... lá de casa pergunta aos mestres, no regresso das compras no Vasco da Gama:
- Chelas é a abreviatura de Bruxelas ?
Este meu filho podia fazer boa figura nalgum reality show da actualidade.
quinta-feira, março 29, 2007
segunda-feira, março 26, 2007
Escolhas
Caparica
A revolta do presidente da junta
"Esta situação é o resultado de quatro meses de incompetência e inoperancia do instituto da água."
Eu diria que é o resultado que mais de quatro dezenas de anos de política do betão e de falta de planeamento para aquela área. O mar vai continuar a querer conquistar a terra, sobretudo depois de terem retirado a areia que constituia uma protecção natural para toda aquela zona.
Com todo o respeito pelas pessoas e pelos seus dramas, mas sem qualquer respeito pela forma caótica como se instalaram na costa e a transformaram naquilo que hoje é, eu diria que o problema da costa reside no facto das marés vivas serem tão pouco vivas. A mim não me fazia grande confusão que as vagas se entusiasmassem e chegassem até à falésia, por exemplo.
"Esta situação é o resultado de quatro meses de incompetência e inoperancia do instituto da água."
Eu diria que é o resultado que mais de quatro dezenas de anos de política do betão e de falta de planeamento para aquela área. O mar vai continuar a querer conquistar a terra, sobretudo depois de terem retirado a areia que constituia uma protecção natural para toda aquela zona.
Com todo o respeito pelas pessoas e pelos seus dramas, mas sem qualquer respeito pela forma caótica como se instalaram na costa e a transformaram naquilo que hoje é, eu diria que o problema da costa reside no facto das marés vivas serem tão pouco vivas. A mim não me fazia grande confusão que as vagas se entusiasmassem e chegassem até à falésia, por exemplo.
quinta-feira, março 22, 2007
Dúvidas
Ainda desconfiado do afastamento que aquelas senhoras mostram da realidade resolvi fazer uma experiência.
A empresa onde trabalho tinha promovido um evento seguido de jantar, que acabou numa saída até um bar para beber uns copos e repor a conversa em dia. Pedi à rapariga que me serviu o gin tónico que me esclarecesse em que continente fica a Bélgica:
"Não sei, não me faça perguntas difíceis a esta hora."
Fiquei a desconfiar que das duas uma ou duas:
- a rapariga não estava para responder a perguntas fora do contexto do gin tónico;
- se calhar, o reality show, não é tão aldrabado quanto eu julgava.
Outra coisa, essa sim impressionante, foi a corropio de crianças adolescentes nas vizinhanças dos bares de shots, em estados mais ou menos degradantes com idades que me parecem rondar os 13 anos. As miudas, ainda em corpo de criança, de trajes mínimos e cara cheia de maquilhagem, provavelmente do estojo que beleza da Barbie. Os rapazes mais vestidos, mas frágeis, ainda sem barba. Eles e elas de cigarros mal fumados, muitos bêbados e violentos uns com os outros. Pensei "Assim que chegar a casa acordo os Marias e prego-lhes um bofetão aos três, para evitar que daqui a 8 anos estejam neste estado". Acabei por não o fazer.
A empresa onde trabalho tinha promovido um evento seguido de jantar, que acabou numa saída até um bar para beber uns copos e repor a conversa em dia. Pedi à rapariga que me serviu o gin tónico que me esclarecesse em que continente fica a Bélgica:
"Não sei, não me faça perguntas difíceis a esta hora."
Fiquei a desconfiar que das duas uma ou duas:
- a rapariga não estava para responder a perguntas fora do contexto do gin tónico;
- se calhar, o reality show, não é tão aldrabado quanto eu julgava.
Outra coisa, essa sim impressionante, foi a corropio de crianças adolescentes nas vizinhanças dos bares de shots, em estados mais ou menos degradantes com idades que me parecem rondar os 13 anos. As miudas, ainda em corpo de criança, de trajes mínimos e cara cheia de maquilhagem, provavelmente do estojo que beleza da Barbie. Os rapazes mais vestidos, mas frágeis, ainda sem barba. Eles e elas de cigarros mal fumados, muitos bêbados e violentos uns com os outros. Pensei "Assim que chegar a casa acordo os Marias e prego-lhes um bofetão aos três, para evitar que daqui a 8 anos estejam neste estado". Acabei por não o fazer.
quarta-feira, março 21, 2007
Querida Rainha
Consta que a FNAC está a organizar um concurso, associado ao lançamento da PS3, que tem por prémio a nova consola da Sony, a quem aparecer dia 22 à noite com o corte de cabelo mais original.
