segunda-feira, junho 29, 2009

Alen Tejo e os Quarenta da Maria

E vai que ela fez 40 anos, o que é bom. A quarentena é chata, a quaresma é assim assim, mas a quarentona é bestial. E como fez esse disparate de anos resolveu fazer um piquenique com os amigos. E vai que ela é amiga da Inês, e da Joana, e do Pedro, e da Mercedes, e do Francisco, e da Ana, e da Bárbara, e da Leonor, e da Madalena, e da Rita, e do Gonçalo, e da Sofia, e do Rui, e da Alexandra, e da Bibão, e da Maria, e do João, e do Luís, e a bem a bem era juntá-los a todos numa ilha. E que se há terra que agora tem dado ilhas que é um disparate, é ali a zona do Alqueva. E se no meio da água surgem as ilhas, nas margens surgem os turismos de habitação e os turismos rurais e vai que a moça que já não vai para nova mas está ali que não há isto que se lhe aponte, além de um piquenique, resolve juntar tudo num destes locais paradisíacos. E não contentes com a multiplicação, todos se exponenciam na descendência, Deus os abençoe a quantidade de Marianas e Margaridas que entretinham os coisos Marias, os meus inclusive. E juntar e jantar e jantar e dançar e dançar e beber. E vinhos e vinhos.
E elas, que não são boas de assoar, resolvem pegar-lhe no marido e reinventar o Grease de surpresa com coreografia e figurinos preparados . A pobre, com receio de ir a banhos na piscina, nem lhes notou as vestes exageradas e os cabelos à época. A bem, a bem só deu pela surpresa, já o musical dava de si. E assim foi o fim de semana a festejar quarentonas, que a cá de casa também incrementou um como de costume por estas alturas. Falar em números houve quem andasse a chamar números aos outros como se de signos se tratasse. Tu és um sete, ou tu és um oito, ou tu nem sei bem que raio de número és. Parece haver uma ciência da numerologia e de um a nove algum há-de de ser. Fez-me lembrar a Mara Abrantes mas em versão números “Diga em que dia em que mês você nasceu para ver se o seu signo combina com o seu”. O melhor é estar calado que, se comparada com a Bree já foram Carmos e Trindades, se lhe insinuo Mara Abrantes tenho dias contados. Falar em Carmos e Trindades, não é que há quem ache que o 25 de Abril e o PREC foram exagerados? Quais exagerados ? E eu ali feito camarada, a expor a minha costela de homem de esquerda, não fora a caraça de Hugh Grant… E vinhos? Já falei do vinho? E do grupo de cantares Alentejanos a cantar os parabéns? Tratando-se de versos longos, começaram na sexta à noite e no domingo de manhã já iam no segundo verso. E o vinho ? Já falei do vinho ? Falar em vinho, eu nem sou de cortes e costuras, mas a Mara_Abrantes_de_um_a_nove chegou a estender-se no chão de soca orientada às estrelas, e seja o diabo cego, surdo, mudo e tetraplégico se não chegou a ter a cabeça envolta em panos brancos.
Findo o domingo, ficam histórias, risadas e os Marias a perguntar se podem passar a fazer anos sempre ali. Falar em Marias. Parabéns Maria e que feliz fiquei de festejar-te quarentona.

sexta-feira, junho 26, 2009

Desculpas

Agora quero ver se o Sócrates vem com desculpas esfarrapadas a dizer que não, não fazia ideia que o Michael Jackson ia morrer e tal.

terça-feira, junho 16, 2009

Sonho de Sevilha

O turbilhão das cores transportar-nos àquele mesmo hotel, o estranho homem da recepção estranha a nossa fala, e reservo-nos sem estranheza toda a cidade. Em Sevilha um velho adorna a varanda, sobes a escada que a ladeia, acertas o manto da procissão, para que a virgem adorada, se comova ao passar. Vejo os teus olhos nas cores da praça, e já na arena entre aplausos e olés, dou uma volta de consagração, e na entrada esperas-me no coche que nos mostra a cidade e as cores. A imponente catedral que se giralda de torre em céu, e aos nossos pés tantas paisagens num persistente Maludar, falta-me o ar sobra o calor, e para lá dos quarenta e dois graus, saltamos pelos toldos que sombram estreitas ruas. Lá em baixo o frenesim dos turistas e as mulheres gordas que lhes lêem destinos certos nas palmas das mãos, como na magia. Mágica a ilha em que nos molhamos e como nos molham os risos e gargalhares. Somos todos crianças felizes e nervosas nas descidas em que nos falta o chão. Levam-nos rápidos de volta à muralha e ao calor, jogamos às escondidas nos pátios e puxa-nos o som das cordas, à batida das palmas e ao sapatear. Mulheres de danças sensuais arqueiam o corpo e ainda cores. Sabemos de cor aquele calor e não baixa dos 40 graus. Cerveja gelada e à pressão num esplanada cheia de artistas, fazem em quadros tanta bravura. Fraca figura, que corta em ritual, finas fatias de iguarias despertam nossos paladares. Rendido aos poucos o calor, é outra a luz e outras sombras, candeeiros de ruas, e danço descalço sob o pulverizador. Vence-nos a cidade tórrida da beleza das cores e músicas.

