Contou-me aquilo com os olhos rasos de água. Voz trémula e as mãos sobre as minhas. "Ai André nem queira saber agora deu em bater-me ... depois nega tudo se a minha Anabela o confronta. Anda com um feitio ... e então se bebe. Depois destes anos todos. Eu nem sei como lidar com ele."
Logo ele. Aquele homem que eu tanto respeitei. Aquele casal que sempre admirei. Não há vez que lhes falte a visita, se calha estar lá. Logo aqueles dois. É da doença, é da bebida, é da idade ! Nem sabia o que lhe dizer. Prometi não tocar no assunto à frente dele. Gosto deles e fez-me tanta espécie depois de lhes saber tanto respeito e amor.
E depois saio da aldeia e não vejo doença, nem idade, nem bebida nem amor, nem amor próprio, nem respeito, nem vergonha. Quando a meio do percurso já se está assim, que raio de fim há que esperar?
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