quinta-feira, maio 07, 2009

Filhos Legítimos

Estranhei logo quando fui inscrever o primeiro na creche, antes ainda dele nascer. A directora da dita chamou-me Pai, ou pai não interessa. Até fiquei com pena da senhora. Olha teve um deslize e chamou-me pai, deve estar mais atrapalhada que eu, vou fingir que não notei. Afinal não. De há dez anos a esta parte tem sido uma prática corrente, e à medida que o número de filhos aumenta, o número de pessoas que têm a mania de me tratar por pai aumenta também. Auxiliares, cozinheiras, enfermeiros, médicos, educadoras, professoras, lojistas e babysitters tratam-me por pai. Que espero que não por Pai. E logo eu que achava que só tinha rapazes, volvida esta década vejo-me rodeado por uma catrefada de filhos, a maior parte deles do sexo feminino e algumas mais velhas do que eu. E estão mesmo convencidas que são minhas filhas. Legítimas, porque também chamam mãe à minha mulher, e avô e avó ao meu pai e à minha mãe. Ora isto não é um engano, é mesmo uma profunda convicção que são filhos e filhas. Será que contam viver lá em casa? É que o espaço já não é muito e o que eu gasto em cerelac, leite e gromittis nota-se no PIB. Talvez não contem muito com isso porque depois não agem propriamente como filhos. Não nos saltam para o colo quando nos vêem, não aparecem a meio da noite a pedir para se deitarem ali porque tiveram sonhos maus e não reagem nada bem quando lhes tento dar banho. Não querendo tirar partido da situação, eu até os acolho em casa porque a um filho não se vira as costas, mas pelo menos dêem-me direito ao respectivo abono de família. Salvo seja.

11 comentários:

Clara disse...

ahahahahahahahahah, a primeira vez que me chamaram isso foi numa consulta, achei tão absurdo (ainda acho mas agora já estou habituada).

@na disse...

ahahahahahaha

Filipa disse...

Andréééééééé!!!!

Anónimo disse...

CRECHE!!!!!!!!!!!!

Ana disse...

Filipa, no seu caso, adoravamos adopta-la... a menina que nunca tivemos!! :) :)
beijo

Andre Frazao disse...

Ai catanos pois claro que é creche ...

Andre Frazao disse...

Filipa:
tu não contas nesta história, no segundo período já me tratavas pelo nome.

Teresa Frazão disse...

É, também achei estranho e ridículo.

SÓ SOU «AVÓ» DOS MEUS QUERIDOS E SEIS RAPAZES.

MEUS NETOS, CLARO.
ESSES SIM, UNS PRÍNCIPES

ÚNICOS
E HERDEIROS DO QUE QUER QUE SEJA.

Isa disse...

:-DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD

Filipa disse...

Ohhhhhhhh... que querida, a Ana!!!! Que bem me soube passar por aqui e ler o comentário!!!

filha do administrador disse...

tens toda a razão, eu também passei a ser "mãe" ou "mãe do G." quando era preciso decorar o nome :P
lembro-me de a minha mãe ser a mulher do manuel d. (e eu filha do anel d.), mas não me lembro de lhe chamarem "mãe" (excepto eu)
com a igualdade entre os sexos em que se deixa de ser de alguém, passamos a ser "só" mãe e quem não é tem o previlégio de manter o nome