segunda-feira, junho 27, 2005

Os textos ....

dos meus posts estão a afundar-se, e eu não percebo porquê?

Blooooggggggeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeer

sexta-feira, junho 24, 2005

Tarado. Eu ?



Recebi um mail (da Ana e mais outro da Titas do Canto do Sofá ) com este texto. Fui à procura de um local onde estivesse publicado, para me poupar a escrita de todo o artigo, e nessa procura descubro que o Júlio Machado Vaz tem este blog. O texto fica já aqui, o link há-de ir parar à coluna da direita.

Este artigo deixa-me mais tranquilo quanto a um eventual desvio de personalidade. Como o próprio Júlio Machado Vaz afirma, eu apenas me preocupo com a minha saúde. Senão vejamos o conteúdo de um artigo, por certo retirado de uma revista científica. Só falta encontrar o blog da Maria Teresa Horta que há-de, por certo, confirmar os benefícios desta prática:
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Agora já existe mais uma justificação!!!

Contemplar o peito das mulheres, é bom para a saúde dos homens e ajuda-os a viver mais tempo!... Foi o que revelou um estudo realizado por um grupo de pesquisadores alemães. Eles concluiram que olhar fixamente todos os dias, durante 10 minutos, para os seios de uma mulher, é tão benéfico como uma boa meia-hora de exercícios físicos. Este estudo, efectuado ao longo de 5 anos, num grupo de 200 homens (voluntários), demonstrou que todos os que aproveitaram o espectáculo entusiasmante e diário de belos seios femininos, sofriam menos de doenças cardio-vasculares e tinham menos problemas de hipertensão do que os que não olharam para os seios todos os dias. O Dr. Karen Weatherby, que dirigiu os estudos, afirmou que: "Olhar para os seios de uma bela mulher durante 10 minutos, em cada dia, é o equivalente a uma meia-hora de aeróbica. A excitação sexual aumenta a frequência cardíaca, e é benéfica para a circulação do sangue. Nós pensamos que, com tal prática diária, os homens podem aumentar a esperança de vida em pelo menos 5 anos."
"


Eu, à conta disto, vou abrir um health club inovador, 10 minutos de mam..., de sei.., de contemplação do peito de uma mulher é tão benéfico quanto 30 minutos de exercício. E nome para o meu health club ? Breasts Place, pois claro.

De repente deu-me uma vontade de deixar de fumar e me dedicar em exclusivo à actividade física.

Agora, desculpem lá, mas tenho que acabar de escrever, que acabaram de passar aqui à frente, um par de quartos de hora de exercício, 36 copa C.

Barómetro

...da TSF. A serem hoje, as eleições, garantiam ao PCP 11 % dos votos. Somos lamechas já se vê. Eu sou, confesso. e a imagem do homem inteligente, antifascista, fiel aos ideais, forte nas suas convicções ganha à imagem do homem que não se demarcou de forma clara dos crimes de Estaline, dos podres evidentes na instanciação feita à ideologia comunista.
Admiro o seu passado de luta contra o Estado Novo, lamento que nunca tenha reconhecido que não era aquela a fórmula. Mas também acredito, que se ao fim de tantos anos, tivesse reconhecido os erros cometidos em nome do ideal comunista, provavelmente não merecia a admiração quase unânime e que certamente perdia o respeito de muitos que sempre defendeu.

