quarta-feira, janeiro 31, 2007
A evitar
Este artefacto permite ligar ao sonoro da viatura qualquer aparelho que tenha uma saída comum para headphones.
O meu bólide agora possui uma destas coisas, o que provocou a duplicação do seu valor. Aquele clio que tem lagos naturais e cogumelos, vale agora para cima de 20 euros o que é bestial.
No extremo oposto da cassete está ligada a PSP com centenas de músicas, respeitando todos os princípios dos direitos de autor. Os marias aderiram à tecnologia e a viagem para a escola foi de uma alegria contagiante. Além da companhia habitual da Maria Rita, ainda ouvimos Clã e Pedro Abrunhosa.
Raínha Ana:
Pelo sim pelo não, convém nas próximas semanas, evitar perguntas do estilo "O que é que vamos fazer ?" ou "O que é que querem fazer ?". É que o Pedro Abrunhosa tem umas respostas estranhas para esta pergunta que deixaram o João Maria estupefacto com o palavreado e o Manel Maria curioso sobre o significado do verbo foder.
quinta-feira, janeiro 25, 2007
Entrou no berçário e comeu 12 dos 17 recém nascidos
Como é que o mundo há-de ser um lugar de paz, se nem no meu aquário consigo estabelecer a ordem ?
Comentários:
João Maria - Pai, acho que devíamos condenar à morte o peixe que comeu os bebés.
Manel Maria - A culpa é do vermelho, que não tinha nada que ter 17 filhos.
Conclusão
Dos meus três filhos, um defende a pena de morte, outro defende o planeamento familiar e o terceiro anda na onda do “Não sabe/Não responde”.
Comentários:
João Maria - Pai, acho que devíamos condenar à morte o peixe que comeu os bebés.
Manel Maria - A culpa é do vermelho, que não tinha nada que ter 17 filhos.
Conclusão
Dos meus três filhos, um defende a pena de morte, outro defende o planeamento familiar e o terceiro anda na onda do “Não sabe/Não responde”.
quinta-feira, janeiro 18, 2007
O voto de Judas
Muito se escreve e muito se diz sobre a questão do aborto e já aqui escrevi pelo menos duas vezes sobre o assunto. Das campanhas e dos argumentos, fica-me a sensação de guerrilha. Na trincheira, cada defensor, parece achar-se o justo e único detentor do bem, da verdade e da razão. O bem de um lado e o mal do outro. Ao sinal de fogo sobre o inimigo, lançam-se argumentos para o lado oposto. E como de uma verdadeira guerra se tratasse, dá-se um pontapé na ténue linha que separa o admissível e o inadmissível.
Sou contra o aborto. Optar por colocar fim a uma promessa de vida ou a uma vida é, na minha humilde opinião, um sinal externo de desespero, de egoísmo, de ignorância, de miséria humana e de estupidez. No contexto desta opção de uma mulher, de um casal ou de uma família, surge um destes factores isolado, ou uma combinação de vários. E se ao egoísmo e à estupidez, pouco há fazer, aos restantes factores há muito onde gastar energias. E se do egoísmo e da estupidez não nos podemos sentir culpados, do desespero, da ignorância e da miséria humana somos os maiores responsáveis. A haver alguém a ser julgado, seremos todos os que dormimos no conforto de acreditar que cada promessa de vida brutalmente interrompida, não tem a nossa assinatura por baixo.
Pior que pouco ou nada fazer a montante da interrupção, é nada fazermos a jusante de cada não interrupção. Assistimos com a confortável distância dos inimputáveis à miséria das crianças abandonadas, maltratadas ou esquecidas até à idade adulta em qualquer instituição. As crianças que vivem a adolescência a sonhar uma mãe e um pai em cada estranho que lhes sorri. Assistimos impávidos, quase serenos, aos casos que nos chegam pelo sensacionalismo mediático, com o mesmo olhar com que vemos um episódio de uma ficção que nos comove. Um guião de fantasia que não nos envolve.
É neste conforto ridículo que se gastam centenas de milhares de euros e centenas de horas a proclamar a defesa do valor da vida. A intenção é boa, mas o erro de paralaxe é grosseiro. Atenuamos a nossa culpa enfiados em t-shirts do banco alimentar contra a fome ou a entregar brinquedos a quem os não tem, sobras de um Natal de excessos quase pornográficos.
