quarta-feira, fevereiro 28, 2007

O poder da publicidade

Contexto:
No quarto dos brinquedos, o cowboy pede ao seu cavalo para andar mais depressa.

A frase:
- Anda mais depressa Euribor, temos que apanhar aqueles bandidos.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Gestão de Tempo

Com o início da quaresma chegaram várias tarefas urgentes e importantes para fazer, que insistem em preencher-me quotidiano. Nem o Benfica eu vi jogar, e as noitadas de trabalho duram desde Segunda Feira.
Aproveito esta janela de oportunidade para escrever umas linhas.
Necessito de melhorar urgentemente a competência “Saber Dizer Não – faça-o com um sorriso, justifique a sua recusa e prontifique-se a encontrar alternativa a quem lhe solicita alguma tarefa”
Agora que penso na arte de dizer Não, reparo que há pouca gente que o saiba fazer com a elegância necessária. Uns porque dizem Sim e não conseguem contraria esta tendência para a nega, e outros porque dizem Não, mas à bruta. Fazem-no muito na linha “Não me chateies”, “Temos pena” ou “Tu deves ser atrasado mental”
Este, já se vê, devia ser um tema abordado logo antes da adolescência: “A arte da tampa”. Evitava tanta chatice entre os 13 e os 20 anos. Esta é a idade em que mais precisamos de dizer Não, não tendo porém estatuto para o fazer:
- André para a rua
- Stor, peço imensa desculpa mas neste momento é-me completamente impossível fazê-lo. Podemos adiar esta falta a vermelho para a semana que vem ? É que hoje não me calha nada bem.
- Está-se a rir de quê?
- Estou a sorrir stor. Para lhe demonstrar que não se trata de uma questão pessoal, antes de uma real impossibilidade. Se reparar até lhe estou a dar uma alternativa, não obstante o facto de estar a recusar a sua solicitação.
- Foi uma ordem.
- Compreendo, mas sinceramente, hoje não o posso fazer. Talvez o Carlos possa. Carlos, importas-te de atender a um pedido do professor, que eu hoje não tenho a menor hipótese de aceder.
- Desculpe lá Carlos, o André está aflito, tenho que recorrer a si. Rua.
- Por mim tudo bem. Eu sei que não é a mesma coisa, mas tudo bem.
E com os namoros, a coisa também prometia ser interessante ...

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

La fontaine

JM - Pai conta-me uma história para eu adormecer
Eu – João, são quase onze da noite.
JM – Uma muito pequenina. Vá lá pai.
Eu – Era uma vez um gato que ia atravessar uma rua, e quando estava a meio veio um carro e matou-o
JM – Ohhh Pai.
Eu – Era uma vez um gato que ia atravessar uma rua, e vinha lá um carro. Também estava lá um cão muito esperto que percebeu que o gato ia ser atropelado. O cão que sabia que os gatos se assustam com os cães, resolveu ladrar e correr na direcção do gato para ele fugir do carro com o susto. Foi então que o carro os atropelou aos dois.
JM – Ohhh pai, essa história não presta (risos).
Eu - Era uma vez um gato que ia atravessar uma rua, e vinha lá um carro. Também estava lá um cão muito esperto que percebeu que o gato ia ser atropelado. O cão que sabia que os gatos se assustam com os cães, resolveu ladrar e correr na direcção do gato para ele fugir do carro com o susto. O elefante que tinha uma tromba que adivinhava, viu logo que aquilo ia dar asneira e resolveu correr para lhes dar com a tromba e eles assim não eram atropelados. Quando o carro estava quase a apanhar o gato e o cão, deu-lhes uma grande trombada (eh eh eh) e eles voaram até à outra faixa e não foram atropelados. Fizeram uma grande festa e deram um abraço ao elefante. Foi aí que apareceu um autocarro e atropelou os três. (muitos risos)
JM- Amanhã juntamos um tiranossauro rex e o king kong.

O patrão do moço da cruz anda demasiado atento, porque hoje à saída da escola ia sendo atropelado por uma carrinha de bolos. Ainda bem que não fui porque estou com umas cuecas de super homem (prenda de natal do Manel Maria) e ia ser motivo de grande galhofa nos politraumatizados de São José.

Proposta de alteração à lei do referendo

A partir de hoje, todos os referendos devem acrescentar ao assunto a ser referendado, algumas das seguintes perguntas:
"Qual o seu clube de futebol?"
"Qual o homem mais bonito portugal?"
"Qual a mulher mais bonita de portugal?"
"Qual a próxima tatuagem de Elsa Raposo?"
"O que leva Bárbara a ir para o Carrilho?"
"Cozido à portuguesa ou feijoada?"
"Vinho ou Cerveja?"
"Sagres ou Super Bock ?"
"Zara ou H&M?"
"Marina Mota, Herman ou Gato Fedorento?"
"Novelas nacionais ou brasileiras?"
Isto sim, são temas pelos quais existem um verdadeiro interesse nacional que levariam a abstenção a valores miseráveis.

domingo, fevereiro 11, 2007

Não vinculativo

Ainda não se conhecem os resultados, apenas se projecta uma abstenção vencedora. Deixa andar, não é comigo, tenho mais do que fazer é a lógica de um país de memória curta. Aos que durante décadas, lutaram pela liberdade e pelo direito ao voto livre (e pela liberdade à inconsciência de não votar) as desculpas por esta abstenção.
Senhor Sócrates tenha tomates, e mude a lei no parlamento (há aqui qualquer coisa que me ultrapassa. O sr primeiro ministro no congresso do PS, não respondeu a Helena Roseta que, se o referendo não fosse vinculativo, tudo ficaria como até agora ?).