quinta-feira, junho 23, 2005

Baptismo

Já aqui escrevi que o António Maria foi baptizado no Domingo passado.
A cerimónia foi rica em incidentes, mas até que nem correu mal:
O missal não estava disponível e tivemos que forçar uma espera de cinco minutos para que se encontrasse algum suporte às leituras;
O salmo não tinha leitor prédefinido;
A segunda leitura foi mesmo à segunda tentativa;
Não havia certeza sobre a água benta ser de facto benta. Pelo sim pelo não, foi benzida ali mesmo à frente de todos;
Quando se anuncia a necessidade de passar óleo no peito, ninguém abriu a veste do António expondo-lhe o peito (pior seria se achassemos que era para pais e padrinhos passarem óleo no próprio peito e dessemos início a uma sessão de strip);
Os desenhos que as crianças fizeram para o ofertório nada tinham a ver com o baptismo do António (assim de repente vi uma baliza e um jogador da bola, vários carros e o desenho tipico da casa com chaminé a deitar fumo e uma árvore cá fora)
A vela tinha um pavio de alguns 30 cm que ia incendiando as vestes da criança, dos pais, dos padrinhos e do padre;
Não apaguei a vela quando era suposto;
Os pais comungaram do corpo e do sangue de Cristo e a mãe comentou de forma audível "Huuummm. É bom. O que era ? Vinho do Porto ?" Vampira.
O discurso final dos pais não fazia parte da coreografia ensaiada e foi mesmo de improviso (auxiliado pelo consumo de vinho do Porto com o estômago vazio)
(esta já contei) a criança ia ficando com o fumeiro ou o candeeiro encastrado no crâneo
À parte estes pequenos detalhes, tudo correu de feição.
Ora, quando vamos à sacristia para as assinaturas, a senhora além de recolher as assinaturas, recolheu alguns euros, sendo que parte deles lhe eram devidos. xx euros pelas flores e, segundo ela, yy euros pelo tempo. Qual tempo ? O tempo dela ou tempo fresco de Sintra em contraste com o calorão de Lisboa. Será que a mulher de peruca e óculos escuros da sacristia tem uma relação previligiada com São Pedro. Se sim, como se atreve a pedir dinheiro à conta dessa proximidade ? E depois ainda nos induz a participar com "o que quisermos dar" para ajudar. Ajudar o quê ? Ai a maçada. A senhora nem as leituras tinha colocado no seu devido lugar. Tome juízo minha senhora. Peça dinheiro aos noivos que iam casar a seguir e que deram instruções para que as flores do casamento só fossem colocadas depois do baptismo para nós não nos aproveitarmos das flores dela. Há-de ser um casamento muito feliz.

terça-feira, junho 21, 2005

Metros quadrados

Algo me leva a desconfiar que a distribuição do espaço lá em casa é desiquilibrada
O quarto de casal tem 9 m2, ainda por cima, nos últimos meses, tem um terceiro habitante. Isto dá, em média, três metros quadrados para cada um.
O quarto dos Marias mais velhos e o quarto de brinquedos têm juntos 32 m2. Dá 16 metros quadrados para cada um. Além disso usam a cozinha, o escritório do João, o corredor a sala e o meu escritório-gamezone para brincar. Dá alguns 60 m2 para cada um.
A casa de jantar está ocupada pela produção das t-shirts. No País das Fantasias há uma menina linda que tem uma dessas t-shirts vestida.
Uma das casas de banho foi recentemente ocupada pelas tartarugas que insistem em crescer. Estão numa banheira de bébé dentro do poliban. São os seres que proporcionalmente ao seu tamanho, ocupam maior espaço.
Dispensa e marquise são território da Srª das Limpezas que anda a braços com uma crise sindical. Não tarda muito vai de esfregona em punho protestar para a rua.
Resta-me o meu escritório nas horas em que eles não estão a jogar ou a ver um dvd na playstation.
Vou ter que agir. Começo pelos bichos de casca dura. Aposto vão adorar o slide&splash que o autoclismo lhes vai garantir.

segunda-feira, junho 20, 2005

Coração na Boca

Episódio I
Festa de anos do G., na piscina da Tia S. e do Tio P. O Manel estava doido com a prancha e saltava alegremente para a água. Sempre de braços juntinho ao corpo, para as braçadeiras não serem arrancadas dos braços pelo mergulho.
Eu estava a acompanhar o João nas suas tentaivas de nadar sem pé. Meio para o tosco, mas lá se ia mantendo à tona de água. De repente começo a ouvir alguns sons de aflição, até que Ana grita: André olha o Manel. Olho para a prancha, lá estava ele, já com os pés na pontinha a ganhar impulso. "Nãããããããõoooo. Manel, faltam as braçadeiras." Riu-se e recuou. "Ah pois faltam". Enquanto lhe punha as braçadeiras avisava-o que ele não pode ir para a água sem as bóias. Uma tia disse-me. Eu avisei-o que ele se ia afogar, mas ele respondeu que já tinha feito aquilo várias vezes.


