza um lapso.
segunda-feira, janeiro 23, 2006
An(n)us Horribilis
Tendo em conta que os mandatos presidenciais, neste país, são de dez anos, verifico preocupado que, no final da legislatura de Cavaco estarei a aproximar-me perigosamente dos cinquenta anos. Neste contexto, nos dez anos que se seguem, terei que fazer alguns exames à próstata.
O povo diz, e é verdade. Uma desgraça nunca vem só. Além de ter Cavaco como Presidente, vou-me deparar, de quando em vez, com um médico a calçar uma luva de cirurgia, besuntá-la de vaselina a dizer com um ar sarcástico “Então vamos lá ver essa próstata”.
O povo diz, e é verdade. Uma desgraça nunca vem só. Além de ter Cavaco como Presidente, vou-me deparar, de quando em vez, com um médico a calçar uma luva de cirurgia, besuntá-la de vaselina a dizer com um ar sarcástico “Então vamos lá ver essa próstata”.
sexta-feira, janeiro 20, 2006
Mudanças
- Mariiiiaaa
- O que foi Aníbal ?
- Tu estás doida? O que é que são estes caixotes?
- São umas coisinhas que eu separei para levarmos. Os turcos e os tapetes da casa de banho, os resguardos da nossa cama, o serviço Bordalo Pinheiro que a minha mãe nos deu e ...
- E coisa nenhuma Maria. Tu não vês que eles nos dão tudo isso. E o serviço são pratos que parecem couves portuguesas. Achas que vais servir jantares nesse serviço. Toma tino mulher. Nós vamos servir em serviços de porcelana do palácio.
- O serviço da minha Mãe vai Aníbal. O serviço da minha mãe vale menos que um qualquer serviço de porcelana, da companhia dos indíos ou lá o que é isso ? É isso que me estás a dizer Aníbal Cavaco? E os resguardos da cama também. Nós já não vamos para novos e a retenção de líquidos não é propriamente o teu forte. Ai, e também levo o ferro para queimar o leite creme. Aposto que enchem o leite creme com aquele caramelo de frasco.
- Queres saber ? Não me chateies e leva o que quiseres. O que não couber no porta-bagagens do carro não vai.
- Não sejas esquisitinho. Nós vamos no banco de trás. Ainda cabe muita coisa aos nossos pés e ao lado do motorista. Estava aqui a pensar se levo o tapete de entrada...
- Eu vou telefonar ao STAPE, para eles contarem os votos outra vez. Está-me cá a apetecer uma segunda volta antes que isto dê para o torto.
- O que foi Aníbal ?
- Tu estás doida? O que é que são estes caixotes?
- São umas coisinhas que eu separei para levarmos. Os turcos e os tapetes da casa de banho, os resguardos da nossa cama, o serviço Bordalo Pinheiro que a minha mãe nos deu e ...
- E coisa nenhuma Maria. Tu não vês que eles nos dão tudo isso. E o serviço são pratos que parecem couves portuguesas. Achas que vais servir jantares nesse serviço. Toma tino mulher. Nós vamos servir em serviços de porcelana do palácio.
- O serviço da minha Mãe vai Aníbal. O serviço da minha mãe vale menos que um qualquer serviço de porcelana, da companhia dos indíos ou lá o que é isso ? É isso que me estás a dizer Aníbal Cavaco? E os resguardos da cama também. Nós já não vamos para novos e a retenção de líquidos não é propriamente o teu forte. Ai, e também levo o ferro para queimar o leite creme. Aposto que enchem o leite creme com aquele caramelo de frasco.
- Queres saber ? Não me chateies e leva o que quiseres. O que não couber no porta-bagagens do carro não vai.
- Não sejas esquisitinho. Nós vamos no banco de trás. Ainda cabe muita coisa aos nossos pés e ao lado do motorista. Estava aqui a pensar se levo o tapete de entrada...
- Eu vou telefonar ao STAPE, para eles contarem os votos outra vez. Está-me cá a apetecer uma segunda volta antes que isto dê para o torto.
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Socorro
- Pai. O que é um homonossexual?
- Não sei.
- E um honossexual.
- Também não sei. Só sei o que é um homossexual.
- Isso também sei. É um Gay. Mas o João Silva diz homonossexual.
- Um homossexual é uma pessoa que gosta de pessoas do mesmo sexo. Um homem que gosta de homens ou uma mulher que gosta de mulheres.