Vamos legalizar um crime só porque há quem o pratique? Que raio de local é este que se permite a criar condições para que alguém pense em interromper uma gravidez, e depois se julgue e se condene quem o faz? Estão as nossas mãos assim tão imaculadas? Vamos dar o peixe ou ensinar a pescar ? (Neste caso vamos penalizar a miséria ou vamos criar as condições para que ela não exista ?). Estamos perante Maria Madalena, e o que apregoamos alto e bom som, orgulhosos dos nossos ensinamentos de fé, é: “Apedrejemos a puta.”
Sou pela vida e sou católico, e é também a minha vivência de fé que me faz votar sim. Tenho a convicção que se Jesus Cristo fosse vivo, votava sim. Ele e os seus apóstolos. Bem, pensado melhor, aquele Judas era bem capaz de a troco de algumas moedas …
Sou contra o aborto. Optar por colocar fim a uma promessa de vida ou a uma vida é, na minha humilde opinião, um sinal externo de desespero, de egoísmo, de ignorância, de miséria humana e de estupidez. No contexto desta opção de uma mulher, de um casal ou de uma família, surge um destes factores isolado, ou uma combinação de vários. E se ao egoísmo e à estupidez, pouco há fazer, aos restantes factores há muito onde gastar energias. E se do egoísmo e da estupidez não nos podemos sentir culpados, do desespero, da ignorância e da miséria humana somos os maiores responsáveis. A haver alguém a ser julgado, seremos todos os que dormimos no conforto de acreditar que cada promessa de vida brutalmente interrompida, não tem a nossa assinatura por baixo.
Pior que pouco ou nada fazer a montante da interrupção, é nada fazermos a jusante de cada não interrupção. Assistimos com a confortável distância dos inimputáveis à miséria das crianças abandonadas, maltratadas ou esquecidas até à idade adulta em qualquer instituição. As crianças que vivem a adolescência a sonhar uma mãe e um pai em cada estranho que lhes sorri. Assistimos impávidos, quase serenos, aos casos que nos chegam pelo sensacionalismo mediático, com o mesmo olhar com que vemos um episódio de uma ficção que nos comove. Um guião de fantasia que não nos envolve.
É neste conforto ridículo que se gastam centenas de milhares de euros e centenas de horas a proclamar a defesa do valor da vida. A intenção é boa, mas o erro de paralaxe é grosseiro. Atenuamos a nossa culpa enfiados em t-shirts do banco alimentar contra a fome ou a entregar brinquedos a quem os não tem, sobras de um Natal de excessos quase pornográficos.
Vamos legalizar um crime só porque há quem o pratique? Que raio de local é este que se permite a criar condições para que alguém pense em interromper uma gravidez, e depois se julgue e se condene quem o faz? Estão as nossas mãos assim tão imaculadas? Vamos dar o peixe ou ensinar a pescar ? (Neste caso vamos penalizar a miséria ou vamos criar as condições para que ela não exista ?). Estamos perante Maria Madalena, e o que apregoamos alto e bom som, orgulhosos dos nossos ensinamentos de fé, é: “Apedrejemos a puta.”
Sou pela vida e sou católico, e é também a minha vivência de fé que me faz votar sim. Tenho a convicção que se Jesus Cristo fosse vivo, votava sim. Ele e os seus apóstolos. Bem, pensado melhor, aquele Judas era bem capaz de a troco de algumas moedas …
sexta-feira, janeiro 12, 2007
G#
A prima Rita ofereceu uma viola ao João Maria. Pequena, como ele, mas séria.
Lembro-me bem do Natal, em que a viola apareceu.
Parece um golpe de sorte, porque a prima correu a pequenada toda com instrumentos, e a bateria ficou noutro agregado familiar. Já a percussão ficou entregue ao Manel. Menos mal, tirando a pandeireta.
O João afeiçoou-se à viola e comecei por lhe ensinar a escala. Os dedos a pisar as cordas nas casas certas, viajantes no braço, a outra mão a fazer vibrar cada corda. Que saudades. Não tardou até conseguir levar lá para casa uma viola emprestada. Obrigado pá. A ideia é ensinar-lhe o pouco que sei, e matar as tantas saudades.
A rainha lá de casa mostra alguns sinais de desconforto, mas estou certo que se há-de habituar. Já está. Um projecto 2007. Eu e o João vamos saber tocar muito melhor que agora.