Episódio II

Baptismo do António Maria. Fim da celebração. Benção final. Padre com a criança na mão a descrever um enorme sinal de cruz. Quando o eleva, é por milímetros que não acerta com a cabeça do António, no candeeiro de ferro (não sei se não seria o botafumeiro) da Igreja com fundo ponteagudo.
Foi mesmo por tão pouco.


Em dois dias, foi por muito pouco que não ficámos a conhecer as urgências pediátricas de Cascais e Amadora-Sintra. Ufa.

sexta-feira, junho 17, 2005

Joana Vasconcelos

Já disse que gosto das entrevistas ao fim da tarde do Carlos Vaz Marques. São um quebra-limpa-mente. Impedem que o trabalho entre comigo casa dentro depois de fazer girar a fechadura. Faz-me um desvio de preocupações. São cuidadas, deixam todo o protagonismo no entrevistado (tanta gente para aprender com CVM).
Antes de ontem entrevistou uma escultora da chamada nova geração: Joana Vasconcelos. Não conhecia a Joana mas conhecia-lhe algumas das peças. Peças de repetição até à exuastão. Espanadores, comprimidos, tampões e gravatas a multiplicar por milhares arrumados numa forma conhecida. Acho graça e reconheço originalidade. Não concordo com os extremos amor ódio sobre as peças. Gosto delas.
O lustre é é de tampões, o sofá de tabletes de aspirina, a baliza é impossível e os direitos são necessáriamente da autora.








quinta-feira, junho 16, 2005

A terceira face

Retratos da vida de um médico aqui, em forma de desabafos.
Bomblogue.
Da vida dos médicos só conheço duas faces.
A que recebo de alguns amigos e familiares que são médicos, e com quem falo sobre tantas coisas. Conheço-lhes os gostos, a vida, o que os alegra e que os chateia. De quando em vez, só porque a conversa passa por ali, fala-se de uma ou outra história profissional.
A outra face é a que os pacientes ou que os pais dos pacientes conhecem nos consultórios e nos hospitais. Da bata branca, com estetoscópio pendurado com uma pessoa lá dentro, que assume, auxiliado por outros técnicos de saúde, a pequena responsabilidade de nos manter saudáveis ou de nos reconduzir a um estado perto do saudável. Tudo isso com uma margem de erro perto de zero.
Neste blog de desabafos, surgem os contornos de uma terceira face, e se eu tivesse tempo ia ler tudo desde Outubro de 2004.

quarta-feira, junho 15, 2005

Apanhados II (ou o que eu oiço a quem passa por perto)

- Dizem que o período da história que mais gostamos, é aquele em que vivemos nas vidas anteriores. E eu adoro os anos 50. Para gostar tanto desse período é porque nessa altura estava no fim da adolescência.
Ora se voltei a nascer em 1973, ... Morri muito nova. Coitada de mim.

Apanhada

- Tou. Tou. Não percebo como é que ficas sem rede no telefone fixo de casa.

Entrevistado

A socióloga entrou casa dentro sentou-se explicou o enquadramento da entrevista e ligou o gravador. Anunciou uma hora e meia de entrevista e espeta-me com duas horas e três quartos sem que eu pudesse fazer grande coisa. Tema do estudo: "O homem, a família, o emprego", para equilibrar com as centenas de estudos iguais já realizados sobre as mulheres. Ela perguntou, perguntou e perguntou e eu respondi, respondi e respondi.
Flashes da entrevista ...

- O que é para si a chave de um casamento feliz ?
- Uma playstation.
(quando ela perguntou eu pus-me a olhar em volta à procura da chave. Estávamos mesmo sentados à frente da máquina de jogos. Ia responder o quê?)