- Uma mulher que gosta de mulheres é uma lésbica pai.
- Mas também é homossexual.
- Não não. Os homossexuais gostam de homens. A mãe gosta de homens. Portanto é homossexual.
- A mãe não é homossexual. É heterossexual porque gosta de pessoas do sexo oposto. Os homossexuais gostam de pessoas do mesmo sexo.
- Mas se gosta de homens, é homossexual.
- João vai já lavar os dentes que se está a fazer tarde. ANNNNNAAAAAAAAAAAA. Dás-me aqui uma ajuda se faz favor. Eu ainda não tenho maturidade para ter certas conversas, e o teu filho tem aqui umas dúvidas que precisa de esclarecer contigo.
quarta-feira, janeiro 18, 2006
Detector de Mentiras
Depois de questionado sobre as declarações de Santa Lopes, Cavaco fez esta expressão.
De seguida respondeu que desconhecia o conteudo das mesmas.
Cavaco sofre de uma terrível doença de alergia à aldrabice. Quando começa a pensar em aldrabar, o maxilar inferior precipita-se abruptamente na direcção oposta à do crâneo e as sobrancelhas tentam acompanhá-lo.
Sempre que virem o futuro presidente nesta figura, esqueçam o conteúdo das frases subsequentes. É tanga.
Os meus agradecimentos ao espreitador onde consegui a imagem que tenho procurado incansavelmente.
De seguida respondeu que desconhecia o conteudo das mesmas.
Cavaco sofre de uma terrível doença de alergia à aldrabice. Quando começa a pensar em aldrabar, o maxilar inferior precipita-se abruptamente na direcção oposta à do crâneo e as sobrancelhas tentam acompanhá-lo.
Sempre que virem o futuro presidente nesta figura, esqueçam o conteúdo das frases subsequentes. É tanga.
Os meus agradecimentos ao espreitador onde consegui a imagem que tenho procurado incansavelmente.
O meu nome é Magno ...
... Carlos Magno. Este homem não tem opinião sobre os assuntos, tem uma colecção de registos e de frases que vai disponibilizando de forma aleatória, informando sempre a sua origem, não sem antes desafiar os seus interlocutores a descobrir a autoria das pérolas que vai citando.
Quando arrisca a formular algo parecido com uma opinião, produz pérolas como:
“A direita não tem candidato. Cavaco Silva está mais à esquerda que muitos dos candidatos que se reclamam de esquerda.”
Olha se tivesse ....
Quando arrisca a formular algo parecido com uma opinião, produz pérolas como:
“A direita não tem candidato. Cavaco Silva está mais à esquerda que muitos dos candidatos que se reclamam de esquerda.”
Olha se tivesse ....
A santíssima trindade
Apresento-vos um milagre, só possível ao homem que nunca se engana e raramente tem dúvidas. Porto, Sporting e Benfica reunidos em harmonia numa só pessoa.
Cavaco consegue reunir as qualidades dos três grandes. Possui a humildade de Pinto da Costa, a lucidez de Dias da Cunha e a cultura de Luis Filipe Vieira.
Cavaco consegue reunir as qualidades dos três grandes. Possui a humildade de Pinto da Costa, a lucidez de Dias da Cunha e a cultura de Luis Filipe Vieira.
terça-feira, janeiro 17, 2006
Count Down
Já falta menos de um mês para o dia dos namorados e a Blogotinha ainda não se começou a agitar.
Algo de estranho se passa na blogosfera.
Este ano o dia dos namorados é uma semana antes do Benfica - Liverpool. Era só uma ideia ... sempre podes argumentar que tentaste arrajar bilhete, mas já estavam esgotados.
Algo de estranho se passa na blogosfera.
Este ano o dia dos namorados é uma semana antes do Benfica - Liverpool. Era só uma ideia ... sempre podes argumentar que tentaste arrajar bilhete, mas já estavam esgotados.
Ikealândia
segunda-feira, janeiro 16, 2006
Descoberta
O que é que me une à Ana da Meia Volta?
As nossas gajas têm uma Bimby e parecem felizes com esse facto. Entenda-se "gaja", como uma expressão carinhosa.
As nossas gajas têm uma Bimby e parecem felizes com esse facto. Entenda-se "gaja", como uma expressão carinhosa.