Quando soube desta notícia, fiquei deveras triste, face à escassez capilar que me caracteriza, mas depois lembrei-me que são os momentos difíceis que geram as melhores oportunidades. E do momento difícil da minha escassez, surge a oportunidade da abundância capilar dos nossos meninos.
Serve pois o presente post, para solicitar a vossa alteza, um corte radical em cada uma das cabeças dos Marias. O bochechas ficaria com a letra "P" desenhada, o dos caracóis loiros com o "S" e o malcriadinho histérico obcecado pelos bichos e pelos anões, com o "3". Fora estes caracteres, tudo seria em suas cabeças, um autêntico deserto. Mais ainda, solicito autorização para pintar, cada um destes caracteres de cabelo, de prateado.
Se vossa alteza pretender juntar-se à iniciativa, sugiro que também nós façamos um corte radical: "PS" em sua tola e "2" na minha (ocupa menos espaço). Para representar as três gerações da consola, juntávamos a senhora sua mãe que deveria ter um corte com as letras "PS" escritas. Três gerações para três gerações de consolas. Não háverá por certo adversário à altura.
Mais do que com a sua compreensão, conto com a sua colaboração. Fica já agendada uma sessão de corte de cabelo amanhã ao fim da tarde antes de partirmos rumo à FNAC.
Beijo respeitosamente sua mão
Seu servo Dedal
terça-feira, março 20, 2007
Os retornados
Pouco tempo depois do 25 de Abril, por alturas das guerras entre os movimentos de libertação de Angola e de Moçambique, chegaram a Portugal milhares de pessoas que deixaram quase tudo para trás e começaram uma nova vida em Portugal. Chamavam-lhes "Os retornados" e nunca me soou muito bem. Tenho uma vaga memória dos navios cheios de pessoas e contentores.
Nestas últimas semanas, os movimentos de regeneração da oposição ao governo, começam a trazer-nos uma nova vaga de retornados. As primeiras vítimas de Sócrates, começam a acordar do coma profundo da maioria absoluta socialista e já agitam águas na margem direita da pantanosa oposição. Pedro e Paulo, que de apóstolos só guardam a parte dos tolos, parecem ser dos poucos que têm saudades de um passado recente.
A mim não me fazem falta nenhuma, e sinceramente estou um bocado farto desta figura do Santana Portas. A existir direita, um mal quase necessário, preferia-a ver de caras e de discursos renovados. Estes ares de resuscitados, ramela no olho nada têm a ver com a oposição que me parece merecer o governo.
A grande vantagem destas reaparições de Pedro e Paulo são os movimentos de energia que se geram em torno do seu aparecimento. A energia com que acabou o Conselho do CDS seria divertida, não fora triste. Mais divertida, a energia com que Carlos Magno se referiu a Portas no Contraditório "... já me falta a pachorra para trogloditas de de direita com tiques de vedeta de Hollywood ...".
Brilhante confesso. Tenho recorrido, desde que a ouvi, a esta citação do comentador. Logo eu que me irrito com o abuso de Carlos Magno das citações de outras pessoas:
"Lembram-se do que Mário Soares disse quando confrontado ..."
"Tu que também fizeste aquela campanha do Cavaco, lembras-te da frase polémica do comício de Santarém ? ..."
"Sabem o que é que o Cunhal me disse, quando uma vez, ...."
Nestas últimas semanas, os movimentos de regeneração da oposição ao governo, começam a trazer-nos uma nova vaga de retornados. As primeiras vítimas de Sócrates, começam a acordar do coma profundo da maioria absoluta socialista e já agitam águas na margem direita da pantanosa oposição. Pedro e Paulo, que de apóstolos só guardam a parte dos tolos, parecem ser dos poucos que têm saudades de um passado recente.
