terça-feira, novembro 30, 2004

Prematuro

O nosso primeiro comparou este governo a um recém nascido prematuro, entregue à difícil luta pela vida, com o auxílio de uma incubadora. Disse ainda que os próprios familiares vão até à dita incubadora e em vez de lhe darem protecção e carinho, prespegam uns safanões à incubadora e mandam uns estalos ao bébé.
Este tipo de problemas com os recém nascidos, por vezes graves como é o caso desta criança, é detectável durante as primeiras semanas de vida. Esta criança não é desejada, não tem condições para sobreviver com a mínima qualidade de vida e vai sempre ser vítima de maus tratos por parte dos seus. Se sobreviver aos maus tratos vai ter saúde débil e se sobreviver aos problemas de saúde vai sempre ser uma criança com problemas gravíssimos. Para quem insiste em não referendar uma alteração à lei do aborto, esta é uma daquelas crianças que, na opinião dos médicos, dos pais e do país poderia não ter nascido, tamanha a precaridade económica, social e de saúde em que agoniza.

segunda-feira, novembro 29, 2004

Fim de dia

Já dormem. Amanhã chegam reforços.
Um está debilitado e o outro é reforço, mas de trabalhos. Ah e de amores também.
Eu ia já deitar-me, mas o melhor é ir preparar as coisas para amanhã de manhã.

100Tempo

É que nem devia estar aqui a escrever, estou mais morto que vivo, que isto de ser mãe é mais difícil do que à partida parece. Pois ... apesar das ajudas todas (prémio coragem para a Rita que além dos três filhos ainda deu jantar aos meus mais velhos, prémio antecipação para Ana que deixou as roupas separadinhas por dias com instruções e horário de actividades)... deitá-los, fazer vapores, remédios, acordar a meio da noite com a tosse, mais vapores, mais leites, e vesti-los e penteá-los e convençê-los a colaborarem minimamente e prepará-los.... pois estou para aqui mais morto que vivo... estava doido para chegar aqui ao descanso do trabalho ... Não entendo como é que existem mães que mantêm um blog com regularidade. Devem ser malucas. Ai socorro. Acudam-me !!!
O António e a mãe estão bons e eu fico por aqui que tenho que trabalhar e pronto zzz ...zzzzzzzzzzzzzzzz.... zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

sexta-feira, novembro 26, 2004

Antonio maria

Espalhem a notícia do mistério da delícia desse ventre...
3k 48cm 15:25 ... Lindo´(post via telemovel)

quinta-feira, novembro 25, 2004

Querido António

Conforme combinado amanhã o médico vai fazer uma saída na barriga da mãe e tu, se fizeres o favor, vens calmamente cá para fora. Se os senhores do hospital deixarem, o pai está logo ali ao pé, viras na primeira à esquerda logo a seguir à rotunda (a barriga da mãe). Isto se o anestesista não for um brutamontes como aconteceu com o Manel, e não resolver ser ele a ocupar a cabeceira, e pôr o pai mesmo em frente à rotunda a ver tudo em detalhe. Não te preocupes que o Sporting não joga amanhã. Joga hoje e se Deus quiser há-de ganhar por muitos ( o que um pai diz por amor aos filhos) que é a maneira mais rápida de pôr o Dr. bem disposto.
Os teus irmãos já têm as espadas e os escudos, mas acho que lhes falta as capas, as luvas e os capacetes de cavaleiros. Era simpático da tua parte trazeres isso contigo para ofereceres aos manos Marias. Não te tomo mais tempo para não te atrasar os preparativos. Vem com cuidadinho se faz favor, e põe bastantes agasalhos na mochila. Tem estado um frio horrível.
Beijinhos Pai