Passatempo
Relacione as seguintes realidades com os seus protagonistas:
Realidades:
(a) Cantar em campanha a Grândola Vila Morena
(b) Encher o Pavilhão Atlântico
(c) Propor um debate a seis
(d) Homenagear Álvaro Cunhal
(e) Atacar a candidatura de Cavaco
(f) Recusar um debate a seis
(g) Ocupar o 3º Lugar nas Sondagens
(h) Defender um ambiente de harmonia Governo / PR
(i) Acusar a Comunicação Social de parcialidade
(j) Não apoiar Soares no caso deste passar à segunda volta
(k) Aceitar um debate a seis
(l) Declarar que a sua campanha é financiada por particulares
(m) Criticar o governo
(n) Recear a criação de um ambiente de guerrilha institucional
(o) Homenagear Sousa Franco
Protagonistas:
1. Manuel Alegre
2. Garcia Pereira
3. Jerónimo Sousa
4. Mário Soares
5. Aníbal Cavaco Silva
6. Francisco Louçã
7. Santana Lopes (não é candidato mas faz parte das soluções)
E eu a achar que esta campanha não traria grandes novidades. Na realidade está a produzir mais milagres que a Nossa Senhora de Fátima.
Por mim, ficávamos nisto mais uns mesitos. Talvez pudéssemos assistir a Cavaco em comício animado em Beja, de cravo vermelho ao peito e punho erguido, a cantar o “Avante Camarada”, com a Maria ao lado, a trajar de ceifeira do Alentejo.
Realidades:
(a) Cantar em campanha a Grândola Vila Morena
(b) Encher o Pavilhão Atlântico
(c) Propor um debate a seis
(d) Homenagear Álvaro Cunhal
(e) Atacar a candidatura de Cavaco
(f) Recusar um debate a seis
(g) Ocupar o 3º Lugar nas Sondagens
(h) Defender um ambiente de harmonia Governo / PR
(i) Acusar a Comunicação Social de parcialidade
(j) Não apoiar Soares no caso deste passar à segunda volta
(k) Aceitar um debate a seis
(l) Declarar que a sua campanha é financiada por particulares
(m) Criticar o governo
(n) Recear a criação de um ambiente de guerrilha institucional
(o) Homenagear Sousa Franco
Protagonistas:
1. Manuel Alegre
2. Garcia Pereira
3. Jerónimo Sousa
4. Mário Soares
5. Aníbal Cavaco Silva
6. Francisco Louçã
7. Santana Lopes (não é candidato mas faz parte das soluções)
E eu a achar que esta campanha não traria grandes novidades. Na realidade está a produzir mais milagres que a Nossa Senhora de Fátima.
Por mim, ficávamos nisto mais uns mesitos. Talvez pudéssemos assistir a Cavaco em comício animado em Beja, de cravo vermelho ao peito e punho erguido, a cantar o “Avante Camarada”, com a Maria ao lado, a trajar de ceifeira do Alentejo.
domingo, janeiro 15, 2006
Lacuna
Não tenho qualquer explicação para este facto, mas o Manel não passou pela idade dos porquês. Normalmente já tem uma teoria que sustenta as suas dúvidas.
Ontem, a passar por uma pedinte que estendia um copo de plástico a quem passava, perguntou-me.
"Pai, aquela senhora quer que lhe encham o copo com mais Coca-Cola, não é?"
"É sim Manel."
Ontem, a passar por uma pedinte que estendia um copo de plástico a quem passava, perguntou-me.
"Pai, aquela senhora quer que lhe encham o copo com mais Coca-Cola, não é?"
"É sim Manel."
sexta-feira, janeiro 13, 2006
Desta vez ...
... ajam em conformidade.
Cinco números: 14 18 24 28 50
Duas estrelas: 2 7
Encontramo-nos nos Alpes Suiços.
Cinco números: 14 18 24 28 50
Duas estrelas: 2 7
Encontramo-nos nos Alpes Suiços.
quinta-feira, janeiro 12, 2006
Estamos na Europa Civilizada ...
Agora que é proibida a utilização de galheteiros na restauração, estando todo o estabelecimento obrigado a recorrer a saquetas individuais ou a garrafas de azeite invioláveis (alguém me há-de explicar esta questão), o que fazer se sairmos de casa com os azeites ?
Entregamo-nos na esquadra mais próxima, à DECO, ou a algum Ministério específico ?
