Este fim de semana fomos às berças. Berças de beiras, de berço, de origens, de tantos verões, de outras tantas Páscoas. Gosto de os ver parecidos comigo a passear na aldeia, sem rumo certo, a ver de cães e galinhas que por ali andam e a dizer bom dia a toda a gente. Gosto da conversa com quem gosto. No café que foi taberna, na casa do lado, na casa de cima. Gosto de casas com sotãos, adegas, histórias e afectos. Divirto-me nas dúvidas deles:
- Já estamos no meio rural? As pessoas aqui já se conhecem todas ?
- Tibaldinho com tanta coisa, abastece Lisboa ?
A ida ao rio, três quilómetros de estrada até às termas, ainda é o que mais entusiasma. Tantas idas a pé até lá, tantas vindas cansados a sonhar com a boleia de um tractor ou de um carro com espaço para muitos. Hoje, a ideia de pedirem boleia a estranhos até me arrepia. Há trinta e cinco anos era a mais desejada das ajudas, nem que fosse no último quilómetro.
Como qualquer ida às berças, o regresso fez-se com a companhia de sacas de legumes. Trouxemos batatas, cebolas e abóbora na saca, sorrisos na cara e cansaço no corpo.
2 comentários:
E encontrar a tua Bimbi novinha. Quase quarenta anos.
Era ver.te a dares à manivela. Fantásticas as batatas descascadas.
Encontrar tudo.
Encontrar-me.
Encontrar todos.
Mãe
Adorei a descrição, principalmente porque a li em termos visuais. Felizmente ainda padeço daquela coisa que vai sendo cada vez mais rara entre a população jovem: a imaginação.
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