quinta-feira, maio 25, 2006

Rui

Em princípio, o Rui Costa é hoje apresentado como jogador do Benfica. Lembro-me, de aqui há uns anos, numa reportagem do Expresso, o Rui Costa e o Figo falarem da sua vida e da relação que tinham com a cidade em que viviam. Florença e Barcelona respectivamente. O Rui conhecia a história, as pessoas, a cidade, os monumentos e a cultura. Impressionou-me naquela bitola habitual dos futebolistas.
Não me agrada toda esta euforia pelo regresso de um jogador. Parece-me da mesma natureza da euforia com a vitória presidencial do Cavaco. Não acredito em salvadores da pátria nem em Dons Sebastiões. Este homem, que uma vez chorou quando marcou um golo contra o Benfica, vale sobretudo pela pessoa que é, e nesse aspecto, de boas pessoas, estamos muito necessitados. Portugal entenda-se.
Que, à semelhança do whisky, a ausência por 12 anos, seja ganho de qualidade.

terça-feira, maio 23, 2006

Hoje vão umas amigas lanchar lá a casa ...

Companhia privilegiada, no meu bólide de fabrico francês, no percurso até ao trabalho, a TSF noticiou a realização da primeira tuppersex em Portugal. Em tudo igual às reuniões da tupperware, a menos das caixas de plástico, que se vêem substituídas por brinquedos eróticos. Além de garantirem umas reuniões mais animadas, aposto que não se perdem tantas tampas como nas malditas caixas de plástico. Ainda há lugar para muita promotora destas novas reuniões femininas. Detalhes, para quem quiser, aqui.

segunda-feira, maio 22, 2006

Bodas

Conversa com a brasileira que nos costuma atender ao almoço
Eu  - Então aquele rapaz é que é o seu marido?
Ela - Sim aquele ali.
Eu  - E ri do quê ? Casou-se consigo e está a rir.
Ela - Ele quando casou já estava avisado. Vivemos juntos dois anos antes de nos casarmos na passada sexta feira.
Eu - Casaram na sexta feira ?
Ela - Sim. Mas eu não fui ao casamento.
Eu - Desculpe ?
Ela - Foi por procuração. Quem se casou por nós foram os meus pais. Tentámos casar nós aqui, mas havia sempre um papel sem um carimbo. Então os meus pais casaram por nós.
Eu - E a festa ?
Ela - Foi lá em casa dos meus pais no Brasil.
Eu  - Ainda bem para os seus pais. Sempre estão tendo uma segunda lua de mel. Quem é que apanhou as flores da noiva ?
Ela - Olha que não sei. Vou ter de perguntar.
Eu - Felicidades então.
Ela - Obrigado.

sexta-feira, maio 19, 2006

Mistério

A Playstation estava aberta e o Colin Mc Rae não estava na gaveta da consola.
- Manel sabes do disco que estava na playstation ?
- Não. Não mexi.
- João Maria, o jogo que estava na playstation ?
- O António andou a mexer.
Há-de aparecer amanhã...
(...) hoje de manhã.
- António, quem é que pôs isto na banheira ?

segunda-feira, maio 15, 2006

( Suspiro )

A IURD, minha vizinha quase paredes meias, para os lados da Alameda, chateia-me. Por causa das correntes. À segunda a corrente da vida, à terça a do dinheiro, à quarta a do amor, à quinta a da fé, à sexta a da exclusão social, ao sábado a dos drogados e ao Domingo a grande corrente das correntes. Esta coisa deixa-me a rua acorrentada de carros de fieis seguidores e raro é o dia, em que arrumar o carro à hora da corrente seja tarefa fácil. Não contentes com isto resolveram criar mais um local para o culto. Isto já de si me chateia um bocado, mas mais grave ainda, é que esse sítio é o único em que eu realmente exercia o culto do bife com molho. O  bife do café Império, agora também na posse da IURD. Aquele que estava cotado, lá em casa, como sendo o melhor bife de Lisboa, desapareceu sem pré aviso. Ai que saudades do bife do Império. Raios parta tanta corrente. Porque é que eles não compraram uma Portugália ? Há tantas que mais uma menos uma não se dava por isso.

segunda-feira, maio 08, 2006

Guelas



Depois da descoberta, em casa dos avós, de um saco de berlindes, não descansámos enquanto não conseguimos um lá para casa. Ontem foi o primeiro dia de jogatana no tapete do quarto de brincar. Dois a jogar, um a garantir que o António não devorava nenhum dos bilas.
No meu tempo de meninice passei tantas horas no jardim da parada a jogar às três covas e, raios parta a idade, não me lembro de todas as regras.
Não importa, jogámos pelas nossas regras e bem nos divertimos apesar do ar alucinado do António Maria. Um dia, certo e sabido, hás-de jogar connosco, a menos que, antes, consigas engolir um e seja necessário enfiar no lixo os 102 guelas que proliferam lá por casa.

quinta-feira, maio 04, 2006

Se ...

Portugal fosse uma marca estava condenado ao desaparecimento.
  1. Ainda bem que não é

  2. E se fosse um animal ?

  3. E se fosse uma planta ?

  4. E se fosse uma canção ?

Esta mania que Portugal não presta, a não ser quando estamos longe, deixa-me meio desconcertado. Portugal é um país bestial, onde não há isto que se lhe aponte
Talvez a maior parte dos nossos dirigentes fosse dispensável.
O ordenamento do território também não é nada famoso
E há aquela história da produtividade
E a iliteracia
E a miséria e o desemprego
E as vidas acima das possibilidades
E os incêndios no Verão
E as cunhas, os favores e as luvas

Mas à parte isso, Portugal é bestial. Até, pelo Natal, ficamos sempre com a maior árvore de Natal da Europa. Somos pioneiros no Multibanco e na Via Verde e agora também temos o Simplex. Temos Estádios Novos , a Dulce Pontes  e aquele rapaz dos Delfins. O José Cid.