Ainda que largues a chucha, e a fralda imunda adjacente, vais ser sempre o bebé da casa. Ainda que a tua voz deixe de ser maior que tu, hás-de ser sempre o mais pequeno dos selvas. Ainda que já saibas escrever o teu nome, assento e tudo, serás sempre o infinitésimo da família. Tens uma espécie de imunidade que te safa quando asneiras, tens uma espécie de charme que te livra de umas palmadas, tens uma espécie de encanto que me desarma quando me zango com os teus irmãos e te oiço perguntar se estás a ser lindo, tens uma espécie de magia quando te abraças a mim a dizer "paizinhoooo" mesmo antes de me pedir alguma coisa, tens uma espécie de fascínio que faz com que os outros dois te disputem para te ler histórias à noitinha.
Agora, doce sirenes, estes predicados podem nem sempre te valer, sobretudo se dizes aqueles palavrões, se destróis os legos que demoraram horas a montar, se rasgas os cromos dos teus irmãos, se riscas as paredes e os móveis, ou se pescas os peixes do aquário.
Parabéns meu amor. Já agora, podes se faz favor, enquanto tens quatro anos, deixar fraldas nocturnas e chuchas, mas continuar a dizer riscoronte? É para não cresceres muito assim num repente.
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