- A infidelidade é diferente se fôr o homem ou a mulher a cometer ?
- A gravidade é mesma mas os homens são mais filhos da puta. Têm aquela mania de separar a questão física da emocional.
(Eu disse isto? Disse.)

- O casamento sobrevive à infidelidade ? Era capaz de perdoar ?
(Ah ah esta resposta não ponho, se ela descobre a resposta, e se depois. É melhor não responder)

- Quando os seus filhos crescerem como vai gerir as questões relacionadas com a sexualidade, a droga, as doenças ?
- Nós tivemos o cuidado de ter filhos que não crescem. Chamam-se bebés bonsai, são difíceis de arranjar, mas nós tivemos sorte.

- Concorda com o casamento de homosexuais ?
- Não me faz confusão. Concordo.
- E com a adopção de crianças por casais homosexuais ?
- Devia concordar, mas causa-me alguma confusão elas poderem ser alvo da crueldade com que os outros miúdos tratam tudo o que foge aos estereótipos. Deste ponto de vista, causa-me a mesma confusão que os casais que permitem que os filhos se tornem crianças obesas.
(eu não posso ter respondido isto, mas respondi)

- Ainda pensa ter mais filhos ?
- Ainda hoje estava a arrumar o fervedor dos biberões e anunciei que era a última vez que o tínhamos usado. Ela respondeu-me que não tinha nada essa ideia. Não sei responder. É quase meia noite, se não estivesse a responder a estas perguntas, talvez a próxima criança estivesse na calha. Obrigadinho senhora socióloga. Nem tenho palavras para lhe agradecer.
(Só dei metade da resposta mas gostava de ter dado a resposta completa)

- O que falta fazer para que a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres seja uma realidade ?
- Acabar com este flagelo dos homens não poderem engravidar.

terça-feira, junho 14, 2005

PREC

Desses tempos, no meio da minha colecção de autocolantes, existe um cartaz assim

A frase "Força força companheiro Vasco, nós seremos a muralha de aço" fazia parte da letra de uma canção de apoio ao então primeiro ministro. Verão quente de 1975.
Para mim, esses tempos foram marcados pelas imagens, os relatos e as músicas que chegavam lá a casa. Os autocolantes, os cartazes, os discos, a televisão, as histórias dos confrontos MRPP / PCP no Pedro Nunes contadas pela minha mãe e os sons das notícias na rádio.
Todos os dias entrava casa dentro um mundo de informação. Eu vivia as histórias de então, como se vive um derby Benfica Sporting e discutia os assuntos como se de um Benfica Sporting se tratasse. Lá em casa éramos todos do Benfica e os vizinhos de baixo eram todos do Sporting. Animadas as conversinhas nas escadas de serviço.

Vasco Gonçalves sempre foi, para mim, um Homem íntegro.

quarta-feira, junho 08, 2005

Estou sim

Bem sei que a senhora não se cala e que, regra geral, sem qualquer excepção conhecida, as conversas telefónicas duram para lá de uma hora.
Isto requer que o telefonema seja feito em local confortável, de preferência deitado, com mantimentos suficientes, kit de sobrevivência, algália e arrastadeira ao lado.
Eu nem estava focado no telefonema, vi que A. se deitou no sofá, comando numa mão, telefone na outra, e quando diz "estou M. ?" percebi que era coisa para durar horas.
Estava a trabalhar na sala ao lado e, de vez em quando, ouvia os "hum hum", os "pois claro" e os "sins", que permitem ao interlocutor perceber que está a ser ouvido, enquanto despeja as carradas de informação. Falar com aquela senhora é como fazer download de um ficheiro de vários giga, mas requer que, de vez em quando, se vá dizendo que a informação está a chegar.
Houve qualquer coisa na televisão que me fez sair da secretária, dirigir-me à sala do lado e ir ver o que se passava no pequeno écran. Fiquei uns cinco minutos e quando me desconcetrei percebi que não só a A. tinha deixado de fazer "Hum huns" como estava a respirar com algunm ruído a tender para o ressono. Do lado de lá da linha ouvia-se "Estou ! Aaaaaa. Estouuuu. Oh Aaaaa."
"Desculpa acordar-te A., mas não estás ao telefone?"
"Hum ... Ahhhhh Pois estou. Aiiiii desculpa M. Adormeci"
Depois deste incidente, que levou algum tempo a contextualizar, seguiu-se uma hora de download.

