Saberá a América que gasta dinheiro em estudos sobre tudo e mais um par de botas ? E que as conclusões desses estudos são sempre peças únicas de valor científico inquestionável? Quando me esqueço desta realidade, sou sempre confrontado com um novo precioso contributo: “Os homens têm mais tendência a perdoar a sua namorada se esta os trair com outra mulher do que se for com um homem, revela um estudo da Universidade do Texas, em Austin”
Como se houvesse distinção entre corno à conta de outro, ou corno à conta de outra. Nada disso. Ser corno é fodido. Pela auto-estima, pelo amor próprio, pelo amor ao outro, pelo abandono, pelo passado, pela troca, pelo futuro, pela dor de cotovelo, pela dor de corno, pelo tesão ou pelo deslumbre do outro por outro. Não me venham cá com histórias que facilita, que atenua a dor, que funciona como analgésico, se o interesse alheio andar de saltos, usar saias e tiver mamas que justifiquem soutiens. Atenua mas é os tomates. Ser traído é ser traído, e não há atenuantes para esse tipo de merdas. E a saber não há diferenças entre sexos. Mulheres e homens amam, apaixonam-se, desiludem-se, cansam-se, iludem-se, reapaixonam-se, conquistam, traiem, entusiasmam-se, engatam, regressam, perdoam, e não perdoam exactamente da mesma maneira e exactamente pelas mesmas razões. Por emoções, por amor, por tesão, por divertimento, por necessidade, por prazer, por medo, por caridade, pela rotina, pelos filhos, pelo passado, pelo futuro, por orgulho, por pena, por sabedoria, por comodismo, por coragem, por vontade. Mas pelas mesmas razões. Homens e mulheres são iguais em tanto mais que imaginamos, e se for de amor ainda mais.
Porque além do estudo, apareceram-me em dois dias o Rui Zink sobre as mulheres e o MEC sobre o Amor e caramba, se não for por amor que se foda.
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