O sotavento algarvio é um outro Algarve. Mais não seja porque não tem a rua da Oura nem Albufeira onde se concentram centenas de jovens ingleses, com as hormonas do crescimento à razão inversa do bom gosto, do bom senso e da tolerância ao álcool. Os adolescentes ingleses vomitam muito e não sabem que peúgas e saltos altos são uma combinação pouco, ou mesmo nada, atraente. Por seu lado, o sotavento Algarvio tem mais moluscos bivalves, porque tem mais rias.
Estas rias não só nos dão uma trabalheira a ir para a praia (envolve sempre andar de barco ou atravessar pontes), como nos brindam com algumas jóias resistentes às investidas turísticas. Cacela Velha é uma destas jóias, que além do encanto paisagístico, tão consensual que até irrita, tem o encanto gastronómico, ainda mais consensual e portanto mais irritante.
Do apartamento de férias vê-se a ria o que é bom. Para nós e para as melgas que se juntam a partir do fim da tarde.
Para ir até à praia, apanhamos o barco na ria e, pasme-se, tenho caído à ria sempre que fazemos a travessia. Não me atiro por acidente, atiro-me com convicção. Da primeira e da segunda vez tive o cuidado de me livrar da carteira e do telemóvel antes de me atirar. Na terceira convidei-os para o mergulho. Aparentemente o telemóvel não gostou da brincadeira. O amuadinho da Smasung desde essa altura que não dá de si. Não gosto de telemóveis com tiques de falta de educação. Hei-de achar uma forma de o pôr no seu devido lugar. Eventualmente o lixo.
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Só Tu!
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