segunda-feira, agosto 21, 2006

Filarmónica

Já a noite se fazia ao céu, nuvens em contraluz, quando cheguei a São Martinho. O entusiasmo deles, para lá do meu regresso, vinha do concerto da filarmónica Gil, ali mesmo encostado ao areal e às embarcações. Jantámos as empadas feitas durante a tarde a várias mãos, adormecemos o António que ficou com o avô (ainda não tem estatuto para estas aventuras) e descemos desde o cruzeiro até ao Cais, já o som nos dizia que perdemos o início.
Depois foram três quartos de hora de novas emoções. Os acordes, o entusiasmo, as luzes, a dança, uma ou outra canção reconhecida. O João Às vezes atentos ao cenário montado, outras vezes dispersos nas brincadeiras entre os barcos. Palmas, sempre palmas.
O homem da Filamórnica – “Não vale a pena dizer certas coisas em campanhas politicamente correctas. A droga é mesmo uma merda. É uma merda.”
Risos do João e do Manel Maria
- Paiiiiiiiiiii. Ele disse merda. Disse que eu ouvi.
- Eu também ouvi. Disse meda.
- Disse porque está a falar de uma coisa tão má e tão feia, que nesses casos e só nesses casos, os adultos podem dizê-lo.
O concerto assim seguiu e fluiu. Deve ser difícil gerir a relação com um público acidental. O regresso ao palco para só mais uma e em jeito de brincadeira o “Postal”.
Roubei o alinhamento aqui nos desabafos do vizinho Gil. Não leves a mal pá.

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