sexta-feira, outubro 16, 2009

Balão

Afinal o menino nunca esteve no balão que viajou quase 100 quilómetros pelos céus de Denver. A porta aberta do cesto foi um mero acaso e a criança estava na garagem de casa. Por ventura no imaginário desta criança os balões não se vestem de prateado, antes de mil e uma cores, e têm a forma de uma bola gigante. Acredito que algumas garagens do lado de lá tenham a magia de alguns sótãos do lado de cá. Cheios de mundos de fantasias onde se pode viajar em balões coloridos guardados por dragões sobrevoando florestas e cenários de aventuras. E se não for de balão, há-de haver viagem com toda a certeza num barco pirata como o que eu comandava no sótão de Tibaldinho. Por causa das arcas velhas de madeira que encerravam tesouros e da varanda, a ponte do meu navio, onde se podiam içar bandeiras e dirigir o leme no meio de tempestades impossíveis. Foi assim que passei a gostar de tempestades e trovoadas, vividas na proa do meu navio, quando lhe rasgavam as velas e ameaçavam o naufrágio. Homens ao mar. Agora o sótão ainda é local previligiado de brincadeiras, e a família de morcegos, que por lá vive, encanta os Marias. Noutras histórias com certeza, noutras fantasias. Se calhar um balão colorido diferente do que a americana criança nunca embarcou.

3 comentários:

Isa disse...

bonito texto

Anónimo disse...

P'La terceira vez vou tentar deixar um comentário.
A ver...

Dos morcegos no sótão eu sabia
Mas não do teu fantástico barco fantasma.

Sei, sabemos, sabem todos (que confusão verbal!) das misteriosas arcas velhas, de madeira, que até tremo só de pensar que as vou abrir (bem vês, tenho que ir até lá)

E a enorme arca da memória, onde cabem todos os rostos, todos os lugares, todas as palavras e todos os silêncios...

Será que me podes ajudar a içar uma bandeira grande e colorida? É que esta total falta de jeito, Vê lá, rapaz.
P'ra não falar da idade que não quero.

Anónimo disse...

O comentário anterior é da tua incorrigível e desajeitada mãe.

Nem pr'assinar

T Frazão