É verdade que sou lamechas, e que vai de quando em vez, um tipo se emociona e tal, mas depois vem-se-me a bipolaridade e tenho acessos de hiper sensibilidade que variam algures entre o poste telefónico e a boca de incêndio.
O coiso do mais novo morreu. O rato, o Migalha, o hamster dele. Tenho em mim que não aguentou a pressão. Afinal de contas, ele era o quinto elemento do sexo masculino num ambiente com poucas fêmeas. A rainha, e fora a rainha, só as duas hamsteres, a romena das limpezas e a sua nora que anda a aprender português e por isso vem ajudar a sogra, sogra essa que fala romeno com ela o que contribui de forma decisiva para a progressão da dita nora nas artes da língua de Camões. Falar em Camões, o bicho já devia andar a ver torto porque tinha um olho sempre meio fechado, ou estarei a confundir com o hamster do mais velho? Não interessa, a verdade é que se finou e era preciso dizer com muito cuidado ao sirenes, para não lhe estragar o feriado que já ia longo:
"ó António cheira-me que o teu Migalha não está vivo. Não se mexe nem um bocadinho"
"Pai ele é mesmo assim. Ainda ontem estava assim quietinho e depois fartou-se de andar"
"Mas olha que devia estar um bocadinho menos quietinho que agora. Se eu abanar assim a casinha dele ele não se mexe mesmo."
"Está a dormir Pai. Ontem estava igual"
"Não estava igual não. Olha lá. Vês que eu abano-o e ele não faz nada? Olha ele sem mexer nem um bocadinho. Está morto. Vês até está rijo."
"Está bem ... "
passados 5 segundos estava no quarto aos guinchos de tristeza a ser consolado pela mãe.
2 comentários:
Ohhhhhhhhh
É sempre refrescante ler estas pequenas peripécias do dia-a-dia... Bom, cof cof, talvez seja apenas da vaga de frio.
Bom, de qualquer forma, entre mortos e feridos, gosto da leveza e do humor com que estas pequenas coisas são "costuradas" por aqui!
Beijo
Obrigado pelo elogio Elizabete, e cuidado com o frio que estamos na época das gripes.
Bj
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