Assim de repente este é um pensamento que de vez em quando visita esse lugar estranho que é a minha cabeça. É sobre pessoas que daqui a uns tempos serão médicos e médicas neste país. A nota de entrada no curso de medicina é tão alta que me questiono quanta daquela gente, que acaba o secundário com médias a rondar os 19, é emocionalmente equilibrada ? Eu lembro-me de cada um com média de 19 a quem, juro pela minha saudinha, era incapaz de entregar os meus filhos ou a minha mulher para diagnóstico médico. Tomara que a percentagem de distribuição de gente normalzinha seja semelhante à dos restantes cursos, mas por vezes tenho tantas razões para achar o contrário.
Uns psicotécnicos se calhar ajudavam. A nota de entrada ser ponderada com a inteligência emocional também não me parece má ideia. Aposto que todos ficávamos a ganhar com uma bitola assim mais... coiso.
2 comentários:
Realmente,
falta maturidade e depois vemos o que vemos. E passei por uma situação com uma médica, que se julgava, suponho eu, a própria Rainha de Sabá. Recebeu-me aos gritos e eu falando baixo, mas nao me abaixando. Como platéia tinhamos um estudande de medicina a fazer estágio, contendo-se para não rir. Seria hilariante, se não fosse trágico. Consegui fazê-la descer o volume da voz e parar a agressão com a minha aparente calma. TODAVIA, a minha vontade era dizer-lhe poucas e boas e mandá-la para aquele lugar, que agora o politicamente correto não me permite.Nunca mais lá voltei.
Bom início de semana.
Não é pois de espantar quando a maioria dos caloiros de Medicina desiste do curso logo no fim do 1 semestre de aulas. A maioria não estava à espera do cenário que encontrou em termos de faculdade/ensino superior/relação com os professores e, sinceramente, da forma como o ensino secundário está, duvido que isso irá mudar, só se, para pior. Os alunos e alunas que acabam o secundário com médias de 19, ou são génios (e com isso conseguiram ter aquilo a que nós chamamos de vida normal de adolescente) ou então então, não diria desequilibrados, mas sim, com alguma deficiência pessoal, porque não se pode ter notas tão elevadas (pelo menos no meu tempo, em que o ensino ainda era "a sério") sem se abdicar e muito, da vida para além do estudo: amigos, família, saídas, férias. Simplesmente é praticamente impossível. Daí que, para além das diferenças no ensino serem abismais, a falta de apoio ou suporte que estes jovens estudantes não encontram na faculdade, só os prejudica quando vêm os seus 18 e 19's transformados em míseros (!!!) 12 e 13's. Ser-se médico não é ter-se médias e notas altas, é simplesmente um acto de vocação. Infelizmente Portugal (se calhar outros países) ainda não percebeu que não é com médias que se formam grandes profissionais, mas sim com boas estruturas sólidas e apoio de todos (médicos professores, colegas, etc.), de forma a que aqueles que querem mesmo levar o curso até ao fim, não desistam.
Enviar um comentário