quinta-feira, julho 22, 2010

Até Jáááááá

Quem me manda fazer graçolas com o call center da TMN:
- e tenho o prazer de estar a falar com ?
- André Frazão
- muito bem senhor André Fragão o que prete...
- Frazão com Z
- Com G. Exacto. Senhor André Fragão em que posso ser...
- É com Z de Zeta e de Zebra.
- Com certeza. Senhor André Zagrão diga lá então em que ....
Nesta altura desatei a chorar de tanto rir e não consegui explicar ao meu interlocutor aquilo que ele tanto queria saber, sobre de que forma me podia ser útil.
Já foste útil, o meu fim de tarde foi muito mais animado graças a ti.
A família Zagrão agradece.

quarta-feira, julho 21, 2010

Defeso

- Está lá???? Josééé ? José Sócrates ?
- Sim
- Daqui é o Jorge.
- Coelho? Não estás em Angola? Desliga já isso pá. Olhó défice.
- Não homem. Jesus.
- Eláááá. Ando há que tempos para falar contigo, mas mudei de telemóvel e perdi o teu número. Olha lá, tens falado com a Alexandra Solnado? Vê lá se lhe dizes que isto do país vai melhorar a ver se ela espalha a boa nova. É que em mim já ninguém acredita, enquanto nela...
- Não sou esse. O do campeonato.
- Ai perdão excelência. Não o reconheci. Ainda não lhe agradeci devidamente o campeonato. A única coisa boa nestes últimos meses, para além do fim dos Delfins e do Jornal da TVI.
- Deixa lá isso. Mas olha. Podes agradecer agora. Preciso de um favorzinho.
- Diga lá então Excelência.
- Ainda tens vagas nas novas oportunidades?
- Eláááááá. Aquilo está cheio como um raio, Excelência. Parece o estádio da Luz em dia de derby.
- Preciso de uma vaga lá.
- Ui. Isso é impossível. Não tenho mesmo. A última foi ocupada pela Helena André. Espalhou-se ao comprido numa entrevista e estou-lhe a dar uma nova oportunidade.
- Ouvi falar. Mas eu estou mesmo muito necessitado.
- Deixe-me cá ver com mais cuidado Excelência. Vou abrir a lista de inscritos. Posso colocar em lista de espera?
- Nem penses nisso. É urgente. Queres mais um campeonato, não queres?
- Então não quero ? Mas acho que nem isso me salva. Deixe-me lá ver excelÊncia. Só se tirar de lá o Alegre. Aquele tipo também só me traz problemas. Fora com ele. E devo inscrever quem?
- Roberto Jiménez Gago. O nosso guarda redes. Aquilo é só frangos.
- Já ouvi falar, já ouvi falar. Também já tive problemas assim na equipa. Houve um que até um par de cornos fez a meio da sessão parlamentar. Muito bem Excelência. Já está inscrito.
- Obrigado José
- Ómessa Excelência, estamos cá uns para os outros. Posso ser-lhe útil em mais alguma coisa, Excelência?
- Não. É só.
- Então resta-me agradecer a amabilidade do seu telefonema. Muito boa tarde excelência. Até jááááááááááááááááááá.
- Até já?
- Desculpe Excelência. É o hábito. Ando a fazer uma perninha no call center da TMN. Nunca se sabe. Isto na política nada é certo. Um dia somos bestiais outro dia somos bestas.
- Sei muito bem do que falas José. Se calhar ainda te peço para me arranjares um lugar para mim também. É preciso saber inglês ou espanhol?
- Nãoooooo. Que disparate. Basta apresentar uns certificados.
- Antes assim. Bem, deixa-me lá ir para o treino.
- Vá vá Excelência, que eu também tenho aqui uns afazeres, com a alteração constitucional do Pedro. Então até à próxima Excelência.
- Adeus José. Obrigado.
- Adeusinho Excelência.

terça-feira, julho 20, 2010

Sabedoria Popular

... ainda as propósito do tema, saiu esta frase.
"O artesanato faz parte do património, a Bimby faz parte do matrimónio"

Facilitadores

A roda, a Ana Malhoa, o Tolan, o desodorizante roll-on, o regresso do Big Brother, o José Cid e as claras em castelo são boas ideias. Mas não se comparam a isto.
A par das molas que prendem os pares de meias desde que saem dos pés até que voltam para a gaveta, o cortador de maçãs que comprei é a grande invenção

