Ao que parece, a campanha do passado fim de semana, do Banco Alimentar contra a Fome foi um tremendo sucesso. Quer pelo número de voluntários, quer pela quantidade de alimentos conseguidos, foram batidos todos os recordes e expectativas.
Pudera. A mim, estas campanhas, calham sempre num fim de semana em que eu vou umas dez vezes ao supermercado. E de cada vez que vou, lá estão uns miúdos betos, ou com cara de escuteiros, a acenar-me com os sacos brancos de letras azuis. Da primeira vez corre tudo muito bem, lá ponho uns leites meio gordos, e uns esparguetes, e azeitinho que faz tão bem. As restantes vezes vou comprar coisas que me esqueci da primeira. Um desodorizante, ou umas folhas de gelatina de culinária, ou lâmpadas para o candeeiro da sala. Entro esbaforido no supermercado a tentar desviar-me dos angariadores de feijão manteiga. Passei por 15 deles e nenhum deu por mim, estão ocupados com outras pessoas ou a transportar sacos de um lado para o outro. Já estou praticamente na área do super, já sou vejo o segurança e clientes. Caminho livre. Posso avançar. É nessa altura, que o segurança se transforma em voluntário e me estende um saquinho. Lá venho eu com um pacote de folhas de gelatina e seis litros de leite meio gordo. E depois com as lâmpadas e com o desodorizante, a mesma coisa. Uma vez resolvi dizer que já tinha lá estado e que já tinha contribuído. A senhora que me interpolou olhou-me com aquela cara de maisumegoístacomamesmadesculpadetantosoutros.
Sempre podiam fazer como noutros peditórios, em que colocam um autocolante minúsculo, em todos os que já foram solidários com a causa. Era simpático. Experimentem lá se faz favor. Obrigadinho.
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