terça-feira, junho 07, 2005

A Cidade

... estive parado no trânsito. Por alguma razão, um acidente à tardinha do lado de lá da ponte, parou o trânsito na cidade. Lembrei-me de um programa na TSF "O homem que gostava de cidades". Não sei se é este o nome do programa, mas lembro-me das conversas entre dois cumplices do urbanismo, que passeavam pela cidade. Falavam das geometrias, das histórias e da vida das pessoas. Dos silêncios, dos desertos urbanos e da solidão. O homem que gostava de cidades foi um bom programa.
A rua em que parei não é direita, antes tem geometria variável e desliza pela colina aos ésses. Bestial para conduzir. Tangente ao bairro em que cresci. Um bairro de paralelas e perpendiculares, nada dessas maluqueiras de serpentear colina abaixo, muito certinho e quase sempre plano, a contrastar com os artistas, os filósofos e os doutores que por lá moram. Agora é um bairro da moda, franchizado e a mercearia do sr António há muto que já nem existe.
A rua em que parei está muito igual ao que sempre foi. Vem quase do rio e só pára nos arcos do aqueduto, tem uma estação de caminho de ferro, depois vêm muros longos e casas baixinhas com roupa pendurada para a rua, conversas de vizinhas balofas à janela, tem a meia laranja vigilante do casal ventoso, ainda se descobre a fonte, o frenesim e a miséria. Quando passa pelo meu bairro alinda-se e ganha espaço. Logo a seguir ao prédio roxo da TV Marcelo retoma a forma estreita e curva, a esquadra já não existe e não sei porque se chamava dos terramotos, no fim divide-se em duas, uma por baixo de cada arco.
Nunca passei para lá desta rua. Para mim era a fronteira áté onde podia ir. O que estava do lado de lá, só sabia pelas histórias dos meus colegas de primária e do ciclo. Tinha uma certa inveja quando me contavam que percorriam todo o túnel do combóio a correr. Nunca descobri se era verdade, o Paulo era um bocado exagerado e o Fernando não era flor que se cheirasse, mas que me arrepiava com a aventura, isso arrepiava. A Dona Inês, a minha professora primária, de sotaque Açoreano, provavelmente também separava os dois lados da rua. Os meninos do lado de cima e os meninos do lado de baixo.

sexta-feira, junho 03, 2005

Dei uma volta ...

... pelas redondezas. Resolvi postar uma letra do Jorge Palma que me veio à cabeça enquanto lia alguns posts. Não espelha o que sinto pelo que escrevem, ou pelo que sentem. Tenho muita vontade de continuar a ler-lhes a alma. Acho que lhes ficam bem melhor os sorrisos.


Minha Senhora da Solidão

Minha senhora da solidão
Minha senhora das dores
Quanto tempo falta para te ver sorrir
Quantas misérias ainda vais exibir
Quanto tempo mais vou ter de te ouvir queixar?

Minha senhora da solidão
Vê como o Sol brilha hoje
Odeio ver-te sempre de luto
Gostava de ver o teu olhar enxuto
De descobrir alguma graça no teu andar

O teu crucifixo não me ilumina
E o teu sacrifício não me pode fazer bem
Não é bom para ninguém
Huuum, não ajudas ninguém...

Minha senhora da solidão
Minha senhora dos prantos
Tens um "ai" encravado na boca
Que dia após dia te sufoca
Precisas de bem mais que uma simples oração

Minha senhora da solidão
Minha senhora das culpas
Tenho que evitar o teu contágio
Não quero mais saber do teu naufrágio
A praia esteve sempre ao alcance da tua mão

O teu crucifixo não me ilumina
O teu sacrifício não me pode fazer bem
Não é bom para ninguém
Huuum, não ajudas ninguém...