segunda-feira, junho 08, 2009

Eleições

Eu que desta vez fui votar no fecho das urnas, e apesar dos vómitos do sirenes dentro do carro, a abstenção lá de casa foi de zero por cento. Os senhores da mesa bem estranharam o cheiro a vomitado, mas não me impediram de exercer o meu direito.
Esforcei-me portanto e depois apresentam-me estes resultados: "Quatro vitórias e um funeral" Que coisa mais parva. Não havia maneira de perderem todos ? Ou de ganharem todos excepto os irritantes. O que deixa de fora ... 'xa cá ver ... todos. Podemos repetir ? Eu queria votar no Quique Flores e enganei-me.

quarta-feira, junho 03, 2009

Catanos, camandros e caraças

Isto anda confuso, mas a coisa vai ao sítio. Ele é as festas da escola que cada vez que o bochechas tem uma actividade adicional é mais um número com um ou mais zeros à frente e no fim um símbolo que parece um “E” redondo e com um traço suplente. Depois as cadelas que foram de uma creche para outra mas com o desencontro de datas acabaram por pernoitar pelas minhas bandas, Deus nos acuda o que aquelas bichas fazem, que até uma barra de sabão resolveram comer, cheguei mesmo a pensar que o melhor era embalsamar os animais assim com uma pata para cima como se preparassem para atacar, em vez disso quando foram à rua até bolas de sabão sairam. Falar em Deus, o do meio, o loiro de caracóis, comungou pela primeira no Sábado e no Domingo já estava a pedinchar para ir lá novamente que a cena do corpo de Cristo lhe agradou sobremaneira. Falar em Deus a Ana que tinha duas avós, no Domingo passou a ter só uma e vai daí eu que fui fazer a oração dos fiéis na Terça Feira na missa de corpo presente, me enganei no nome da senhora e em vez de pedir pela que estava na caixinha de madeira mesmo ali à frente resolvi pedir pela outra que ainda está de saúde mais ou menos decente. Essa missa de corpo presente das 9 e meia da manhã seguiu-se à missa das famílias das 8 e meia na escola do bochechas que ainda não recebi a respectiva cotação mas não há-de tardar. Já aqui falei da inteligência suprema de casar no dia da criança porque os selvas querem sempre ir a qualquer coisa parecida com uma feira popular e neste ano em particular ainda havia um velório e portanto a segunda-feira foi uma de uma animação ímpar. Já terça, na terapia da fala, o loiro de caracóis ao receber o TPC, depois de ter passado a fase da bauauaica de uís uauande, que consistia em escrever palavras com ‘r’ inicia um diálogo com a terapeuta:
- O Manel lembra-se do trabalho que leva para casa?
- Sim. Escrever palavras com erre?
- Não é bem erre.
- Pois. É com “re”.
- Isso.
- Como caraças.
- Caraças é um bom exemplo.
- E como car....alho.
Peguei nele e fugi dali para fora e agora só lá volta quando o tema for “palavras só com vogais” como ui , ao, ai e au.
A juntar a isto a porcaria da saída da CRIL na segunda circular avançou uns quinhentos metros e o qi dos automobilistas recuou em conformidade pelo que a segunda circular e a radial de Benfica estão sempre uma animação, e como eu também sou um bocado aparvalhado, só me lembro que o melhor é ir pela A5 depois de já não poder sair da fila.
Olha que no meio disto tudo não falei do sirenes. E mais o estupor do sirenes que não se cala e está sempre a pedir água deve estar a caminhar para a diabetes. Tenho dito.