A mim não me fazem falta nenhuma, e sinceramente estou um bocado farto desta figura do Santana Portas. A existir direita, um mal quase necessário, preferia-a ver de caras e de discursos renovados. Estes ares de resuscitados, ramela no olho nada têm a ver com a oposição que me parece merecer o governo.
A grande vantagem destas reaparições de Pedro e Paulo são os movimentos de energia que se geram em torno do seu aparecimento. A energia com que acabou o Conselho do CDS seria divertida, não fora triste. Mais divertida, a energia com que Carlos Magno se referiu a Portas no Contraditório "... já me falta a pachorra para trogloditas de de direita com tiques de vedeta de Hollywood ...".
Brilhante confesso. Tenho recorrido, desde que a ouvi, a esta citação do comentador. Logo eu que me irrito com o abuso de Carlos Magno das citações de outras pessoas:
"Lembram-se do que Mário Soares disse quando confrontado ..."
"Tu que também fizeste aquela campanha do Cavaco, lembras-te da frase polémica do comício de Santarém ? ..."
"Sabem o que é que o Cunhal me disse, quando uma vez, ...."
terça-feira, março 13, 2007
50 anos
(não ainda não sou eu)
Dez anos mais velha do que eu, a RTP festejou o seu quinquagésimo aniversário com uma gala. Um desfile de memórias, a única máquina do tempo de que dispomos. Às tantas, todas as músicas que nos anunciavam a hora de dormir. “Meninos rabinos, mas muito asseados, a cara e os dentes lavados ...”. Legitimamente, Catarina Furtado revela que só se lembra de metade das músicas. A moça ainda é novinha e dificilmente se lembraria de algo antes do Chico Escuro. Já o Malato, que é mais velho que eu, diz lembrar-se apenas de dois terços. Não pode ser, a menos que esteja com falta de memória, ou que fosse para a cama antes da hora estipulada pela direcção de programação. Eu lembrei-me de todos. E ainda do Vasco Granja, e do engenheiro Sousa Veloso, da culinária, dos telejornais e das músicas do Festival que envolviam reuniões de amigos para dar votos às canções e acompanhar freneticamente os pontos dados por cada distrito:
“Boa noite a todos. Aqui vai a votação de Bragança.
Canção número nove “Meu amor de céu laranja” um ponto,
Canção número seis “Os meus dias são melhores que as tuas noites” dois pontos...”
As primeiras novelas e as séries infantis. “Os pequenos vagabundos” que saiu em DVD e que já estão na prateleira da sala, e os “Dois anos de férias” dos quais nunca mais ouvi falar e que quase ninguém se lembra. A Ana lembra-se de uma série de dois meninos e uma pedra que encontraram, e que ficavam com a pedra à vez , e para a conquistar tinham de fazer uma tarefa qualquer (eu acho que esta série nunca existiu e que se tratam de delírios). Lembrei-me agora de uma outra série “Os quatro do blindado e o seu cão” e uma outra passada numa prisão alemã que descrevia tentativas de fuga.
A verdade é que, por enquanto e entre as várias estações, só a RTP consegue representar a nossa memória colectiva. E consegue-o também porque, durante muitos anos, cada nova série, cada sessão dos jogos sem fronteiras, cada novela, cada concurso, cada festival, era um evento nacional seguido como se de uma final do campeonato do mundo se tratasse.
Daqui a quarenta anos, sinais dos tempos, as memórias colectivas, hão-de ser um tudo nada diferentes “Lembram-se daquela novela, duma menina cheia de flores com pronuncia do norte, e daquela outra dos meninos do liceu que tinham uma banda de música . E quem se lembra daqueles concursos onde as pessoas viviam numa casa cheias de câmaras e eram expulsas até ficar só um. E havia um desses concursos que era com umas miúdas muita giras, cheias de curvas, mas muito ignorantes, e eles eram muito cultos e assim para o feio”. Que memória televisiva espera os nossos filhos ? Se calhar o melhor é tratar de lhes enriquecer outras memórias, porque com a televisiva, não hão-de ter muitos motivos para se embevecerem com uma gala de 50 anos.