segunda-feira, julho 19, 2010

Unlocked

Ontem ordenavam em decrescendo de preferência, os meios de transporte. O eléctrico à cabeça, à conta das viagens com os avós, depois o avião e o comboio. Carros e táxis no fim da lista. A excitação das viagens fica-lhes bem vincada no estilo, e quando se trata de estreias, é vê-los a explorar todos os recantos e a testar todos os equipamentos. Das cadeiras que reclinam, das portas que abrem e fecham, das torneiras que deitam água quando se pisa a borracha do chão. Um dia, está prometido, viajamos de autocaravana Europa fora.
Apanhámos o comboio em Paddington rumo à legolândia. Saída mesmo à queima para um horário cumprido à tabela. Correria plataforma fora até entrar na carruagem meio minuto antes da partida. Bofes de fora, suores nos bigodes, e lá nos sentamos dispersos em bancos de comboio, em modo de “such a cute family”. A pressa no embarque, aliada à vontade da descoberta, levou-os em direcção à casa de banho, porque não tinham tido tempo de chichis antes da jornada. Concordei e até subscrevi. Também estava com sinais externos de quem já me aliviava e a ida à casa de banho fazia todo o sentido. Deixamos a rainha entregue a leituras na sua poltrona e vamos os quatro à casa de banho. Surpreendentemente a casa de banho daquele comboio é enorme e tem uma porta a condizer. Como é que se abre ? Ora deixa cá ver, este botão do lado de fora que diz “OPEN” parece ser a chave. Confirma-se logo depois de três mãos pequenas se precipitarem sobre ele assim que eu anuncio “deve ser este”. A porta desliza para dentro da parede e exibe uns dois metros quadrados de WC. Cá fora, meia dúzia de ingleses sentados num banco corrido escancarado para a porta, assistiam deliciados à excitação da pequenada e das minhas tentativas mais ou menos infrutíferas de criar alguma ordem naquele caos. O botão “CLOSE” por cima de uma maçaneta com ar de “maçaneta de travagem de emergência” indicava o próximo botão a ser carregado. Depois de fechada a porta, e do alívio das impacientes bexigas, experimentavam todos os artefactos. O autoclismo, a torneira, o secador de mãos, o sabonete liquido num frenesim que se ouvia lá fora. Peço-lhes que não mexam em mais nada e começo a tratar do meu próprio alivia. Pila para fora e vai disto.
Assim que passo aquele ponto em que já não é possível parar, ainda faço uma recomendação em voz alta “NINGUÉM CARREGA NO BOTÃO VERDE QUE DIZ OPEN”. Nem meio segundo, sinto à minha direita, a porta a deslizar suavemente e a luz exterior a entrar na casa de banho. Uma mão na braguilha, a outra na pila, rodo o pescoço e vejo uma senhora de pé a preparar-se para entrar no WC. Grito “MENINOS FECHEM A PORTAAAAAAAAAAAAA” enquanto em movimentos parecidos com ridículos passos pequeninos e pulinhos tento pôr-me de costas para a porta e carregar com o cotovelo no botão CLOSE. A um ritmo enervantemente lento, a porta volta a deslizar até se fechar. Risadas e muitas dentro e fora da case banho e eu aos berros a tentar arranjar uma cabeça para rolar “Quem é que foi o engraçadinho que carregou no botão????” Todos juraram que nada tinham feito.
Acabo o meu alívio, transformado em pesadelo, lavo as mãos e abro a porta desta vez com o propósito de o fazer. Não sei porquê os que não estavam a sorrir ainda gargalhavam alegremente. Não são os Ingleses que se costuma embaraçar nestas situações? Pois aqueles pareciam muito à vontade. A senhora que ia entrar na casa de banho ainda consegue interromper o riso para me dizer “It’s not their fault. You must lock the door here” e aponta para a maçaneta que tinha um ar travagem de emergência e umas letras garrafais que diziam “LOCK”. Agradeci com sorriso amarelo e apressei-me a sair dali.
“Pai, o que é que a senhora estava a dizer?”
“Estava a pedir desculpa de ter aberto a porta”
“Porque é que ala apontou para aquela maçaneta?”
“Sei lá João Maria. Porque lhe apeteceu. Pouca conversa e vamos ter com a mãe”
Lá mudámos para a carruagem onde estava a Ana. Eu com cara de caso e eles com cara de gozo.
“Vamos embora Ana. Saímos já na próxima que este comboio não me inspira confiança”

terça-feira, julho 13, 2010

Conselho

Temo que a senhora não me queira voltar a ver na consulta.
Eu que já achava estranho o conceito de higienista oral, mais estranhei quando ela se virou para mim e disse:
"Vamos passar a usar fio dental diariamente"
Eu não consigo resistir à primeira pessoa do plural:
"Se não se importa, eu vou continuar a optar pelos boxers. A doutora fará como melhor entender."

segunda-feira, julho 05, 2010

João Sem Medo

Príncipe das Bochechas

Bem sei que formalmente estás proibido de crescer. É em tom de brincadeira, e de uma forma genérica tem a ver com a resistência a cortar uns cordões umbilicais fictícios. Acontece que nestas duas semanas, por estares na colónia de férias, torna-se conveniente que deixemos cair esses tais cordões. Só até ao final da colónia de férias.

Os recentes telefonemas entre lágrimas deixam-nos na equidistância entre o "ai meu rico menino que está tão triste ao abandono no meio da selva a braços com as saudades e já lá vai mais de uma semana e agora passou o ponto de tolerância à ausência parental e até provas de orientação nocturna no meio dos arrozais infestados de bicharada aqueles selvagens o obrigam a fazer" e o "deixa-te de merdas e trata de te divertir que foste tu a escolher ficar lá duas semanas e ainda há dois dias estava tudo lindo, e agora, sabe Deus porquê, deu-te a tremedeira e queres voltar para casa porque estás mal habituado".

Em conclusão ficas até ao fim de semana e serás mimado em conformidade. É para seres João sem Medo (não confundir com Semedo) e podes crescer à vontade. Estão excluídas situações que envolvam perca de mimo, alterações à voz e aparecimento de pilosidade em zonas estranhas. A mãe e o pai agradecem.

Obviamente antecipo-me

Eu que achei que só voltaria a escrever aqui quando Portugal fosse campeão do mundo, resolvi antecipar a escrita. O Queiroz que me perdoe, mas acho melhor antecipar-me.
A propósito da quantidade astronómica de vuvuzelas que cairam drasticamente em desuso, proponho que Joana Vasconcelos as trasnforme numa imensa instalação. Uma Scut de vuvuzelas por exemplo.
Nota do Autor: O IVA deste blog desceu 1% com efeitos retroactivos a 1 de Julho. Para equilibra.