Entregamo-nos na esquadra mais próxima, à DECO, ou a algum Ministério específico ?
Jardim Escola de Alvalade
A professora do 4º Ano da escola dos Marias foi convidada a dirigir uma outra escola da mesma Instituição. Resultado, os finalistas da escola de Alvalade vêem-se a braços com uma espécie de orfandade pedagógica no início do 2º período, e preparam-se para ser conduzidos por uma nova piloto nos restantes dois terços do ano lectivo.
Os pais destas crianças têm vindo a organizar algumas iniciativas, entre as quais a criação de um blog, para desabafos, opiniões, insultos, e exclamações. Enfim, o tal direito à indignação do qual só nos lembramos muito a espaços.
Aqui fica o link, que isto da blogosfera é também solidariedade nalgumas causas.
quarta-feira, janeiro 11, 2006
Maria Rita Mariano
Desta vez levámos o João Maria. Cliente habitual das canções nas viagens até à escola. Acha graça e cantaroleia
“(...)
Nem toda a feiticeira é corcunda
Nem toda a brasileira é bunda
Meu bem
tu não é de silicone
sou mais macho que muito homem”
Os olhos e a voz da morena bonita encheram a sala preferida, aqueceram e espantaram frios de inverno. Não sobrou espaço para tanto som, para tanta alma. A graça e a raça, a força e a manha de uma Maria. Não de uma qualquer Maria. Maria Rita. Plena e entregue e vice e versa. Sobre todas as coisas, Santa chuva, Todo carnaval tem seu fim, Recado. Memoráveis. Conversas, cumplicidades, gozo e provocações ao público. Enorme esta mulher.
“Melhor ainda é poder voltar quando quero”. Volta depressa, filha da Mãe.
“(...)
Nem toda a feiticeira é corcunda
Nem toda a brasileira é bunda
Meu bem
tu não é de silicone
sou mais macho que muito homem”
Os olhos e a voz da morena bonita encheram a sala preferida, aqueceram e espantaram frios de inverno. Não sobrou espaço para tanto som, para tanta alma. A graça e a raça, a força e a manha de uma Maria. Não de uma qualquer Maria. Maria Rita. Plena e entregue e vice e versa. Sobre todas as coisas, Santa chuva, Todo carnaval tem seu fim, Recado. Memoráveis. Conversas, cumplicidades, gozo e provocações ao público. Enorme esta mulher.
“Melhor ainda é poder voltar quando quero”. Volta depressa, filha da Mãe.
terça-feira, janeiro 10, 2006
Longo Prazo
Segundo a douta opinião do actual ministro das finanças, dentro de 10 anos não haverá dinheiro na Segurança Social para pagar as reformas.
Então o homem agora preocupa-se com uma coisa que vai acontecer daqui a dez anos ? Olhe lá senhor, daqui a dez anos já o governo conseguiu reduzir o défice para valores insignificantes, o choque tecnológico já fez efeito e todos trabalhamos em empresas modernas e competitivas, já temos a Ota e o TGV, a oferta de emprego é maior que a procura, a inflação é negativa, as pessoas manifestam-se na rua contra a redução dos impostos, a gasolina é energia fora de moda, andamos todos em viaturas movidas a água e todos temos um moinho de vento na varanda capaz de gerar energia para a nossa casa e para a casa do vizinho, vendemos electricidade para a europa e para o estados unidos, a investigação em portugal já é mais conceituada que a de qualquer outro país, os sindicatos revoltam-se contra o exagero do 28º mês e contra os aumentos sistematicamente a quadriplicar o valor da inflacção, a educação dos nossos filhos é um exemplo para todo o mundo, a polícia anda sem nada para fazer porque o crime foi completamente irradicado e portanto anda a ajudar a atravessar velhinhas, a regar os jardins públicos, e a mostrar o país aos estrangeiros, os tribunais resolvem os processos da manhã para a tarde, e ninguém tem vontade sequer de pensar em se reformar.
O senhor esqueceu-se que o nosso próximo presidente é o José Mourinho da política, e que daqui a dez anos está a concluir o seu segundo mandato ? Deixe-se de disparates e ponha-se a trabalhar, senão voçê é o único que não vai ter reforma. Nessa altura, quem disser disparates desse calibre, é imediatamnente enviado para o hospício.
É tolo o homem.
