Memória Selectiva
Ontem quando o despertador me acordou reparei que estava sózinho na cama. Não se estranha quando há criançada por perto. Aliás, nestas condições raras são as vezes em que se acorda exactamente com as mesmas pessoas com que nos deitamos. Ou falta alguém, ou está alguém a mais, ou se acorda na cama de outra pessoa. Esta é uma das grandes emoções de ser pai.
Deixei-me levar pelo sono que ainda restava. Quando me levanto, reparo que a minha mulher mal me fala e que quando o faz não prima pela simpatia. Descubro que tivemos uma discussão a meio da noite à conta da necessidade de fazer algo ao príncipe mais novo. Ao que parece, pediu-me para eu ir ver o que se passava, e eu desatei aos berros num discurso bem articulado "Eu sei muito bem que ele está a chorar e faz parte da minha estratégia não ir lá neste momento. Estas coisas têm o seu timing e eu é que decido qual a melhor altura para ir ver o que se passa." Ainda fiz uns gestos bruscos de chega pra lá.
Juro que não me lembro de patavina, mas concordo com tudo o que dizem que eu disse. Faz todo o sentido.
Lá nos entendemos sobre o sucedido, mas pairaram no ar umas alternativas para me acordar que envolvem o uso de copos de água, ou métodos ainda mais medonhos.
De qualquer forma, alguma coisa deve ter ficado no subconsciente, porque hoje acordei na cama do Manel.
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