quinta-feira, junho 26, 2008

A Raínha...

... lá de casa faz anos hoje. A coisa genericamente agrada-me porque até final de Agosto temos a mesma idade e não há cá espaço para a piada absurda de "eu sou muito mais nova que tu". Neste caso em particular, e desde Agosto último, que a piada agudizou-se com a tónica na diferença na década "eu ainda tenho trintas e tu, lamento informar-te, já tens quarenta".
Mas como diz o povo, "Deus escreve directo, por trás das portas", eis que, quando acordo, se me deparo com uma mulher de quarenta anos na minha cama. Parece em tudo igualinha à tal dos trintas com quem me deitei, mas a bem a bem, é uma mulher de quarenta. Já avisámos os Marias que a canção oficial de verão é a Ternura dos Quarenta do Paco Bandeira e que, agora que os pais são, em conjunto, octogenários, eles vão ter que se dotar de uma imensa paciência e ser muito, mas muito bem comportados.
Baldas generalizadas a empregos e escolas, programas de família e verão sem horários e eis-nos regressados, cansados, sorridentes e ligeiramente dourados, a casa. Um regresso a umas horas mais ou menos tardias, que, já se sabe, a idade não ajuda. Parabéns Rainha.

Nota do Autor: Desde já aviso os leitores deste blog que, depois da festa de finalistas do João Maria, que acabou com duas dezenas de miudos de 10 anos a chorar por sairem da escola, a lamechice está esgotada e banida por estes lados até 2012.

terça-feira, junho 17, 2008

Holanda

No jogo Holanda - Itália, perguntava-me eu o que raio quer dizer van em Holandês:
- é que estes laranjas chaman-se todos van. Van der Sar, van Nistelrooy, van der Vaart, van Basten, van Bronckhorst.
- não tarda muito entra o Van essa, pai.

Tiveste alguma graça Manel.

segunda-feira, junho 16, 2008

Precisava de um destrava posts entalados

... e veio com este fim de semana.
Fui de comboio. O fuso horário entre Lisboa e Oeiras desfasou os feriados municipais, pelo que na sexta feira, ao fim da tarde, apanhei o comboio para me juntar a eles.
O tempo de uma viagem de comboio é sempre tempo ganho. Tempo de leituras, de músicas, ou só de olhar para a paisagem, ou só de olhar-me. Sem pressas, sem atrasos, somente à tabela. Gosto de observar os edifícios ao longo das paralelas linhas. Armazéns em ruínas, casas simples, casas senhoriais, ou pequenas casinhas para o guarda da passagem de nível. Janelas de vidros partidos ou janelas emolduradas em era bem cuidada. Pouca terra pouca terra que não tenho pressas.
Lembro-me da linha da beira alta, as viagens para Tibaldinho naquelas carruagens com compartimentos de meias dúzias. Fazia-me confusão metade do comboio ir para um lado e a outra metade para o outro. Donde vinha a certeza da carruagem certa ? Saíamos em Mangualde e depois ía-mos de táxi até Tibaldinho. Prefácio dumas férias sempre saboreadas.
Cheguei a Coimbra-B quase um par de horas depois da partida. Ouvi com atenção o último álbum da Maria Rita, ainda o não tinha feito. Não me entusiasma. Uma ou outra como excepção de uma regra que me irrita. Ajudei a mulher que tinha um braço estranho a carregar a mala para fora do comboio e olhei em volta. Lá estavam elas à minha espera. Demos umas voltas a mais numas rotundas de Coimbra que insistiam em levar-nos ao o centro da cidade, e por fim, a estrada pretendida.
A casa atrás do portão verde era imensa e um relvado gigantesco e uma simpatia ainda maior. Isto soa ao "review" dum turismo de habitação - " a senhora do turismo de habitação era muito simpática, solícita e conhecedora dos encantos da região ". Nada disso. A verdade é que nunca tinha convivido mais do que uma horas com a Catarina, e gostava dela por partilharmos a mesma mulher. Pouco mais do que isso. A verdade é que a Ana não se enganou. A Catarina é tendencialmente um gajo porreiro.
Fim de semana tal qual ela contou ali. Risadas, conversas, criançada por todos os lados, ping pong, piscina e matraquilhos. Príncipes e princesas felizes. Brincar aos cruzamentos e aos remates. Faço um centro ao segundo poste e eles voam todos para o golo. Falhamos todos, rimo-nos e insultamo-nos. "Nabo". "Palhaço". "Que zarolho, vê-se mesmo que és do Sporting". Cigarros, café, cerveja, petiscos, vinhos, comidas e risos. Ténias, polícias, ladrões, etiquetas, alarmes, pinceladas e quadros. Aquele barco ficou-me na retina. Se um dia comprar um barco, há-de ser um daqueles. E risos e cumplicidades e guincharia com os selvagens. Ainda a porcaria da alergia que se arrasta e que mantêm a Rainha de nariz e olhos vermelhos, mas de boas ondas. Muitas, tantas crianças para algumas mães, todas galinhas, e depois a própria, a genuína e verdadeira. Veio de pai, de princesas, de barrigas, de doces regionais e mais conversas a velocidades estonteantes. Parece que se aproxima uma primeira comunhão que envolve uma coreografia de ballet clássico e três dias de festa como os casamentos ciganos. Se assim não for, algo de parecido será. Que a força esteja contigo no próximo fim de semana (e a Singer também).
Soube tão bem e a pouco, que deixo pontas soltas. Os troncos de videira, e se calhar um pulinho à Mealhada, à conta dos porcos-bonsai.

QUAL FOI A PARTE DO "GOSTEI DE ESTAR LÁ E DE TI E DE TI E DE TI E SIM QUERO VOLTAR" QUE NÂO PERCEBERAM?