Então o homem agora preocupa-se com uma coisa que vai acontecer daqui a dez anos ? Olhe lá senhor, daqui a dez anos já o governo conseguiu reduzir o défice para valores insignificantes, o choque tecnológico já fez efeito e todos trabalhamos em empresas modernas e competitivas, já temos a Ota e o TGV, a oferta de emprego é maior que a procura, a inflação é negativa, as pessoas manifestam-se na rua contra a redução dos impostos, a gasolina é energia fora de moda, andamos todos em viaturas movidas a água e todos temos um moinho de vento na varanda capaz de gerar energia para a nossa casa e para a casa do vizinho, vendemos electricidade para a europa e para o estados unidos, a investigação em portugal já é mais conceituada que a de qualquer outro país, os sindicatos revoltam-se contra o exagero do 28º mês e contra os aumentos sistematicamente a quadriplicar o valor da inflacção, a educação dos nossos filhos é um exemplo para todo o mundo, a polícia anda sem nada para fazer porque o crime foi completamente irradicado e portanto anda a ajudar a atravessar velhinhas, a regar os jardins públicos, e a mostrar o país aos estrangeiros, os tribunais resolvem os processos da manhã para a tarde, e ninguém tem vontade sequer de pensar em se reformar.
O senhor esqueceu-se que o nosso próximo presidente é o José Mourinho da política, e que daqui a dez anos está a concluir o seu segundo mandato ? Deixe-se de disparates e ponha-se a trabalhar, senão voçê é o único que não vai ter reforma. Nessa altura, quem disser disparates desse calibre, é imediatamnente enviado para o hospício.
É tolo o homem.
segunda-feira, janeiro 09, 2006
O Restaurante no Fim do Universo (*)
... parece-me ter sido o cenário escolhido para o jantar de ontem. No início nada fazia prever que aquele restaurante fosse sofrendo mutações ao longo do jantar, mas na realidade, acabei por sair de um restaurante que nada tinha a ver com aquele onde tinha entrado.
Em princípio não seria mais que um dos restaurantes da moda em Lisboa. Quando entrámos, por volta das 21:30, havia casais com crianças e famílias a saborearem a refeição. Sentámo-nos na mesa redonda e fomos tratanto das escolhas e de colocar conversas em dia. O primeiro sinal, que nunca relacionei com a mutação, vinha da lareira que estava com tremenda dificuldade em escoar o fumo. Volta não volta a sala era invadida por uma espessa nuvem de fumo, capaz de camuflar todas as alterações que ocorriam à nossa volta.
Quando demos por nós as crianças e as famílias tinham sido eliminadas. Agora as mesas eram ocupadas por grupos de seres tendencialmente vestidos de preto e quase todos pareciam perder bastante tempo a arranjar as sobrancelhas. Foi então que nos lembrámos que a dada altura, a música tinha estado muito alta ao ponto de ser difícil manter a conversa na nossa mesa. A haver algum ataque teria sido nessa altura. Os empregados que inicialmente nos atenderam foram dizimados e substituidos por outros exactamente iguais, mas que comunicavam entre si através de sons iguais a beijos repenicados.
Há quem defenda que o som do beijo repenicado, é dos que melhor se ouve, em ambientes ruidosos. Esta teoria chegou à nossa mesa durante a sobremesa, e desatámos a emitir sons de beijos repenicados, o que deixou os empregados em completo reboliço. Sem qualquer intenção, tínhamos pedido uma dose de morcela com grelos e outra de bacalhau à zé do pipo e estes pratos estavam longe de pertencer à ementa e à linha editorial do restaurante. Empregados e cozinheiros não sabiam o que fazer e caos tinha-se instalado.
No meio desta confusão, alguém da nossa mesa comentou o facto, que naquele restaurante, acabava sempre por aparecer alguém conhecido. Foi aí que olhámos em volta e já havia sósias do Herman José e do Paulo Portas espalhados por tudo o que era mesa. Não demorou um minuto até surgirem pessoas que conhecíamos do nosso local de trabalho e que nos comprimentavam efusivamente. Por fim apareceram jornalistas de televisões privadas.
Não havia tempo a perder, tínhamos que sair dali e depressa, antes que já não estivessemos na nossa galáxia ou, pior que tudo, antes da previsível chegada das drag queens. O fumo da lareira, que não parava de invadir a sala, acabou por nos ajudar na fuga. Ainda estávamos na Via Látea e melhor ainda, ainda estávamos no sistema solar.