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

O regresso às aulas

Logo pela manhã, à primária (minha querida D. Inês, grande professora e grandes reguadas). A contas com alguma dificuldade em explicar ao João, contas de dividir com mais que dois algarismos no divisor.
- Professora Marta, desculpe a interrupção, mas preciso de ajuda nas contas de dividir quando o denominador tem mais que dois algarismos
- O divisor
- Pois o divisor
- Já esqueceu como se faz, portanto
- Não. Mas não sei qual o algoritmo que usa para explicar aos selvas (eu formei-me em matemática aplicada, sei mais do que imaginas espertinha)
- Como assim ?
- Como é que se explica isto ?
- Vamos ao quadro
- Vamos lá então
- 192746 : 45
- Muito bem e agora. Como é que os faz chegar ao quatro ?
- Qual quatro ?
- O quatro que vai por ali debaixo do 45
- Ah esse. Então temos 19 e 45. Como 19 < 45 temos que ir pedir ajuda ao 2. Fica então 192 e 45. Vai daí o 5 trata do 2 enquanto o 19 trata do 4. Ora 19:4 dá 4. Vamos tentar o 4. Se der dá se não der temos que tentar com 3. Muito bem 4 x 5 são 20, 20 para 2 não chega temos que pedir uma dezena emprestada ao 19, 20 para 12 também não chega temos que pedir outra dezena emprestada ao 19, 20 para 22 são 2, colocamos o 2. 4 vezes 4 são 16, quantas dezenas pedimos ao 19 ?
- Duas.
- Muito bem, então 4 vezes 4 são 16, mais as duas são 18. Para dezanove vão
- Um
- Cá está. Baixa-se o 7. Ainda precisa que continue ?
- Já agora. É que fiquei curioso em ver o resultado.
- Muito bem. 127 a dividir por 45. O 7 trata do 5 e o 12 do 4...
- Estava a brincar. Podemos ficar por aqui. Obrigado.
- Não custou nada.
João Maria nem sabes o que te espera hoje à noite:
72816459726152923784698 : 83

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Pra cima pra baixo ao som do contrabaixo

Surpreende-me a quantidade de telemóveis que são vendidos neste país. Pergunto-me o que leva cada Português a adquirir o seu 5º ou 6º telemóvel. O que é que fazem aos que ficam para trás?
As operadoras justificam este fenómeno pela adesão às novas tecnologias. A fotografia, o vídeo, o 3G, os toques polifónicos e os MPMuitos. Não acredito que seja pela tecnologia. Os portugueses dão-se mal com essa coisa da tecnologia. Por regra dão-se muito mal. Os elevadores são disso exemplo. Os portugueses não gostam de elevadores. Aquilo de carregar num botão para chamar o elevador não é coisa fácil. Para já, os elevadores modernos têm dois botões e para que não haja dúvidas o melhor é carregar nos dois. Aquilo de carregar para baixo se se quer ir para baixo e carregar para cima se se quer ir para cima é uma prática ditatorial. Então eu antes de entrar no elevador tenho que saber se quero subir ou descer ? Tenho que ter um plano de deslocação ? Nããããã. Eu cá só decido à posteriori. E se a luz de chamada já estiver acesa ? A bem a bem, o melhor, é carregar novamente para o caso do elevador se ter esquecido. E depois quando o elevador chega, como é que eu sei se o bendito vai para baixo ou para cima ? Não sei. Ele tem lá umas flechas luminosas, mas todos sabemos que as luzes não querem dizer nada. O meu microondas também tem uma luz e isso em princípio não me dá qualquer informação. Pelo sim pelo não entro no elevador e só depois é que carrego no meu destino. A probabilidade de ir na direcção correcta é 0,5, e nada de mal me há-de acontecer se for no sentido contrário. Depois há aquela mariquice de ter que esperar que os outros saiam para entrar. Isso não é comigo. Primeiro há que entrar e depois logo se vê quem é que consegue sair. Uma vez lá dentro, é rezar para que a viagem chegue ao fim e assistir a pelo menos a três inversões de marcha, duas paragens por excesso de peso e ouvir alguém a peidar-se uma vez. Há poucas coisas melhores que o peido no elevador.
Os elevadores são um ícone do apreço que os portugueses têm pelas tecnologias. Não me venham portanto dizer que compram telemóveis uns atrás dos outros pelo fascínio que têm por tecnologia. O anda por trás deste mistério ? Onde andam os outros aparelhos abandonados ? Será um mistério parecido ao dos pares das peúgas ? Será que existe um planeta onde vão parar todos os telemóveis que já não usamos? Será Deus que os usa para telefonar à Alexandra Solnado ? Se sim, qual o operador ? Com que tarifários ?