È um mistério de dimensão semelhante ao criação. O que leva as mulheres a irem juntas à casa de banho? Porque o fazem, aos pares ou mesmo em trio ? O que é que haverá num WC de senhoras que as obriga a irem até lá em conjuntos de cardinalidade superior a um. Desde os tempos de escola que têm este hábito. Ao longo da vida fazem-no no liceu, na faculdade, no trabalho, em casa, em festas, em jantares, em congressos, algumas até nos aviões. Cheguei a pensar que as casas de banho delas tinham uma estrutura de sala de espera de consultório ou de cabeleireiro. Uma mesa cheias de revistas, e várias sanitas à volta, onde cada uma estava sentadinha entregue às leituras. Sempre que encontravam um artigo interessante comentavam o assunto umas com as outras e falavam sobre os seus problemas. A ideia de que as idas à casa de banho eram uma espécie de terapia de grupo, esfumou-se quando entrei numa casa de banho de senhoras e descobri que para além da ausência de urinóis e a presença de um número maior de recipientes, não havia grande diferença para as dos homens. Aliás, os wc’s femininos são muito mais orientados ao isolamento social que o dos homens, onde se chega ao cumulo do grande urinol comum sem qualquer divisória.
Quando estava na tropa, aprendi que em situação de guerra nuclear, biológica ou química, um soldado deve solicitar ajuda de outro em caso de necessidade fisiológica. Foi nesta fase da vida que desconfiei que elas precisavam de se ajudar umas às outras para não se contaminarem. Há casas de banho que fazem inveja ao mais agreste ambiente biológico e a razão devia ser essa. Mas por amor de Deus. As mulheres orgulham-se da sua emancipação, usam como arma de arremesso a sua capacidade para gerir tudo sozinhas. Como tão bem gostam de sublinhar, a carreira, a casa e os filhos, está tudo nos seus ombros e depois não eram capazes de mijar sozinhas ? Não. Esta não podia ser a razão.
... (continua porque tenho mais que fazer)
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