quarta-feira, novembro 24, 2004

Carlota

Hoje a Carlota faz anos. Não são poucos mas também não se pode dizer que são muitos. São assim-assim. Coisa estranha nesta mulher. Normalmente para a Carlota as coisas ou são assim sim ou são assim não, não há lugar para coisas assim-assim. É uma das duas pessoas com quem eu não compro nenhuma guerra (a outra é a Ana porque prezo muito a harmonia familiar, no caso da Carlota o apreço vai para o equilíbrio emotivo-socio-profissional).
Quando a conheci, há seis anos, disse-me "Bom Dia" o que demonstra a sua boa educação. A seguir lembro-me dela a refilar com o trânsito que apanhou numa terrinha chamada Tornada quando regressava da Nazaré. Tive um azar bestial porque a miúda nem costuma refilar, mas naquele dia, uma vez sem exemplo, lá refilou.
Ser amigo da Carlota é como fazer desportos radicais, é uma situação de risco elevado, de constante sobressalto porque nunca se sabe, adrenalina nos limites, mas obviamente dá muito gozo e é claro uma tremenda honra. Em Abril vou receber a medalha "Seis Anos de Amizade da Carlota sem um Único Arranhão" (se ela não ler este post). Parabéns miúda. Adoro-te.

terça-feira, novembro 23, 2004

Quarto Crescente

Já nem me lembro das palavras certas. Sei que passei por ela e notei-lhe tamanha dor num sussurro. Tenho uma sensação de a já ter visto sofrer assim. Dessa vez estava de cócoras como que a proteger-se de uma réplica de um qualquer safanão da vida. Limpava as lágrimas às mangas de um casaco comprido demais e nem sei se levantava os olhos. Não parei muito tempo a observá-la. Agora está de pé, de peito feito a desafiar o mundo todo sozinha, está para nascer o que a derruba. Ergue-se quase de raiva, nota-se o corpo bonito a reunir os pedaços de alma. Faz-te à vida mas nunca esqueças a poesia. O que a não mata torna-a mais forte, o que a não destrói que a faça (ainda) mais bonita.

Quem ????

Três principios na eleição do novo secretário geral:
- imagem mediática forte
- larga experiência na mobilização de (das) massas
- base de apoio interna inquestionável
eu acrescentaria
- capacidade para acertar o relógio do PCP dos actuais 30 anos de atraso


E saiiem-se com esta.

segunda-feira, novembro 22, 2004

Olha olha ...

Descoberto na maçãzinha, este quizz




Que personagem do Seinfeld é você?
Trazido a você por Blog do Idiota



Agora já tenho uma teoria consistente para o facto do Manel ter caracóis. Só falta a parte de ele ser loiro.

Música no Pavilhão

Organizar um concerto da Maria Rita no Pavilhão Atlântico foi absurdo. Não fosse o génio, a noite estava perdida. É tão absurdo como um concerto de Jazz no estádio Alvalade, ou como ele disse, um concerto intimista numa garagem.
Para quem tira de letra ter que dar muito mais do que se pede aos outros, ganhar aquele concerto foi só natural. O que Maria Rita fez naquela noite foi brilhante, diga-se também que o fez para um público predisposto a deixar-se encantar. Isso não lhe retira o brilho, a entrega e a paixão. Esta mulher é grande, nota-se a pimentinha mas há muito que cortou o cordão umbilical.

sexta-feira, novembro 19, 2004

António

O gravidómetro lá de cima está sincronizado com a agenda do médico. Esperemos que o relógio interno do António também o esteja. Se não se antecipar, é no próximo dia 26, de hoje a oito. O quê ???? Jááááá´?????!!!!! Socorrrrroooooooooooooooo. Já só faltam sete dias.
Ai minha nossa senhora, que já estou com contrações de dois em dois minutos e com alguns dedos de dilatação.