O regresso foi tranquilo. Uma paragem num bar para um gin tónico e conseguir recuperar alguma tranquilidade.
Se estiverem num restaurante, e se num repente, a música ficar muito alta e muito diferente, estão perante um de dois cenários.
1º Cenário: Foi parar a um restaurante com Karaoke e teve o tremendo azar de marcar jantar para o mesmo dia do Jantar de Natal dos patinadores do feira nova. Uma das patinadoras resolveu cantar "Quando cai a noite na cidade" ou "Fado".
2º Cenário: Encontra-se num restuarante mutante. Mantenha a calma e saia depressa para o bar mais próximo. Evite sentar-se nas mesas do bar, mais vale deitar-se numa qualquer cama que encontre por lá.
(*) este é o título do segundo de quatro volumes da triologia de Douglas Adams - "O Guia Galáctico do Pendura"
Em princípio não seria mais que um dos restaurantes da moda em Lisboa. Quando entrámos, por volta das 21:30, havia casais com crianças e famílias a saborearem a refeição. Sentámo-nos na mesa redonda e fomos tratanto das escolhas e de colocar conversas em dia. O primeiro sinal, que nunca relacionei com a mutação, vinha da lareira que estava com tremenda dificuldade em escoar o fumo. Volta não volta a sala era invadida por uma espessa nuvem de fumo, capaz de camuflar todas as alterações que ocorriam à nossa volta.
Quando demos por nós as crianças e as famílias tinham sido eliminadas. Agora as mesas eram ocupadas por grupos de seres tendencialmente vestidos de preto e quase todos pareciam perder bastante tempo a arranjar as sobrancelhas. Foi então que nos lembrámos que a dada altura, a música tinha estado muito alta ao ponto de ser difícil manter a conversa na nossa mesa. A haver algum ataque teria sido nessa altura. Os empregados que inicialmente nos atenderam foram dizimados e substituidos por outros exactamente iguais, mas que comunicavam entre si através de sons iguais a beijos repenicados.
Há quem defenda que o som do beijo repenicado, é dos que melhor se ouve, em ambientes ruidosos. Esta teoria chegou à nossa mesa durante a sobremesa, e desatámos a emitir sons de beijos repenicados, o que deixou os empregados em completo reboliço. Sem qualquer intenção, tínhamos pedido uma dose de morcela com grelos e outra de bacalhau à zé do pipo e estes pratos estavam longe de pertencer à ementa e à linha editorial do restaurante. Empregados e cozinheiros não sabiam o que fazer e caos tinha-se instalado.
No meio desta confusão, alguém da nossa mesa comentou o facto, que naquele restaurante, acabava sempre por aparecer alguém conhecido. Foi aí que olhámos em volta e já havia sósias do Herman José e do Paulo Portas espalhados por tudo o que era mesa. Não demorou um minuto até surgirem pessoas que conhecíamos do nosso local de trabalho e que nos comprimentavam efusivamente. Por fim apareceram jornalistas de televisões privadas.
Não havia tempo a perder, tínhamos que sair dali e depressa, antes que já não estivessemos na nossa galáxia ou, pior que tudo, antes da previsível chegada das drag queens. O fumo da lareira, que não parava de invadir a sala, acabou por nos ajudar na fuga. Ainda estávamos na Via Látea e melhor ainda, ainda estávamos no sistema solar.
O regresso foi tranquilo. Uma paragem num bar para um gin tónico e conseguir recuperar alguma tranquilidade.
Se estiverem num restaurante, e se num repente, a música ficar muito alta e muito diferente, estão perante um de dois cenários.
1º Cenário: Foi parar a um restaurante com Karaoke e teve o tremendo azar de marcar jantar para o mesmo dia do Jantar de Natal dos patinadores do feira nova. Uma das patinadoras resolveu cantar "Quando cai a noite na cidade" ou "Fado".
2º Cenário: Encontra-se num restuarante mutante. Mantenha a calma e saia depressa para o bar mais próximo. Evite sentar-se nas mesas do bar, mais vale deitar-se numa qualquer cama que encontre por lá.
(*) este é o título do segundo de quatro volumes da triologia de Douglas Adams - "O Guia Galáctico do Pendura"
Não me agradeçam
... conforme podem verificar no post anterior, a chave fornecida acabou por sair. A Caixa de Costura ainda tem menos leitores do que eu imaginava dado que, por incrível que pareça, não há nenhum apostador totalista.