Dez anos mais velha do que eu, a RTP festejou o seu quinquagésimo aniversário com uma gala. Um desfile de memórias, a única máquina do tempo de que dispomos. Às tantas, todas as músicas que nos anunciavam a hora de dormir. “Meninos rabinos, mas muito asseados, a cara e os dentes lavados ...”. Legitimamente, Catarina Furtado revela que só se lembra de metade das músicas. A moça ainda é novinha e dificilmente se lembraria de algo antes do Chico Escuro. Já o Malato, que é mais velho que eu, diz lembrar-se apenas de dois terços. Não pode ser, a menos que esteja com falta de memória, ou que fosse para a cama antes da hora estipulada pela direcção de programação. Eu lembrei-me de todos. E ainda do Vasco Granja, e do engenheiro Sousa Veloso, da culinária, dos telejornais e das músicas do Festival que envolviam reuniões de amigos para dar votos às canções e acompanhar freneticamente os pontos dados por cada distrito:
“Boa noite a todos. Aqui vai a votação de Bragança.
Canção número nove “Meu amor de céu laranja” um ponto,
Canção número seis “Os meus dias são melhores que as tuas noites” dois pontos...”
As primeiras novelas e as séries infantis. “Os pequenos vagabundos” que saiu em DVD e que já estão na prateleira da sala, e os “Dois anos de férias” dos quais nunca mais ouvi falar e que quase ninguém se lembra. A Ana lembra-se de uma série de dois meninos e uma pedra que encontraram, e que ficavam com a pedra à vez , e para a conquistar tinham de fazer uma tarefa qualquer (eu acho que esta série nunca existiu e que se tratam de delírios). Lembrei-me agora de uma outra série “Os quatro do blindado e o seu cão” e uma outra passada numa prisão alemã que descrevia tentativas de fuga.
A verdade é que, por enquanto e entre as várias estações, só a RTP consegue representar a nossa memória colectiva. E consegue-o também porque, durante muitos anos, cada nova série, cada sessão dos jogos sem fronteiras, cada novela, cada concurso, cada festival, era um evento nacional seguido como se de uma final do campeonato do mundo se tratasse.
Daqui a quarenta anos, sinais dos tempos, as memórias colectivas, hão-de ser um tudo nada diferentes “Lembram-se daquela novela, duma menina cheia de flores com pronuncia do norte, e daquela outra dos meninos do liceu que tinham uma banda de música . E quem se lembra daqueles concursos onde as pessoas viviam numa casa cheias de câmaras e eram expulsas até ficar só um. E havia um desses concursos que era com umas miúdas muita giras, cheias de curvas, mas muito ignorantes, e eles eram muito cultos e assim para o feio”. Que memória televisiva espera os nossos filhos ? Se calhar o melhor é tratar de lhes enriquecer outras memórias, porque com a televisiva, não hão-de ter muitos motivos para se embevecerem com uma gala de 50 anos.
quinta-feira, março 08, 2007
A pedido ...
... da Lia, mas necessariamente sentido, o lado B do dia de hoje.
Para acompanhar, a música de Edu Lobo e a letra do Chico.
Beatriz
Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
Para acompanhar, a música de Edu Lobo e a letra do Chico.
Beatriz
Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
quarta-feira, março 07, 2007
DIM
Para além de uma marca de peúgas daquelas todas sexy até às virilhas, DIM também serve para Dia Internacional da Mulher. Sinónimo de DDG: Dia Das Gajas.
O DDG, convida-me a abrir o meu coração e a falar das três grandes mentiras que os homens dizem:
1º Eu também
2º Isto não é o que parece
3º É a primeira vez que isto me acontece
Em detalhe
I Nós só dizemos “Eu também” se a mulher nos confessa o seu amor. Dizemo-lo exclusivamente para evitar o uso directo daquele verbo da letra A cujo nome não deve ser pronunciado. Logo nós que, por definição, temos opinião formadíssima sobre tudo e mais alguma coisa, sentimos uma imensa vontade de a emitir. Se a nossa opinião opinião coincide com a de outra pessoa não não nos contentamos em dizer “Eu também”. Acrescentamos sempre alguma coisa. Se, à conversa, um homem emite uma opinião ou um sentimento. O seu interlocutor não responde “Eu também”:
- Aquela gaja é tão boa que a comia todos os dias. (o sentimento mais nobre do homem: a vontade de comer gajas boas)
A resposta a esta frase não pode ser “Eu também”. É sempre algo do tipo. “Eu comia-a todos os dias e todas as noites, e se tivesse tardes livres, também marchava.”