Até mais logo, às 10



Menina da Lua

Leve na lembrança
A singela melodia que eu fiz
Pra ti, ó bem amada
Princesa, olhos d'água
Menina da lua
Quero te ver clara
Clareando a noite intensa deste amor
O céu é teu sorriso
No branco do teu rosto
A irradiar ternura
Quero que desprendas
De qualquer temor que sintas
Tens o teu escudo
O teu tear
Tens na mão, querida
A semente
De uma flor que inspira um beijo ardente
Um convite para amar

quinta-feira, novembro 18, 2004

Lápis

Azul. Pela primeira vez, a Caixa de Costura foi vítima do lápis azul dos tempos da outra senhora. A pressão para que retirasse algum conteúdo do post anterior vingou, e agora o resultado é um post castrado no seu conteúdo.
É a forma fácil de agir deste governo ggcompetente, gggleal e hgggonesto. É o constante recuso da força em vez dela, este governo usa inteligência. Este governo ggg presta e os seus métodos são gggg-democráticos. Viva a gevolução.

quarta-feira, novembro 17, 2004

Encosto

Eu - Desculpa lá, estou sem bateria no carro, emportas-te de pôr o teu carro ao pé do meu para lhe dar um encosto?
Ele - Tens cabos? É que eu não tenho.
Eu - Tenho.
(...)
Eu - Queres que eu ponha os cabos?
Ele - Não deixa tar que eu ponho.
Eu - Ora bem, vermelho aqui no vermelho, preto aqui no preto
(zzzzzzzz crzzzztz faíscas crzzzzt tchzzzz)
Eu - Mas que raio !!! Ena que os cabos estão quentes. Epá derreteram. Merda.
Ele - Olha, troquei as cores.
Eu - Pois. Mas agora os cabos estão derretidos e a corrente não passa.
Ele - Ah pois estão.
Eu .oO(gggggg gg gggg gg g ggg gg g gggggggg gg gggg gg ggg ggg ggg g ggggg ggggggg)
(...)
Outro Ele - Bem André, o melhor é irmos ao Oeiras comprar uns cabos que eu depois dou-te o encosto.
Eu para Outro Ele - Também acho. Levas-me?
Outro Ele - Claro.
Eu para Ele - Obrigado.
Ele - Sempre às ordens.
Eu .oO(gggggg gg ggggggg gggggggg gggggggg ggg ggg ggggggggg gg ggggggggg ggg ggggggg gggggg!!!)

Com os cabos novos lá consegui pôr o carro a funcionar.

terça-feira, novembro 16, 2004

No parapeito

Há uns dez anos atrás, pouco tempo depois de ter começado a namorar com a Ana, fui convidado para o baptizado da Inês, a primeira das crianças da nova geração da respectiva família. Foi um evento muito colado ao início do namoro o que o transformou na minha apresentação oficial à família da Ana.
Sempre que vejo o início do Shrek 2, lembro-me desse baptizado. Durante dias ouvi algumas recomendações no sentido de pontuar muito junto da mãe e da avó da Ana. Para aumentar o desconforto, a Ana foi a madrinha da Inês, o que a afastou durante toda a cerimónia e mesmo durante alguns instantes que a antecederam. Momentos de angústia portanto. A mãe da Ana, após a apresentação formal, sugeriu que eu a acompanhasse durante a cerimónia, sugestão que eu educadamente, e com um nó na garganta, aceitei. Enquanto a cerimónia não se iniciava, os brincalhões da família, iam passando por nós e dizendo as piadas do costume que me deixavam cada vez mais constrangido:
"Não comeces já a embirrar com o rapaz. Olha que ele não te fez mal nenhum e a tua filha já não vai para nova."
"Vê lá se desta vez não destróis o namoro à rapariga."



A cerimónia está prestes a começar, e lá me encaminho em direcção aos bancos da igreja, ao lado da minha (agora) sogra. Nisto, sinto-me a ser agarrado pelo braço e vejo uma catraia de nariz arrebitado que me diz "Anda priminho, vem para junto de nós" e que me leva para junto dos restantes primos. A minha salvadora era a Rita. Tinha dezassete anos (acho eu) a miúda espevitada, e nesse dia, foi a minha heroína.
Entrada directa para o meu top de afectos. Nunca mais de lá saiu.