Também eu acabei por apostar noutra chave, porque o projecto da estância de esqui na serra dos candeeiros era demasiado ambicioso, e não se prestava a divisões de prémios.
Fica então tudo adiado uma semanita.
Também eu acabei por apostar noutra chave, porque o projecto da estância de esqui na serra dos candeeiros era demasiado ambicioso, e não se prestava a divisões de prémios.
Fica então tudo adiado uma semanita.
sexta-feira, janeiro 06, 2006
Excêntricos
Lá marquei cinco números e duas estrelas. Eu e Portugal inteiro a braços com esta possibilidade de alargar os horizontes materiais.
Tratando-se de tanto dinheiro e uma vez que a Caixa de Costura, não tem assim tantos leitores (uma aposta clara na qualidade), resolvi partilhar a chave que vai sair logo à noite, para que todos possamos melhorar um pouco as nossas vidas. Ora então cá vai:
Números: 2 6 9 14 26
Estrelas: 4 e 5
A propósito destes desvarios, deixei o João sem respirar quando lhe disse que se ganhássemos o Euro Milhões podíamos fazer a próxima festa de anos na Euro Disney e convidar todos os meninos da escola.
Nota: A Caixa de Costura não se responsabiliza pelo eventual desvio das bolas do sorteio em relação à linha editorial deste artigo.
Tratando-se de tanto dinheiro e uma vez que a Caixa de Costura, não tem assim tantos leitores (uma aposta clara na qualidade), resolvi partilhar a chave que vai sair logo à noite, para que todos possamos melhorar um pouco as nossas vidas. Ora então cá vai:
Números: 2 6 9 14 26
Estrelas: 4 e 5
A propósito destes desvarios, deixei o João sem respirar quando lhe disse que se ganhássemos o Euro Milhões podíamos fazer a próxima festa de anos na Euro Disney e convidar todos os meninos da escola.
Nota: A Caixa de Costura não se responsabiliza pelo eventual desvio das bolas do sorteio em relação à linha editorial deste artigo.
terça-feira, janeiro 03, 2006
A Nova República
Meus senhores. De uma vez por todas, vejam se entendem, o Presidente da República não é o timoneiro deste navio. Na realidade não se trata de um navio, antes uma embarcação que na maioria das vezes está submersa e que raras vezes se digna a flutuar. Se Portugal fosse um navio, a sua história era mais triste que a do Titanic. Um passado distante cheio de glória, actualmente um trambolho dentro de água, com tiques de novo riquismo à tona. A saber, quem nos visse à superfície ia encontrar a mais alta árvore de natal da Europa, o maior centro comercial da Península Ibérica, e os estádios do Euro 2004. Símbolos da nossa tendência para ser os melhores na categorias das “coisas que não servem rigorosamente para nada”.
Dizia eu, que o PR não determina o rumo desta embarcação. A ser alguma coisa o PR será figura de proa. Adorna a embarcação e leva nas trombas com as águas agitadas pelas quais vamos navegando. Faz tudo isto com cara alegre e sem mudar de expressão.
Se na parte de não mudar a expressão Cavaco é imbatível, já na cara alegre, poucos haverá piores que ele. Talvez o General Eanes lhe faça alguma concorrência neste ponto, mas sejamos francos, foi uma década bem sisuda. Nesses tempos, as poucas alegrias vindas de Belém eram todas asseguradas pela performance da Manuela nas aparições públicas. Mas nem sobre a primeira dama devemos acalentar grandes esperanças. A Maria é menos espampanante e será com certeza, mais discreta. O que nos resta então? Uma figura de proa que não conhece nada a menos de rácios e indicadores financeiros, que confunde cultura com o Filipe la Féria e que acha que, no fundo, o Bush é um gajo porreiro.
A solução, meus caros, está na Endemol. Ponham a Endemol a produzir estas eleições e o resultado será com certeza outro. Primeiro de tudo, isolavam os candidatos do mundo, juntavam-nos na mesma casa e transmitiam-nos um resumo de uma horita sobre os acontecimentos do dia anterior. Transformavam os tempos de antena, em idas a um qualquer confessionário, para desabafarem com a Júlia Pinheiro e com a Constança Cunha e Sá. Aí confessariam as suas angústias, os seus amores e desamores. Podiam-lhes arranjar provas a superar. A preparação de uma recepção a uma comitiva Chinesa, a comemoração do Vinte e Cinco de Abril, o discurso de Ano Novo, uma audiência com um Primeiro Ministro corrupto, a recepção da notícia da tomada da Madeira pelos espanhóis e a necessária conversa com o Alberto João.