II Isto não é o que parece é das maiores mentiras que somos capazes de dizer. Se nos apanham todos nus enfiados na cama com companhia ilícita, dizemos “Isto não é o que parece”. É como fechar os olhos quando se espirra. Mas se não é o que parece, trata-se do quê ? De uma acção de protesto contra o uso de peles de animais na indústria da moda, e de repente apareceu ali a cama ? De um ensaio para uma audição duma novela da SIC (sempre a mesma coisa, ninguém entende os artistas)?
III Esta frase só é verdade se dita à primeira vez, mas nenhum homem o diz à primeira vez. Da primeira vez que acontece, nenhum homem sente qualquer tipo de responsabilidade, quanto mais necessidade de se justificar. A justificação está ali à nossa frente: uma gaja incompetente. A frase que sai, é do estilo compreensivo: “Sim senhora. Tu tens tanto jeito para isto como eu tenho para a renda de bilros.”
Há quem defenda a existência de outras mentiras típicas do homem, mas a pior de todas é-nos pregada pelo nosso imaginário. Trata-se desta mania de fantasiar aquela coisa das duas gajas e tal. Se com uma, já existem aqueles minutos de carência, para que raio é que o nosso subconsciente nos assalta com esta história das duas gajas? Elas é que têm aquela mariquice dos orgasmos múltiplos e consecutivos e nós é que ambicionamos o rebolanço plurimulheril.
Já li, e vejo-me obrigado a reflectir seriamente sobre o assunto, que a única vantagem da cena das duas gajas é elas poderem falar uma com a outra sobre novelas e fazerem companhia uma à outra, enquanto um gajo recupera.
O DDG, convida-me a abrir o meu coração e a falar das três grandes mentiras que os homens dizem:
1º Eu também
2º Isto não é o que parece
3º É a primeira vez que isto me acontece
Em detalhe
I Nós só dizemos “Eu também” se a mulher nos confessa o seu amor. Dizemo-lo exclusivamente para evitar o uso directo daquele verbo da letra A cujo nome não deve ser pronunciado. Logo nós que, por definição, temos opinião formadíssima sobre tudo e mais alguma coisa, sentimos uma imensa vontade de a emitir. Se a nossa opinião opinião coincide com a de outra pessoa não não nos contentamos em dizer “Eu também”. Acrescentamos sempre alguma coisa. Se, à conversa, um homem emite uma opinião ou um sentimento. O seu interlocutor não responde “Eu também”:
- Aquela gaja é tão boa que a comia todos os dias. (o sentimento mais nobre do homem: a vontade de comer gajas boas)
A resposta a esta frase não pode ser “Eu também”. É sempre algo do tipo. “Eu comia-a todos os dias e todas as noites, e se tivesse tardes livres, também marchava.”
II Isto não é o que parece é das maiores mentiras que somos capazes de dizer. Se nos apanham todos nus enfiados na cama com companhia ilícita, dizemos “Isto não é o que parece”. É como fechar os olhos quando se espirra. Mas se não é o que parece, trata-se do quê ? De uma acção de protesto contra o uso de peles de animais na indústria da moda, e de repente apareceu ali a cama ? De um ensaio para uma audição duma novela da SIC (sempre a mesma coisa, ninguém entende os artistas)?
III Esta frase só é verdade se dita à primeira vez, mas nenhum homem o diz à primeira vez. Da primeira vez que acontece, nenhum homem sente qualquer tipo de responsabilidade, quanto mais necessidade de se justificar. A justificação está ali à nossa frente: uma gaja incompetente. A frase que sai, é do estilo compreensivo: “Sim senhora. Tu tens tanto jeito para isto como eu tenho para a renda de bilros.”