Em Setembro do ano passado, a Ana passou-me um endereço http://noparapeito.blogspot.com. Fui espreitar o blog. Era da prima Rita e era um parapeito cheio de flores, de palavras penduradas, de ternuras, de angústias e de amores. Passar naquele parapeito e dar-lhe uma espreitadela de esguelha fez-se hábito suadável para mim. Já o disse aqui, que a par com o 100Nada, o Parapeito foi o empurrão para a Caixa de Costura. O blog já não existe, mas quando acabou, ficou a promessa de reaparecer. E é isso que vai acontecer hoje. O Parapeito vem encadernado, impresso, e de certeza carregadinho das emoções da miúda espevitada que me salvou naquele dia. Um para(lado esquerdo do)peito lindo é lançado hoje no Teatro Aberto pelas 18:30. A Caixa de Costura vai-se fazer representar pela Raínha e respectiva barriga. Gostava muito de estar por lá, mas prima é prima, e alguém naquela casa, tem que assegurar os banhos e jantares dos selvas Marias. A restante comunidade bloguistica que se faça representar que o Teatro, o Evento e a Janela do Parapeito, estão abertos para todos (menina Cat, faça o favor de divulgar - só peço directamente à Cat por ser a única com quem tenho confiança para o fazer).
Prima Ritinha vai correr tudo muito bem, e se precisares que alguém te salve, corre para a Ana que ela há-de saber como me chamar.


segunda-feira, novembro 15, 2004

Golegã


Descobri a minha alergia aos cavalos num fim de semana de turismo rural no Alentejo. Aquele passeio de charrete de uma hora, ia resultando em internamento hospitalar. Comecei por espirrar e acabei com os olhos tão inchados que quase não via, e com a garganta num estado tal que mal respirava.
Não contente com o sucedido, e levado pelo entusiasmo desmedido, aceitei que, no dia do meu casamento, o percurso entre a igreja e a quinta onde continuaram os festejos, fosse percorrido a cavalo. Cheguei à quinta já a lacrimejar e de lenço na mão. Ainda hoje há quem acredite que eu me comovi mais do que esperado e que os óculos escuros, o constante fungar e o lenço paneleiroso na mão eram sinais exteriores do minha lamechice galopante (só de escrever galopante já estou para aqui aos espirros).
Perante tais sinais de alergia equestre, existem todos os motivos para eu evitar uma ida à Golegã, mesmo que essa ida não coincida com a realização da grandiosa feira nacional do cavalo. Acontece que além dos animais, a feira tem numerosos artigos de grande qualidade, raríssimos e que são uma autêntica pechincha. Sapatos, casacos, chapéus, barbours, sapatinhos cosidos à mão para as criancinhas, são alguns dos argumentos que tornam indispensável uma visita à dita feira.
Durante uns anos ainda consegui contra argumentar, mas há guerras que não se compram nem com a própria vida, e houve um famigerado ano em que lá me puz a caminho até à Golegã. Como que por milagre, chovia como nos filmes, e estive umas boas horas rodeado por cavalos sem que o meu organismo desse sinal de intolerância. Aquilo atrai muita gente e ainda não percebi porquê, tem muito cavalo, muito cavaleiro e muita amazona, todos trajados a rigor, muito atrelado, muita tenda, muita comida, muita pintura e escultura alusiva ao tema "O cavalo", mas a bem da verdade, nada daquilo me parece muito atraente, para tanto desfile de vaidades que por lá passa. Ir à feira da Golegã é uma coisa chique.
Graças a São Pedro parou de chover e o cheiro e os pelos de cavalo começaram a pairar, o que me conferiu rapidamente as alterações mínimas que justificaram o abandono do local. Temo que, se a chuva não tivesse parado e perante a febre consumista que nos assaltava, a esta hora teria lá em casa um parzinho daqueles cavalos muito pirosos para segurar os livros nas estantes, mesmo a jeito para despachar nalguma venda de Natal.

domingo, novembro 14, 2004

Ecografias

Não tenho por hábito publicar fotografias da família, mas abro uma excepção para o futuro príncipe. Recorrendo a tecnologia de ponta (de feltro), o Dr João Maria e o seu assistente Dr Manel Maria, fizeram esta magnífica ecografia à barriga da mãe. Apesar de ainda não ter dado a volta, como comprova a imagem, o António parece estar muito feliz. Curiosamente, a tecnologia envolvida nesta ecografia tem a particularidade de mostrar o nome do bébé.

