sexta-feira, outubro 21, 2005

Presidenciais

Cavaco - Vou-me candidatar à Presidência da República
Soares – Tá giro. Ainda não me tinha lembrado dessa.
Louçã – Vai daí que era uma boa. A condescendência é a mãe de todos os males.
Jerónimo – Põe-te com merdas põe. Não tarda muito, está aí o Paulo a acusar-te de não saberes o que é ser mãe. Já foste mãe alguma vez?
Alegre – A presidência do inconformado,  não se olha o dente a cavalo dado, ao PS não estou amarrado, recebo apoios em todo o lado.
Cavaco – Quero ajudar Portugal
Jerónimo – Eu é que quero ajudar Portugal contra o grande Capital e derrotar o Aníbal
Alegre – Se voltas a fazer verso vou ter que apresentar queixa na Comissão Nacional de Eleições
Soares – Eu também quero ajuda a TAP Air Portugal, que me leva de Espanha ao Nepal
Alegre – Ai ai ai ai ai, que já me estão a enervar. Aqui quem faz versos sou eu.
Louça – Eu vou liberalizar a presidência e ajudar a liberalizar Portugal e a droga e os homossexuais e as putas e o aborto e os furacões e as colheres de pau e os incêndios de verão, não quero um novo Cavaquistão.
Alegre – Mas que merda. Já vos disse que o poeta sou eu, rimar foi um dom que Deus me deu, indo eu indo eu, a caminho de Viseu, encontrei o meu amor, ai Soares que lá vou eu. Eu vou ajudar Portugal, Portugal eu vou ajudar, eu sou contra o eixo do mal, que a direita está a marcar.
Cavaco - Tenho plena consciência dos poderes e do papel do Presidente
Louçã – A consciência é a mãe de todos os males. O poder do presidente é o da liberalização e da despenalização.
Alegre – Não rimes palhaço.
Louçã – Tu sabes lá o que é ser palhaço. Tu já foste palhaço alguma vez ?
Soares – Eu já. E agora sei fazer pinturas faciais e bonecos com balões. Faço festas de anos e descontos em lares e centros de dia.
Jerónimo – Podes ir ao congresso da Juventude Comunista actuar ? Dava-nos jeito ter lá um jovem para animar o pessoal.
Alegre – Um presidente é um poeta, o presidente é um grito vermelho na seara dourada, a presidência é a porta aberta, para a reforma antecipada.
Soares – Ai nem me falem na reforma, ainda me falta tampo tempo. Estive no outro dia a fazer as contas, aquele moço, o Guterres deu-me uma ajuda. Só daqui a 70 anos é que tenho direito à reforma por inteiro.
Louçã – A culpa é do Sócrates que quer prolongar a idade da reforma.
Jerónimo – A culpa é do grande Capital, e da política imoral.
Alegre – Voçê parece que faz de propósito. Deixe-se de rimas. Maricas parasita.
Louçã – Mas o que é que você sabe sobre Maricas Parasitas? Alguma vez foi maricas parasita? É preciso ter lata, lá porque fizeram a revolução, já acham que sabem tudo.
Cavaco – Portugal tem 400 mil desempregados.
Jerónimo – São 500 mil. Para quem nunca se engana, não está nada mal não senhor. E se contar com o segurança do Hospital que foi despedido por não conhecer o primeiro ministro da altura, são 500 mil e um.
Louçã – Vamos lá acabar com isto. Aníbal manda lá os senhores para casa.
Cavaco – Viva Portugal.
Todos – Viva a eleição Presidencial.
Alegre – Não rimem.
Louçã – Liberalizem-se as rimas.

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