Sabes aquele som do indicador a deslizar sobre as cordas ? É disso tudo que sinto falta.
"Foi a saudade do teu braço e olhar que já da luz me dói ..." Desafino o mi para conseguir tocar esta.
Lembro-me bem do Natal, em que a viola apareceu.
Parece um golpe de sorte, porque a prima correu a pequenada toda com instrumentos, e a bateria ficou noutro agregado familiar. Já a percussão ficou entregue ao Manel. Menos mal, tirando a pandeireta.
O João afeiçoou-se à viola e comecei por lhe ensinar a escala. Os dedos a pisar as cordas nas casas certas, viajantes no braço, a outra mão a fazer vibrar cada corda. Que saudades. Não tardou até conseguir levar lá para casa uma viola emprestada. Obrigado pá. A ideia é ensinar-lhe o pouco que sei, e matar as tantas saudades.
A rainha lá de casa mostra alguns sinais de desconforto, mas estou certo que se há-de habituar. Já está. Um projecto 2007. Eu e o João vamos saber tocar muito melhor que agora.
Sabes aquele som do indicador a deslizar sobre as cordas ? É disso tudo que sinto falta.
"Foi a saudade do teu braço e olhar que já da luz me dói ..." Desafino o mi para conseguir tocar esta.
quinta-feira, janeiro 04, 2007
quarta-feira, janeiro 03, 2007
Genesis
Segundo o Guia Galáctico do Pendura (uma obra essencial), a humanidade, tal qual nós a reconhecemos, surge de um acidente.
Perante a necessidade de uma evacuar um planeta, os seus habitantes foram colocados em naves, segundo a sua posição social. Na base dessa pirâmide estavam as Manicuras e os Higienistas Telefónicos (andavam de cabine telefónica em cabine telefónica com um algodão branco a limpar o auscultador) . Foram precisamente três naves de Manicuras e Higienistas Telefónicos que se desviaram da frota de evacuação e acabaram por chocar contra um planeta habitado por seres inteligentes (golfinhos e ratinhos brancos). Esse planeta chama-se Terra e todos nós descendemos, não do macaco, mas de Higienistas Telefónicos (os mais afortunados) e Manicuras (os menos afortunados).
Acredito serem os descendentes de Manicuras que invadem os centros comerciais da periferia fardados de fato de treino, conjugam mal os verbos na segunda pessoa do singular e exibem o bolo alimentar durante a refeição. Acontece que ontem fui confrontado com um novo adereço a ser usado pelos mesmos. Umas meias especiais compatíveis com o uso de Havaianas. São umas meias que têm um separador para o dedo grande do pé permitem o encaixe da meia na presilha da havaiana. Sabe-se que o uso de meias com sandálias é um problema de difícil resolução, mas este novo artefacto vem resolver este flagelo. Agora é esperar que o produto entre na rota das Manicuras e ver, logo abaixo do fato de treino, a meia havaiana e a respectiva havaiana.
Mal posso esperar.
Perante a necessidade de uma evacuar um planeta, os seus habitantes foram colocados em naves, segundo a sua posição social. Na base dessa pirâmide estavam as Manicuras e os Higienistas Telefónicos (andavam de cabine telefónica em cabine telefónica com um algodão branco a limpar o auscultador) . Foram precisamente três naves de Manicuras e Higienistas Telefónicos que se desviaram da frota de evacuação e acabaram por chocar contra um planeta habitado por seres inteligentes (golfinhos e ratinhos brancos). Esse planeta chama-se Terra e todos nós descendemos, não do macaco, mas de Higienistas Telefónicos (os mais afortunados) e Manicuras (os menos afortunados).
Acredito serem os descendentes de Manicuras que invadem os centros comerciais da periferia fardados de fato de treino, conjugam mal os verbos na segunda pessoa do singular e exibem o bolo alimentar durante a refeição. Acontece que ontem fui confrontado com um novo adereço a ser usado pelos mesmos. Umas meias especiais compatíveis com o uso de Havaianas. São umas meias que têm um separador para o dedo grande do pé permitem o encaixe da meia na presilha da havaiana. Sabe-se que o uso de meias com sandálias é um problema de difícil resolução, mas este novo artefacto vem resolver este flagelo. Agora é esperar que o produto entre na rota das Manicuras e ver, logo abaixo do fato de treino, a meia havaiana e a respectiva havaiana.
Mal posso esperar.
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