Ecografia António

sexta-feira, novembro 12, 2004

Acesso às Contas

O Estado vai poder consultar contas bancárias sem aviso prévio. Esta prática, defendida por Bagão, visa aumentar a eficácia na luta contra a fuga ao fisco e contra a fraude fiscal.
Acontece que Bagão Félix é um coração de manteiga, emociona-se facilmente e não resiste a situações de carência extrema. A minha esperança é que o senhor se comova quando consultar o saldo da maioria das contas dos particulares e que se irrite quando descobrir os verdadeiros lucros dos bancos e das empresas. E já agora, que lhe dê uma fúria por tamanha desigualdade social, e que seja tamanha a sede de justiça, que se ponha a redistribuir riqueza à esquerda e à direita qual Robin dos Bosques. Por ora Dr. Bagão, se quiser o meu NIB tenho todo o prazer em lho fornecer, e não se acanhe homem. Redistribua à vontadinha, como se fosse o Petit a distribuir jogo pelos companheiros do nosso Benfica.

quarta-feira, novembro 10, 2004

Arafat

No momento em que comecei a escrever este post Arafat está vivo.
"A morte do presidente da ANP será declarada oficialmente esta quarta-feira na Mukata" é o que vem escrito no diário digital e noutros tantos sítios. Por sinal, acho um bocadinho mau gosto andarem para aí a matarem, a homenagearem , a enterrarem a ressuscitarem o desgraçado que anda a braços com uma pequena discórdia com a vida.
Interrompo aqui a escrita deste post para informar que neste momento Arafat está morto.
Este homem só pode ser o profeta tantas vezes já morreu e outras tantas ressuscitou. João Soares põe os olhos neste exemplo, primeiro conquista a liderança e só depois é que brinca às escondidas com a vida. A estratégia contrária não resulta, conforme o teu próprio exemplo.
Interrompo novamente só para afirmar que Arafat se encontra vivo.
Tentar a liderança depois de sobreviver ao desastre aéreo. Resultado: uns míseros 4 ou 5 por cento no próprio partido e asseguro-te que não ias querer saber a percentagem nacional.
Quando este post acabou de ser escrito Arafat tinha falecido. Paz à sua alma.
Aguardo só uma confirmação. Ossana ossana, Arafat afinal está vivo.

segunda-feira, novembro 08, 2004

Para a próxima...

vens algaliado ou de fralda. Foi isto que eu lhe disse e que provocou uma reacção de espanto da senhora que nos cedia passagem pela segunda vez. Não é possível que o raio do miúdo queira ir três vezes à casa de banho durante um jogo de futebol. Mesmo a ameaça de violência física caso o Benfica marcasse durante a ida à dita cuja, não o demoveu. Ainda por cima um cabeça no ar. Dos quatro golos encarnados só consegiu ver um. Ou porque estava a olhar para o pacote de batatas fritas, ou para os écrans gigantes, ou à procura de uma moeda no bolso. E se viu esse golo foi porque lhe agarrei pelas orelhas e lhe disse "Olha agora João que pode ser golo".
Eu sei que ele não costuma ver muitos golos, e que às vezes até os vê marcados pelos adversários, mas ontem estava tudo de feição e o raio do miúdo podia estar mais atento. Afinal de contas já tem seis anos. Depois ainda há a história de estar constantemente a dar cacetadas com o pau da bandeira no senhor que estava à nossa frente. A bandeira é para agitar com cuidado, não é como as espadas das Tartarugas Ninja.