Posto isto e perante o sucesso televisivo, haveria que garantir uma segunda volta. Use-se então a receita do costume. As pessoas votavam naqueles que queriam ver eliminados e não nos que quisessem eleger. Cavaco por ser o inimigo de todos os outros, Soares por ser o inimigo do Cavaco, Alegre por ser o inimigo do PS e Louçã por ser o inimigo do PCP estavam decididamente condenados a ficar pelo caminho. Resultado: a finalíssima era disputada entre Jerónimo de Sousa (no final de contas, foi quem melhor recebeu os Chineses) e Garcia Pereira (está sempre a refilar e a atacar o Moniz mas no fundo é a alma do programa). O fim destas eleições seria com certeza uma surpresa para todos nós e para o mundo. Seríamos notícia de abertura em todas as cadeias televisivas internacionais. Não pela maior árvore de natal, ou pelo imenso centro comercial, ou pelos incêndios de verão, mas pela descoberta de um sistema claramente melhor que a democracia, que não o sendo, parece ser fiel aos seus princípios. Viva a Endemol. Viva Portugal.
Dizia eu, que o PR não determina o rumo desta embarcação. A ser alguma coisa o PR será figura de proa. Adorna a embarcação e leva nas trombas com as águas agitadas pelas quais vamos navegando. Faz tudo isto com cara alegre e sem mudar de expressão.
Se na parte de não mudar a expressão Cavaco é imbatível, já na cara alegre, poucos haverá piores que ele. Talvez o General Eanes lhe faça alguma concorrência neste ponto, mas sejamos francos, foi uma década bem sisuda. Nesses tempos, as poucas alegrias vindas de Belém eram todas asseguradas pela performance da Manuela nas aparições públicas. Mas nem sobre a primeira dama devemos acalentar grandes esperanças. A Maria é menos espampanante e será com certeza, mais discreta. O que nos resta então? Uma figura de proa que não conhece nada a menos de rácios e indicadores financeiros, que confunde cultura com o Filipe la Féria e que acha que, no fundo, o Bush é um gajo porreiro.
A solução, meus caros, está na Endemol. Ponham a Endemol a produzir estas eleições e o resultado será com certeza outro. Primeiro de tudo, isolavam os candidatos do mundo, juntavam-nos na mesma casa e transmitiam-nos um resumo de uma horita sobre os acontecimentos do dia anterior. Transformavam os tempos de antena, em idas a um qualquer confessionário, para desabafarem com a Júlia Pinheiro e com a Constança Cunha e Sá. Aí confessariam as suas angústias, os seus amores e desamores. Podiam-lhes arranjar provas a superar. A preparação de uma recepção a uma comitiva Chinesa, a comemoração do Vinte e Cinco de Abril, o discurso de Ano Novo, uma audiência com um Primeiro Ministro corrupto, a recepção da notícia da tomada da Madeira pelos espanhóis e a necessária conversa com o Alberto João.
Posto isto e perante o sucesso televisivo, haveria que garantir uma segunda volta. Use-se então a receita do costume. As pessoas votavam naqueles que queriam ver eliminados e não nos que quisessem eleger. Cavaco por ser o inimigo de todos os outros, Soares por ser o inimigo do Cavaco, Alegre por ser o inimigo do PS e Louçã por ser o inimigo do PCP estavam decididamente condenados a ficar pelo caminho. Resultado: a finalíssima era disputada entre Jerónimo de Sousa (no final de contas, foi quem melhor recebeu os Chineses) e Garcia Pereira (está sempre a refilar e a atacar o Moniz mas no fundo é a alma do programa). O fim destas eleições seria com certeza uma surpresa para todos nós e para o mundo. Seríamos notícia de abertura em todas as cadeias televisivas internacionais. Não pela maior árvore de natal, ou pelo imenso centro comercial, ou pelos incêndios de verão, mas pela descoberta de um sistema claramente melhor que a democracia, que não o sendo, parece ser fiel aos seus princípios. Viva a Endemol. Viva Portugal.
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