Agora o que quero é patinar, correr ao acaso na praia quase deserta, rebolar numa encosta, perder-me numa floresta, num livro ou numa canção. Agora quero é os instrumentos da orquestra na minha cabeça, a um compasso certo, no contratempo das tuas palmas. Agora quero o parapente sobre colinas, ou sobre o mar, ou na maré dos teus olhos, agora o estoiro do riso das crianças, e o gosto do teu abraço, e o mundo todo e por inteiro nele. Agora são as águas do meu março, agora quero a promessa de vida no teu coração. Agora quero os filmes mais lindos que houver, e um quadro onde me apeteça entrar e a aguarela infinita.
Agora quero a inatingível escrita, as formas da escultura de Moore e o jazz de Duke, agora quero escrever sem soar a publicidade ao azeite galo, ou à vodafone, agora quero os contornos de nuvens certas no céu.
Sem comentários:
Enviar um comentário