Há quem defenda a existência de outras mentiras típicas do homem, mas a pior de todas é-nos pregada pelo nosso imaginário. Trata-se desta mania de fantasiar aquela coisa das duas gajas e tal. Se com uma, já existem aqueles minutos de carência, para que raio é que o nosso subconsciente nos assalta com esta história das duas gajas? Elas é que têm aquela mariquice dos orgasmos múltiplos e consecutivos e nós é que ambicionamos o rebolanço plurimulheril.
Já li, e vejo-me obrigado a reflectir seriamente sobre o assunto, que a única vantagem da cena das duas gajas é elas poderem falar uma com a outra sobre novelas e fazerem companhia uma à outra, enquanto um gajo recupera.
sexta-feira, março 02, 2007
Os Maneis
Do lado dos encarnados, o Bento, que foi o primeiro guarda redes do Benfica que me lembro.
Do lado dos verdes branco, o Fernandes, que marcava tantos golos que até irritava e só apetecia mandar-lhe uma bolacha naquela cara.
O Benfica foi a Alvalade e o jogo estava muito equilibrado. Não me lembro bem, mas acho que estava empatado. O Manel, o Fernandes, isolou-se e só tinha pela frente o Manel, o Bento, que saíu destemido da baliza e se atirou à bola. O Manel, o Fernandes não conseguiu evitar um toque no Manel, o Bento, que não foi de modas e lhe espetou uma cotovelada que atirou o Manel, o Fernandes, ao chão.
O Manel, o Bento, foi expulso e o pénalty deu a vitória ao Sporting.
Nesses tempos o futebol era um desporto violento, para homens de barba rija, e não havia cá essas mariquices dos sumaríssimos. A opinião do dia seguinte era unânime. Que o Manel, o Fernandes, há muito que pedia um banano, era indiscutível porque não tinha nada que jogar tão bem. Mas o Manel, o Bento, não tinha nada que o fazer com a bola em jogo. Primeiro atirava a bola para fora, e depois dava ao Manel, o Fernandes, o devido correctivo. Sempre se evitava o pénalty e quiçá, a derrota. As reações rápidas davam muito jeito para as defesas complicadas, mas podiam ser prejudiciais se se tratasse de armar confusão.
Do lado dos verdes branco, o Fernandes, que marcava tantos golos que até irritava e só apetecia mandar-lhe uma bolacha naquela cara.
O Benfica foi a Alvalade e o jogo estava muito equilibrado. Não me lembro bem, mas acho que estava empatado. O Manel, o Fernandes, isolou-se e só tinha pela frente o Manel, o Bento, que saíu destemido da baliza e se atirou à bola. O Manel, o Fernandes não conseguiu evitar um toque no Manel, o Bento, que não foi de modas e lhe espetou uma cotovelada que atirou o Manel, o Fernandes, ao chão.
O Manel, o Bento, foi expulso e o pénalty deu a vitória ao Sporting.
Nesses tempos o futebol era um desporto violento, para homens de barba rija, e não havia cá essas mariquices dos sumaríssimos. A opinião do dia seguinte era unânime. Que o Manel, o Fernandes, há muito que pedia um banano, era indiscutível porque não tinha nada que jogar tão bem. Mas o Manel, o Bento, não tinha nada que o fazer com a bola em jogo. Primeiro atirava a bola para fora, e depois dava ao Manel, o Fernandes, o devido correctivo. Sempre se evitava o pénalty e quiçá, a derrota. As reações rápidas davam muito jeito para as defesas complicadas, mas podiam ser prejudiciais se se tratasse de armar confusão.
quinta-feira, março 01, 2007
Esperança
Não conseguir descobrir o rato do PC, é o sinal de que está na altura de arrumar a secretária.
Fico sempre com a sensação que também arrumo a minha vida, mas passados dois telefonemas, uma conversa e trinta mails, descubro que foi mesmo e só a secretária.
Fico sempre com a sensação que também arrumo a minha vida, mas passados dois telefonemas, uma conversa e trinta mails, descubro que foi mesmo e só a secretária.
Subscrever:
Mensagens (Atom)