Agora eu era um guerreiro de espada na luta contra o dragão, agora era o cavaleiro de Cervantes e via gigantes no lugar dos moinhos, ou era o vento que os fazia agitar os braços, agora eu era capaz de voar até às nuvens e descer na velocidade estonteante, ou era só o pára quedas dos que se saltam de aviões coloridos e precipícios intermináveis, agora eu era capaz de suster a respiração e nadar no fundo dos mares e conhecer-lhe os segredos e criaturas bizarras, ou era escritor inspirado como se não tropeçasse entre as emoções e a folha de papel. Agora conseguia aniquilar todos os bandidos e fazer heróis em todo o mundo, agora não havia medos nem maus e as guerras eram com água e acabavam sempre com lanches cheios de guloseimas e gasosas. Agora eu falava com os golfinhos, com as águias e com as serpentes e era o mais rápido nos cem metros e na maratona, agora marcava golos improváveis e fazia defesas impossíveis, agora brincava no cimo das ondas de todos os metros de altura e conseguia ir e voltar da lua, agora dançava nos teus braços e adormecia a sorrir como crianças felizes.
” Agora eu era o herói e o meu cavalo só falava inglês…”
5 comentários:
lindo lindo. Esta música traz-me boas memórias
Tu ÉS um herói.
E os verbos não são um imperfeito.
tfrazao
André, enganei-me.
Não são «os verbos».
São «tempos verbais».
Os teus tempos verbais não são «imperfeitos».
JAMAIS.
Onde é que já ouvi ou li «isto»?
t frazao
Tão simples e tão actual...
Lindo!
E ao tempo que eu não ouvia esta valsinha.
Agradeço o ensejo.
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