sexta-feira, novembro 05, 2004

Parabéns meu amor

"Já sou pai ...". Foi mais ou menos isto que disse à  tua avó Teresa quando
logo a seguir ao teu nascimento, cheguei junto de todos para lhes dar a
novidade. Entretanto passaram seis anos. Ainda não consigo explicar o
turbilhão de emoções quando te recebi no colo, algures entre o ser o mais
feliz dos homens, o amor incondicional e uma vontade estúpida de te contar a
toda a gente. O estupor da enfermeira nem me deixou segurar-te mais do que
uns três segundos, depois levou-te para a salinha quentinha e só no dia
seguinte, depois de ter feito um escândalo é que pude pegar-te outra vez. O
urso Puff que te ofereci ainda é maior do que tu e, à  velocidade a que
cresces, há-de continuar a ser nos próximos seis anos.
Continuo sem perceber porque é que quando chego a casa, gritas "Pai" e vens
a correr como um maluco a dar-me um abraçoo, mesmo quando está a dar o Noddy
ou as Tartarugas Ninja. É normalmente, o melhor pedacinho do meu dia, sem
contar quando vamos jogar futebol juntos para a Alameda, ou quando jogamos
na Play Station, ou quando fazemos o jantar (apesar de não achar graça que
tires as pedras de sal de cima dos bifes para as comeres). Parabéns meu
amor.
É verdade. Acho que há umas coisas em que eu sou um bocadinho mentiroso e
que preciso de te contar. Agora já sabes ler e pode ser que passes por aqui:
1. não é a mãe que manda pôr as luzes de Natal nem o Pai que as manda
acender;
2. o Manel quando nasceu não trazia uma bicicleta vermelha da barriga da
mãe, nem foi por causa da bicicleta que veio com um galo por cima do olho
(isso foi o médico que lhe fez por causa de um empate do Sporting)
3. quando fomos ver o Benfica - Leiria, a equipa de encarnado era o Leiria,
foi por isso que os senhores ao nosso lado estavam com um ar zangado quando
festejaste os golos.
4. o pai nunca guiou um fórmula um encarnado, igual aquele que aparece na
televisão. As corridas em que o pai entra são de uns carritos pequeninos
chamados Karts;
5. Aqueles casulos que estão à  porta do Carrefour de Oeiras, são para
massajar as pessoas, não são castigos e a senhora que lá estava dentro
provavelmente nem come de boca aberta;
6. não é verdade que os velhotes morrem porque não conseguem fugir a tempo
dos carros quando estão a atravessar a estrada;
7. aquela escova que a mãe comprou no Ikea é para lavar pratos, não é para
os dentes da mãe que são um bocadinho grandes;
8. mesmo que o teu quarto continuasse desarrumado, ia haver espaço para as
prendas de anos

quinta-feira, novembro 04, 2004

Curtas

Estou a dever uma actualização à coluna da direita. Enquanto ela não vem, fica aqui a referência a um blog que tenho visitado ultimamente e, ao que sei, a recíproca é verdadeira. O diário da Teresa.

A Caixa de Costura apareceu ligada pelos Marretas. Isto hoje tem sido um caos com tanta gente a entrar e a sair. Onde é que já se viu 17 visitas numa só hora? Tirem lá uma senha, e aguardem ordeiramente a vossa vez.

A propósito de Marretas, a Bananada de Goiaba tem um filme bem giro sobre o Manhamanha.

Soltas

... as frases que se seguem.
"As cedilhas são umas vírgulas malucas que se enfiam debaixo dos cês"
"Não existe uma segunda oportunidade para se causar uma primeira impressão"
"A América vai escolher entre um incoerente e um incompetente."
Acrescento eu: Para manter a coerência, optou pela incompetência.

terça-feira, novembro 02, 2004

As Flores

... oferecidas na quinta feira, deram direito a um retorno. Um tesouro. O Tesouro do Castelo sem Nome em DVD. 30 anos depois volto a ver "os Pequenos Vagabundos". Nem me importo muito de não sentir tanto entusiasmo na acção da série, este DVD é uma autêntica máquina do tempo que me transporta para a sala dos meus pais. Lembro-me de ter perguntado à minha mãe o que queria dizer "Arriscar" depois de visto a palavra num dos episódios. A Marie continua linda, a música ainda agita, e no fim ainda me apetece fazer parte dos "Galapiats". Claro que com esta idade, só conseguiria ser um dos maus que raptaram a menina e que roubaram o tesouro.
Agora só me falta uma série "Dois anos de férias", da qual me lembro da música, do barco e de um mau de barbas.