sábado, abril 03, 2004

Em frente marche
Nunca tinha gostado daquele carro, sobretudo porque a marcha atrás era impossível de engatar. Normalmente acabava por meter a primeira.
Isto trouxe-lhe inúmeros dissabores nos parques de estacionamento e nas companhias de seguros.
Voltou a acontecer. Foda-se. Logo ali, de trombas para o rio.
As últimas palavras do infeliz foram dirigidas ao construtor daquele estupor de rodas. A água do Tejo subiu-lhe pelo habitáculo sem pedir licença. "Este rio continua imundo, que cheiro nauseabundo". Ainda pensou na fortuna que gastou com os tapetes novos.
Por fim, por duas ou três vezes, fez sinais de luzes, ligou os quatro piscas e desapareceu.

Sem comentários: